por Paulo Briguet
Quando comecei a trabalhar em jornal, no longínquo ano de 1992, as matérias ainda eram feitas em laudas de 20 linhas e 70 toques, com máquinas de escrever. Na época eu era trotskista e possuía uma Olivetti portátil sem a letra “a” — fato que muitos anos mais tarde entrou no enredo do excelente filme argentino “O segredo dos seus olhos”, numa rara ocasião em que a vida precedeu a arte. Tenho aqui nos meus alfarrábios alguns desses textos em que todas as letras “a”, maiúsculas ou minúsculas, foram feitas com caneta Bic nos espaços em branco deixados pela Olivetti banguela.
Submeto vocês, meus sete leitores, a essas lembranças pessoais unicamente pela razão de que hoje vi no Twitter a foto acima. Na imagem podemos ver, reunidos em um palanque, diversos chefões dos países comunistas. O lugar é Berlim Oriental; o ano, 1986; o motivo da comemoração, os 25 anos da construção do Muro de Proteção Antifascista (Antifaschistischer Schutzwall), mais conhecido como Muro de Berlim, ou Muro da Vergonha. Três anos depois dessa foto, o Muro cairia. E então ficou bem claro que “proteção antifascista” era apenas o nome oficial da escravidão de um povo.
Nosso repórter-escritor Fábio Gonçalves está escrevendo um artigo sobre a gênese do movimento “antifascista” que atualmente vem semeando caos, discórdia e morte nos Estados Unidos e promete fazer o mesmo no Brasil. Mas, antecipando-me ao Fábio (embora sem o seu talento), não resisti à tentação de publicar essa foto para que as pessoas entendam o verdadeiro sentido da causa “Antifa”. O termo “antifascismo” tal como é usado hoje, não passa de um eufemismo vagabundo para justificar a opressão contra as pessoas comuns — trabalhadores, cristãos, pais e mães de família, cidadãos sem pedigree ideológico — que repudiam o projeto de poder esquerdista e constituem a maioria da população.
Antes do advento da internet e das redes sociais, fazer o que estou fazendo agora — ou seja, mostrar que o antifascismo significa apenas um pretexto para o crime — era quase impossível. Primeiro, você tinha que encontrar a foto (e os jornais, revistas e arquivos estavam quase todos na mão da esquerda). Depois, mesmo que você conseguisse encontrar a imagem, precisava passar pelos inúmeros filtros de informação comandados por editores, redatores e repórteres alinhados com o progressismo. Se, por milagre, você conseguisse publicar a foto e o comentário em algum veículo de comunicação, teria em seguida de enfrentar o bombardeio de desmentidos, desinformação e ataques pessoais dos companheiros jornalistas, professores e intelectuais bem-falantes.
Hoje em dia, no entanto, basta um clique e um post para desmascarar as mentiras que a esquerda levou décadas para construir. É por isso que os políticos — e, nos últimos 30 anos, o cenário político-cultural brasileiro foi totalmente dominado pelo progressismo — querem de qualquer maneira controlar e censurar a internet. Na verdade, o sonho do establishment é construir um Muro de Berlim em torno das informações — o Muro da Liberdade e da Proteção Antifascista.
Adendo: Como complemento didático, eu não poderia deixar de mostrar a vocês sete esta outra foto. Nela, temos o ditador da Alemanha Oriental, Erich Honecker, muito à vontade com a ativista Angela Davis, do grupo terrorista Panteras Negras, modelo e inspiração para os atuais Antifas.
— Paulo Briguet é cronista e
editor-chefe do BSM.
Fonte: Brasil Sem Medo
Discurso antifascista é apenas uma estratégia para construir um muro de opressão e censura em torno das pessoas comuns