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A reação do presidente Lula às declarações do Gen Heleno, que retratam a posição do Comando e do Alto Comando do Exército, bem como da parte esclarecida da sociedade brasileira, demonstra muito bem o respeito, se não o temor, que o governo petista e seus aliados têm das possíveis e necessárias manifestações dos Soldados com relação aos assuntos que constitucionalmente lhes dizem respeito, como profissionais e como cidadãos.
Diversos órgãos da mídia, formadores de opinião e representantes políticos manifestaram-se a respeito deste episódio e, principalmente, a respeito do conteúdo das declarações em entrevista na televisão e em palestra proferida pelo General no Clube Militar, a Casa da República!
O que temem o presidente e seu governo? A verdade, ou a força da Força?
Certamente que as duas, porque se confundem! Eles entendem perfeitamente que as FFAA são representações legítimas, honestas e ordeiras da Sociedade, com a qual se confundem e na qual se inserem por identidade, origem e destinação.
Ninguém é Soldado por interesse pessoal, mas pela vocação de servir, pelo amor à Pátria, e pelo compromisso com a missão que lhe incumbe a própria sociedade. Desta forma, dentro da esfera de suas responsabilidades constitucionais, o Soldado é o melhor interlocutor da nação, não lhe sendo permitido omitir-se perante quaisquer ameaças ao patrimônio e aos legítimos anseios e necessidades do povo a que serve e em nome do qual empunha as suas armas.
Assim foi no passado e assim será enquanto houver vida e liberdade, soberania, lei, ordem e instituições a defender, por mais que temam ou reajam os que se sentem ameaçados em seus projetos de conquista do poder por vias que não representem o interesse nacional.
A tão temida força da Força não está no poder das armas, mas no prestígio conquistado pelo irrestrito cumprimento do dever constitucional, com base não apenas na hierarquia e na disciplina, mas no princípio da autoridade, que faz do Soldado um escravo dos limites da lei e da ordem, e na tradição, esculpida em exemplos de atenção, amor e sacrifícios pela Pátria.
Não serão, portanto, as reações de qualquer dirigente político que farão calar os Soldados nos assuntos que lhes são afetos, pois que não são intrusos na construção da opinião pública, nem instrumentos das políticas de governo, como pensa o Sr presidente, mas fiéis e legítimos interlocutores da maior e melhor parcela da sociedade brasileira, democraticamente comprometida com os princípios fundamentais do Estado, muito clara e expressamente declarados na Constituição Federal.
O Brasil precisa e quer saber a opinião de seus Soldados e assim será!
Gen Bda R1 Paulo Chagas
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