Marcelo Medeiros
A política externa brasileira, nos últimos anos, tem colecionado uma série de fracassos. Foram derrotados os nossos candidatos aos cargos de diretor da Organização Mundial do Comércio e de presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento.
A pretensão de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU foi sepultada com o voto contrário da Argentina e das nações africanas. A ignorância dos assessores de Lula fez com que ele perdoasse a dívida dos países africanos, com a finalidade de obter o seu apoio mas, mesmo assim, eles votaram contra nós.
A intenção de não respeitar o contrato assinado com a Petrobras foi claramente anunciada pelo então candidato Evo Morales, cuja eleição para presidente da República foi aplaudida com entusiasmo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e todo o governo petista.
Como "recompensa" foram canceladas as concessões da Petrobras. Saquearam as suas instalações, os seus investimentos e as suas receitas. As unidades industriais e os imóveis da empresa foram ocupados militarmente e vários executivos foram presos.
A reação brasileira ao roubo das unidades industriais da estatal brasileira foi de uma passividade revoltante. A indenização pelos prejuízos que o Brasil sofreu foi humilhante. "A Bolívia é muito pobre. O Brasil precisa ajudá-la", repetiram Lula e seus assessores. A Petrobras que se dane!
A Petrobras é a companhia estrangeira com maior presença econômica na Bolívia. Investiu muitos bilhões de dólares na exploração e comercialização de petróleo e gás. É muito dinheiro para ser negociado pela incompetência petista.
Foi a falta de uma resposta contundente do governo brasileiro que incentivou a Bolívia a apropriar-se das refinarias da Petrobras e seqüestrar as receitas da empresa.
Novos e vultosos prejuízos ameaçam nosso país com as eleições presidenciais no Paraguai, no próximo domingo, dia 20.
O Tratado de Itaipu, assinado entre Brasil e Paraguai em 1973, tem validade de 50 anos, ou seja, só deverá ser renegociado em 2023.
No entanto, a renegociação dos preços da energia que é exportada para o Brasil — cerca de 90% — tem sido um dos temas principais da campanha eleitoral.
O PT apóia a candidatura de Fernando Lugo, que tem as propostas mais radicais e já deixou claro que seu governo vai lutar pela soberania do Paraguai. "São 34 anos de espoliação, engano e injustiça em Itaipu" declarou Lugo, que está na frente das pesquisas de opinião pública e foi recebido pelo presidente Lula na semana passada. No encontro, assegurou que o governo brasileiro está aberto a rediscutir o Tratado de Itaipu. Sua promessa de campanha é aumentar várias vezes o preço da energia vendida ao Brasil.
Itaipu pertence em partes iguais ao Brasil e ao Paraguai. Mas pelo fato de ter sido construída com financiamento brasileiro, o preço da energia vendida ao Brasil é subsidiado como forma de pagamento.
A energia de Itaipu é uma questão de segurança nacional. Espera-se que o governo do PT defenda os interesses do Brasil com o mesmo vigor e determinação com que protege as roubalheiras da companheirada.
Fonte: JB Online - 15 Abr 08
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