terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Preocupante!

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Pode não ser verdade, e acredito que não seja, mas muitos pensam assim (há algum tempo eram poucos).
De repente é bom entender que não basta ser, tem que parecer também!
Em tempos de crise de confiança, a ação de chefia deve ser intensa, firme, transparente, ostensiva e visível, caso contrário haverá sempre quem imagine tratar-se de inação, falta de liderança, apego, covardia, ou seja, vícios que não podem sobreviver em ambiente onde vicejam as virtudes militares!
É para se refletir aonde os chefes militares querem chegar com a sua disciplina e hierarquia (sic) às ordens emanadas do MD. Para mim essa atitude é de submissão e de alpinismo social, tudo que possa ser chamado de arrivista se presta nessas horas de omissão e covardia. A cúpula da PMRJ continua se digladiando com o Secretário de Segurança e com o Governador pelo aumento dos vencimentos da tropa. Quanto a nós, só as mulheres lutam e alguns elementos da reserva não se incomodam de ir as manifestações.
Duas "estórias" que, se confirmadas, devem ser motivos de grandes preocupações aos profissionais:
1. A suposta ordem do Cmt do Exército para o dia 31 Jan 08:
a. O expediente das OM dos grandes centros será até 17h (não era essa a hora normal do término do expediente?)
b. Qualquer militar da ativa pego na manifestação será preso em flagrante delito (crime militar!)
Será que nosso comandante tem dúvidas quanto a coisas tão evidentes quanto o cumprimento de horários e a vedação regulamentar de militares da ativa participarem em manifestações públicas? Haverá alguma insegurança a ponto de ser expedida a suposta ordem? Para mim ficou muito claro que nossa situação é o oposto da PMRJ, pois no EB o compromisso dos chefes é manter a tropa algemada para que o PT (ou qualquer outro partido) possa ter um governo tranquilo e eles (os chefes) possam manter seus cargos conquistados "com muito suor".
Impressiona o contraste entre a falta de liderança de nossos chefes e a liderança do Cmt PMRJ, não?
2. Corre na caserna um pedido do escalão superior de informação sobre os militares que:
a. Foram aprovados em concursos;
b. Informaram que vão prestar concurso; e
c. Estão se preparando para prestar concurso!!!!
Seria a materialização do CALDEIRÃO dos milicos, onde quem tenta melhorar de vida (estudando de noite ao invés de assistir jogo de futebol, BBB e novelas) é o vagabundo.
Hoje pela manhã, li a "mensagem do dia" no calendário do "seicho-no-ie".
Era incrivelmente esclarecedora ao dizer que "o apego é a fonte principal de sofrimento".
É exatamente o apego aos cargos (e suas mordomias) que tornou as FFAA brasileiras o que são hoje: um amontoado de gente insatisfeita, desmotivada e descrente. O verdadeiro líder é desapegado, pois ele não busca se servir de cargos, ao contrário ele ocupa cargos para servir aos seus companheiros e à instituição. Com desapego é possível tomar decisões como a de não punir os oficiais que se recusaram a caçar escravos no século XIX, como fez o Mal Deodoro.
O apego faz com que a pessoa tenha medo de perder o objeto de seu apego. Por medo de perder seus cargos é que nada é feito. Ou pior, se ameaça de prisão as poucas pessoas corajosas que ainda possam existir. Particularmente o recado foi uma ameaça direta ao nosso pessoal da ativa. Onde está o Capitão da invasão da Prefeitura de Apucarana/PR?
Por isso acredito que a CF/88 é no mínimo imprecisa ao dizer que as FFAA são instituições organizadas com base na HIERARQUIA e na DISCIPLINA. Na verdade, como toda instituição, elas são organizadas com base na LIDERANÇA!
É a LIDERANÇA que realmente as torna capazes de defender um país e a sociedade!
É a LIDERANÇA que faz com que soldados arrisquem a vida (seu bem mais precioso) mesmo em condições adversas!
É a LIDERANÇA que cria o espírito de cumprimento de missão!
E é a LIDERANÇA que eleva a auto-estima e faz seus membros orgulhosos de pertencer a este grupo.
Quando a LIDERANÇA falha é que se fazem necessários usar a HIERARQUIA e a DISCIPLINA para manter ENQUADRADOS os que não acreditam mais na qualidade dos seus chefes e nem na validade do que fazem.
Falta-nos uma guerra para se cultivar os líderes de fato e não de direito.
Ver mulheres de militares protestando por melhores salários é o mais humilhante atestado de que nossos chefes não fizeram seu dever de casa nos últimos 20 anos. É a prova de que nós não temos mais a coesão necessária para sermos chamados de FFAA.
Como esperar que OFICIAIS (com mais de 30 anos de serviço e ocupantes de altos postos) que não tem coragem de sacrificar o seu CARGO tenham a coragem de "SACRIFICAR A PRÓPRIA VIDA?"
Deixo esta pergunta para reflexão...
O General de Exército Sylvio Couto Coelho da Frota, em seu discurso de despedida  Jornal do Brasil, 13/10/77, página 4  do cargo de Ministro de Estado do Exército em 12 Out 77  ver 3º parágrafo do item 4 da transcrição , vaticinou tudo isso que está acontecendo e nada até agora me provou que ele não tinha razão. Maldito dia que ele foi demitido!!!!!!!!!!!!!!!!!!
"Corremos o sério risco de abandonar as FFAA na lata de lixo da história.... quem viver verá."
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Um comentário:

  1. Sempre feliz em ver referências honrosas ao meu pai, hoje Coronel da reverva, naquele tempo Capitão Luiz Fernando Walther de Almeida.

    Absss, a luta continua.

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