tag:blogger.com,1999:blog-26775377703674079372024-03-18T11:43:10.850-03:00Mujahdin CucarachaEra para divertir, mas está difícil manter o bom humor.GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.comBlogger3407125tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-66272221873771994882024-03-05T00:00:00.527-03:002024-03-06T03:27:59.802-03:00A Historia do Narcoterrorismo, da Guerra do Ópio aos Grupos Jihadistas<div style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe; font-family: times;"><b><i>O narcoterrorismo representa um dos principais desafios para a segurança global e, desde o século XIX, impacta de diferentes formas e proporções em todos os países e regiões do mundo. Neste artigo, o professor do <a href="https://www.lisainstitute.com/products/curso-experto-narcoterrorismo">Curso de Experto en Análisis e Investigación de Narcoterrorismo</a> de LISA (Learning Institute of Security Advisors), Raúl González, explica como o narcoterrorismo se desenvolve como uma estrategia híbrida oferecendo exemplos concretos desde as guerras do opio, passando pelas FARC e ETA na década dos sessenta, até como hoje os grupos Hezbolah, ISIS e Hamas tem fortes conexões com grupos delitivos narcotraficantes em toda América Latina.</i></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhwVAr8QXVee26WgjUUemc3MQL9k6pDKMNXApmL41EnIZjJflc2sZw83iZib0HjSOePTX_By38navrEtkph6woOZ_Tap6PXEUAG3XfKR7veHs4x2qE6Db2n86lH5xfFGkM9ntI42uIvG1u_MIzLbiFCBqBrSz7bpe3LwGW2zmbQeJiA3Hjavw6p7dEliEI=w692-h390" /></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <a href="https://www.lisanews.org/author/raul_gonzalez/">Raul González</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Narcoterrorismo: uma ameaça permanente</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O narcoterrorismo representa <span style="color: #990000;"><b>um dos principais desafios para a segurança global</b>,</span> pois tem a capacidade de impactar todos os países e regiões do mundo de diferentes formas e proporções, além das consequências que são geradas nos territórios em que essas ações ocorrem.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #7f6000; font-family: times; font-size: large;"><b>O narcoterrorismo é considerado uma estratégia de guerra híbrida em que, tanto a violência como a corrupção são utilizadas para atingir um ou mais objetivos. Estes objetivos incluem o controle territorial, o financiamento de atividades terroristas, a desestabilização e a subversão do Estado de direito.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A ligação entre os flagelos do tráfico ilícito de drogas e do terrorismo teve um impacto significativo na comunidade internacional. Esta relação baseia-se na simbiose entre organizações terroristas e grupos criminosos organizados envolvidos no tráfico de droga. <b><span style="color: #bf9000;">As primeiras se beneficiam de enormes recursos provenientes do tráfico ilícito de drogas para financiar as suas atividades e ampliar a sua influência. No caso dos traficantes de droga, estes aproveitam-se da violência e da corrupção para manter o seu poder e expandir-se.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As implicações deste fenômeno são extremamente graves para a segurança internacional. Todas as suas ações têm o potencial de gerar instabilidade política, social e econômica. <b><span style="color: #990000;">Pode também transcender os territórios diretamente afetados pela violência gerada, com consequências que vão além da própria ação criminosa.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O seu impacto é tão amplo que os seus efeitos podem mesmo acabar por <b><span style="color: #674ea7;">afetar gravemente as relações diplomáticas entre os países. São capazes de gerar lacunas nas economias em diferentes escalas, causando ou agravando problemas sociais de vários tipos e tornando-se uma fonte inesgotável de violência e corrupção.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Adicionalmente, <b><span style="color: #134f5c;">baseado na tríade do poder econômico dos lucros ilícitos do tráfico de drogas, do impacto das ações terroristas e do tráfico de armas que se combinam com outras ações criminosas organizadas,</span></b> o narcoterrorismo também promove conflitos de diversas dimensões e é capaz de prolongá-los por longos períodos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Embora esteja presente na agenda internacional há décadas,<b> <span style="color: #134f5c;">a multiplicidade de fatores e variáveis envolvidas (políticas, sociais, culturais e econômicas) têm forte impacto na forma como governos, instituições, organizações internacionais e a sociedade em geral percebem e enfrentam esse problema. Por esta razão, não foi possível desenvolver uma definição de narcoterrorismo que seja globalmente aceita</span></b> e para a qual se gere uma dinâmica de mudança a uma velocidade muito elevada, no que diz respeito ao seu reconhecimento e tratamento.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>¿Qual é a origem do narcoterrorismo?</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As origens do narcoterrorismo são incertas. No entanto, <b><span style="color: #cc0000;">apesar das diferenças em relação às guerras do ópio, poderíamos considerá-las como as suas precursoras.</span> </b>Acima de tudo, com base na análise crítica das suas causas, consequências, impacto e elementos característicos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ressaltamos, em primeiro lugar, que ambos destacam a complexidade da abordagem deste tipo de conflito. São situações em que <b>c<span style="color: #a64d79;">onvergem a relação entre as drogas e o seu impacto nas dinâmicas políticas, sociais e econômicas. Portanto, acabam afetando gravemente a estabilidade interna dos países e as relações internacionais.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As Guerras do Ópio ocorreram durante o século XIX (entre 1839 e 1860) e tiveram como principais protagonistas a China e o Reino Unido. <b><span style="color: red;">A introdução de enormes quantidades de ópio (mesmo contrabandeado) na China permitiu ao Reino Unido reduzir o déficit fiscal. Déficit que ocorreu devido à grande demanda por produtos chineses (chá, seda e porcelana), além de gerar recursos para financiar a guerra com a Índia. Por outro lado, o consumo excessivo de ópio pela população foi um fator desestabilizador interno que contribuiu para o enfraquecimento da dinastia chinesa.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Estas guerras tiveram implicações importantes para a geopolítica internacional, afetando em primeira instância as relações entre a Europa e a Ásia. <b><span style="color: #660000;">Os efeitos da comercialização do ópio (lícita e ilícita) geraram posteriormente as bases para a implementação do sistema internacional de controle de drogas que é aplicado em todo o mundo.</span></b> Por outro lado, o narcoterrorismo inclui uma ampla e variada gama de ações criminosas, que têm vindo a desenvolver-se e a evoluir de acordo com as mudanças impostas ao espectro internacional pela Primeira e Segunda Guerras Mundiais.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">É assim que vários relatórios oficiais afirmam que, <b><span style="color: #2b00fe;">desde meados da década de 1950 do século XX, estratégias não convencionais foram utilizadas pela China e pela União Soviética contra os países ocidentais, que incorporaram o tráfico de drogas como forma de guerra química e fonte de financiamento para movimentos subversivos.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Expansão internacional do narcoterrorismo: das FARC na Colômbia ao ETA na Espanha</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A partir da década de 1960,<b> <span style="color: #bf9000;">grupos guerrilheiros e subversivos na América Latina começaram a financiar as suas atividades através do narcoterrorismo.</span> </b>Assim, envolveram-se e estabeleceram relações com organizações criminosas dedicadas ao tráfico ilícito de drogas. Estas proporcionaram-lhes proteção em troca de recursos que lhes permitiram avançar nos seus objetivos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na década de 1970, as <span style="color: #800180;"><b>organizações de tráfico de drogas começaram a estabelecer redes internacionais de tráfico de drogas, principalmente de cocaína, para os Estados Unidos e a Europa.</b> </span>Dessa forma, na década de 1980, os grupos guerrilheiros se fortaleceram e se expandiram. Alguns dos <b><span style="color: #bf9000;">exemplos mais notáveis são as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) na Colômbia e o Sendero Luminoso no Peru. Ambas as organizações utilizaram os rendimentos do tráfico de droga para financiar as suas atividades terroristas.</span></b> Entre eles, destacam-se sequestros, assassinatos, extorsões e outros atos violentos para promover os seus objetivos políticos e econômicos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Paralelamente, o narcoterrorismo espalhou-se para além da América Latina. <b><span style="color: #0b5394;">Na Europa, os grupos mafiosos usaram a violência e estratégias terroristas para proteger as suas operações de tráfico de drogas. Com isso, buscaram extorquir empresas locais e pressionar os operadores do sistema judiciário.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>Na Espanha, organizações como a Euskadi Ta Askatasuna (ETA) tinham a extorsão e outros meios ilegais como principais fontes de financiamento. Além disso, recebiam dinheiro dos narcotraficantes galegos para financiar as suas atividades em troca de proteção e apoio na introdução de grandes quantidades de drogas na zona norte do país ibérico.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Além disso, está amplamente documentado que <b><span style="color: #674ea7;">o ETA assessorou Pablo Escobar, Capo do Cartel de Medellín, na execução de táticas terroristas contra a Colômbia. Tudo isto, no âmbito da luta contra a extradição de traficantes de droga para os Estados Unidos da América.</span> </b>Além disso, ele teve uma ligação comprovada durante muitos anos com a organização narcoterrorista colombiana FARC.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Conexões do narcotráfico com os grupos jihadistas</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">À medida que as organizações de tráfico de drogas e os grupos guerrilheiros se tornaram mais poderosos e sofisticados, a sua capacidade de influenciar a política e a economia dos seus países de origem também cresceu. <b><span style="color: #990000;">Muitos políticos e funcionários públicos foram subornados ou ameaçados por estes grupos, e a corrupção espalhou-se por vários níveis do governo e da sociedade.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A partir de 1990, o narcoterrorismo expandiu-se através da ligação entre organizações terroristas islâmicas e grupos criminosos dedicados ao tráfico de drogas. <b><span style="color: #45818e;">O Talibã no Afeganistão, por exemplo, envolveu-se no tráfico de ópio para financiar as suas atividades terroristas.</span> </b>Desde os ataques de 11 de Setembro de 2001, estas ligações intensificaram-se. Com isto, <b><span style="color: #351c75;">outras organizações terroristas como a Al Qaeda (ligada ao Talibã) ou o Estado Islâmico (ISIS), entre outras, apareceram na cena pública.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Atualmente, <span style="color: #990000;"><b>vários grupos terroristas, incluindo o Hezbollah, o ISIS e o Hamas, têm fortes ligações com grupos criminosos de tráfico de drogas em toda a América Latina.</b> </span>Participam diretamente em atividades ilícitas de tráfico de droga, <b><span style="color: #a64d79;">recebem financiamento para aconselhar traficantes de droga sobre táticas terroristas e trabalham em conjunto noutras atividades ilegais, como a mineração e a exploração de recursos naturais.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Para ilustrar esta última afirmação, vamos nos referir ao <b><span style="color: #0b5394;">caso específico do Hamas. Alguns especialistas afirmam que ele tem ligações comprovadas com o Cartel de Sinaloa, no qual ambas as organizações se beneficiam. O Hamas teria assessorado o Cartel de Sinaloa na construção de túneis na fronteira com os Estados Unidos</span></b> (de estrutura semelhante aos construídos pelo Hamas para superar as barreiras com Israel em Gaza).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Além disso, <b><span style="color: #38761d;">o Hamas oferece proteção aos carregamentos de metanfetaminas que atravessam ou têm como destino o Oriente Médio para este Cartel Mexicano, de quem recebe dinheiro do tráfico de drogas para se sustentar e também para financiar ataques terroristas e conflitos como o que ocorre atualmente. na faixa de Gaza.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Outros casos de narcoterrorismo em âmbito internacional</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #741b47;">A máfia italiana ainda desempenha um papel no tráfico de drogas na Europa e tem sido acusada de ter ligações com organizações criminosas na América Latina.</span></b> Mesmo assim, o uso da violência diminuiu (embora continue a ser um vetor de exercício de influência), sendo em grande parte substituído pela dissuasão através da corrupção e da participação na esfera política.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na América Latina, organizações criminosas dedicadas ao tráfico ilícito de drogas de diversas origens, porte e abrangência; continuam a utilizar táticas terroristas que geram migrações forçadas, desaparecimentos e homicídios. Um exemplo foi o <b><span style="color: #e06666;">assassinato de um candidato presidencial no Equador ou o de um promotor antidrogas no Paraguai.</span></b> Os homicídios são comparáveis às ações violentas do passado que chamaram a atenção mundial, como os notórios casos de assassinatos de candidatos presidenciais, ministros e diretores de imprensa na Colômbia, bem como de magistrados na Itália.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As <a href="https://www.lisanews.org/internacional/el-fentanilo-la-droga-letal-que-entorpece-las-relaciones-entre-estados-unidos-y-mexico/">acusações das autoridades dos Estados Unidos da América à China e ao México</a>, de serem os grandes responsáveis pelos problemas que afetam a sua população em diversas cidades devido ao abuso do consumo de fentanil, acusando-os de usarem isso como estratégia para desestabilizar o sistema interno ordem e saúde naquele país;<b><span style="color: #e69138;"> têm também grandes semelhanças com os acontecimentos que levaram às guerras do ópio e que envolveram a China, o Reino Unido e a Índia.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #800180;">Estas são demonstrações confiáveis das dimensões e do impacto que o narcoterrorismo tem na segurança global, bem como nas relações internacionais, na saúde pública e no comportamento dos mercados econômicos e financeiros.</span></b> <b><span style="color: red;">Também destaca o perigo implícito na ação silenciosa mas continuada deste fenômeno.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> tradução livre do <a href="https://www.lisanews.org/seguridad/historia-narcoterrorismo-desde-guerras-del-opio-a-grupos-yihadistas/">Boletim LISA News</a></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;">(Learning Institute of Security Advisors)</span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-37300706925407163812024-02-05T00:00:00.001-03:002024-02-05T00:00:00.340-03:00Via Dolorosa<div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Alexandre Garcia</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Segunda-feira reabre o Congresso.<span style="color: #7f6000;"><b> Ao arrepio da Constituição, que manda reabrir a 2 de fevereiro. Mas quem se importa hoje com a Constituição?</b> </span>Não custa lembrar Thomas Sowell: <span style="color: #ff00fe;">“<i><b>A Constituição não pode nos proteger se não protegemos a Constituição</b></i>”</span>. Enfim, é um risco que todos corremos, com nossos direitos. No dia 5 reabre o Congresso e o presidente da República vai ver que o duro janeiro vai ser o melhor dos meses deste 2024.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De cara, a Frente Parlamentar Evangélica espera, revoltada, por mais um atrito que o governo criou sem precisar. A despeito do que diz o art. 150 da Constituição,<span style="color: #bf9000;"> <b>a Receita fez uma interpretação para cobrar imposto dos evangélicos.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Cerca de 300 milhões de reais. Mais uma frente a se unir à bancada do agro e das armas, contra decisões que só afastam o governo dos votos de que precisa no Congresso. Esse ambiente favorece a emenda negociada por Campos Neto, para consolidar a autonomia do Banco Central — o governo quer o Banco Central pendurado na fiscalização do Conselho Monetário.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Janeiro foi cheio de revezes para o governo, embora a propaganda oficial se esforce para mostrar o contrário. O mês<b><span style="color: #2b00fe;"> começou com o Diário Oficial mostrando a lei do marco temporal, em que 374 derrubaram os vetos do presidente. </span></b>Se o governo entrar no Supremo, o desgaste vai continuar, e não apenas com a imensa bancada do Agro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #38761d; font-family: times; font-size: large;"><b>O 8 de janeiro, que era para ser uma festa da Democracia Inabalável, teve as significativas ausências do presidente da Câmara e de 15 governadores.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #a64d79; font-family: times; font-size: large;"><b>Dois dias depois, por vontade de Lula, o Brasil aderiu à denúncia de genocídio contra Israel.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Tribunal Internacional não aceitou e ainda sugeriu que o Hamas deva libertar os reféns. Depois,<b><span style="color: #990000;"> o New York Times mostrou que funcionários da Agência da ONU em Gaza participaram do massacre de israelenses. O governo do Brasil fica com cara de quem apoia terrorista.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No dia 18, em Pernambuco,<b><span style="color: #800180;"> Lula reavivou a Refinaria Abreu e Lima, cujo preço se multiplicou várias vezes. O presidente acusou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de prejudicar a Petrobras, provocando mais um atrito.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Anunciou que o Brasil vai tocar a obra mesmo sem o aporte enganoso de Chavez.<span style="color: #cc0000;"> <b>A isso somou-se à perplexidade do mercado quando o BNDEs anunciou 300 bilhões de reais para ajudar o setor industrial, soando como o velho protecionismo, e derrubou a Bolsa.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Além disso, com a promessa de facilitar licenças ambientais para a Vale,<b><span style="color: #351c75;"> o governo tentou impor Guido Mantega como CEO da Vale, empresa privatizada há 27 anos. </span></b>O mercado levou um susto e as ações despencaram.<span style="color: #45818e;"> <b>O governo não entende que o Previ, com 8,6% das ações da Vale, é dos funcionários do Banco do Brasil, e não do Tesouro.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbM_G81JzmCv3gXcN_CgN_1paOi2Zb9PvPNFnxLIldTGvfRoWNL-J0emjrU9ZwBS4tSvjUrqcMG_KMOpFo8EWW7KvkHA_rIg_MAC0C8d7aAYG3yBQN4RhocKFHv3hkvJD8ktHEVIcCNcqGX-fFuJIisd8aNNtsZnsRe4AWZlxP1_4RGTNQWcgagJGbQxI/s320/Naufr%C3%A1gio-2.jpg" width="320" /></div><span style="font-family: times; font-size: large;">E antes que janeiro terminasse, saíram os números do Tesouro, com um<b><span style="color: #b45f06;"> rombo de 230 bilhões de reais em 2023. A receita subiu 2,12% e os gastos 12,55%. </span></b>A medida provisória que tenta revogar a decisão de 438 congressistas sobre a prorrogação da desoneração da folha é outro símbolo das fricções que o governo tem provocado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Congresso reabre e não vai aceitar a MP. Neste reinício <b><span style="color: #741b47;">ainda vai vir a reação de deputados e senadores ao veto a mais da metade dos ONZE BILHÕES de reais de emendas, no orçamento deste ano. Emendas já anunciadas pelos autores a seus prefeitos e suas bases.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Não deve ser uma reação branda, mas fisiológica e dura como uma pedra. <b><span style="color: red;">A via dolorosa de Lula vem sendo pavimentada pelo próprio presidente, não com as pedras da oposição.</span></b></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Alexandre Garcia</b> é jornalista</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://www.jornalcruzeiro.com.br/opiniao/artigos/2024/01/728374-via-dolorosa.html" target="_blank">Cruzeiro do Sul - jornal</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-20195057721932133152024-01-30T00:00:00.087-03:002024-01-30T00:00:00.137-03:00Rede Goebbels de Narrativas<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img alt="" data-original-height="506" data-original-width="900" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg16GXmE3ydJHa_RnIRvaZpZa2-CtcJ91_VybAU-7LIS3pTahBvJ4c8AnLXk1hzBQ57B72CXhwt_nvewZPjgLFBfrhAj1KJ9eAH4XrNxABZZRiRHdrocaaxBkIMmmWRI7E_jVSr4wVtsKGBUr87JQjUY7MjsPS1Jylsj1iNoFz9Dxs0Nlo3bN-OR3jgIik=w640-h360" width="640" /></span></div></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Percival Puggina</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #134f5c;"><b>Lendo sobre Goebbels, lembrei-me da conversa pública entre Lula e Nicolás Maduro.</b> <b>Provavelmente, Hitler também recomendava a Goebbels que construísse uma boa narrativa</b></span> e garantia a seus generais que ela seria melhor do que a narrativa dos que falavam mal dele — ingleses, norte-americanos e demais Aliados. Isto, porém, é mera especulação minha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Através do trabalho de Goebbels, o Führer influenciou a estética e as expressões artísticas durante o Terceiro Reich, cobrando delas resultado político, ideológico e de afirmação da superioridade ariana. Joseph Goebbels sabia a importância dos meios culturais para a política e os usou para que a sociedade alemã refletisse a doutrina do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Impôs seu projeto ao cinema, ao teatro, à música, às artes plásticas, à arquitetura e à literatura. <b><span style="color: #990000;">Com uma das mãos, criou a Casa de Arte Alemã e promoveu a exibição Grande Arte Alemã; com a outra, queimou milhares de obras ditas “degeneradas” porque não cumpriam o dever de espelhar e proclamar a superioridade biológica do mesmo povo que levavam para o abismo da guerra.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">É curioso que, apesar da multiplicidade das competências de Goebbels em várias áreas de conhecimento, sua fama reverbere apenas o sujeito que falou sobre a eficácia da mentira contada mil vezes. Merecido epitáfio! <b><span style="color: #800180;">De fato, a mentira foi eixo de sua sinistra existência, em cujos atos finais matou a mulher, os seis filhos e a si mesmo.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Enquanto ele se dedicava a tratorar culturalmente a Alemanha de seu tempo (1933 a 1945) para a colheita de Hitler, <b><span style="color: #2b00fe;">um grupo de marxistas judeus alemães criava e começava a operar a Escola de Frankfurt (1930). Nela, filósofos e cientistas sociais como Horkheimer, Adorno, Marcuse, Fromm, Benjamin, Pollock desenvolveram ideias anticapitalistas e avessas ao comunismo soviético.</span> </b>Seus trabalhos, nas décadas seguintes, foram usados para atacar pelo lado esquerdo as bases da tradição judaico-cristã. Nas bibliotecas universitárias, as obras desses autores estão, ainda hoje, na altura dos olhos de quem percorre suas prateleiras.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Naqueles mesmos anos trágicos da década de 30 do século passado, Antônio Gramsci escreveu os famosos “<b><i>Cadernos do Cárcere</i></b>” (1929-1939) na casa de reclusão de Turi onde cumpriu pena até dois dias antes de morrer. <b><span style="color: #741b47;">Suas anotações revolucionaram as estratégias comunistas, mostrando como a manipulação dos meios culturais permitiria estabelecer a hegemonia de “uma nova forma de consciência” e capturar a ordem política nas sociedades capitalistas.</span> </b>Há 90 anos, portanto, o pensamento revolucionário, totalitário e desumano, já conhecia a importância política da cultura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #990000;">Em 1933, a Escola de Frankfurt, fugindo da perseguição nazista, migrou para os Estados Unidos. Certamente por isso aquele país disponibiliza o maior arsenal bélico à guerra cultural contra si mesmo e contra o Ocidente.</span> </b>“Mas e o Brasil?”, perguntará o leitor. Como tenho repetido, a esquerda brasileira “copia, traduz e cola”. Copia do idioma inglês as receitas para desagregação da sociedade e demolição do Ocidente, traduz para o português pelo <b><i>Google Translator</i></b> e cola em seus estudos, cartilhas e bibliografias. Serve-se, pois, do mesmo arsenal norte-americano e com ele orienta a produção das narrativas feitas sob medida para a realidade brasileira. Por isso, na falta de mato para carpir, Lula pode dar “aula de narrativas” a Nicolás Maduro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #b45f06;">A insurreição cultural em curso tem gerado no Brasil uma decadência dos padrões de convívio social. Parte essencial de sua estratégia inclui exatamente o combate à beleza, à verdade e às virtudes.</span> </b>Ela exige a degradação do ser humano até sua desumanização, incluindo a bandidolatria, o aborto, a cristofobia, o desamor à pátria, o relativismo moral, a liberação das drogas, etc. Pessoas das quais não se poderia esperar um compromisso com a mistificação repetem narrativas fraudulentas por condicionamento “da nova consciência” imposto pela repetição.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #134f5c;">O advento das redes sociais, caóticas por natureza, rompeu a hegemonia da comunicação que se estabelecera no Brasil. Isso criou problemas para a dominação cultural esquerdista que seguia os velhos ensinamentos da Escola de Frankfurt, dos <i>Cadernos do Cárcere</i> e das ações com que Goebbels implantou o conjunto ideológico do nazismo na cultura do povo alemão. </span></b>Todo o empenho em “regulamentar as redes sociais” quer, mesmo, impor a elas um silenciador, minimizando seu impacto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">A oligarquia que retomou o poder no Brasil depende, fundamentalmente, da Rede Goebbels de narrativas. Ela faz o trabalho cotidiano de bate-bate na mesma tecla que ficaria enfadonho e insuficiente se assumido pelos oligarcas em suas manifestações. </span><span style="color: #800180;">Na prática, eles constroem as versões e a Rede, com habilidade e boa técnica, repete em escala nacional não mil, mas milhões de vezes, há décadas, as ideias e narrativas esquerdistas, frankfurtianas e gramscianas, prendendo-nos a um passado tão perverso quanto corrupto.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: red; font-family: times; font-size: large;"><b>Os males que disseminam não proporcionam, porém, fundamento estável ao êxito que, por enquanto, comemoram.</b></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Percival Puggina</b> (79) é arquiteto, empresário, e escritor.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://www.puggina.org/artigo/rede-goebbels-de-narrativas__17956" target="_blank">Conservadores & Liberais</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-3890264488622249902023-12-31T23:55:00.006-03:002023-12-31T23:55:00.136-03:00Para o Ano Novo, Meus Votos para os Esquerdistas!!<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='548' height='456' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxsNQKHO9S2P3hwCNSerH0qC9XAy3csrdHuEv1OcRL-M_V4Sot8tXZDG8jNCSdaHIAB9tDXK2RPbmDMPUs8dA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='547' height='455' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwbh-mDlc-NCnqhWew7TkUgqH4WT0viy6360g3VbB7mS0D62rORXSwH1550gxwxpP7P51iVm99qR_6BYpNSUw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /> <p></p>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-77390659786775455802023-12-24T21:00:00.001-03:002023-12-24T21:00:00.143-03:00Feliz Natal e um Novo Ano com Felicidades<p> </p><p><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='649' height='540' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxeSwJcHhX8vN55SVrNnqtjZZpuZR_yZL3Q6cai57JvyjaPT-KBdIzLGe9RlWlJRuyBKHWjWjeLuSUIEdxnIQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></p><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #2b00fe;">Que neste dia em que comemoramos o nascimento daquele que veio para nos ensinar o bom convívio, consigamos colocar em prática os ensinamentos que Ele nos deixou.</span></b></div><div style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;">Feliz Natal a todos, e que o Ano Novo de 2024, seja realmente Novo.</span></b></div></span>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-4599579826258679462023-11-24T00:00:00.487-03:002024-02-11T00:09:03.057-03:00Ilus Fagundes Ourique Moreira — Centenário de um Líder<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img alt="" data-original-height="782" data-original-width="631" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhF1YszOwXhbgdqxdDyKd455-3cz3mngOTIvEUXHEeqgLg7PwSVQc5CyPkmgTPHkGxLVMVowTtjR-NClcK5s4W5SGoVfyUFAxCjyEatu0YhCHBonSHw9HGALehjtcxoYnmiAjEa68cqZ1wUIHhDDiVHQAT29Du4e5uOEvfnHsZh4QS5b5oy3CB2j8XZ=w517-h640" width="517" /></span></div><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="color: #274e13; font-family: times; font-size: large;"><b>Na data de hoje, se vivo fosse, estaria sendo comemorado o centenário do Coronel de Cavalaria Ilus Fagundes Ourique Moreira, nascido em 24 de novembro de 1923 e falecido em 04 de maio de 2002.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Como Tenente-Coronel, ele Comandou o então 2º RRecMec (2º Regimento de Reconhecimento Mecanizado) de 08 Jul 1969 a 16 Jan 1972, merecendo uma referência especial quanto ao período em que esteve à frente daquela Organização Militar. <b><span style="color: #2b00fe;">Comandante exemplar, não comandou, divertiu-se por três anos fazendo o que gostava.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Era idolatrado pelos Soldados. Entre Oficiais e Sargentos havia restrições porque o expediente só encerrava quando TODAS as viaturas utilizadas nos exercícios diários estivessem limpas e recolhidas às garagens.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Sobre sua mesa, no Gabinete de Comando, onde raramente era encontrado por preferir circular pela Unidade, havia uma grande<b><span style="color: #38761d;"> foto do corpo trucidado do Tenente Alberto Mendes Júnior — Oficial da PMSP assassinado em 1970 —, para que ele jamais se esquecesse da missão que se impôs: caçar o desertor Carlos Lamarca e sua quadrilha.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Segundo um sobrinho dele, também Oficial de Cavalaria, o Coronel Ilus foi especialista em treinamentos de combate anti-guerrilha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Certa vez, recebeu a missão de deter um sujeito acusado de terrorismo, para maiores esclarecimentos. Vestido de padre, para fazer a aproximação ao procurado, levava uma Bíblia na mão, com as páginas recortadas, de modo a caber a pistola .45 dentro. Ele se fazia de padre cego e o sobrinho o conduzia pelo braço como se fosse um sacristão, também com uma Colt sob a batina. Pegaram o sujeito sem maiores problemas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">a. A criação dos PELOPES</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No começo de 1970, aproveitou a chegada, ao Regimento que comandava, de dois Aspirantes da AMAN, Ruy e Fleury, ambos Paraquedistas, um com o curso de Comandos, e o outro de Guerra na Selva; e lhes deu a missão de organizar, com seus pelotões, dois <b><span style="color: #38761d;">Pelotões de Operações Especiais (PelOpEs)</span></b>, um no Primeiro e o outro no Segundo Esquadrão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os PelOpEs treinavam na granja do Regimento, local hoje ocupado pelo 3ºBComEx (3º Batalhão de Comunicações do Exército), onde foi criado um pequeno local de instrução especial, com Pista de Reação composta por uma pista de cordas completa, em uma trilha com diversos tipos de obstáculos e armadilhas. Quando prontas as pistas, já em condições de iniciar as instruções, o Comandante perguntou se haviam testado tudo. Recebendo a resposta positiva, foi verificar e testar toda a pista, realizando a passagem por todos os obstáculos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">b. O treinamento diário da tropa</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Era comum, antecedendo a Formatura Diária do Regimento, a saída de um ou dois Pelotões que tinham por missão instalar-se no terreno onde, mais tarde algum dos Esquadrões faria exercícios de atividades características de Cavalaria — Reconhecimento de Eixo, Área ou Zona; Segurança Interna, Ações Contraguerrilha, etc.</span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img alt="" data-original-height="1447" data-original-width="2048" height="453" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiE5Oose9V7_1XMkB3WeBQNLE0N9aNWemVD9MFy2E7RLNIaqY6TbfIPGQpgMBZaZb-BvEd05CnerPIVAv7ivvqK6p1m2HnE4D2hDiN7Let-ohf3Go7eIkYYAXZvrj8zImVAmaF1i5qMdD4zIS9g03V9P9cEXU19aD3S_xFmpIqoe8vZUP4T3BtaYXz-tO8=w640-h453" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: x-small;"><b>Um CCL M3A1 Stuart, em exercício. Imagem: <a href="https://www.facebook.com/stuartnobrasil/photos/a.1676135802643067/1676644425925538/?__tn__=%2CO*F">Foto - coleção de Ricardo Fann</a></b></span></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span>Os Comandantes de Pelotão evitavam ao máximo realizar exercícios próximos a banhados ou áreas alagadas pois, inopinadamente, o Comandante do Regimento ia verificar como estavam se desenvolvendo as atividades. E, se houvesse um banhado por perto, era certa a determinação para que um carro de combate — na época o Regimento dispunha dos Carros de Combate Leve M3A1, conhecidos como "Pererecas" — fosse encaminhado para o banhado até atolar. Daí em diante, o Comandante se divertia escalando Cabos e Soldados para desatolarem a viatura (na época, </span><b><span style="color: #0b5394;">praticamente todos os militares da OM tinham conhecimentos básicos para manobrar, não só as "Pererecas", mas TODAS as viaturas operacionais do Regimento</span></b><span>). Quando já ninguém tinha esperanças de que a viatura fosse desatolada sem o auxílio do "Brucutu" — apelido do enorme guincho existente na 2ª CiaMéMnt (2ª Companhia Média de Manutenção), então vizinha do Regimento —,</span><b><span style="color: #b45f06;"> o Comandante jogava fora o charuto que permanentemente fumava, entrava no barro e dirigia o M3A1 para fora do lamaçal. </span></b><span>Contam que somente em umas duas ou três vezes foi necessário chamar o "Brucutu" para desatolar um carro de combate do Regimento.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">c. A "charanga" do Regimento</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ao assumir o comando, constatou que no Regimento só havia um bumbo, um tarol e três clarins para estimular o Regimento nas formaturas. Determinou, então, que se buscassem militares da Unidade que tivessem algum conhecimento musical, para fazerem parte da banda, e<b><span style="color: #45818e;"> obtiveram mais um Cabo e seis Soldados para reforçar a "fanfarra" da Unidade. Logo, apareceu um Cabo que tocava pistom e clarim, além de estudar música. Isso elevou o nível da pequena banda. </span></b>Com vários instrumentos adquiridos, a fanfarra chegou ao total de 25 componentes, passando a participar da Parada Diária, com o pessoal que entrava de serviço. <b><span style="color: #38761d;">O sucesso da fanfarra fez com que passasse a se apresentar em Colégios, Festas de Igreja, e até no Hospital Militar de Porto Alegre.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">d. A recuperação "impossível" de um Carro de Combate acidentado </span></b></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">As viaturas de dotação do Regimento eram, além das cerca de três dezenas de CCL M3A1 — os "tanques" com treze toneladas de peso —; os blindados de transporte de tropa (meia-lagartas e "Scout-Car"), as viaturas anfíbias e os jeeps comuns, mais os veículos administrativos.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #134f5c;">O Comandante do Regimento se orgulhava de que, nas comemorações do Dia da Independência, todas as viaturas de sua Unidade participassem do desfile.</span></b></div><div style="text-align: justify;">Os carros de combate do Regimento, eram de um modelo que fizera sucesso nos desertos no norte da África durante a II Guerra Mundial, por sua capacidade de manobra — maior velocidade e facilidade de mudança de direção —, que dificultava seu enquadramento pelos artilheiros alemães.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #674ea7;">Tratava-se de um veículo que dava muito prazer a quem o dirigia — apesar do ruído infernal em seu interior. </span></b>Na década de 1970, não havia problemas com fornecimento de combustível para os veículos e era muito comum a saída deles para fazer "testes de pista" em ambiente externo, mais como treinamento dos motoristas do que por necessidade de "verificação".</div><div style="text-align: justify;">O Comandante incentivava que todos os militares da Unidade soubessem, pelo menos, manobrar todos os tipos de viaturas operacionais orgânicas.</div><div style="text-align: justify;">Em meados do mês de agosto, começavam os treinos para o desfile de 7 de Setembro; e<b><span style="color: #b45f06;"> em um desfile de treinamento, um Sargento que não era oficialmente habilitado para dirigir os CCL provocou um acidente que danificou o sistema de tração da "perereca" que conduzia.</span></b></div><div style="text-align: justify;">De volta ao quartel, o Sargento dirigiu-se ao Comandante para relatar o ocorrido e a resposta foi simples, concisa e precisa, ao estilo da Cavalaria:<b><span style="color: #990000;"> há um problema e devemos resolvê-lo em curto tempo; você é responsável pelo desfile dessa viatura no próximo 7 de setembro. A questão disciplinar, veremos no dia 8.</span></b></div><div style="text-align: justify;">A mensagem foi muito bem compreendida e o Sargento iniciou a desmontagem da frente do carro de combate para verificar a extensão do dano. Trata-se de uma blindagem com espessura de cerca de duas polegadas de aço, presa por dezenas de parafusos.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #38761d;">Praticamente todo o efetivo da Oficina Regimental uniu-se no trabalho, para ajudar o colega que era muito estimado por todos. </span></b>Aberta a frente do veículo, foi verificado o problema. As esteiras do CCL eram tracionadas por polias dianteiras e o conjunto mecânico de tração era protegido, sob a blindagem, por um bloco de antimônio.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #783f04;">E um dos braços desse bloco simplesmente havia trincado com a pancada sofrida. Obviamente, esse tipo de bloco não é de fácil reposição; e o antimônio é um metal de dificílima soldagem.</span></b></div><div style="text-align: justify;">Felizmente, em contato com<b><span style="color: #2b00fe;"> um grande empresário da cidade, este se dispôs a paralisar os trabalhos de sua empresa — <i>Metalúrgica Gerdau</i> — para realizar o trabalho usando o seu equipamento de usinagem com a devida assessoria técnica.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #2b00fe;"><b>O reparo na peça ficou perfeito e, o mais importante, completamente gratuito.</b></span> Novo mutirão de mão-de-obra voluntária de 24 horas diárias para recolocar o conjunto de tração e a blindagem em seu lugar.</div><div style="text-align: justify;">Na manhã do dia 5 (ou 6) de setembro, o Sargento estacionou CCL recuperado em frente ao Pavilhão Administrativo do quartel — depois de realizar diversos testes no terreno — e foi apresentar-se ao Comandante.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #134f5c;">Este o parabenizou pelo trabalho realizado e pela capacidade de gerar a enorme solidariedade entre seus companheiros, que possibilitou a realização daquele tarefa em tempo inacreditável. E o CCL desfilou com as demais viaturas no Desfile do Dia da Independência.</span></b></div></span><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">e. A estreia do uso da Boina Preta no Exército Brasileiro</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em 1971, o Comandante <b><span style="color: #b45f06;">decidiu que o Regimento desfilaria usando boina preta no 7 de Setembro, seguindo a tradição mundial de diversas tropas blindadas. </span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="430" data-original-width="538" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjK1goslGr806qt98PzPwEjmniU0127Zq2x8HAaU34PF1LdOOhhCZrmcRIL3pH5xMtfHlip2ICZs0tpdRWQqpLBGgTNPOtdOicgD-x2lZbD_586oEDfBR9STJ1HDyoyIwLYdEsNThY44pe5gUl-hz8V2jd5G7GACmSo15nL2zWsT9UEBRfOXqilJoYs/w306-h245/1971-09Set,7.jpg" width="306" /></span>Usando recursos próprios da OM (granja, aluguel do campo de futebol, etc.) mandou medir a cabeça de todos da Unidade e confeccionar as novas coberturas de gala. Os Soldados amaram a ideia. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Já próximo à data do Desfile da Independência,<b><span style="color: #741b47;"> o Escalão Superior (Comando do III Exército) foi avisado da novidade e, naturalmente, vetou a iniciativa, pois boinas pretas não faziam parte dos uniformes regulamentares do EB.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="4677" data-original-width="2912" height="333" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkQ83NKSx1bESC7TqVlY7wMZYxEmK7XxkK6TBUzt0QZj0LDgtrmQyk2T7BFDwR67nswKIRu2Ql9QRp7R-6WHRLk4XjinMBoJ_t1HUjxlXm58jeTyjDEaOgGb11lto7kPxT6QBLBXd0dhVB0z7okENqFmL2L0CKKRbzlpzTZ-_cBzt_xEaBtV-Dn-Bs/w207-h333/1971-09Set-Prim%20Boina.JPG" width="207" /></span></span></div><span style="font-family: times; font-size: large;">O Cavalariano não se abalou e repetiu (em outro episódio, já dissera isso ao Quatro-Estrelas) que quem mandava no Regimento era ele.<b><span style="color: #2b00fe;"> E o 2ºRRecMec desfilou com sua tropa orgulhosamente usando boina preta no 7 de setembro de 1971.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span><span>Diz a lenda que isso foi o último prego no caixão de sua promoção ao Generalato. Mas o editor guarda com muito carinho a foto com boina preta, sabedor de que</span><b><span style="color: #cc0000;"> <span>aquele desfile da Unidade </span></span></b></span><span><span><b><span style="color: #cc0000;">— </span><span><span style="color: #cc0000;">que, depois, receberia o nome histórico de </span><span style="color: #38761d;">"Regimento Marechal José Pessoa"</span><span style="color: #cc0000;"> </span></span><span style="color: #cc0000;">—</span></b></span><b><span style="color: #cc0000;"> no Dia da Independência de 1971, inaugurava o uso da peça que hoje orgulha as tropas blindadas brasileiras.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">f. Treinamento em Itapuã</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ainda em 1971, o Regimento foi responsável por um treinamento antiterrorismo, sigiloso, para pessoal que não era da Unidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os trabalhos foram executados na região em que atualmente existe a Reserva Ecológica de Itapuã, bem ao sul de Porto Alegre, já no município de Viamão. Foi escalada uma equipe para estabelecer a segurança da área de instrução, particularmente na trilha que dava acesso à Praia de Fora, local das instruções. <b><span style="color: #0c343d;">Era uma tarefa sigilosa. Nada do que ocorreu foi relatado no quartel, mesmo sob a pressão dos Comandantes de Esquadrão.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na área, durante o dia, os Soldados só ouviam os ruídos. Muitas explosões e tiros. Ao entardecer, os Instrutores e Instruendos retornavam à cidade e a equipe de segurança se acomodava em uma das barracas militares. Em outras, ficava o material: alvos diversos, armas diferentes das que eram usualmente usadas, e os cunhetes com explosivos e munições. O próprio Comandante autorizou que a equipe instalasse alvos e treinasse atirando com os mosquetões e pistolas. Pela manhã, chegava com pacotes de cigarros de presente para a "guarda".</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Alguns fatos marcaram o treino: um foi o acidente com uma espoleta, que feriu um dos Instruendos. Ele foi levado ao Pronto Socorro. O problema de explicar o ocorrido, sem revelar a operação de instrução nem a identidade do ferido, foi contornado pela explicação de que se tratava de um mendigo que circulava no acampamento militar em busca de sobras de ração militar, e havia se aproximado de um artefato que explodira.<b><span style="color: #800180;"> O oficial que havia levado o ferido ao hospital percebeu o olhar de espanto do médico atendente ao ver um anel de graduação do dedo do "mendigo" ferido. O médico pode ter se espantado, mas não ousou questionar o relato.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Outro incidente foi um temporal noturno cuja ventania ameaçava carregar as barracas de lona. Foi uma trabalheira enorme desmontar as barracas e transportar o material mais sujeito a dano pela umidade, para um dos caminhões que permaneciam no local, para suprir alguma necessidade de transporte de emergência. Dormir na carroceria do caminhão, sobre a carga, não foi uma tarefa fácil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Também ficou na memória um pequeno passeio pela região, acompanhando o Comandante. Em certo momento, uma perdiz alçou seu voo barulhento, e o Tenente-Coronel Ilus, instintivamente, sacou sua pistola e abateu a ave. Completou dizendo para o Soldado Leite, um dos que o acompanhavam:<span style="color: #660000;"> <i><b>"Vá buscar e não desperdice! Não é todo dia que se pode comer perdiz abatida com 45."</b></i>.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ninguém saberia dizer se foi boa pontaria ou sorte do atirador.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">g. O atraso do General e a chuva</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O General Comandante do então III Exército — hoje Comando Militar do Sul — agendou uma visita ao 2ºRRecMec. Selecionado o efetivo de um Esquadrão para fazer a Guarda de Honra para recepcionar a autoridade, passam alguns dias de treinamento para que não houvesse nenhum contratempo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na data aprazada, 07:30 horas, a Guarda de Honra forma ao longo da Av Orleans para receber o Comandante das tropas do Exército de toda a região Sul — Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul —, que deveria chegar às 08:00 horas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Por seu porte físico, este redator foi escalado para fazer parte da <b><span style="color: #38761d;">Guarda da Bandeira, grupo destacado que guarnece o deslocamento de um Oficial conduzindo o Pavilhão Nacional nos desfiles.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Por volta das 08:00 horas, cai uma chuvarada e nada do General. Este chega cerca de meia hora depois. Desce da viatura oficial e empertiga-se para receber as honras militares devidas. Toque de clarim, continência coletiva, e o Comandante do Regimento faz a apresentação regulamentar da tropa: <span><i><b><span style="color: #7f6000;">"Tenente-Coronel Ilus, apresento-vos a tropa do 2ºRRecMec em forma, pronta"</span></b></i><span style="color: #674ea7;">. </span></span>Até aí, tudo bem. </span><span><span style="font-family: times;">E continuaria bem, se o Ten Cel Ilus não tivesse acrescido um adendo à sua apresentação:</span><span style="color: #cc0000; font-family: times;"> </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000; font-family: times; font-size: large;"><b>— <i>"se Vossa Excelência tivesse chegado no horário previsto, ou mandasse avisar que iria se atrasar, minha tropa não tomaria um banho desnecessariamente!"</i></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Isto foi dito em alto e bom som — o pessoal da Guarda da Bandeira, em frente a qual acontecia aquilo, ficou estupefato. O General escancarou os olhos, não acreditando no que acabara de ouvir, e só conseguiu balbuciar um tímido pedido de desculpas. E a revista à tropa prosseguiu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">h. As apresentações do Cascavel e do Urutu</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span><span>O Carro de Combate Sobre Rodas, precursor do EE-9-Cascavel estava, ainda, em sua fase de construção e um protótipo, com canhão 37mm, além de um exemplar do futuro Carro de Transporte de Tropa (Urutu) chegaram ao Regimento, trazido por um Coronel e equipe da </span><b><i><span>Engesa</span></i></b><span> (empresa fabricante).</span><b><span> <span><span style="color: #45818e;">Tratava-se do irmão do Comandante do Regimento, Cel </span>Argos Fagundes Ourique Moreira<span style="color: #45818e;">, Engenheiro Militar, depois General </span></span></span></b></span><span><span style="color: #45818e;"><b>—</b></span><b><span style="color: #45818e;"> cujo nome hoje é ostentado como denominação histórica pelo 8º Batalhão Logístico, de Porto Alegre e pelo Centro Tecnológico do Exército, no Rio de Janeiro, do qual foi o primeiro Chefe.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Ten-Cel Ilus, acompanhou a visita e as demonstrações da nova viatura.<b><span style="color: #4c1130;"> Feitas as exibições previstas, no pátio de formaturas da Unidade, o Coronel convidou seu irmão para que os protótipos mostrassem seu desempenho na "pista de provas" da OM — localizada onde hoje se situa o “Parque Residencial Dr Ernesto Di Primio Beck”. Terreno limitado, grosso modo, pelas Avenidas da Serraria, Araranguá e Orleans — onde havia diversos tipos de obstáculos, que era usado na formação dos motoristas do Regimento. </span></b>Posteriormente, as viaturas experimentais foram levadas até a área do Pontal das Desertas, onde hoje existe a Reserva Florestal de Itapuã, como parte de sua apresentação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os protótipos das novas viaturas blindadas não tiveram um desempenho considerado bom pelo Ten-Cel Ilus, que troçava o irmão mais antigo, afirmando que sempre confiaria mais nas "Pererecas" do que naquele "trambolho" sobre rodas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">i. A "fuga" dos terroristas presos</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As notícias sobre os crimes cometidos por terroristas membros das diversas quadrilhas que pretendiam implantar uma ditadura comunista no Brasil eram comuns. A capital gaúcha não era tão afetada quanto os grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, mas houve casos de assaltos a bancos, restaurantes de luxo, tentativa de sequestro do cônsul norte-americano e outros atos aproveitando exatamente o fato de Porto Alegre ser uma das cidades mais discretas no conjunto das capitais.<b><span style="color: #990000;"> Isto não era tranquilizador. Pelo contrário. Vivia-se a expectativa de que a onda de atentados fosse se afastando do centro do país e migrasse para locais mais calmos. E a tensão dessa expectativa refletia-se na instrução dos militares em geral, até mesmo dos recrutas.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O treinamento para o combate convencional era intenso, mas sempre eram inseridos ensinamentos colhidos sobre guerra irregular, de guerrilhas. <b><span style="color: #274e13;">As lições aprendidas na guerra do Vietnã, sobre armadilhas, ações de sabotagens e emboscadas da guerrilha eram rapidamente difundidas nos quarteis.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ficou na memória de muitos a recomendação que um Tenente costumava fazer em suas recomendações ao pessoal da guarda, quando ele estava escalado de serviço:<span style="color: #990000;"> <b><i>"se algum invasor entrar aqui e conseguir fugir, é bom que os sobreviventes da guarda fujam junto, porque os que eu encontrar, eu mato!"</i></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Pois nesse ambiente pesado, um pequeno grupo de Aspirantes-a-Oficial Temporário se apresentou na Unidade para o Estágio prático. No mesmo dia, um deles foi "escalado" como Auxiliar do Oficial de Dia. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As instruções do serviço começam e ele assiste o Oficial-de-Dia realizar a<b><span style="color: #741b47;"> inspeção na cela de um dos prisioneiros que cumpria pena no quartel, não sem antes ouvir uma preleção sobre a periculosidade dos encarcerados, condenados por terrorismo. </span></b>O Tenente efetua a revista pessoal no preso e em seus pertences.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">E seguem para a outra cela, onde há dois presos. Eles se posicionam com as mãos na parede na posição para serem inspecionados e o Tenente manda que o Aspirante execute o procedimento que assistiu no xadrez anterior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">O inexperiente jovem começa a verificação em um dos reclusos, mas é rapidamente subjugado pelos cativos, que lhe tomam a pistola que portava e o ameaçam com ela. Os bandidos exigem que lhes entreguem um automóvel para a fuga, ameaçando matar o jovem Aspirante na frente de todos. </span></b>A gritaria e a balbúrdia se instalam. A guarda não reage para não instigar a iminente execução do jovem aprisionado, que ainda tenta ser valente e grita para que não atendam os bandidos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Toma uma pancada na cabeça com a pistola e a valentia acaba. Um sedã VW é trazido e os três embarcam.<b><span style="color: #351c75;"> O condenado ao volante arranca rapidamente e toma o rumo da "pista de provas", área de instrução em frente ao quartel, onde "desovam" seu prisioneiro, que volta apavorado para o quartel. </span></b>No Corpo da Guarda, oficiais e sargentos aguardavam e o<b><span style="color: #741b47;"> encaminharam ao Comandante, para que explicasse como havia facilitado a fuga dos dois criminosos mais perigosos da época.</span></b> Aquele terror todo durou o resto da manhã, até que revelaram ao grupo de Aspirantes que tudo não havia passado de um "trote" aplicado ao grupo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os dois "fugitivos" eram os Tenentes Rui e Fleury. Os outros presos, realmente condenados, já não representavam risco de fuga por já terem reconhecido seu arrependimento pelos erros cometidos e estarem em busca de diminuição de suas penas pelo bom comportamento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Cabe destacar que,<b><span style="color: #134f5c;"> fosse em uma situação real, os presos provavelmente teriam sido fuzilados ainda no Corpo da Guarda, mesmo com o risco do Aspirante refém sofrer algum efeito colateral.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Após deixar o Comando da Unidade, o Coronel Ilus permaneceu em Porto Alegre, indo servir no QG do III Exército. <b><span style="color: #134f5c;">Gostava de visitar o "seu" Regimento. Ia lá almoçar e participar das marchas a pé. As realizava, armado e equipado, deslocando-se à frente da tropa, com o capacete de aço debaixo do braço.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Outros fatos poderiam ser relatados, todavia devem permanecer somente na memória dos envolvidos. <b><span style="color: #274e13;">Nenhum deles que desmereça a memória do Cel Ilus.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-r_J5S7N_-65lwFv7xHiJtaUhAptjQ5JbZoFbhfn7Ubx5xN2qmuLL-YBCy3GXrARcOUKSuozp5KPcNvNMJ4quplfzxYNjS32zefiO0tYFvRyJgTjsPKVDUmaTVTp48dqYfRYZRuZEwUb5yp2QnZUbPVnjfLVsF_BvkkZuglidMggKEaKI3DIuBHSS/s746/Walter%20Pires.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="746" data-original-width="745" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-r_J5S7N_-65lwFv7xHiJtaUhAptjQ5JbZoFbhfn7Ubx5xN2qmuLL-YBCy3GXrARcOUKSuozp5KPcNvNMJ4quplfzxYNjS32zefiO0tYFvRyJgTjsPKVDUmaTVTp48dqYfRYZRuZEwUb5yp2QnZUbPVnjfLVsF_BvkkZuglidMggKEaKI3DIuBHSS/s320/Walter%20Pires.jpg" width="320" /></span></a></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><span><span>Poucas vezes voltei a encontrar meu Comandante e amigo, uma delas, em 1974, no QG do III Exército, quando fui me aconselhar a respeito da promoção à graduação de Cabo, frustrada por uma decisão questionável do então Comandante da Unidade </span></span>— dele ouvi uma sábia lição: o Exército, com seus Regulamentos, se é uma Instituição que beira a perfeição, mas é composto por pessoas e estas são sujeitas a falhas. O<span> último contato que tivemos foi no final da década de 1980 quando, já Sargento, fui visitá-lo no escritório da</span><span><span> <b><i>Engesa</i></b>, em que ele,</span></span> na Reserva, trabalhava; em um prédio na esquina da Av. Borges de Medeiros com a Rua dos Andradas no centro de Porto Alegre.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #4c1130;">Um dia (04 Maio 2002), se foi esse que foi tido como profissional exemplar. </span></b>Nas palavras de seu sobrinho:<b><span style="color: #741b47;"> em solitária e pacífica morte súbita, na abençoada morte rápida, tomando banho. </span></b>Morreu, fazendo da morte uma surpresa. Coisa bem típica de Cavalaria, pegando todo mundo "pelo flanco".</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Alguns dias antes do seu falecimento, telefonara para o sobrinho, também Oficial de Cavalaria. Já idoso e viúvo, disse que tinha algumas armas em casa e<b><span style="color: #45818e;"> gostava de treinar atirando com arma de pressão, dentro da própria residência, em alvos que montava no corredor do imóvel.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #38761d; font-family: times; font-size: large;"><b>Um grande exemplo de militar que soube guardar e seguir as tradições do Marechal Osório.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-38243982294159254052023-11-24T00:00:00.469-03:002023-11-24T00:00:00.148-03:00Antônio João Ribeiro — 200 anos<div style="text-align: right;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="365" data-original-width="640" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhldTwrqNg9TjaYBWwJBZj6Ht8SIssAT4V_sZiwFeNRC7DjDXLzAh_bCcafzsbiG_y8hz2ZTk_j9Lzsf8yc3Cvokg_XUT-rn0dddSgr8M-F9d3TkCEHok2lbxc6oaczTrJooZvjIMEPRFvC6nTNhT-oJA7OYPjMBAIt8qzC_paZ_O7M8MGiRMawdfBf/w640-h366/Antonio%20Jo%C3%A3o.jpg" width="640" /></span></div><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>José Antônio Lemos dos Santos</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #38761d;">Não se trata de exaltar as guerras em episódios ou personagens especiais, mas de celebrar um herói.</span></b> Heróis existem em cada lado de qualquer contenda ou disputa, assim como covardes ou traidores, a depender do lado por onde são vistos. <b><span style="color: #2b00fe;">Herói é aquele que promove ou defende a todo custo, inclusive pessoais, os valores primordiais de seu povo em todas as áreas da ação humana.</span></b> Em suma, existem heróis nos esportes, na cultura popular, na saúde, na arquitetura, na política, e até nas guerras, embora estas não devessem acontecer, mas aconteçam. <b><span style="color: #7f6000;">Covardes ou traidores são o contrário dos heróis.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Quero falar sobre <b><span style="color: #274e13;">Antonio João Ribeiro</span></b>, hoje quase desconhecido, mas um herói brasileiro que <b><span style="color: #134f5c;">defendeu seu país a preço da própria vida em um dos episódios mais dramáticos da Guerra da Tríplice Aliança.</span></b> Nascido em Poconé (MT) em 24 de novembro de 1823, morreu em Mato Grosso do Sul, na região onde hoje é o município de Antonio João, que o homenageia com seu nome. Neste ano de 2023 são completos exatos 200 anos de seu nascimento e este é o principal motivo deste artigo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Seu drama ocorreu quando comandava a Colônia Militar de Dourados com uma <b><span style="color: #741b47;">guarnição de 14 soldados, mais cinco colonos — quatro homens e uma mulher — tendo que enfrentar um cerco de 365 adversários mais equipados.</span></b> Rejeitou com altivez o ultimato do inimigo para render-se, não fugindo ao embate desigual.<b><span style="color: #7f6000;"> Antes do embate enviou mensageiro ao comando superior com sua decisão de defender aquela posição brasileira, ainda que a preço da própria vida. Não se escondeu em gabinetes e foi para a linha de frente onde morreram ele, dois soldados e mais dois colonos. </span></b>Os demais foram dominados.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A mensagem enviada foi interceptada pelos inimigos. <span style="color: #783f04; font-weight: bold;">Tão eloquente era o seu texto que mesmo próximo do enfrentamento em luta sangrenta, ficou gravada mesmo na memória dos adversários que a leram, saltando de um texto em um papel dado como extraviado para a história das grandes epopeias brasileiras. Os bravos reconhecem seus iguais e se respeitam mesmo estando em lados opostos. <div class="separator" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="234" data-original-width="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6yyN_YobxT9x-DhmWM4kc6o1oJ0dYgy3Nwgn_inrNG_ixasfQAJgK_cPLM5dITiTha-R3L_JBiG0uQhx1L4-oUJj8uaGsi1fGfrTyRPtijPU8GS8mqzW1MBJ_JzE5258JA7STfM9MLeqZxkmo2CbPuww7Hxrr1-hhG-A409VGropY2ICp2qi0tZTj/s16000/download%20(2).jpg" /></div></span>E assim foi.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em 1980 o Exército Brasileiro consagrou o Tenente Antônio João Ribeiro como um de seus Patronos e construiu na Praia Vermelha, onde se encontram dois dos mais importantes centros de formação militar do Brasil — a Escola de Comando e Estado Maior do Exército e o Instituto Militar de Engenharia — um<b><span style="color: #990000;"> monumento em homenagem aos combatentes da Guerra do Paraguai tendo em posição de destaque a figura do ilustre mato-grossense e sul-matogrossense, o poconeano Tenente Antonio João Ribeiro representado no momento em que seu corpo se curva para trás alvejado de morte.</span></b><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">A mensagem enviada a seus superiores e interceptada pelos adversários, era pequena no tamanho e grande no significado. Segundo o site do Exército Brasileiro ela extravasava o inarredável sentimento do dever militar, expresso nas poucas palavras ali colocadas pelo bravo tenente:</span><span style="font-family: times;"> </span><b><i><span style="color: #38761d;">“</span></i></b><span style="font-family: times;"><b><i><span style="color: #38761d;">Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria”</span></i></b>. Vai, de fato, para além do dever militar firmando-se na linguagem cívica brasileira como expressão<b><span style="color: red;"> simbólica da afeição extrema da cidadania pelo seu berço pátrio diante de quaisquer tipos de ameaças que sobre ele paire.</span></b></span></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: red;">*</span> O autor é arquiteto e urbanista, e professor aposentado.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://www.puggina.org/outros-autores-artigo/antonio-joao-ribeiro,-200-anos__17900" target="_blank">Blog do Puggina</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-80409272836805212822023-11-19T00:00:00.035-03:002023-11-19T00:00:00.138-03:00Dia da Bandeira Nacional Brasileira<div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRpmvGZPLz3o5ARQ0IsjJP8RrmnvIXTLIyTT_SCRgpzbv98cr6guRxD-qdl8H93Q-4QONxgUs5rcmTzpO2Q6nR8-H9jnQVf3s4iImzcaWmsMijn79hu-PZHDgigYsacRTPQiS0qTN2O80/s400/Ronaldo+Bernardi-ZH.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: start;">Foto de Ronaldo Bernardi / Jornal Zero Hora<br /><br /></span></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="360" src="https://youtube.com/embed/SGiyyzVnAGs?si=AXdgEsCd-QztZqiA" style="background-image: url(https://i.ytimg.com/vi/SGiyyzVnAGs/hqdefault.jpg);" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><div><span style="color: #6aa84f; font-family: times; font-size: large;"><b>Apesar de todos os desgostos provocados por alguns que te tocam, és uma das formas de representação de nossa sofrida Nação.</b></span></div><div><span style="color: #6aa84f; font-family: times; font-size: large;"><b>Tuas cores alegres representam, principalmente, a esperança de que este povo, um dia, encontre o rumo certo.</b></span></div><div><span style="color: #6aa84f; font-family: times; font-size: large;"><b>E o carinho que te é dedicado pelas crianças prenuncia que um dia este país terá pessoas responsáveis em seu comando, voltando a ser respeitado e ocupando o lugar que lhe compete no concerto internacional.</b></span></div></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-21437144714433403652023-10-10T00:00:00.101-03:002023-10-11T00:52:18.069-03:00Ponto Sem Retorno ou Pontes Queimadas<div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">“<b><span style="color: #2b00fe;">Agitaram-se as nações, vacilaram os reinos; apenas ressoou sua voz, tremeu a terra. Está conosco o Senhor dos Exércitos, nosso protetor é o Deus de Jacó.</span></b>”</span></div><span style="font-family: times;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">(Salmo 45: 7-8)</span></div><div style="text-align: right;"><div class="separator" style="clear: both; font-size: x-large; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjiOjkddxfdvb1d_ny8vy6GzFNg16kPWgivwYN4aV9kNkvBpuIz5bhjPkvW-7wpXyeT-K3oIK93GllYqzVC9T-LwkWL5uTnzAYwUKFUrqdl51g-13PWO9cx0_DBjbV9AG1tGUumO5GI5GQGCHNtgZXrbATPainT7npp8BKrhVF9K3wQnQ08udi9nS_Aa44" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="682" data-original-width="1024" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjiOjkddxfdvb1d_ny8vy6GzFNg16kPWgivwYN4aV9kNkvBpuIz5bhjPkvW-7wpXyeT-K3oIK93GllYqzVC9T-LwkWL5uTnzAYwUKFUrqdl51g-13PWO9cx0_DBjbV9AG1tGUumO5GI5GQGCHNtgZXrbATPainT7npp8BKrhVF9K3wQnQ08udi9nS_Aa44=w640-h426" width="640" /></a></div><br /><span style="font-size: large;">por <b>Joanisval Gonçalves</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Nesta noite de domingo, <b><span style="color: #2b00fe;">passadas cerca de 48 horas dos ataques do Hamas a Israel, e após muito ver, refletir e orar, decidi trazer para <a href="https://joanisval.com/2023/10/08/ponto-sem-retorno-ou-pontes-queimadas/" target="_blank">Frumentarius</a> minhas primeiras impressões</span></b> disso tudo. Serão breves e objetivas. Vamos a elas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Se houvesse um único termo para definir toda essa terrível crise é “sem precedentes”. Sim, Israel sofreu um ataque sem precedentes em sua história de 75 anos de conflitos. Além dos já “costumeiros” ataques com foguetes (contra os quais o <i><b>Domo de Ferro</b></i> garantia proteção), e diferentemente de tudo que acontecera antes, o Hamas atacou por terra: <b><span style="color: #134f5c;">os “combatentes” da organização (terroristas sim, sem qualquer sombra de dúvida) avançaram contra populações civis dentro do território israelense.</span></b> Massacraram homens, mulheres, crianças e idosos indistintamente, centenas de pessoas trucidadas em alguns poucos minutos (nunca o Hamas havia causado tantas baixas à população Israel). De fato, o que perpetraram sem qualquer pudor contra os civis israelenses me <b><span style="color: #a64d79;">remonta ao que os nazistas fizeram com populações que pretendiam exterminar há mais de oito décadas</span></b> — a maioria das vítimas, judeus.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Também sem precedentes foram as dezenas de pessoas tomadas como reféns pelo Hamas. No conflito com os palestinos, já houve cidadãos israelenses cativos, mas nunca nesse número tão significativo. E, na era das redes sociais e dos smartphones, <span style="color: #cc0000;"><b>o mundo já assistiu chocado a imagens de famílias executadas em suas casas enquanto comiam, de moças sendo forçadas a entrar em caminhonetes, à idosa ao lado de seu algoz com um fuzil no colo e fazendo um “v” com a mão (o que evidencia algum problema de senilidade da pobre senhora, a qual autoridades norte-americanas já teriam dito ser sobrevivente do Holocausto), ou ao vídeo aterrador de crianças pequenas dentro de gaiolas/jaulas sob a risada debochada dos facínoras que as capturaram</b>.</span> Esses registros de brutalidades contra civis aumentam a cada hora, e se mostram cada vez mais aterradores. <b><span style="color: #8e7cc3;">Nada, absolutamente nada, justifica semelhantes ações, e aqueles que as cometeram fizeram com que sua causa perdesse qualquer legitimidade.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Os ataques diretos a guarnições israelenses, com a execução fria de soldados e tomadas de oficiais (alguns de alta patente) como reféns também surpreenderam. Até ontem, quando um soldado israelense era capturado pelos palestinos, todos os protocolos de segurança do Estado de Israel eram alterados, e o país entrava em alerta máximo. Nesse sábado, repito, foram dezenas de soldados capturados — dificilmente serão tratados como “prisioneiros de guerra”. Some-se a isso cenas de blindados israelenses sendo destruídos por mísseis (não me pareceram foguetes, mas não sou especialista) e de tripulações sendo arrancadas de seus carros de combate e trucidadas, com seus corpos jogados ao chão e vilipendiados. E <b><span style="color: #b45f06;">tudo isso sendo gravado e transmitido em tempo real para o mundo.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Sim, o ataque do Hamas a Israel neste sábado, 7 de outubro de 2023, exatos 50 anos após o início da ofensiva que desencadeou a Guerra do Yom Kippur, foi algo sem precedentes. E a organização demonstrou capacidade operacional, planejamento, coordenação e controle também sem precedentes. Evidenciou um poder de fogo quase que inimaginável. E conseguiu causar danos a Israel e à sua população de intensidade e profundidade como nunca acontecera antes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><span style="color: #6aa84f;">Sem precedentes também será a resposta de Israel.</span></b> O país foi “jogado nas cordas”, e ainda se recupera para reagir. Mas reagirá. <b><span style="color: #45818e;">O Leão mostrará sua força, e atacará como nunca se viu.</span></b> Os israelenses, unidos, não medirão esforços para vingar suas vítimas e aniquilar o cruel inimigo. Infelizmente, como aconteceu com a população do sul de Israel, milhares de <b><span style="color: #674ea7;">palestinos inocentes em Gaza também sofrerão as consequências dos contra-ataques israelenses</span></b>. Não me surpreenderia que se fizesse ali o que Roma vez com Cartago ao final da 3ª Guerra Púnica. <b><i><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Vae_victis" target="_blank">Vae victis</a></i></b>!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><span style="color: #2b00fe;">Israel não vai descansar até vingar seus mortos, feridos e sequestrados, e acabar com a existência do Hamas. Não lhe resta outra opção.</span></b> Não à toa, Tel Aviv declarou estado de guerra. <b><span style="color: #800180;">Se não reagir à altura, quem deixará de existir será a nação judaica</span></b>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ao desencadear a operação desse sábado, o Hamas selou seu destino. Não deixou alternativa ao “inimigo”, pois o atacou naquilo que tinha de mais precioso. Também reiterou o que sempre pregara como seu maior objetivo: a extinção de Israel e da nação judaica — em outras palavras, o genocídio do povo judeu (posicionamento bem distinto do que prega a Autoridade Nacional Palestina, a qual governa a Cisjordânia e defende a criação de um Estado palestino livre e soberano).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><span style="color: #a64d79;">O Hamas queimou as pontes, como se diz no jargão dos que estudam polemologia. As ações desencadeadas ontem levaram a um ponto sem volta (point of no return). </span><span style="color: #2b00fe;">E se isso se aplica para o Hamas, também cabe para a resposta que Israel terá que dar contra os terroristas e contra a Faixa de Gaza e os dois milhões de palestinos que ali vivem em condições dificílimas.</span></b><span style="color: #2b00fe;"> </span>Qualquer reação israelense, repito, que não seja dura, firme e efetiva, implicará em demonstração de fraqueza e sinalizará a possibilidade de colapso iminente do Estado de Israel perante os antagonistas que o cercam.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Talvez escreva nos próximos dias sobre o que vislumbro da reação israelense. <b><span style="color: #990000;">A possibilidade dessa resposta envolver alvos além do Hamas não deve ser negligenciada, sobretudo se outros atores, não-estatais (como o Hesbollah) ou estatais (certos países do Oriente Médio, por exemplo), estiverem envolvidos no planejamento e na execução dos ataques iniciados ontem ou vierem a apoiar os palestinos.</span></b> Nesse caso, o risco de o conflito escalar é alto, <b><span style="color: #cc0000;">inclusive com o recurso de Tel Aviv a seu armamento não-convencional</span></b> — aí se terá também um conflito verdadeiramente sem precedentes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O mundo mudou muito (infelizmente para pior) desde sábado, 7 de outubro de 2023. Quero realmente estar enganado, mas as pontes parecem já ter sido queimadas entre as partes diretamente envolvidas no conflito. Talvez ainda não se tenha chegado ao ponto sem volta no que diz respeito à escalada da guerra, mas acredito que se está muito próximo dele.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Ontem à noite, conversando com uma amiga judia muito querida, ela me disse que <span style="color: #8e7cc3;">“<b><i>há certas derrotas que têm gosto de vitória, mas na guerra até o vitorioso sai derrotado</i></b>”</span>. Impossível discordar dessa afirmação. Espero ter errado em minhas reflexões, mas nesta guerra que começou ontem, <b><span style="color: #e06666;">a única possibilidade de vitória que percebo para cada um dos oponentes, exatamente porque as pontes foram queimadas nos primeiros momentos por um deles, é a aniquilação total do outro</span></b>. E, assim, todos sairão derrotados.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Resta-nos, ao término deste segundo dia de conflito, orar por todos os que estão sofrendo com ele, pelos mortos e feridos de ambos os lados, por aquelas dezenas de pessoas que estão no cativeiro dos terroristas, e pelas famílias dos envolvidos nesse confronto. E resta-nos orar para que o Senhor dos Exércitos não permita que essa guerra escale e que a paz seja restaurada na região. Só nos resta, neste fim de dia, orar para que os que sofrem sejam confortados.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b>PS:</b> As reflexões aqui são personalíssimas e fruto de uma tristeza imensa em testemunhar essa tragédia, da qual todos sairão derrotados — não por acaso vivemos em um mundo de provas e expiações. Acredito que <b><span style="color: red;">nos próximos dias teremos uma chuva de “especialistas” convidados a falar nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre o conflito entre Israel e o Hamas. São os mesmos que sabiam tudo sobre Covid, depois passaram à condição de doutores em vacinas, em seguida profundos conhecedores de Rússia e catedráticos aptos a discorrer sobre a Guerra na Ucrânia, para posteriormente analisar com profundidade (de pires) o problema da fome crônica no Brasil (com os 700 milhões de brasileiros que disseram vagar pelo País), e, mais recentemente, mostraram-se conhecedores de terrorismo, crimes contra a humanidade e Tribunal Penal Internacional.</span></b> Assim, recomendo a meus 8 (oito) leitores (talvez esse número tenha diminuído com a pandemia) moderação aos buscarem opiniões de especialistas — como diria Ésquilo, “<b><i><span style="color: #e06666;">na guerra, a primeira vítima é a verdade</span></i></b>”. E, mesmo que não me tenham perguntado, indico as análises sérias, embasadas e confiáveis de Alessandro Visacro e de Leo Mattos (ainda não tive como fazê-lo, mas vou ler — e ouvir —, nos próximos dias, o que eles têm a dizer sobre essa crise). <b><span style="color: #38761d;">Recomendo muito os dois professores.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Fonte: </b><a href="https://joanisval.com/2023/10/08/ponto-sem-retorno-ou-pontes-queimadas/" target="_blank">Frumentarius</a></span></div></span>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-44885585994291959592023-09-20T00:00:00.002-03:002024-02-10T13:49:22.346-03:00Viva o Rio Grande do Sul, Terra de Bravos!<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Apesar dos pesares, dos problemas, dos bostas que surgem pensando enganar o povo com discursos calhordas imaginando enganar a sociedade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Enfim,apesar da completa escassez de Homens capazes para conduzir o Rio Grande do Sul e seu povo em direção ao futuro, ... ... </span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #38761d; font-family: times; font-size: large;"><b>Parabéns meu Rio Grande do Sul!!!!</b></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="360" src="https://youtube.com/embed/gOOUmamk6Bk?si=4X1XdMhNeUoczyN_" style="background-image: url(https://i.ytimg.com/vi/gOOUmamk6Bk/hqdefault.jpg);" width="480"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #6aa84f; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><span color="rgb(0 , 153 , 0)" style="font-weight: bold;">Como aurora precursora<br />Do farol da divindade</span><span color="rgb(0 , 153 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />Foi o vinte de setembro</span><span color="rgb(0 , 153 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />O precursor da liberdade</span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #6aa84f; font-family: times, times new roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #bf9000; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">Refrão que acompanha cada estrofe:</span></div><div><span style="color: #e69138; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;">Mostremos valor constância</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />Nesta ímpia e injusta guerra</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />Sirvam nossas façanhas</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />De modelo a toda terra</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />De modelo a toda terra</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />Sirvam nossas façanhas</span><span color="rgb(255 , 0 , 0)" style="font-weight: bold;"><br />De modelo a toda terra</span></span><br /><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><br /></span></div><span style="color: #cc0000; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large; font-weight: bold;">Mas não basta pra ser livre<br />Ser forte, aguerrido e bravo<br />Povo que não tem virtude<br />Acaba por ser escravo</span><br /><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">***</span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-75550532507334245202023-09-03T00:00:00.001-03:002023-09-03T00:00:00.146-03:00Quanto Tempo até o "Gado" Voltar às Ruas?<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="899" data-original-width="1599" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiBHWA6YfIk8NEs_CiMMfb_dwWICjaGVlCXiryV1YOzU0PxinzqYz9HLWFE_mry6_yeCkZOi4e23trOCBgyrBZDH22_UlFcneY6kNj6g2BgOxAVFHFxagzcpuuUQNAuJQow8v5h9vdHYaYs7qqE4QnTcSFhfeTStea5QbZjI8mRGw2w__0U9hkLJFQIbFY=w640-h360" width="640" /></div></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe; font-family: times; font-size: large;"><i><b>A avaliação aponta que a estratégia do medo funciona por um tempo e na medida em que o governo Lula não consegue apagar a lembrança das ações da gestão Bolsonaro e com a piora do quadro econômico é mais do que natural que os patriotas voltem para as ruas — podendo trazer de arrasto aqueles que, iludidos pelas promessas do Nine Fingers, podem deixar Lula e sua quadrilha em apuros.</b></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #741b47;">Lula nunca foi o candidato do sistema, mas desencarcerá-lo, descondena-lo e colocá-lo na presidência foi a única alternativa</span><span style="color: #b45f06;"> para eliminar uma gestão que a despeito de ter passado os quatro anos debaixo do mau tempo,</span><span style="color: #783f04;"> contando com a má vontades da mídia (desejosa das verbas que perdeu), um ativismo do Judiciário sem precedentes, um Congresso que não aceitou perder o acesso à máquina e, para completar, primeiro uma pandemia midiática e depois a guerra na Ucrânia, </span><span style="color: #6aa84f;">conseguia apresentar números positivos em todos os segmentos da vida nacional.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Passados oito meses da atual gestão, é perceptível que Lula III tem uma gestão marcada pela<b><span style="color: #660000;"> volta das deploráveis práticas do toma-lá-dá-cá, negociatas, uso da máquina pública, financiamento inescrupuloso da estrutura de comunicação que serve como correia de transmissão da estupidez ao modo preconizado por Lenin e bravatas que oscilam entre a bizarrice e a insanidade. </span></b>Lula III é o verdadeiro retrato daquilo que Lula sempre foi: um sindicalista ávido pelo poder, um batedor de carteiras e com um discurso sob medida para retardados e imbecis.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #800180;">A farsa do 8 de janeiro — muito mais para o Incêndio do Reichstag, em 27 de fevereiro de 1933 do que para a versão tupiniquim da suposta Invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 — teve a intenção de tirar os patriotas das ruas, impor uma onda de terror e de medo e garantir um começo de gestão sem oposição </span></b>ao “Inocente de Taubaté”. O problema é que os autores do roteiro se equivocaram em vários momentos, acreditaram demais na esperteza e estão com as mãos lambuzadas de lama e a cada momento precisam criar uma nova narrativa para reinventar a realidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O grande problema é que o velho morubixaba não se deu conta de que os tempos tinham mudado, desde a sua chegada ao poder em eleições com urnas eletrônicas, um cenário econômico mundial favorável e sem oposição. Lula pode, naquele momento, exercer na plenitude o que aprendeu ao longo do tempo na máquina sindical.<b><span style="color: #741b47;"> Ao ser recolocado na presidência em 2022, outra vez pelas urnas eletrônicas vergonhosamente sem impressão do voto e sem sua respectiva contagem pública, Lula não se deu conta de que o Brasil tinha mudado e os seus métodos de punguista sindical já não serviam mais. </span></b>Além de um cenário econômico adverso, Lula e seus saqueadores pela primeira vez se depararam com uma oposição de Direita no Congresso Nacional e um<b><span style="color: #351c75;"> sentimento junto a sociedade de que o resultado apontado pelas urnas eletrônicas não correspondeu ao desejo da imensa maioria do povo.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Mas ele não quis entender essa realidade e, em lugar de buscar desarmar o clima, ele preferiu aprofundar o enfrentamento defendendo a censura, a perseguição e até a eliminação dos adversários — agora apontados como inimigos da Nação.<b><span style="color: #990000;"> Transformado em palhaço no cenário internacional, ridicularizado por sua postura sabuja e servil ao ponto de ser chamado de “cadelinha do Xi”, dando pitaco na invasão da Ucrânia e se posicionando ao lado de um carniceiro como Putin, elogiando o legado dos 350 anos de escravidão e outras patacoadas, Lula é apenas um cadáver político adiado que, de tão fedorento, é vaiado por brasileiros.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A sucessão de escândalos de compra de votos, mordomias com a sua acompanhante em viagens internacionais e a perversa, para ela, comparação com a figura de Michelle Bolsonaro, faz com que o casal tenha virado sinônimo de rejeição popular.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">A gota d`água pode estar se aproximando com a debacle da economia. </span><span style="color: #7f6000;">E os lulo-petistas sabem que o chefe do Mensalão perdeu o bônus popular que tinha e logo-logo, acreditam, o povo vai perder o medo e até por necessidade, voltará às ruas.</span><span style="color: red;"> E vaticinam: se o gado voltar para às ruas, os jumentos terão que fugir. Porque sabem-se minoria…</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://blogdoalfredo.com.br/2023/08/28/governo-teme-que-o-gado-volte-as-ruas/" target="_blank">Blog do Alfredo</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-52583391049666995332023-08-10T00:00:00.001-03:002023-08-10T00:00:00.147-03:00Em Nome de Allah<div><div style="text-align: center;"><b><i><span style="font-family: times; font-size: large;">Reportagem especial do Metrópoles.</span></i></b></div><span style="font-family: times;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='498' height='415' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dzpomaaUp88Rq4njDKC3krpnz8xsi6Mv68BPxIxdL33rhZJCCOwtZ293VkUbNzESiwsgl5X0AD3fECRBRf2Hg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div style="text-align: center;">Primeiro vieram os católicos, depois os evangélicos e, agora, o grupo Asham catequiza dezenas de crianças e adolescentes de São Gabriel da Cachoeira (AM) para convertê-los em muçulmanos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">O corre-corre era intenso em uma das maiores escolas públicas de Manaus (AM).<span style="color: #2b00fe;"> <b>Diante do fim do ciclo escolar, uma professora decidiu chamar os formandos do ensino médio para uma roda de conversa.</b> </span>O objetivo era falar sobre os planos para o futuro e qual faculdade pretendiam fazer, mas o assunto ali discutido acabou culminando em uma operação de resgate da Polícia Federal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Entre os estudantes, havia um grupo formado por indígenas, que tinha entrado recentemente na escola.<span style="color: red;"> <b>Em resposta à pergunta sobre o futuro, e para a surpresa da professora, um deles disse: “<i>O tio falou que ano que vem a gente já vai para a Turquia</i>”.</b></span></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAcI77UU1C7FtBtVT2EH0yYUWq6igfWVg7yijJrgHYHP_Aad14EHzArjchG6o9e373dG7oSo1NZZymvPSyZNB1BkdySSl86dYXoB-0KDovkgn-BLQgIK22GlU6R8MQ1i3fh_PIlrI01pVbyFkduAKCyH1N9M-zMHM223a9YkFreOZ5mri5c3JQv6H-euk" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" data-original-height="1320" data-original-width="1980" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjAcI77UU1C7FtBtVT2EH0yYUWq6igfWVg7yijJrgHYHP_Aad14EHzArjchG6o9e373dG7oSo1NZZymvPSyZNB1BkdySSl86dYXoB-0KDovkgn-BLQgIK22GlU6R8MQ1i3fh_PIlrI01pVbyFkduAKCyH1N9M-zMHM223a9YkFreOZ5mri5c3JQv6H-euk=w640-h426" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Abdulhakim Tokdemir leva indígenas de São Gabriel da Cachoeira até Manaus desde 2019</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><span style="color: #800180;">O tio em questão era Abdulhakim Tokdemir, chefe de um grupo islâmico que, desde 2019, tem catequizado dezenas de crianças e adolescentes indígenas da Amazônia para seguir o islã. </span></b>Não há registro de islamização de indígenas antes disso na história do Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Além da doutrinação em território brasileiro,<b><span style="color: #990000;"> esses adolescentes são levados de suas comunidades, em São Gabriel da Cachoeira (AM), cidade mais indígena do Brasil e que fica na divisa com a Colômbia e a Venezuela, e enviados para Manaus, com parada em São Paulo e destino final na Turquia, quando completam a maioridade.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b>Da Amazônia para a Turquia</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="582" data-original-width="835" height="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhQqDtpQes5_JNm6D-ArN27Qan_y2RMPvn6ToKjTI-8qJ_a2rLqJETZXtY_NUS2Wf7RBZokouOPCRczUXmowhHJvaqRPhX6_rEPmh1dLKO-Y9eTo_UT6l70oct7FGChaq28RYknuTCnzudob35WKdL_0Zh7w4Fi5EHIgw3AM6yXuKbxr8pyV6tEADII9DM=w640-h446" width="640" /></div></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Na capital amazonense, crianças e adolescentes vivem em um sobrado transformado em internato, onde ganham nomes em árabe.<span style="color: #38761d;"> <b>Lá, eles ficam diariamente em contato com o idioma turco e árabe. Os internos são ensinados ainda sobre o Alcorão e seguem uma rotina religiosa, que inclui cinco orações diárias e respeito ao jejum do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Alguns frequentam escolas de ensino regular, outros nem isso. Em São Paulo, ficam mais um tempo em outro tipo de internato, e<b><span style="color: #990000;"> os mais velhos são enviados para as cidades de Kütahya e Tarsus, interior da Turquia, onde são matriculados em escolas religiosas.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Pelo menos cinco indígenas já foram retirados do Brasil e levados para território turco de 2019 para cá. O grupo islâmico que comanda a doutrinação se autointitula <b><i>Associação Solidária Humanitária do Amazonas</i></b> (<i><b>Asham</b></i>), e só se interessa por garotos indígenas. Nenhuma menina indígena foi levada pela organização.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="color: #0b5394;"><b>Os pais dos alunos assinam uma autorização informal para a entrada dos filhos nesse grupo islâmico, com a promessa de fazer faculdade.</b> </span>Para famílias em situação de vulnerabilidade, em uma das cidades mais remotas do Brasil, a possibilidade de uma vida com mais oportunidades é um grande atrativo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A autorização, no entanto, não vale nada na prática. A instituição islâmica não tem cadastro para funcionar como abrigo nem a guarda das crianças e dos adolescentes. De olho no grupo, a polícia desconfia das boas intenções pregadas.</span></div></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/_LK5PK2rAtc" width="480"></iframe></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Da Mata para o Islã</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Mais jovem de 10 irmãos, Ângelo (<b><span style="color: red;">*</span>nome fictício</b></span><span style="font-family: times; font-size: large;">) nasceu e viveu até os 14 anos em Cucura Manaus, uma comunidade indígena no meio da Floresta Amazônica, perto da fronteira com a Colômbia, cerca de 4 Km ao norte da Comunidade Maracajá (às margens do rio Tiquié). <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="835" data-original-width="993" height="538" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhG71GiI1JuTmGQ8t-JhWINR1vPS0aOUm4Y-gAWCMXicT8e_ueqrbg8PvXuBGopNqb5fP8O8AQp0mGL98aZL8ebaB7Rsa_q8qkV9bypSh-btsqq48jL3nD-_m4lacQhfTId4VF6sOXTkRCNDC1d0dr3-qxEBpa1WS0YegOzt2iHjbb010cmkbTFSgCYf_I/w640-h538/Cucura.JPG" width="640" /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Filho de mãe do povo Tukano e pai Desana, o garoto indígena cresceu sob os cuidados dos irmãos mais velhos. Culturalmente, os indígenas da região recebem a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em Cucura Manaus, a maior parte das moradias é de barro e de palha, interligadas por trilhas que cortam a mata. Os ribeirinhos, de diferentes etnias, vivem da roça e da pesca.<span style="color: #b45f06;"> <b>O estreito igarapé Macacu passa pela comunidade e deságua no rio Tiquié, que, por sua vez, segue ziguezagueando no sentido leste até os rios Uaupés e Negro.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Foi nesse lugar que Ângelo ficou sabendo de uma história vinda da cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira (AM). “<b><i>Minha tia disse que uma associação ajudava as pessoas carentes</i></b>”, resumiu Irene, de 28 anos, uma das irmãs de Ângelo, que mora no município.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Duas irmãs de Ângelo já tinham deixado a comunidade para estudar e trabalhar na cidade, assim como tios e primos, mas o caçula da família saiu da aldeia por um motivo bastante atípico: ele<b><span style="color: #cc0000;"> foi enviado para ser educado por um grupo de turcos islâmicos.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Um familiar de Ângelo negociou diretamente com Abdulhakim Tokdemir a ida do sobrinho para a <b><i>Asham</i></b> em Manaus (AM). O caminho é longo e feito pela água.<b> Em linha reta, são mais de mil quilômetros.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img alt="" data-original-height="1320" data-original-width="1980" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj1j5LqeEc7A2a90QDmKJq4v_ehlm5NZa0txbCad8LDdK1wQuhUccZJ8twNr-dSX7vPhuX1a5WeuDHs3KzSvbuYMgP6wdRKaqO7210memOalZE78zy8oxtAZ3UL3in-ueyGtpwvHC9PwrLZU1wrj7QmFFAkd8Gays8TNR7GmsjfRv6XBNuMRuLhHPoAT58=w640-h426" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Voadeira - Imagem de <a href="https://www.metropoles.com/materias-especiais/em-nome-de-ala-grupo-islamico-doutrina-e-leva-indigenas-do-amazonas-para-a-turquia" target="_blank">Vinícius Schmidt/Metrópoles</a></td></tr></tbody></table></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O caçula da família foi acomodado na chamada voadeira (uma canoa de metal) com um pequeno motor atrás (a rabetinha). O trajeto até São Gabriel da Cachoeira, local de onde partem embarcações para Manaus dura cinco dias.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">“<b><i>A gente tem que levar mosquiteiros porque tem muito carapanã e pinhõ </i></b>[tipos de mosquito]<b><i>. Dá medo um pouco, por causa das cachoeiras. É muito cansativo</i></b>”, lembra Irene, que só fez essa viagem duas vezes em toda sua vida.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Depois, são mais três dias de deslocamento até Manaus em um <i><b>ferry boat</b></i> (tipo de balsa) ou 24 horas em um barco menor chamado de “expresso”. A passagem custa cerca de R$ 500 por pessoa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>O caminho de Ângelo</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Durante o caminho entre Cucura Manaus e São Gabriel da Cachoeira, Ângelo e seus familiares acampam na beira do rio para descansar e dormir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As paradas são feitas, de preferência, em praias naturais e sob a proteção de árvores maiores, onde realizam as refeições que levam embaladas ou que pescam ali mesmo.</span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">As refeições também podem ser oferecidas pelos parentes (outros indígenas) de comunidades que ficam no caminho. Os pratos mais comuns são beiju, mingau e </span><i style="font-family: times;"><b>quinhãpira</b></i><span style="font-family: times;"> (um caldo de peixe apimentado).</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Também é preciso fazer paradas em caso de chuva. </span><span style="font-family: times;">Durante tempestades, ondas grandes são formadas no rio e podem naufragar embarcações.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">A segunda parte da viagem é entre São Gabriel e Manaus. </span><span style="font-family: times;">Essa parte pode ser feita de balsa ou em um barco maior, durando entre 24 horas e três dias. </span><span style="font-family: times;">Na balsa, os viajantes dormem em redes, na parte superior.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os turcos pagam a passagem e recebem o novo integrante no porto manauara de São Raimundo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><b>Vai e volta</b></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #cc0000;"><b>Depois de um ano morando na associação islâmica em Manaus, na tarde do dia 28 de fevereiro de 2023, Ângelo foi um dos 14 adolescentes e uma criança resgatados no sobrado em que eles ficavam em Manaus, em uma operação com apoio da Polícia Federal</b> </span>por causa de irregularidades na documentação e nas condições do imóvel.</div><div style="text-align: justify;">Equipes de conselheiros tutelares, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), constataram três freezers cheios de carnes vencidas desde 2021 — o alimento era consumido pelos adolescentes.</div><div style="text-align: justify;">Os agentes também identificaram que a instituição muçulmana não tinha a guarda das crianças e dos adolescentes, o que seria necessário para mantê-los longe das famílias. Além disso, o registro do CNPJ da <i><b>Asham</b></i> não era para abrigo e não havia cadastro na prefeitura.</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Todos os adolescentes e crianças resgatados voltaram para a casa dos pais, entre eles Ângelo. Os conselheiros tutelares e a polícia não têm um número exato de quantos indígenas passaram pela instituição, mas sabem que são dezenas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em outubro, eram oito abrigados com idades entre nove e 15 anos. No começo de fevereiro, havia 18 adolescentes e crianças.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ângelo, que atualmente tem 16 anos, recebeu a reportagem em sua atual casa, no bairro Miguel Quirino, na periferia de São Gabriel da Cachoeira, duas semanas após ter deixado o centro islâmico.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A maior parte das crianças, dos adolescentes e jovens levados pelo grupo islâmico é desse bairro.<span style="color: #990000;"> <b>Um parente de Ângelo, que mora na mesma vizinhança, ajuda a escolher os adolescentes e as crianças que vão ingressar no grupo muçulmano. Um primo de Ângelo já está na Turquia há dois anos.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ângelo vive agora com duas irmãs mais velhas e dois sobrinhos em uma casa cercada de pés de açaí e terra batida. As paredes externas da moradia são feitas por blocos de cimento, e os cômodos, divididos por paredes improvisadas, fabricadas com tecidos e uma placa de madeira pintada com uma ilustração do <i><b>Fuleco</b></i>, o mascote da Copa do Mundo de 2014.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Diferentemente dos outros membros da casa, o garoto recém-chegado de Manaus não tem um quarto privativo. Ele dorme em uma cama na cozinha, dividindo espaço com geladeira, fogão e alimentos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Obrigado a rezar</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Com sorriso tímido e olhar inicialmente desconfiado, Ângelo contou que até gostava de viver em Manaus com outros garotos da idade dele e<span style="color: #38761d;"> <b>os “abi” (irmão em turco), que é a forma como eram chamados os três turcos, assistentes de Abdulhakim Tokdemir, que vivem na instituição com os meninos indígenas.</b></span> No entanto, o que ele não gostava era das rezas diárias, que no começo eram opcionais, mas, depois, passaram a ser obrigatórias.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #45818e;">“<i><b>O responsável acordava a gente às cinco da madrugada. Nós, então, arrumávamos as nossas camas, limpávamos a casa e tomávamos o café. Depois do banho, os professores nos davam aulas de árabe e turco. As classes de línguas eram seguidas de um momento de oração. Em seguida, a gente lavava os uniformes da escola. Nós rezávamos antes da janta e de novo antes de dormir. Essa era a nossa rotina todos os dias</b></i>”</span>, contou o adolescente Desana na língua Tukano.</span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ângelo fala português, mas só se sentiu à vontade para contar mais sobre a situação da instituição islâmica falando em tukano, língua materna de diferentes povos da região do rio Uaupés, onde fica Cucura Manaus, na parte de baixo da chamada Cabeça do Cachorro. A região noroeste do Amazonas é conhecida por esse nome por causa do formato do mapa — que lembra a cabeça de um animal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Além do português, São Gabriel da Cachoeira tem outras três línguas oficiais</b></span></div><div class="linguagens" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #4a4a4a; display: flex; justify-content: space-between; text-align: start;"><div class="item" style="box-sizing: border-box; width: 206.903px;"><h6 style="box-sizing: border-box; color: #bf0218; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1.2; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">TUKANO</span></h6><p style="box-sizing: border-box; color: black; hyphens: manual; line-height: 1.6; margin: 0px; padding: 0px 20px 0px 0px;"><span style="font-family: times;">Além do povo Tukano, a língua tukano é usada por outros povos dos rios Uaupés, Tiquié e Papuri. O idioma acabou se transformando em língua franca nessa região para que diferentes povos se comuniquem</span></p></div><div class="item" style="box-sizing: border-box; width: 206.903px;"><h6 style="box-sizing: border-box; color: #bf0218; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1.2; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">BANIWA</span></h6><p style="box-sizing: border-box; color: black; hyphens: manual; line-height: 1.6; margin: 0px; padding: 0px 20px 0px 0px;"><span style="font-family: times;">Nome dado aos povos que falam diferentes línguas da família Aruak, na região do rio Içana. No fim dos anos 1990, a gramática do idioma foi unificada — a língua também é falada pelo povo Koripako</span></p></div><div class="item" style="box-sizing: border-box; width: 206.903px;"><h6 style="box-sizing: border-box; color: #bf0218; letter-spacing: -0.06em; line-height: 1.2; margin: 0px 0px 5px; padding: 0px; text-transform: uppercase;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">NHEENGATU</span></h6><p style="box-sizing: border-box; color: black; hyphens: manual; line-height: 1.6; margin: 0px; padding: 0px 20px 0px 0px;"><span style="font-family: times;">Conhecida como Língua Geral ou Tupi Moderno, criada a partir do Tupinambá. O idioma é falado pelos Baré e Warekena dos rios Xié e Alto Rio Negro</span></p></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Vergonha de rezar</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No dia a dia dessa espécie de internato islâmico criado em Manaus, as atividades religiosas aconteciam com mais intensidade durante a manhã. Parte dos alunos ia para a escola regular à tarde. Por falta de documentação, oito estavam sem matrícula na rede estadual neste ano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As aulas de árabe, por exemplo, eram repetições de páginas do Alcorão que deveriam ser decoradas em detalhes. Nas sextas-feiras, os jovens eram levados para uma reza especial na mesquita. Durante feriados e folgas prolongadas, os alunos tinham intensivão de árabe e turco. Nas férias, voltavam para a casa dos pais em São Gabriel da Cachoeira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Foi tentado contato com a mesquita, que funciona no Instituto Islâmico de Manaus, mas os pedidos de entrevista não foram atendidos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Durante uma visita à instituição islâmica em janeiro de 2023, conselheiros tutelares de Manaus relataram que se depararam com um local insalubre: um quarto com beliches e “<i><b>muitas carnes expostas penduradas</b></i>”. “<b><i>Para ser um abrigo, precisa melhorar muito</i></b>”, escreveram os conselheiros em um relatório.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background-color: white; float: right; font-family: "Times New Roman"; margin-left: 1em; text-align: center;"><tbody><tr><td><img alt="Imagem" src="https://files.metropoles.com/static/especiais/pe-asham/assets/images/components/content/image-5A.jpg" style="box-sizing: border-box; height: auto; margin-left: auto; margin-right: auto; max-width: 100%; width: 640px;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption"><span style="color: #393939; font-family: times;">Polícia Federal verifica a qualidade da comida refrigerada durante operação que retirou jovens indígenas da Asham<br /></span></td></tr></tbody></table></span></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No islamismo, o abate dos animais para consumo deve ser feito de um jeito específico, evocando o nome de Deus (<i><b>Alá</b></i>). As carnes exportadas para países muçulmanos, por exemplo, são produzidas seguindo essa forma de corte.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Por conta disso, os turcos que moravam com crianças e adolescentes indígenas compravam frangos e bovinos vivos. Eles mesmos matavam os animais. As aves eram abatidas na própria instituição, e os bovinos sacrificados atrás de um açougue de Manaus. Isso explicaria as carnes penduradas no quarto com beliches.</span></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No mês do Ramadã, o almoço não era servido, e os adolescentes tinham apenas café da manhã e jantar reforçados. Nesse período, os muçulmanos celebram a data em que Mohammad recebeu a revelação da palavra de Alá. Eles realizam um jejum do nascer ao pôr do sol.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Mesmo quando não era época do Ramadã, a alimentação dos indígenas abrigados era inadequada, segundo o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De acordo com o conselho, o cardápio da instituição ficava longos períodos sem proteína.<span style="color: #b45f06;"> <b>Durante uma visita em outubro de 2022, os turcos serviram um almoço apenas com feijão, arroz, farofa e refrigerante. Uma criança disse que sentia vontade de comer peixe e farinha, base da alimentação nas comunidades ribeirinhas da fronteira com a Colômbia.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Abdulhakim diz que apenas os adultos eram obrigados a seguir o Ramadã, mas os pais e adolescentes disseram que todos eram incluídos no jejum. O líder da <i><b>Asham</b></i> também diz que houve um período em 2022 sem carne de gado, por falta de fornecedor, mas que havia frango e peixe. Sobre a carne vencida, seria uma doação de São Paulo, que não teria sido consumida, mas os internos dizem que comeram.</span></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">Nos fins de semana, os jovens podiam jogar futebol em um campo de grama sintética, comer pizza e, às vezes, passear pela Praia de Ponta Negra, mas não tinham autorização para entrar na água, só era permitido molhar as pernas e as mãos.</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #2b00fe;">“<b><i>Eles levavam a gente na Ponta Negra para jogar bola. No fim do jogo, antes de retornar para casa, faziam reza com a gente. Eu ficava com vergonha nesse momento de reza em público</i></b>”, relata Ângelo, dando uma risada. “<b><i>Me dá vergonha só de contar.</i></b>”</span></div></span><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Outros dois adolescentes que viveram na instituição acrescentaram que era proibido tomar banho no rio porque<span style="color: #38761d;"> “<i><b>não podia mostrar as partes e ficar sem roupa, ... porque é a religião deles</b></i>”</span>.</span></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /><b>Dupla doutrinação</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No quarto da irmã mais velha de Ângelo, o guarda-roupa de <i><b>madeirite</b></i> é enfeitado com uma porção de símbolos católicos: uma imagem de Nossa Senhora de Fátima grudada com fita adesiva, Jesus Cristo crucificado, São Jorge sobre o cavalo branco matando o dragão e um terço de cruz branca com bolinhas coloridas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #741b47;">“<i><b>Eu não sei se os turcos querem que a gente seja igual a eles… Eu acho. Porque a gente é católico e não sei qual a religião deles</b></i>”</span>, pontua Rosa, a dona do quarto, ao comentar a diferença religiosa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A comunidade de onde a família de Ângelo veio passou por um processo de catequização católica, desde o começo do século 20, por missionários da Congregação Salesiana. A família, que é Desana, se converteu ao catolicismo desde antes de seus avós.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #134f5c;">“<b><i>Meu pai começou a trabalhar com os missionários para ajudar a catequizar o povo Hupda quando eu era pequena. Aí ele foi ajudando e ficou. Até hoje meu pai catequiza. Ele pega a estrada por meia hora e pouco. Ele acorda 6h da manhã e chega lá às 7h</i></b>”</span>, conta Irene.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O povo Hupda fala maku, uma língua totalmente diferente de tukano, baniwa ou nheengatu, os idiomas oficiais do município. Eles<b><span style="color: #b45f06;"> são considerados de recente contato com não indígenas. Muitos não falam português e não têm habitação fixa.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Para realizar esse trabalho de catequização católica, o pai de Ângelo sai de sua moradia, em Cucura Manaus, por volta das 6h e caminha por cerca de 45 minutos até Fundação Nova, uma comunidade mais ao norte para dentro da floresta, onde vive o povo dessa etnia.</span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Mosaico da Fé</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A população estimada de São Gabriel da Cachoeira era de 46,3 mil habitantes em 2020. Desse total, mais de 75% são indígenas. Isso fica evidente andando pelas ruas da cidade. O prefeito é indígena, o dono do supermercado é indígena, o padeiro é indígena. O pastor e o padre também.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O município fica na região denominada como Médio e Alto do Rio Negro e é composto por uma área urbana com mais infraestrutura e 750 comunidades e povoados espalhados nas beiras dos rios e nas matas, que englobam 23 etnias.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A área do município é gigantesca, maior que a do estado de Santa Catarina e da Guatemala, por exemplo. Navegar de uma comunidade para outra depende de embarcações e gasolina, um insumo valioso e motivo de disputa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Município mais indígena do país é o terceiro com mais território</b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img height="614" src="https://files.metropoles.com/static/especiais/pe-asham/assets/images/components/content/info-municipio.png" width="640" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O valor do litro da gasolina chega a R$ 15 nas aldeias mais longínquas, três vezes mais que o preço médio no Brasil. Em algumas áreas, o insumo é adquirido mediante troca por objetos e alimentos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>“Eu não vendi meu filho”</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Embora São Gabriel da Cachoeira tenha um território tão amplo, as informações já circulam rapidamente no município, ainda mais com o aumento de comunidades com sinal de internet e a propagação dos <i><b>smartphones</b></i>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A ida de dezenas de crianças e adolescentes para uma instituição islâmica que leva indígenas à Turquia não passou batida pelo sistema informal de notícias, mais conhecido como “fofoca”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Não foi difícil encontrar moradores de São Gabriel da Cachoeira que diziam saber alguma coisa sobre a associação turca que levava filhos dos moradores, mas os comentários costumam estar acompanhados de estigmas e preconceitos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">“Relação com terrorismo”, “obrigados a usar drogas”, “iam transformar os meninos em homens-bomba” e “venda de crianças” são alguns dos relatos ouvidos. Inclusive autoridades e agentes públicos, ao conversar com a reportagem de forma reservada, mencionaram comentários semelhantes, embora não se tenha nenhum indício de terrorismo ou tráfico humano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os rumores se intensificaram depois que os garotos indígenas foram retirados da instituição em uma operação envolvendo a PF, conselhos tutelares e a <b><i>Funai</i></b>. Uma comitiva, incluindo o prefeito, foi para o porto de São Gabriel receber as crianças e os adolescentes, que chegaram de <i><b>ferry boat</b></i> no dia 4 de março, acompanhados de uma assistente social.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #7f6000; font-family: times; font-size: large;"><b>“<i>A fofoca que mais ouvimos era que os turcos iam vender as nossas crianças. Muita gente falava na minha cara: ‘Certeza que está recebendo dinheiro’. Eu não ganho dinheiro com isso. Mas eu não me preocupo, sei que meu filho vai voltar. Eu não vendi meu filho</i>”, conta em tom melancólico o carpinteiro do povo Tuyuka Osvaldo Dias Sanches, de 43 anos.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Osvaldo é o principal articulador da ida dos indígenas para a <i><b>Asham</b></i> em Manaus. Ele organizou a viagem de Ângelo, por exemplo, que é seu parente. O filho de Osvaldo, o jovem Edney, hoje com 19 anos, fez parte do primeiro grupo a ir para a capital amazonense e também foi o primeiro a se mudar para a Turquia, ainda com 16 anos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em dias difíceis, quando chega a faltar comida, Osvaldo pede ajuda para Abdulhakim Tokdemir, que envia pequenas quantias de dinheiro, como, por exemplo, um montante de R$ 200. Um pai de um outro jovem que foi levado para fora do país ganhou uma cirurgia de catarata.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Diretora na <i><b>Funai</b></i>, Lúcia Alberta Baré vê com desconfiança esse assistencialismo da instituição islâmica. Ela reconhece a eficiência de uma política de assistência para povos em situação vulnerável, como a entrega de cestas básicas, mas, no caso da <b><i>Asham</i></b>, entende que há má-fé e que o objetivo real do grupo é o proselitismo religioso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #741b47; font-family: times; font-size: large;">“<i><b>O que se tem de conhecimento sobre esse grupo islâmico é que eles usavam a questão da cesta de alimentos e a doação de dinheiro como uma forma de manipular esses pais, para que eles não fizessem denúncias e não buscassem mais informações sobre essas ações que esse grupo desenvolve.</b></i>”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Autorização inválida</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="839" data-original-width="1303" height="412" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ITwNU0C3sYk7xGxg94yKWG4jZbrlm6rM-0iHOQY_NKOs_hFuBfYozJSKM2Xr1J2ZkgTV-fdQMTCA7MCRtclSgpu4fAaQg70pki_6UaTDHxhnIydHxfgiYure_TnAPh6QFK2Nflv7TxStBnZbQXVBvokBBIhsoBenm4JK4u4qCX_NXXSMnIqwqxbDbH8/w640-h412/Osvaldo.JPG" width="640" /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ao lado da esposa, Nazária, de 52 anos, Osvaldo contou que recebe demandas de Abdulhakim Tokdemir sobre a quantidade de garotos que deve selecionar. Muitos dos escolhidos são amigos e familiares do mesmo bairro, o Miguel Quirino.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #990000;">“<i><b>Eu falava com os pais deles, se estavam interessados em enviar seus filhos para estudar em Manaus, São Paulo e fora do Brasil. Eu explico para os pais: ‘Como a gente não tem dinheiro para pagar os estudos, na instituição deles ninguém gasta nada, ninguém paga, tu não vai gastar nada, eles vão comprar tudinho — roupa, comida, tudo que precisar é com eles</b></i>”</span>, explica Osvaldo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Nos relatos dos familiares ouvidos pela reportagem, é comum a citação do nome de Osvaldo. A ida de Edney para a Turquia costuma ser usada como um exemplo de que o esquema dá certo. “<i><b>Se o filho do Osvaldo conseguiu ir e está tudo bem, então meu filho também pode conseguir</b></i>”, diz um dos familiares ouvidos pela reportagem.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De acordo com o carpinteiro, Tokdemir costuma ser específico nos pedidos: “<i><b>Este ano eu vou querer 10 alunos</b></i>”. Por conta das exigências, houve uma dificuldade inicial para conseguir levar os filhos dos moradores. O turco ainda exige a autorização assinada pela mãe e pelo pai. Nos casos dos filhos registrados apenas pela matriarca, basta uma assinatura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A autorização é chamada de “termo de consentimento” e tem a assinatura dos pais da criança reconhecida em cartório. No entanto, segundo as autoridades, esse documento não tem validade jurídica para a <i><b>Asham</b></i> manter a guarda dos garotos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O texto tira a responsabilidade da associação islâmica e de seus integrantes de qualquer incidente que aconteça com as crianças e os adolescentes. Mas perante a lei, a cláusula não vale nada.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="847" data-original-width="659" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjaSWf8J55qXYWiM7jEiCUeLgI8n3XpPc2DMjMh1iUuQZpBXm-3kFlkCmXjvg8h7CJyq_hKTI7Lw_jIizxqop8GwIm5AU3mSPglUzKxoT9Zk7IH2wgI5HBuS_22rZU-2Oc6-PvsyPxRbCuMojYGo2tPM2JMyyX6aV-cR00O1Sp6zKgLayl3BVXXHquO6Xw=w499-h640" width="499" /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Mesmo com esse documento, tanto a instituição quanto os pais podem ser responsabilizados em caso de violência contra a integridade das crianças e dos adolescentes. É o que explica a advogada Luiza Simonetti, presidente da Comissão de Direito de Família e Adoção da OAB do Amazonas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">“<i><b>O consentimento dos pais não é suficiente para institucionalizar uma criança. Eles precisam formalizar essa vontade para o Judiciário</b></i>”, explica a advogada. Segundo Luiza Simonetti, esse processo passa pelo Ministério Público e pelo Juizado da Infância. Um magistrado deve autorizar o ingresso da pessoa com menos de 18 anos em uma instituição.</span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Pioneiro</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O primeiro grupo a ir para a <i><b>Asham</b></i> em Manaus foi formado por cinco adolescentes, entre eles o filho de Osvaldo,<span style="color: #e69138;"> <b>Edney, que está atualmente na Turquia. Os outros quatro “não se adaptaram” à instituição e voltaram para São Gabriel da Cachoeira.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Desde que a instituição islâmica passou a atuar no Amazonas, crianças e adolescentes retornaram para a casa dos pais por opção ou, segundo a <i><b>Asham</b></i>, por mau comportamento.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img height="582" src="https://files.metropoles.com/static/especiais/pe-asham/assets/images/components/content/foto-terno.jpg" width="640" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De acordo com Abdulhakim,<span style="color: #134f5c;"> <b>houve um caso de um adolescente que teria assaltado um posto de gasolina com colegas da escola.</b> </span>Também há relatos dos pais de alunos sobre um garoto que teria aplicado pasta de dente no rosto dos colegas enquanto eles dormiam, como forma de brincadeira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Uma mãe disse que o filho foi expulso porque malinava muito (fazia travessuras) e ficava rindo do sotaque dos assistentes turcos, que não falam bem português. Assim,<span style="color: #800180;"> <b>a instituição vem mantendo apenas os adolescentes que consideram mais adequados e comportados.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Essas características fazem parte, inclusive, das exigências de Abulhakim a Osvaldo, na escolha dos novos alunos. A preferência é por adolescentes com idade entre 12 e 15 anos, que seriam obedientes e que realmente quisessem estudar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Uma nova perspectiva</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No início de 2023, em paralelo à investigação da Polícia Civil, outros integrantes da Polícia Federal do Amazonas começaram a se debruçar novamente sobre o caso da <b><i>Asham</i></b>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Membros recém-empossados do governo federal, mais especificamente da Funai e do Ministério de Direitos Humanos, em Brasília, começaram a articular uma solução junto à PF, ao conselho tutelar de Manaus e a assistentes sociais de São Gabriel da Cachoeira.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Conselheiros tutelares das duas cidades realizaram pelo menos quatro visitas na instituição durante o mês de fevereiro, quando constataram que a associação não teria nenhum respaldo judicial para funcionar, além de questões sanitárias envolvendo alimentação e limpeza.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Todas as informações que os conselheiros colheram foram repassadas à PF.<span style="color: #38761d;"> <b>Em uma operação conjunta, as crianças acabaram retiradas do local e levadas de volta para São Gabriel da Cachoeira.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Procurada pela reportagem, a corporação disse que não passa informações sobre investigações em andamento.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Bastidores</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O novo desdobramento sobre o caso dos indígenas levados pelo grupo islâmico começou no alto de um prédio de Brasília, com vista para o Parque da Cidade, na sede da Fundação Nacional do Indígena (Funai).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A atual coordenadora de Gênero, Assuntos Geracionais e Participação Social da Funai, Lídia Lacerda, voltou cismada de uma viagem de rotina que fez a São Gabriel da Cachoeira em outubro de 2022.<span style="color: #990000;"> <b>Aos prantos, uma conselheira tutelar do Alto do Rio Negro contou sobre a situação dos turcos que levavam crianças e adolescentes.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Lídia então ajudou a articular a retirada das crianças junto ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), do novo Ministério dos Direitos Humanos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #741b47; font-family: times; font-size: large;">“<b><i>Por mais que a instituição</i> [Asham] <i>pense em apresentar documentação e regularizar a sua atuação, antes desse processo, as crianças devem ser retiradas. O modo como elas estavam lá é totalmente ilegal. É ilegal do ponto de vista não só da criança indígena, mas é ilegal para qualquer criança e adolescente</i>”, frisa a servidora.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Negação da cultura</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Acima de Lídia, a diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Lúcia Alberta, acompanhou a situação, que a fez relembrar sua infância difícil. Lúcia é do povo Baré e nasceu na região da Cabeça do Cachorro, em uma comunidade na divisa com a Venezuela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A gestora Baré recebeu a reportagem na sede da Funai usando brincos com desenhos indígenas que contam a história da região de onde ela veio. Um dos brincos tem o desenho da “cobra-canoa”, que, segundo a cosmologia do Alto do Rio Negro, serviu de transporte para os primeiros seres humanos e saiu espalhando as comunidades nas margens do rio.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Lúcia ficou espantada ao saber que adolescentes indígenas estavam sendo proibidos de mergulhar no rio, tendo permissão apenas para molhar as mãos e os pés. Segundo ela, isso é a negação da própria cultura.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #b45f06; font-family: times; font-size: large;"><b>“<i>Somos povos ribeirinhos, o Rio Negro e os seus afluentes são nossa vida. Consegue imaginar um indígena da região do Rio Tiquié proibido de tomar banho no rio? Essa é uma das maiores afrontas, porque, para nós, o mergulho na água, além da limpeza do corpo, é limpeza da nossa alma</i>”, pondera.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Assim como as crianças e os adolescentes levados pela Asham, Lúcia deixou sua comunidade quando tinha apenas 9 anos de idade para poder estudar na cidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #741b47;">“<i><b>Quando não tem escolas na comunidade, as pessoas procuram escolas na cidade. E lá na cidade não tem escolas indígenas específicas e diferenciadas. Se as escolas não dão resposta para os projetos de vida dos povos indígenas, eles vão procurar outras alternativas</b></i>”</span>, analisa Lúcia Alberta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em entrevista ao pesquisador Gersem Baniwa, em 2011, Lúcia Alberta Baré definiu a escola indígena “como espaço de diálogo possível entre os conhecimentos indígenas e os conhecimentos da sociedade moderna”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A diretora da Funai defende que as escolas indígenas devem ter uma pedagogia própria, com professores que falam as línguas dos povos dos alunos, para ter uma comunicação melhor com eles, mas também deve ter um bom ensino formal.</span></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: times; font-size: large;">“<i>A estratégia deve ser de levar conhecimentos não indígenas </i></span><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;">—</span></span><span style="font-family: times; font-size: large;"> ou mesmo de outros povos indígenas </span><span style="font-family: times; font-size: x-large;">—</span><span style="font-family: times; font-size: large;"><i>, mas de forma harmônica e respeitosa, sem colocar aquele conhecimento como melhor ou superior.</i>”</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No entanto, além de não ter escolas indígenas com esse diferencial, as instituições de ensino de São Gabriel da Cachoeira passam por outros tipos de precariedade, como professores com salários baixos e contratos temporários que chegam a ser interrompidos antes do fim do ano letivo. A falta de atividades esportivas e culturais para os jovens também é uma questão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">“<i><b><span style="color: red;">A vulnerabilidade desses povos, tanto social como educacional, os levou a serem cooptados por esses turcos, que ofereceram educação melhor para os filhos, mas por trás tinha outra coisa, que nós estamos acompanhando, mais ligado ao proselitismo religioso.</span></b></i>”</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #2b00fe;">Leia mais e veja um excelente trabalho de apresentação de imagens, feito pela equipe do </span><a href="https://www.metropoles.com/materias-especiais/em-nome-de-ala-grupo-islamico-doutrina-e-leva-indigenas-do-amazonas-para-a-turquia" target="_blank"><i><span style="color: #f1c232;">Metrópoles</span></i></a><span style="color: #2b00fe;">, na publicação original, clicando no atalho da "Fonte", abaixo.</span></b></span></div></div></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://www.metropoles.com/materias-especiais/em-nome-de-ala-grupo-islamico-doutrina-e-leva-indigenas-do-amazonas-para-a-turquia" target="_blank">Metrópoles</a></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-15067766266723893542023-07-15T00:00:00.439-03:002023-07-15T00:00:00.132-03:00O Bom Soldado<span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: right;">pelo Ten Cel Av Ref <b>Flávio C. Kauffmann</b></div><div style="text-align: justify;">Bom Soldado,</div></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #76a5af;">“</span><i><b><span style="color: #76a5af;">A obediência, manifestação explícita da disciplina e base fundamental das Forças Armadas, não pode ser cega, irrefletida e irresistente. </span><span style="color: #38761d;">Ela precisa acordar-se com o acatamento dos valores basilares que a legitimam. </span><span style="color: #76a5af;">Caso contrário,</span><span style="color: #e06666;"> corre o risco de desvirtuar-se, transformando-se em subserviência, ou seja, em simples submissão de uma pessoa à vontade de outra</span></b></i><span style="color: #76a5af;">”.</span></span></div><div style="text-align: center;"><span><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;">(</span><span style="font-size: medium;">Cel R1</span></span><span style="font-family: times; font-size: medium; text-align: justify;">/EB </span><span style="font-family: times;"><span style="font-size: medium;"> <b>Marcelo Oliveira Lopes Serrano</b></span><span style="font-size: large;">)</span></span></span></div></blockquote><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #ff00fe;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div>O soldado que assassina o rei é um traidor, não é? Nem sempre. Se o rei está louco e pretende queimar a cidade inteira, traição maior à Pátria seria não o fazer. <div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="438" data-original-width="366" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnzyqeZBGGYfJ-3oQTajBkvCWh2LQN1l7ooHxiLB6wMTaI9i9dcC_5iNdmT2HrJoGerKUcf4aLc4RKFBgUWmsQP8oT3-OMZdZczueFuKUOzEbXhIsfCJyuVrwzNcU4sVdVoasLTvtlFcmjl7NMQmkqvie_bq5nO3-PRrcSAbIYZg7jzReFyTpfav1-rFo/w239-h286/Bom%20Soldado.jpg" width="239" /></div></span></b>Respondendo à pergunta metafórica de um jovem amigo, essa foi a conclusão que cheguei sobre o personagem Jaime Lannister, da série <b><i>Game of Thrones</i></b>, uma série de enorme sucesso em “<i><b>streaming</b></i>” TV, recentemente. </div><div style="text-align: justify;">No Brasil moderno, “o Regicida”, teria problemas em descumprir a ordem real de “queimar todos”, pois<b><span style="color: #a64d79;"> se a desobediência hierárquica quando a ordem é manifestamente ilegal é, à luz do direito civil, fator excludente de culpabilidade; isto não se aplica no caso militar. </span></b>Nesse caso, <b><span style="color: #bf9000;">de acordo com o Código Penal Militar, a obediência deve ser absoluta, nunca relativa. Manda quem pode e obedece quem tem juízo!</span></b> Que forças poderiam então contrabalançar tamanho poder de um comandante, no caso de uma ordem inconstitucional?</div><div style="text-align: justify;">O aviador escritor Saint Exupéry começa a responder à questão quando sentencia que: <span style="color: #783f04;">“<i><b>a autoridade repousa na razão</b></i>”</span>. </div><div style="text-align: justify;">Quer ser obedecido? Dê ordens razoáveis. Mas o que seria a razoabilidade numa ordem?<b> <span style="color: #b45f06;">Qual a razoabilidade em comandar cargas de Infantaria, morro acima, contra um inimigo entrincheirado e mais bem armado, como fizeram os comandantes italianos na frente alpina em 1916, provocando a morte de mais de 500.000 soldados?</span> <span style="color: #990000;">Ou na decisão de Leônidas, de “combater até a morte” nas Termópilas, contando com 300 bravos, contra um inimigo que “escurecia o céu com a quantidade de suas flechas”?</span> </b>A resposta é que<b> <span style="color: #351c75;">as ordens acima, cuja racionalidade poderia ser facilmente questionada, cumpriam razões da Pátria, e que, como tal, se sobrepõem às de ordem pessoal.</span></b></div><div style="text-align: justify;">No entanto, se não há limite para a extensão de uma ordem, que pode então requerer, até mesmo, o sacrifício da própria vida, há, por outro lado, claros limites no que se refere à sua razoabilidade. Na maior parte das vezes, não há o que raciocinar, já que <b><span style="color: #45818e;">comandante e comandado, por formação, deverão estar, sempre, ambos, alinhados com os interesses da Constituição e da Pátria.</span></b> Mas o que fazer em caso de dúvida?<b> <span style="color: #a64d79;">E como identificar se as razões do comando se coadunam com as da Pátria, e não apenas com as que atendem, exclusivamente, ao projeto político de algum grupo que, temporariamente, detém o poder?</span> </b>Essa dúvida assaltava a mente dos oficiais do 2º/10º GAv, o SAR, na Base Aérea de Cumbica, quando, ao estourar a Revolução de 31 de março de 1964, o comandante do Esquadrão se declarou a favor do governo comunista de Jango Goulart. Na mesma tarde, frente ao mesmo dilema, estavam os oficiais da Base Aérea de Santa Cruz, pois o Comandante da Base já vinha se declarando, havia um bom tempo, favorável ao projeto comunista de Jango e Francisco Julião. </div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #cc0000;">Cumprir a ordem do governador Leonel Brizola, de que os sargentos matassem seus oficiais, como eu mesmo, ainda garoto, ouvi no rádio de pilha? Ou romper com a “legalidade” e prender os comandantes comunistas, fazendo valer a vontade da maioria da Sociedade? </span></b></div><div style="text-align: justify;">Bem,<b><span style="color: #38761d;"> nesses casos, que se configuram num dilema enunciado por Samuel Huntington, deve-se buscar apoio na ética e nos valores morais, que representam a expressão dos valores castrenses intangíveis.</span><span style="color: #2b00fe;"> Aquele mesmo conjunto de valores, que são desenvolvidos no início da carreira, que tornam o militar um ser de consciência moral e que devem acompanhá-lo durante todo o decorrer de sua vida. </span></b></div><div style="text-align: justify;">Explico. Sendo a hierarquia e a disciplina os dois pilares básicos em que se apoiam as FFAA, uma decorrência lógica é o fato de que, entre dois militares, seja sempre possível afirmar a existência de uma distinção hierárquica entre eles. Um deles é superior ao outro. A disciplina é que produz, em ambos, o acatamento dessa condição. Um comanda e o outro é comandado. E mesmo o que é comandado, também exerce o comando, em seu nível, sobre outros comandados. Fazendo uma extrapolação, o comandante dos comandantes máximos é o Governo, um órgão transitório de administração eleito pela maioria, que deve estar a serviço do Estado, agente político que representa a Sociedade territorialmente estabelecida e politicamente organizada. </div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #660000;">O problema passa a ocorrer quando os interesses desse Governo, estiverem em desalinho com os interesses do Estado ou da Sociedade (Pátria).</span> </b>E, nessa condição, a herança cultural, a ética e os valores morais, filtrados pelo pensamento crítico, podem ser os únicos parâmetros válidos para medir a razoabilidade de uma ordem. Parece sopa de letras, não é? Pois aí vão dois “cases”, como gostam os mais acadêmicos, sobre o papel das Forças Armadas. </div><div style="text-align: justify;">Mas, por favor, não esperem respostas prontas, pois os casos são contemporâneos e, como tal, dinâmicos. </div><div style="text-align: justify;">A Venezuela, quando lá estive como cadete, em 1975, competindo num Festival Olímpico, estava incluída entre os países mais ricos e culturalmente mais avançados da América Latina.</div><div style="text-align: justify;">A partir da ascensão de Hugo Chaves e a implantação de uma ditadura socialista, posteriormente respaldada pelas urnas (num processo sob intensa suspeição),<b> <span style="color: #7f6000;">a elite intelectual e econômica nacional se transferiu, quase toda, para a América do Norte.</span></b><span style="color: #7f6000;"><b> A partir daí a compra da maioria de eleitores, nas camadas mais simples da população, passou a ser feita, progressivamente, através de programas sociais de distribuição de renda.</b></span></div><div style="text-align: justify;">O absenteísmo inicial da cúpula das Forças Armadas, frente ao dilema moral que se apresentava, foi imediatamente sobrepujado por um processo de <b><span style="color: #741b47;">renovação dos rankings, nunca antes ocorrido. Como resultado, em pouco tempo, jovens oficiais, cooptados pelos socialistas, já ocupavam os principais postos de comando.</span> </b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #cc0000;">O credo comunista, inspirado por Cuba, professado por um judiciário ativista, permitiu um sem-número de mudanças na constituição, que deram ao bolivarianismo um enorme poder sobre o Estado.</span></b> Como em toda experiência comunista, hoje a Venezuela, que conta com imensas reservas de petróleo, vive o desabastecimento e a miséria econômica. Seus meios de comunicação estão amordaçados e mesmo o jornalismo internacional livre, sofre constante perseguição do governo. A cultura nacional foi toda comprada a favor do socialismo.</div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #c27ba0;">Iniciando com um programa de importação de médicos cubanos, o país conta hoje com mais de 60.000 “consultores” cubanos remunerados, comandando diversas instituições. Entre elas as forças armadas. Além de uma bem-equipada Guarda Nacional, os cubanos montaram grupos civis armados, os chamados “coletivos”, que só atendem ao comando dos próprios chefes cubanos.</span> </b>Esses grupos, conforme fartamente documentado em vídeos na internet, têm atirado nos manifestantes com munição real, pasmem, juntamente com as tropas do exército venezuelano. Não há mais qualquer dilema entre os soldados venezuelanos. Eles foram vencidos e hoje, apenas, servem a seus tiranos... </div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #a64d79;">Por aqui, nos governos de esquerda: foram assaltados os cofres públicos; o congresso vem sendo comprado com emendas parlamentares; as instituições sofrem aparelhamento; foi criada uma Guarda Nacional; a política externa foi desvirtuada; os eleitores pobres foram comprados com Bolsa Família; foi instituída a racialização da sociedade e a identidade de gênero; eliminada a meritocracia; oficializada a corrupção; liberada a baderna e a invasão de propriedades; feitos investimentos desastrosos em Cuba, Angola e Bolívia; e trazidos os indefectíveis médicos cubanos, em regime de servidão.</span> </b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #cc0000;">A mídia tradicional, com poucas exceções, foi silenciada com o uso de verbas públicas, ao ponto de, até mesmo, vir a apoiar uma “censura do bem”. E, assim, a liberdade de expressão na internet se vê atualmente ameaçada por um [projeto de] lei de censura prévia.</span></b> “Quantos dedos têm aqui?”, lembram-se do Grande Irmão (1984 - Orwell) e de sua verdade incontestável? <b><span style="color: #cc0000;">Após um pequeno hiato de quatro anos de um governo liberal, castigado diuturnamente pela mídia, sem, no entanto, sequer cogitar qualquer tipo de censura, há, hoje, assuntos proibidos, o direito de propriedade foi relativizado e há brasileiros presos, sem o devido processo legal. Juízes do Supremo Tribunal Federal ultrapassam, em muito, suas atribuições constitucionais e mandam no país, silenciando antagonistas e utilizando a Polícia Federal como instrumento político sob à vista grossa das lideranças do Congresso Nacional e da corte de justiça mais antiga do país, o Superior Tribunal Militar</span></b>, que possui competência para “declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. </div><div style="text-align: justify;">As Forças Armadas, como Pôncio Pilatos, se abstiveram publicamente, mesmo após terem atestado por escrito a falta de confiabilidade do processo eleitoral. E hoje prestam continência a um Comandante Supremo, que as despreza e que não reúne os valores morais exigidos para o cargo. Com a volta de Lula, inúmeros fatos do dia a dia, mostram a progressiva comunização do regime, muito embora, se analisarmos a cultura nacional e a ideologia da maioria da população, veremos que os valores da Sociedade continuam sendo religiosos, liberais e democráticos. </div><div style="text-align: justify;">Essa rota, certamente, nos colocará, em pouco tempo, frente a um renovado dilema, como cidadãos e militares, já que, conforme dizia o General Osório, herói de Tuiuti, <span style="color: #2b00fe;">“<i><b>a farda não abafa o cidadão no peito do soldado</b></i>”</span>. Estamos preparados intelectualmente para enfrentar esse dilema moral? A lealdade das Forças Armadas ao Presidente, que é o Comandante em Chefe, é mais ou menos importante do que à lealdade à Constituição? Você, militar, concorda em deixar esse legado político, que vem sendo gestado? Acha que isso é problema de terceiros e não seu? Está conformado em ter seus filhos e netos vivendo futuramente sob um regime sem liberdade de expressão, de credo e de imprensa? Seus parentes e amigos são favoráveis ao comunismo? Seu comandante imediato concorda com esse estado de coisas? </div><div style="text-align: justify;">O bom soldado não é, de modo algum, o que empunha a baioneta cega. É o que pensa, pondera e age, de acordo com os valores morais da Sociedade que jurou defender! Ah,<b> <span style="color: red;">aqueles oficiais de 1964, de Cumbica e Santa Cruz, por convicção do mais puro dever, terminaram por arrostar os comandantes, que violaram os princípios basilares de onde deriva a autoridade, pois como dizia aquele velho e honrado general: "<i>Na carreira das armas não se prestam honras e obediência ao homem, mas aos galões que ele porta</i>".</span></b></div><div style="text-align: center;"><b>Fonte:</b> <a href="http://www.acadhistoria.com.br/otuiuti01.html" target="_blank">O Tuiuti nº 30 - Jun 2023</a></div><div style="text-align: center;">Informativo da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul (<a href="http://www.acadhistoria.com.br/index.html" target="_blank">AHIMTB/RS</a>)</div><div style="text-align: justify;"><b>COMENTO:</b> complemento o texto transcrevendo um que tem várias vezes sido utilizado pelo General R1 Luiz Eduardo Rocha Paiva, em suas palestras.</div></span><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><i><b>“Franqueza e coragem moral caminham juntas. A responsabilidade dos Oficiais na formação do processo político envolve uma franqueza absoluta, (...). <span style="color: #2b00fe;">Uma vez que uma decisão política final seja tomada, ele tem a obrigação de apoiar essa decisão como se ela fosse sua (...), com uma grande exceção:</span><span style="color: #45818e;"> questões que envolvam os profundos princípios — dever, honra e pátria — não nos podem submeter a outros compromissos.</span> O dever exige que um Oficial (...) se pronuncie. O General George C. Marshall disse que: <span style="color: #0b5394;">‘é duro obtermos homens para fazer isso, pois para tanto você expõe sua carreira e talvez sua comissão completamente’.</span> Porém, <span style="color: #38761d;">qualquer Oficial verdadeiramente capaz de dar sua vida por seu país necessita também estar pronto a renunciar a sua carreira</span>”</b></i> </div></span></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: times;">(trecho de </span><span style="font-family: times; font-weight: bold;"><i>A Segunda Chance </i>(</span><span style="font-family: times;">In: Adams, David A. </span><b style="font-family: times;"><i>Um Ensaio sobre Liderança</i></b><span style="font-family: times;">, com tradução e adaptação do Capitão de Mar e Guerra da Reserva Geraldo Luiz Miranda de Barros; publicado em </span><b style="font-family: times;"><i>Military Review</i></b><span style="font-family: times;">)</span></span></div></blockquote><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;">O dilema entre lealdade e disciplina ocorre em situações extremas ao chefe militar do alto escalão. <b><span style="color: #3d85c6;">Tal dúvida não pode existir quando silêncio e omissão contribuírem para causar um dano insuportável à Nação, ela sim credora de sua irrestrita lealdade. </span></b></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Aos superiores o chefe militar deve obediência, cooperação, respeito e disciplinada franqueza,<b><span style="color: #6aa84f;"> mas a sua lealdade em situações limites é, unicamente e acima de tudo, devida à Nação.</span></b></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-4639459025125045592023-06-17T00:00:00.087-03:002023-06-17T00:00:00.141-03:00Operação Grande Valsa <div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A capacidade humana, de humilhar seus adversários e de realizar <b><span style="color: #b45f06;">operações psicológicas com objetivo de convencer seus povos e aliados de sua própria superioridade</span></b>, é uma coisa quase inimaginável.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em meados de junho de 1944, o Exército Vermelho realizou uma das mais poderosas ofensivas da Segunda Guerra Mundial na Frente Leste.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Conhecida em código como <b><i>Operação Bagratión</i></b>, sua execução significou a destruição quase completa da espinha dorsal do exército alemão no leste; foi apenas o início do chamado rolo compressor soviético.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Ao mesmo tempo, em 17 de junho, ocorreu outro evento incomum: No centro de Moscou, ocorreu<b><span style="color: #38761d;"> um dos eventos mais simbólicos e chocantes da guerra, quando 57.000 soldados alemães pertencentes tanto à Wehrmacht quanto às Waffen-SS desfilaram para o espanto de muitos moscovitas nas varandas de suas casas e nas principais avenidas da capital soviética;</span></b> no entanto, ao contrário do que eles haviam sonhado uma vez, sua marcha sobre Moscou não foi de vitoriosos, mas sim de vencidos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A chamada <b><i>Operação Grande Valsa</i></b> foi um dos episódios mais simbólicos da Grande Guerra Patriótica para os soviéticos, pois<b><span style="color: #cc0000;"> foi uma das humilhações mais imponentes que uma nação já infligiu ao exército de seu inimigo, </span></b>o vídeo mostra todos os detalhes sobre como o "Desfile dos Vencidos" aconteceu no verão de 1944.</span></div></div><div style="text-align: center;"><br /></div><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/pcUcKN8dwVs" width="480"></iframe><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> </span><span style="font-family: times; font-size: large;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=pcUcKN8dwVs&t=988s" target="_blank">Der Jürgen</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-21155101835330791652023-05-31T00:00:00.354-03:002023-06-03T20:08:29.232-03:00Revelações de um ex-Espião Cubano<div class="separator"></div><div style="text-align: right;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="345" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz_U3Y1qVA3O7TU7iBqBMGQ6uIysyBUiqR0jkg_oovG8hz-Hqk3vDMOdU3sv_dF9f8Q4o13Pu9NQ9E1YH50xizHE7A0ejlRlpegAHar5Izg8uH7oNhjCzAYgtBDMfGQ3NU0eE6K_Ws-WFJGwL8fl_9WnpO5YbF3GKr-oVutJpwsbvaR6ic-gAnX2_7/s320/Le%20Magnific-1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="221" /></span></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: times;">Capa</span></b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Ernesto Neto</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em recente viagem à Europa [<b>2010</b>], numa livraria em Toulon na França, me deparei com um livro que dificilmente será traduzido e lançado no Brasil: <span style="color: red;">"<b><i>El Magnífico - 20 Ans au Service Secret de Castro</i></b>"</span>, de Juan Vivés, Éditions Hugo et Compagnie, lançado em agosto de 2005.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;"><span style="color: #bf9000;"><b>Juan Vivés, cujo nome verdadeiro </b></span></span><span style="color: #bf9000; font-family: times;"><b>era Andrès Alfaya Torrado, foi</b></span><span style="color: #bf9000;"><b><span style="font-family: times;"><span> um dissidente cubano que residiu na França e durante 20 anos pertenceu ao serviço secreto de Fidel Castro.</span></span></b> </span><span style="font-family: times;">Adolescente ainda, foi para guerrilha na Serra de Escambray combater o regime de Batista e posteriormente fez parte da coluna guerrilheira de Che Guevara. Com a revolução vitoriosa, foi indicado e aceitou fazer parte do temível G2, onde, até 1979, esteve presente em quase todas as atividades de espionagem, guerrilheiras e militares em que Fidel fez o pequeno país caribenho participar. </span><b style="font-family: times;"><span style="color: #351c75;">O que torna a sua figura ainda mais proeminente é o fato de ser sobrinho de Osvaldo Dorticós "presidente fantoche de Cuba até 1976" e grande amigo de Célia Sanchez que, segundo ele, juntamente com Raul eram as únicas pessoas que o patético tirano barbudo ainda ouvia.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" data-original-height="740" data-original-width="516" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikihlEpslExl3vnyZGjQsdY7bTfiFf-KM4cdgghkUHY-v6rsi2rO-ybKVahHK7ANn2z66trjyWSrJkipfCNkAA9UgfjXcm5myIBfhiHe2ewU3P1IxL1kOuyo6oa7LUSfVMjQu3vtPraEDyvO30vXmK_wJxfka6o6DpX5eio896JXk4DJMuR5XRTXG2/s320/Le%20Magnific-2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="223" /></span></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: times;">Contracapa</span></b></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: large;">São 17 capítulos que abrangem desde os motivos que levaram sua família — ricos proprietários de terras — à guerrilha contra Batista até o seu exílio na França, passando por vários outros acontecimentos contados por um ângulo que a esquerda sempre escondeu:<b><span style="color: #38761d;"> a difícil convivência com Che, os primeiros dias depois da vitória, os fuzilamentos à revelia, o assassinato de Camilo Cienfuegos, a invasão da Baía dos Porcos, a crise dos mísseis soviéticos, as primeiras missões na África (Argélia), a morte de Che Guevara, o interrogatório dos prisioneiros americanos do Vietnã em Cuba, o assassinato de Salvador Allende por determinação de Fidel, as missões em Angola (Operação Carlota) e no Saara Espanhol, etc.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No meio de cada assunto, Juan Vivés conta casos que denotam o aspecto mau caráter de Fidel — colérico e com suas alegorias fantasiosas e megalomaníacas — e<b><span style="color: #660000;"> o prazer sádico que Guevara tinha pelos fuzilamentos e assassinatos: só na Fortaleza de La Cabaña ele comandou 600 sessões. </span></b>O autor deixa bem claro que todos que se colocaram na frente de Fidel, ameaçando o seu prestígio como Líder Máximo da Revolução, foram misteriosamente "silenciados", sejam por inexplicáveis acidentes como o de Camilo Cienfuegos, sejam por falsas promessas de ajuda como o próprio Che, quando se encontrava na Bolívia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Certamente <b><span style="color: #741b47;">os dois capítulos que mais chamam a atenção do leitor são o XI, onde o ex-espião revela um dos segredos mais bem guardados do comunismo cubano: o interrogatório de soldados americanos em Cuba durante a Guerra do Vietnã, e o XV sobre o assassinato de Allende. </span></b>Por dominar o idioma inglês fluentemente,<b><span style="color: #7f6000;"> Vivés foi chamado à traduzir os interrogatórios dos prisioneiros americanos no Vietnã, devido a falta de pessoal capacitado para fazê-lo no pobre país asiático. Ele recusou a missão, afinal era sobrinho do "presidente" e amigo de Célia Sanchez; mesmo assim lhe entregaram dois textos de interrogatórios para que ele os traduzisse. No início ele tinha dúvidas se os prisioneiros estavam ou não em Cuba, mas posteriormente o seu próprio tio (o Presidente) lhe teria dito que havia prisioneiros americanos em território cubano. </span></b>O que ele nunca soube foi o que fizeram com estes infelizes soldados. Provavelmente foram mortos. O assassinato de Allende por Patrício de la Guardia (seu próprio segurança e que pertencia ao serviço secreto cubano) já não é novidade depois do lançamento do livro <b><i>Cuba Nostra</i></b> de Alain Ammar (Ed. Plon, lançado em 2005) com o testemunho do próprio Juan Vivés. Segundo o autor,<b><span style="color: #073763;"> depois de financiar a campanha de Allende para as eleições chilenas de 1970, Fidel exigia uma postura mais ativa e radical do Presidente chileno em prol da revolução e das mudanças mais abruptas na sociedade. Com as dúvidas, os vacilos e os receios de Allende, que Fidel achava um fraco, não restou outra opção a Castro senão ordenar o seu assassinato. </span></b>Em consonância com esta versão<b><span style="color: #783f04;"> há dois fatos: a saída dos agentes cubanos do Palácio de La Moneda sem um arranhão sequer e o corpo de Allende não apresentar evidências de suicídio.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A intromissão de Cuba na questão do Saara Espanhol toma uma certa importância no mundo atual, já que<b> Fidel praticamente criou e fomentou o Front Polisario (Frente Popular Para a Libertação de Saguia el Hamra e Rio do Ouro) que posteriormente se islamizou e hoje possui centenas de integrantes do grupo terrorista Al-Quaeda,</b> fugidos da invasão americana do Afeganistão. Com isto, segundo Vivés, <b>Fidel e Che desenvolveram os dois mais antigos grupos terroristas armados do planeta: o próprio Front Polisario/Al-Quaeda e o ETA. Este último apoiado e financiado por Fidel, ainda em Caracas, na Venezuela, logo no início da Revolução depois das relações entre Cuba e o governo espanhol se tornarem tensas.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O ex-espião ainda<b><span style="color: #0b5394;"> conta como a mídia internacional, artistas e escritores do mundo inteiro apoiaram (e apoiam!) o cruel regime castrista, disseminando mentiras a respeito do país e da revolução. Desde as falsas conquistas sociais devidas a Fidel até a glorificação das ditas vitórias épicas obtidas pelo Exército Cubano nas guerras africanas. </span></b>Gabriel García Marques, por exemplo, ganhou uma mansão no bairro de Siboney em Havana, por ter escrito láureas a favor de Cuba em seu livro <i><b>Operação Carlota</b></i>, nome da operação militar cubana em Angola, onde o famoso escritor tenta justificar o injustificável. Segundo ele,<b><span style="color: #6aa84f;"> uma das mentiras políticas mais bem remuneradas de toda a América Latina. O grande problema para estes intelectuais seria, depois da queda do regime, a devolução desses imóveis aos seus verdadeiros donos </span></b>que se encontram no exílio.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Durante esta mesma operação militar em Angola é quando começa a se desenrolar a questão do tráfico de drogas envolvendo os irmãos Castro. Juan Vivés escreve que as <b><span style="color: #990000;">tropas cubanas trocavam diamante e marfim (abundantes na África) pela heroína por intermédio da máfia de Hong Kong. Daí a droga era enviada a Havana em transportes militares cubanos e posteriormente era transportada para o Panamá, onde agentes cubanos da DGI negociavam com traficantes internacionais. </span></b>O responsável por esta operação era o General Arnaldo Ochoa, que acabou sendo fuzilado por Fidel juntamente com outros participantes, em um processo digno da época estalinista, no intuito de limpar de todas estas implicações o seu regime. Vivés ainda menciona as relações com o tráfico de cocaína entre Raúl Castro, Daniel Ortega (da Nicarágua) e Pablo Escobar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Lendo o livro,<b> <span style="color: #a64d79;">imaginamos como um pequeno país caribenho, certamente com o sacrifício extremo de seu povo, foi capaz de enviar tropas e missões de espionagem para várias partes do mundo. Já na metade da década de 60, o exército cubano possuía 500.000 homens, um pouco menos de 10% de sua população na época. </span></b>Em sua louca aventura em Angola, em 15 anos de conflito, Fidel utilizou 300.000 homens. Fora os contingentes em outras regiões.<b><span style="color: #990000;"> Quantos jovens cubanos morreram, salvando a pele de russos, em nome de um regime que apenas escravizou e empobreceu o seu próprio povo?</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No final de seu "<i>avant-propos</i>" (prefácio), Juan Vivés afirma não ser nenhum intelectual desiludido, nem um dissidente com ambições pessoais, apenas um homem sedento de liberdade que rejeita uma tirania egocêntrica fantasiada de revolução.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte: </b><a href="http://cavaleirodotemplo.blogspot.com/2010/02/revelacoes-de-um-ex-espiao-cubano.html" target="_blank">Cavaleiro do Templo</a></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;">e <a href="https://www.arnewsnoticias.com/2013/12/el-magnifico-os-segredos-dos-bastidores.html" target="_blank">AR News</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><b><span style="color: #b45f06; font-family: times; font-size: large;"><i><u>Livro de Espião Cubano Mostra Padres da Teologia da Libertação a Serviço de Fidel Castro</u></i></span></b></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Irapuan Costa Junior</b></span></div><div style="text-align: right;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGfyh1OMHgM9urIbzbDrCme_UAXPJAKm-LurAEPA3V4eDOzr7cMGD3v0Pd-3ViS28Msu36DM4043j51-ozco45CLlu4XnCG3E2SheLU9JVlC0spqUPukuV7suSFyek39netQljjB0-aw/s1600/El+Magn%25C3%25ADfico.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGfyh1OMHgM9urIbzbDrCme_UAXPJAKm-LurAEPA3V4eDOzr7cMGD3v0Pd-3ViS28Msu36DM4043j51-ozco45CLlu4XnCG3E2SheLU9JVlC0spqUPukuV7suSFyek39netQljjB0-aw/w232-h320/El+Magn%25C3%25ADfico.jpg" width="232" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: times; font-size: x-small;">Juan Vivés garante que <br />Raúl Castro (no <br />detalhe), é homossexual</span></b></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Leio um livro que você, caro leitor, nunca lerá: <i><b>“<span style="color: #2b00fe;">El Magnífico - 20 Ans au Service Secret de Castro”</span></b></i> (Éditions Hugo et Compagnie, Paris, 2005). O autor é Juan Vivés,</span><span style="font-family: times;"> cujo nome verdadeiro era Andrès Alfaya Torrado, casado</span><span style="font-family: times;"> com Annie Clavel, francesa, e que viveu em Marselha, de 1979, ano em que fugiu de Cuba para não ser morto até sua morte em <a href="https://www.dansnoscoeurs.fr/andrs-alfaya-torrado/956358" target="_blank">22 de fevereiro de 2014</a>. </span><b style="font-family: times;"><span style="color: #a64d79;">Tive notícia deste livro por um amigo de Portugal e tentei comprá-lo em duas livrarias francesas onde o encontrei. As duas responderam que não podiam enviá-lo para o Brasil, sem maiores explicações.</span></b><span style="font-family: times;"> O </span><b style="font-family: times;"><i>gramcismo</i></b><span style="font-family: times;"> anda assim tão poderoso por aqui, a ponto de exercer essa censura toda (que, aliás, já conhecemos) e fazê-la chegar aos “companheiros” franceses? Mistério. O fato é que só consegui comprá-lo em um sebo francês.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #cc0000;">O autor é um cubano oriundo da alta aristocracia espanhola, que se juntou à rebeldia de Fidel Castro, desempenhou algumas ações revolucionárias de repercussão (que lhe valeram, ainda durante a guerrilha, o cognome de <i>El Magnífico</i>, que é o título do livro), e serviu sob as ordens de Che Guevara. </span></b>É um livro repetitivo em alguns aspectos:<b><span style="color: #783f04;"> fala, com conhecimento — o autor foi testemunha — das atrocidades de Che Guevara, de sua incompetência administrativa e de como era inimigo de um bom banho. </span></b>De como Fidel sempre foi uma figura performática, capaz de tirar proveito público de qualquer situação, em Cuba e no exterior. Mas traz notícias novas e fatos interessantes, a partir de como Vivés, apolítico, resolveu combater o ditador Batista e se aliar a Fidel Castro. O motivador foi, diz ele, Benvenutto Cellini (1500-1571), o célebre escultor italiano.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #674ea7;">A família de Vivés tinha algumas obras de arte raras, trazidas da Europa, entre elas um Cristo de marfim, belíssimo, esculpido por Cellini. A mulher de Batista tentou forçar a compra da escultura, o que ofendeu o pai de Vivés, e acabou por criar uma inimizade que terminou em retaliação por parte do ditador. </span></b>Entre as revelações do livro a de que o regime de Fulgencio Batista estava se decompondo quando o <b><i>Granma</i></b> desembarcou Fidel e seus guerrilheiros em Cuba. Isto fez com que os revolucionários conquistassem os quartéis do Exército praticamente sem combate. <b><span style="color: #a64d79;">Os soldados, como praticamente toda a população cubana, ansiavam por mudanças. Não suportavam mais a corrupção (que desviava seus suprimentos), e os baixos soldos, enquanto os membros do governo roubavam e faziam fortuna. Não houve, ao contrário do alarde feito por Fidel, combates de verdade. </span></b>A revolução foi quase um passeio.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Vivés era sobrinho de Osvaldo Dorticós, presidente cubano indicado por Fidel, que, embora figura decorativa tinha sua importância. Era também parente de Celia Sanchez, segunda figura do regime comunista da ilha, depois de Fidel. Era, segundo os íntimos do poder, a única pessoa a contrariar Fidel Castro e a discutir com ele, quando discordava. Vitoriosa a revolução,<b><span style="color: #45818e;"> Vivés foi designado para importantes funções, sob disfarce diplomático, todas elas ligadas ao serviço secreto cubano. </span></b>Delas, o autor esconde mais que mostra, e alega fazê-lo para se resguardar, pois, caso não o fizesse, já teria sido eliminado. O que o salva, diz, são documentos secretíssimos depositados em um banco suíço, e que serão publicados caso seja assassinado.</span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7p1CqHrMCOiPaTUou04s8b3s9mA2ykCKeExVWRjPFWqRGsqYFuCdnTJ8ZlrjwEqOorpmsVkdX9qptemE-bbtvEkOtIgHxKQfKWOapWGm-zdDadwwxbAZbzzj6ljCGA5IVCoeq52G_RQ/s1600/Salvador+Allende.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7p1CqHrMCOiPaTUou04s8b3s9mA2ykCKeExVWRjPFWqRGsqYFuCdnTJ8ZlrjwEqOorpmsVkdX9qptemE-bbtvEkOtIgHxKQfKWOapWGm-zdDadwwxbAZbzzj6ljCGA5IVCoeq52G_RQ/w181-h200/Salvador+Allende.jpg" width="181" /></span></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: x-small;"><b>Salvador Allende pode<br />ter sido executado por <br />ordem de Fidel Castro</b></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Entre as mais interessantes passagens dessa biografia está a de que<span style="color: #3d85c6;"> <b>o autor foi encarregado, em Cuba, de instruir padres da Teologia da Libertação para trabalharem pelo regime castrista, e passar segredos, obtidos por confissão de fiéis importantes, para os dossiês da inteligência cubana. </b></span>Como os padres brasileiros desse grupo não saíam de Cuba, é bem provável que fossem dos mais entusiasmados fornecedores de informações para os homens de Vivés. Os<b><span style="color: #6aa84f;"> figurões que se confessaram com Leonardo Boff e Frei Betto devem pôr as barbas de molho.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Outro<b> <span style="color: #cc0000;">episódio estranho contado no livro é o de soldados e pilotos americanos aprisionados na guerra do Vietnã terem sido drogados e levados para Cuba onde foram interrogados e provavelmente mortos,</span></b><span style="color: #cc0000;"> </span>sem que ninguém soubesse nos EUA. Vivés conta que ele próprio, que falava inglês correntemente, traduziu depoimentos desses pobres coitados. Também a homossexualidade de Raúl Castro é abordada no livro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Outra revelação importante é sobre a morte do chileno Salvador Allende, em 1973. Como se sabe,<b> <span style="color: #38761d;">todo o corpo de guarda-costas de Allende era constituído de cubanos experimentados. Os principais eram os gêmeos, Patrício e Tony de La Guardia. Com a derrubada e morte de Allende, esses cubanos retornaram a Cuba e foram tratados como heróis por Fidel. </span></b>Vivés não compreendia como tinham saído com vida do Palácio de La Moneda, até que<b> <span style="color: red;">Patrício, num encontro no bar do hotel Habana Libre, já alto, contou-lhe que, por ordem de Fidel, executara Allende que queria se asilar na embaixada sueca. Fidel queria criar (e conseguiu) um mito de Allende resistindo até a morte. </span></b>Morto Allende, os cubanos conseguiram abandonar o palácio antes do assalto final de Pinochet. Aliás,<b> <span style="color: #2b00fe;">Pinochet só chefiou o exército chileno por indicação de Fidel, que o julgava com tendências comunistas. Vivés havia sido seu cicerone e interlocutor quando visitou Cuba.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://pedrodaveiga.blogspot.com/2011/03/livro-de-espiao-cubano-mostra-padres-da.html" target="_blank">Pedro da Veiga</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>COMENTO: </b>apesar do interesse que o tal livro possa despertar no público (ainda) leitor, parece que seu destino é o mesmo do muito falado mas pouco conhecido "<b><i>Combate nas Trevas</i></b>", de Jacob Gorender (1923-2013), editado em 1987 e raríssimo atualmente, só sendo encontrado em sebos e a preços altos. "<b><i>El Magnífico - 20 Ans au Service Secret de Castro</i></b>" não é encontrado em idioma diferente do francês, em que foi publicado originalmente, nem mesmo em língua espanhola, e seus exemplares à venda, custam preços desproporcionais, por sua raridade. Acredito que<b><span style="color: #2b00fe;"> seria um bom negócio algum editor adquirir os direitos e publicar uma versão do livro </span></b></span><span style="color: #2b00fe; font-family: times; font-size: large;"><b>de Andrès Alfaya Torrado </b></span><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #2b00fe;">no Brasil.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="text-align: start;">Dados sobre Juan Vivés e sua <a href="http://www.antzinako.org/RepLinajes/iznaga.html" target="_blank">descendência:</a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="text-align: start;">"(240ii) ... <b><span style="color: #cc0000;">Andrés Alfaya Torrado</span></b> nascido em Havana em 4 de Junho de 1945 casou duas vezes: a primeira em Havana em dezembro de 1968 com <b><span style="color: #ff00fe;">Dania de la Concepción Frías y Sanz</span></b> nascida a 21 de julho de 1947 filha de Mario Frías e Eugenia Salvadora Sanz Garrote. Tiveram por filha a Lisette Alfaya Frías. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="text-align: start;">Andrés Alfaya Torrado e sua segunda mulher Annie Clavel nascida na França tiveram por filhos a Cecilia, Sofía e Alexander Emmanuel Alfaya Clavel. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="text-align: start;">Lisette Alfaya Frías nascida em Havana a 9 de janeiro de 1969 casou a 21 de novembro de 1990 em Habana com Cesar López-Muro Suárez nascido a 27 de janeiro de 1967, filho de Fernando López-Muro Moreno e Martha Suárez Esquivel. Tuvieron por filho a Andrés Augusto López-Muro Alfaya y Frías nascido em Londres a 31 de julho de 1995."</span></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-12721858484056022782023-05-15T00:00:00.120-03:002023-05-15T00:00:00.129-03:00Cavalo de Troia<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjweOMhGAFzeaBFG1Q9_LmyiEC44vu60qKXuu4XvmUoIvf5AZBov1PowgLo9rq6h8IahAgiMlOeFXd9KR6_gIGohf8ApWtGI8q7pXgG9U-iT-d8pAGyP3XmHkIb-vI4eZTc06uON4-4iOGiLVTH6cROGyn2WPN09iQ9AJWVRn3M4mXEMAW-T6dLk_2k" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1730" data-original-width="1732" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjweOMhGAFzeaBFG1Q9_LmyiEC44vu60qKXuu4XvmUoIvf5AZBov1PowgLo9rq6h8IahAgiMlOeFXd9KR6_gIGohf8ApWtGI8q7pXgG9U-iT-d8pAGyP3XmHkIb-vI4eZTc06uON4-4iOGiLVTH6cROGyn2WPN09iQ9AJWVRn3M4mXEMAW-T6dLk_2k=w640-h640" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #2b00fe; font-family: times; font-size: large;"><b><i>Na epiderme, a defesa da liberdade. Abaixo, a tutela.</i></b></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Fernando Schüler</b> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na incrível fábrica brasileira de explicações simples para problemas complicados, escutamos de tudo.<b><span style="color: #990000;"> Há quem tenha culpado os jogos eletrônicos pela violência nas escolas. De um ministro escutei que a culpa era da “liberação das armas”, diante da monstruosidade feita com uma machadinha, em Blumenau. </span></b>Em um grupo de <b><i>WhatsApp</i></b>, alguém foi taxativo: “<i><b>A culpa é do Bolsonaro</b></i>”. Imagino que em outros o culpado tenha sido o Lula. E de uma outra autoridade li que aquilo teria algo a ver com o <i><b>“golpismo do 8 de Janeiro”.</b></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Na cacofonia brasileira, cada um vai espalhando suas impressões. A favorita da vez é a de que<b><span style="color: #741b47;"> as redes sociais têm culpa no cartório. Seja pelo 8 de Janeiro, seja pela violência, seja por tudo de ruim que anda por aí. E que, como é próprio da tradição brasileira, precisamos de mais uma lei para “pôr ordem em toda essa bagunça”.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">É sobre isso o debate em torno da <b><i>Lei das Fake News</i></b>. O Estado, como se tornou comum por aqui, resolveu regular a discussão. E o fez à moda brasileira:<b> <span style="color: #cc0000;">empresas de comunicação, com óbvios interesses no projeto, podem fazer editoriais e emitir sua opinião favorável ao projeto. Empresas com visão contrária, negativo. São intimadas a depor, a retirar sua opinião, e se tornam “suspeitas” de uma penca de crimes. </span></b>Não deixa de ser didático. Nos ajuda a pensar um pouco sobre o que está em jogo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os defensores da lei dizem que é preciso regular.<b><span style="color: #800180;"> É preciso mudar os termos no Marco Civil da Internet, uma antiga lei da época em que se imaginava a internet como um espaço aberto, e determinar que as plataformas devem “atuar diligentemente” para “prevenir e mitigar” toda a sorte de crimes, inclusive aqueles de natureza política, como os “crimes contra as instituições democráticas”. </span></b>Uma plataforma terá de decidir o que entra ou não na conta de uma “grave ameaça” ao estado democrático de direito. E, se não acertar, será responsabilizada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As plataformas igualmente terão de monitorar as redes para<b><span style="color: #2b00fe;"> identificar se há alguma suspeita de crime atual ou que “possa ocorrer no futuro”. </span></b>Se não o fizer, e não comunicar às autoridades, também podem ser responsabilizadas. Por fim,<b><span style="color: red;"> a lei dá amplos poderes ao Comitê Gestor da Internet para fixar “diretrizes” para os códigos de conduta das redes, e igualmente depois para “validar” a sua redação. </span></b>O Comitê terá poderes para “limitar a distribuição massiva de conteúdos e mídias”, pelas empresas de mensagens, como o <i><b>WhatsApp</b></i>, e deve fazer uma “conferência anual” para discutir todos esses assuntos. Este último item demonstra a displicência com que fazemos leis no Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Alguém poderia se perguntar<b><span style="color: #b45f06;"> por que cargas-d’água o contribuinte brasileiro precisa pagar, ano após ano, uma conferência anual para discutir qualquer coisa referente à liberdade e à regulação da internet. </span></b>Não há resposta. Apenas uma lei feita no embalo do ativismo e da fúria reguladora que há alguns anos tomou conta do país.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Comitê Gestor existe desde os anos 1990, sempre teve atribuições essencialmente técnicas. Se aprovada a lei, a conversa será outra. Ele passa a<span style="color: #783f04;"><b> propor coisas como “diretrizes estratégicas para a liberdade na internet”. Dirá, por exemplo, para quantas pessoas você e eu poderemos mandar uma mensagem</b>, </span>no <i><b>WhatsApp</b></i>, e dirá o que as plataformas deverão admitir ou banir. Não é pouca coisa. Podemos até fazer de conta que vivemos todos em uma grande reunião de escoteiros e que não há problema algum em delegar essas coisas a uma instância de poder qualquer.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Quando Madison e os fundadores dos Estados Unidos desenharam o <b><i>Bill of Rights</i></b>, na Constituição americana, era exatamente para que uma coisa dessas não acontecesse.<b><span style="color: #990000;"> Que o Congresso “não faria leis” restringindo um direito que, na sua visão, pertencia às pessoas, aos cidadãos, e não ao Estado. </span></b>Isso não quer dizer que eles estavam certos. Eles apenas escolheram um caminho, diferente do qual parecemos adentrar, no Brasil.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As guerras culturais da democracia atual<b><span style="color: #741b47;"> fizeram com que muita gente trocasse a defesa da liberdade de expressão por outros tipos de prioridade. O “<i>combate às fake news</i>” e aos “<i>discursos de ódio</i>” é exemplo óbvio. Nada disso é novo, muito menos a pergunta xarope que vem logo depois:</span><span style="color: #cc0000;"> quem teria o poder para definir essas coisas? </span><span style="color: #741b47;">Quem definirá o que significa um “risco sistêmico ao estado democrático de direito”, conforme se lê, insistentemente, no projeto? </span></b>Alguém poderia dizer que tudo isso é autoevidente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O PCO que o diga. Foi banido por “atacar” o STF, ou coisa do tipo.<b><span style="color: #38761d;"> Daria uma tese de doutorado analisar tudo que foi incluído na conta de “ameaça ao estado de direito” no Brasil dos últimos anos. Do famoso tuíte do professor Marcos Cintra “ponderando” sobre as urnas eletrônicas a um dedo médio apontado para o edifício do STF. </span></b>O atual projeto criminaliza a divulgação de “fato que (alguém) sabe inverídico” sobre o processo eleitoral. Ou um fato “passível de sanção criminal”. É duro ter de perguntar, pela enésima vez, o que é exatamente uma informação “verídica”?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Dar uma opinião contrária ao sistema eleitoral ainda será permitido? Alguém assumirá a possibilidade de cair na malha do “risco sistêmico” ou da “grave ameaça”? As plataformas assumirão o risco? Os cidadãos?<b><span style="color: #45818e;"> Ou estamos (quase) todos alegres em viver numa democracia pautada pelo medo? </span></b>Suspeito que sim. E talvez seja exatamente aí que resida o problema.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O que estamos discutindo, na verdade, é uma lei vaga, com uma redação displicente, que<b><span style="color: #e69138;"> aprofunda um pouco mais nossa democracia de tutela. É democracia dos tipos penais abertos, da censura prévia, dos banimentos de jornalistas, das decisões “de ofício”, sem contraditório, sem devido processo legal, essas coisas que sempre nos soam tão bem quando atingem o “lado de lá” </span></b>do jogo político.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De uma legislação técnica e bem-feita, que é o Marco Civil da Internet, arriscamos migrar para uma regulação com forte componente político.<b><span style="color: #674ea7;"> No eterno pêndulo liberdade versus segurança, parecemos fazer uma opção. O que esquecemos é que tanto a liberdade como a segurança têm lá seus riscos. A liberdade traz o risco de que inverdades sejam ditas; a segurança, o risco de que apenas certos tipos de inverdade possam ser ditos. </span></b>E não acho que precisamos ir longe para saber disso, no Brasil atual.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Alguém me definiu o projeto todo como um cavalo de Troia.<b><span style="color: #cc0000;"> Nos preâmbulos, palavras amenas sobre a “<i>liberdade</i>”. “<i>Garantir a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, o fomento à diversidade.</i>” Logo adiante, quando a lei passa aos comandos objetivos, a liberdade desaparece. </span></b>Surgem aí o comitê, os códigos, as remoções e punições. É a lógica de decisões recentes sobre a censura, no Brasil de hoje. <b><span style="color: #800180;">Na epiderme, a defesa da liberdade; um pouco abaixo, a tutela. Não é bom caminho. </span></b>Mas reconheço que ele é perfeitamente adequado à nossa tradição. “<i><b>Somos latinos, não anglo-saxões</b></i>”, como me disse uma irritada interlocutora, tempos atrás, em um debate. <b><span style="color: red;">Na hora, brinquei que não sabia se aquilo era uma crítica ou elogio. Mas no fundo acho que todos sabemos.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: right;"><b>Fernando Schüler</b> é cientista político</div><div style="text-align: right;"> e professor do <b>Insper </b></div></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/fernando-schuler/cavalo-de-troia-2">Revista Veja</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-81128727104624924872023-05-01T00:00:00.088-03:002023-05-01T00:00:00.136-03:00Chama o Sherlock, pessoal!<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: large;"><img alt="" data-original-height="597" data-original-width="900" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjZBOrF7UHvCSd_LbaZC2V0l5_p5J9dHe7H4CzRsKmfLk8V2OK0Asoas4b1vbIG7ufnpgmH_YQXu2R7STUU9JJ2-z4VBiTXnLj7EQx41Zyb0hvdlVVD_DHolipzk4y-6aWPUGxsaiQDluJLcRcfxoGA2B_3miZRA9bvtYWgTx5NsVqemxqpnAs_FWoA=w640-h424" width="640" /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;">por <b>Percival Puggina</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">A majestática frieza que caracteriza a Esplanada dos Ministérios e os prédios da Praça dos Três Poderes nunca me empolgou, seja como arquiteto, seja como cidadão.<b><span style="color: #134f5c;"> Os ministérios me sugerem peças de dominó alinhadas para caírem em cascata, embora, na vida real, sejam moeda política preciosa na tesouraria do governante. </span></b>Os três poderes, na minha concepção, são um erro porque deveriam ser quatro. Como consequência nunca nos faltaram na história da República usurpadores para esse quarto poder — o indispensável Poder Moderador — cuja carência é causa de muitas das nossas crises. Mas isso é assunto para outro artigo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Vamos ao mais recente mistério brasiliense, que está a cobrar vaga para um Sherlock Holmes na <b><span style="color: #783f04;">CPMI da Censura</span></b>. O que me inquieta não é o fato que vi causar grande contrariedade entre alguns protagonistas deste momento político. Não me interessa saber quem vazou os vídeos tomados no interior do Palácio do Planalto. O importante é terem chegado ao conhecimento público.<span style="color: #b45f06;"> <b>O que me suscita enorme curiosidade é o motivo para tantas horas de gravação terem sido postas sob sigilo por quem diz que nunca os assistiu antes de aparecerem na tela da tevê.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Chama o Sherlock, pessoal!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Também<b><span style="color: #741b47;"> me intriga que os processos referentes aos envolvidos naqueles atos tenham seguido curso antes de serem tais imagens devidamente estudadas e se incorporarem ao conjunto probatório encaminhado à PGR e ao STF. </span></b>Quando isso acontece, por falta de tempo, conforme tem sido dito, a autoridade encarregada pede a prorrogação do prazo.<b><span style="color: #990000;"> Vídeos tomados por dezenas de câmeras de vigilância instalados em cena de crime não se empacotam para serem assistidos quando der tempo. </span></b>Mesmo assim, as peças acusatórias foram dadas por prontas e encaminhadas pela PGR ao STF.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Chama o Sherlock, pessoal!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Perante o mistério e na falta do Sherlock, minha intuição me leva a crer que tenha sido a pressa, também neste caso, a grande inimiga da perfeição (ou amiga da imperfeição).<b><span style="color: #351c75;"> Isso combina bem com algo que tem sido para lá de frequente em nosso ambiente político e judiciário. O exemplo mais recente foi a votação do pedido de urgência para votar a projeto da Lei Brasileira da Censura pelo plenário da Câmara. </span></b>A urgência foi aprovada na correria, atropelando a sensatez, e<b> <span style="color: #800180;">com menos de uma dúzia de parlamentares conhecendo o conteúdo daquilo a que concediam tanta urgência. </span></b>Era para engolir tudo enrolado, mesmo! De afogadilho, sem tempo para serem advertidos sobre o que estavam aprovando.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">No caso dos eventos do dia 8 de janeiro, minha intuição me diz que<b><span style="color: #cc0000;"> o urgente era tornar réus os recolhidos no magote de prisões feitas na frente do QG do Exército. </span>E aí<span style="color: #2b00fe;"> me socorro do ministro Gilmar Mendes quando verberava sua indignação, em reuniões do pleno do STF, contra o que chamava “condenações em cambulhada” que ocorriam em Curitiba como consequência das investigações, confissões e delações da Lava Jato.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;">Agora,<b><span style="color: red;"> quem se desagradou com o juízo de Curitiba declara réus cidadãos indiciados em pacotes de cem e de duzentos! A pressa é inimiga da perfeição. </span></b> Na dúvida, chama o Sherlock, pessoal.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://www.puggina.org/artigo/chama-o-sherlock,-pessoal!__17787" target="_blank">Conservadores e Liberais</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-22414890307997106292023-04-15T00:00:00.049-03:002023-04-15T00:00:00.225-03:00O Que Celso Amorim Foi Fazer em Moscou?<div style="text-align: center;"><span style="color: #ffa400; font-family: times; font-size: large;"><b><i>O que será que há por trás da reunião sigilosa do "megalonanico" com Putin.</i></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Celso Amorim, foi recebido em Moscou logo após a detenção do jornalista estadunidense Evan Gershkovich. Há hipótese de negociação envolvendo um espião russo preso no Brasil</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <a href="https://www.infobae.com/autor/maria-zuppello">Maria Zuppello</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">¿Que foi fazer Celso Amorim na Rússia em 28 de março? O conselheiro de Política Externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido por Vladimir Putin no Kremlin durante uma hora, em uma visita não oficial, qualificada de “discreta” pela imprensa brasileira e somente revelada quando de seu regresso, graças a uma nota do diário <b><i><a href="https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/04/03/amorim-encontra-putin-em-moscou-e-ve-caminho-para-a-paz-com-ucrania-ainda-distante.ghtml" target="_blank">Valor</a></i></b>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O ex chanceler, que dirigiu o Itamaraty, o Ministério de Assuntos Exteriores do Brasil, nos dois mandatos anteriores de Lula (2003-2010), <span style="color: #783f04;"><b>saiu de Brasília em 28 de março, aterrissou em Moscou no dia 29 e depois foi à França para uma breve viajem antes de regressar ao Brasil em 2 de abril</b>.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Indagado pela imprensa sobre a viagem, Amorim disse que <b><span style="color: #0b5394;">o objetivo da reunião era tratar de uma possível negociação de paz brasileira para por fim ao conflito na Ucrânia.</span></b> “<i>Não há uma solução imediata</i>”, disse Amorim, “<i style="color: #6aa84f; font-weight: bold;">há que preparar um cenário para quando se materialize a vontade política; e quando ficar claro para uma parte e para a outra que o custo da guerra é maior que qualquer concessão, </i>[daí]<i style="color: #6aa84f; font-weight: bold;"> poderão fluir as ideias de paz. Os russos disseram que apreciam os esforços do Brasil tanto como os da China. Pequim apresentou um plano de paz que foi rejeitado pelo ‘Ocidente’</i>”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Nos mesmos dias, em Moscou, alguns dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, como o secretario geral Henrique Fontana e o secretario de Relações Internacionais Romênio Pereira, participaram de um evento do partido de Putin, <b><i>Rússia Unida</i></b>, sobre o tema do neocolonialismo. À agencia russa <b><i>Tass</i></b>, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, se limitou a afirmar que “<i><b><span style="color: #800180;">a reunião com Amorim teve lugar para reafirmar o convite prévio a Lula para realizar uma visita oficial à Rússia e para falar das relaciones bilaterais</span></b></i>”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #38761d;">Segundo os russos, em resumo, Amorim foi recebido por Putin para confirmar o convite a Lula e falar das relações bilaterais, enquanto que, segundo os brasileiros, foi para uma possível negociação de paz na qual Putin, de fato, não estava interessado. </span></b>Por isto, muitos começam a se perguntar se nessa reunião o tema não era outro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>A ideia da troca</b></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgMKX06jwFot4DqQC9iqEsvSibTt54ZBBYcTuW2xOuOeXMJqoCZhw4S4thIBzN9XPljAlQ0neDrmzD3uEypxIQ-xmEsd3h8SGbZD8BV8GbK9gaPvJHmypKVMyKIUK6OEAIiXjCrdieyanIC_6F5z5GPzN6WT2Rnqy0_dsiTjVTBEGbrtGWCZzYcjzT0=w640-h360" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #555555; text-align: start;"><span style="font-family: times;"><b>Sergey Cherkasov em um vídeo de 2017</b></span></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: large;">Por exemplo sobre Sergey Cherkasov, um cidadão russo com a falsa identidade brasileira de Victor Muller Ferreira, acusado de<b><span style="color: #073763;"> espionagem ao tentar infiltrar-se como estagiário no Tribunal de Haya, na Holanda, onde, segundo as investigações, queria acessar informações sobre as investigações relacionadas a crimes de guerra russos.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">As autoridades holandesas o deportaram para o Brasil, onde foi detido em 3 de abril de 2022 e condenado a 15 anos de prisão pela Justiça Federal de São Paulo por uso continuado de documentação falsa.<b><span style="color: #45818e;"> Desde dezembro, Cherkasov está preso em Brasilia e Moscou solicitou sua extradição alegando </span></b></span><span style="color: #45818e;"><span style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><b>—</b></span></span><b style="font-family: times;"> como é habitual quando se trata de repatriar a seus próprios agentes operacionais</b></span><span><span style="color: #45818e;"><b style="font-family: times;"> </b><span style="text-align: left;"><span style="font-family: times;"><b>—</b></span></span></span><span style="font-family: times;"><span style="color: #45818e;"> </span>que Cherkasov é um fugitivo, membro de uma organização de tráfico de heroína, e que seus crimes foram cometidos entre 2011 e 2013, ainda que Rússia nunca o havia buscado antes de 2022.<b><span style="color: #cc0000;"> </span></b></span></span><b style="font-family: times;"><span style="color: #cc0000;">Mais estranho ainda quando se considera que, segundo os registros de imigração brasileiros, o espião russo estava no Brasil tanto em 2010 como em 2011.</span></b></span></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img height="426" src="https://cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/infobae/DGC4P7QYIWINYAPMYKXPTKCOJM.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="640" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="font-family: times;">Evan Gershkovich (<a href="https://www.wsj.com/articles/wsj-reporter-evan-gershkovich-detained-russia-cd03b0f3?te=1&nl=the-morning&emc=edit_nn_20230410" target="_blank">The Wall Street Journal</a>/Handout via REUTERS)</b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;"></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Justo quando Amorim aterrizava na capital russa, em 29 de março, o correspondente em Moscou do diário estadunidense <b><i>Wall Street Journal</i></b>, Evan Gershkovich, era detido en Ekaterimburgo pelo FSB, o Serviço Federal de Segurança, sucessor da temida KGB. <span style="color: #bf9000;"><b>A acusação é de espionagem, algo que não se via desde 1986, durante a Guerra Fria,</b> </span>com a detenção pelos russos, pelas mesmas acusações, do jornalista estadunidense Nicholas Daniloff.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Uma semana antes da prisão de Gershkovich, o que demonstra como as datas nesta historia também podem indicar um rumo geopolítico, o<span style="color: #134f5c;"> <b>Departamento de Justiça dos Estados Unidos havia acusado de espionagem a </b></span></span><span style="color: #134f5c; font-size: large;"><b><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">Cherkasov,</span></b></span><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #134f5c;"><b> que sempre sob falsa identidade brasileira de Victor Muller Ferreira, após estudar Ciências Políticas no prestigioso <i>Trinity College</i> de Dublín, Irlanda, havia obtido um título de Mestre no programa de Relações Internacionais da <i>Universidade John Hopkins</i> de Washington, especializando-se em política exterior estadunidense.</b> </span>A acusação das autoridades da administração Biden é o requisito legal prévio para um possível pedido de extradição pelos EUA.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No <b><i>Wall Street Journal</i></b>, John J. Sullivan, embaixador dos Estados Unidos em Moscou até o ano passado, afirmou que o fato de que o jornalista fosse acusado de espionagem e não de um delito comum sugere “<i><b><span style="color: #073763;">que o Kremlin quer um grande premio na troca, um prisioneiro de alto perfil</span></b></i>”. Algo como um espião. Nada a ver com as mais recentes permutas de prisioneiros entre Moscou e Washington, como a de abril de 2022 entre o ex marine Trevor Reed, acusado de agredir a dois oficiais russos, e Konstantin Yaroshenko, condenado por tráfico de drogas nos Estados Unidos. E, mais recentemente, em dezembro, a negociação da campeã de basquete Brittney Griner, detida em Moscou com menos de um grama de óleo de haxixe, pelo russo Viktor Bout, notório traficante de armas conhecido como <b><i>O Mercador da Morte</i></b>.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Daniel Hoffman, ex funcionário da CIA em Moscou, declarou ao <b><i>Wall Street Journal</i></b> que “<i><b><span style="color: #38761d;">o momento da detenção de Gershkovich não é, provavelmente, uma coincidência</span></b></i>” e que o Kremlin “<i><b><span style="color: #990000;">está tratando de incentivar uma troca de prisioneiros</span></b></i>”, assinalando que a acusação de Cherkasov por parte dos EUA precedeu em uma semana à detenção do jornalista. Para o ex embaixador Sullivan, sem dúvidas, não está claro que Washington tenha sob sua custodia algum espião russo de alto nível. E, acrescenta o <i><b>Wall Street Journal</b></i>, “<b><i><span style="color: #073763;">um câmbio incluindo Gershkovich pode ser mais difícil hoje, devido às atuais relações entre EUA e Rússia</span></i></b>”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Aqui, portanto, é onde o Brasil poderia entrar no jogo. Porque tem um espião russo que pode oferecer como moeda de troca — o Supremo Tribunal Federal autorizou sua extradição para a Rússia quando acabe a investigação no Brasil — e porque<b><span style="color: #134f5c;"> haveria uma perspectiva de dívida moral, tanto no Kremlin como na Casa Branca, que daria a Lula, e nem tanto ao país, uma vantagem política em sua ambígua política exterior, </span></b>na qual aperta a mão de Biden e abraça o mundo multipolar de China, Rússia e Iran.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Cherkasov, que não está acusado de espionagem no Brasil, também exercia seu oficio de espião no país latino-americano.<span style="color: #741b47;"> <b>Utilizava </b></span></span><b><span style="color: #741b47;"><span style="font-family: times; font-size: large;">esconderijos — "<i><a href="https://mujahdincucaracha.blogspot.com/2018/06/trigon-espioes-passeando-na-noite.html" target="_blank">dead drop</a></i>", ou recipiente fixo — para deixar dispositivos eletrônicos e mensagens, que depois eram recolhidos por outros membros da organização. Um destes recipientes foi descoberto em </span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">um </span><a href="https://www.cotiaecia.com.br/2022/11/homem-acusado-de-ser-espiao-russo-usou.html" style="font-family: times;" target="_blank">bosque de Cotia</a></span></span></b><span style="font-family: times;"><b><span style="color: #741b47; font-size: large;">, cidade vizinha a São Paulo.</span></b><span style="font-size: large;"><span style="color: #741b47;"> </span>O documento falso com que ele ocultou sua identidade durante anos no Brasil declarava seu nascimento em 4 de abril de 1989 em Niterói, Rio de Janeiro. Foi precisamente<b><span style="color: #351c75;"> em Niterói que a justiça brasileira descobriu e fechou, após 10 anos de processo penal, um cartório de registro civil que servia como uma fábrica de certidões de nascimento falsas, utilizadas também por uma rede de libaneses condenados por obter a nacionalidade brasileira com documentos falsos.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Além de Cherkasov, nos últimos meses foram descobertos pelo menos outros dois espiões russos com falsas identidades brasileiras. Em outubro, o<b><span style="color: #783f04;"> serviço secreto norueguês deteve Mikhail Valeryevich Mikushin. Ele havia se apresentado como o pesquisador José Assis Giammaria na <i>Universidade de Tromsø</i>. Gerhard Daniel Campos Wittich era o nome falso de outro espião russo, cujo verdadeiro sobrenome segundo as autoridades gregas é Shmyrev, que viveu no Rio de Janeiro durante cinco anos, sob uma identidade brasileira com ascendência austríaca. </span></b>Foi descoberto pelo serviço secreto grego porque sua esposa, a também espiã Irina Romanova, sob o nome de Maria Tsalla, operava em Atenas. O casal fugiu supostamente para Moscou, em janeiro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No Rio de Janeiro, o suposto<span style="color: #b45f06;"> <b>Daniel Campos havia alugado recentemente uma moradia próxima ao consulado estadunidense e era proprietário de uma empresa de 3D que produzia, entre outras coisas, esculturas de resina e vendia seus produtos tanto ao Exército como à Marinha e ao Ministério da Cultura do Brasil.</b> </span>Quem deu o sinal de alarme de seu desaparecimento em janeiro foi a noiva brasileira de Daniel Campos, que desconhecia a verdadeira identidade do jovem e denunciou seu desaparecimento durante uma viajem à Malásia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O grande mistério segue sendo por que os espiões russos utilizam tanto o Brasil. As explicações podem ser múltiplas. Desde a facilidade para conexão a redes ilegais que proporcionam identidades falsas até a riqueza do país e seu papel estratégico no continente americano.</span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;"> <b><span style="color: #cc0000;">Sob os mais de 7.000 quilômetros de costa atlântica do Brasil há quilômetros de cabos submarinos que conectam a infraestrutura de Internet do país com redes de todo o mundo. Fortaleza, no Ceará, hospeda o segundo maior centro de cabos submarinos do mundo (12 no total), com conexões para Estados Unidos (incluídos os cabos Monet em Boca Ratón, Florida), África e Europa. </span></b></span><span style="color: #cc0000;"><b style="font-family: times;">A Contra-inteligência, também é frágil no país. </b><b style="font-family: times;">Ninguém investigou, por exemplo, se havia espiões a bordo do navio russo <i><a href="https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-ema/mb-n-256-de-14-de-novembro-de-2022-443763530" target="_blank">Akademik Boris Petrov</a></i>.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Governo do ex presidente Jair Messias Bolsonaro <a href="https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-ema/mb-n-256-de-14-de-novembro-de-2022-443763530" target="_blank">autorizou</a> uma expedição científica deste navio em águas amazônicas [na verdade, <b>atlânticas <span style="color: red;">(*)</span></b>] após reunir-se com Putin no ano passado, poucos dias antes do início da guerra na Ucrânia. A zona onde o <i><b>Akademik Boris Petrov</b></i> realizou sua exploração, em novembro passado, tem importância geopolítica. A companhia petroleira nacional brasileira Petrobras está investigando a região em busca de seus recursos petrolíferos. Além disso, o <i><b>Akademik Boris Petrov</b></i> havia desviado para a costa britânica em sua rota para o Brasil. Segundo o blog <i><b><a href="https://plentyofships.blogspot.com/" target="_blank">Plentyofships</a></b></i> e alguns meios britânicos, sua passagem coincidiu com um acidente que danificou a infraestrutura do cabo submarino entre as Ilhas Feroe e Shetland. A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, falou de uma “situação de emergência” para as ilhas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Por último, cabe mencionar que se a guerra na Ucrânia fracassa, Vladimir Putin poderia fugir para a América Latina, segundo informou Abbas Gallyamov, antigo porta-voz de Putin. O canal de <i><b>Telegram</b></i> Mozhem Obyasnit afirma que funcionários russos de alto escalão estariam se empenhando em comprar propriedades e em solicitar o status de residentes na Venezuela, Equador, Paraguai e Argentina.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Também, diplomatas russos teriam comprado propriedades na Ilha Margarita da Venezuela, para escapar da detenção em caso de que a guerra conduza a uma mudança de regime na Rússia. Enquanto isso, <span style="color: #cc0000;"><b>Lula se prepara para receber em visita oficial o ministro russo de Assuntos Exteriores, Sergei Lavrov, que chegará a Brasília em 17 de abril após a viajem de Lula a China, o que poderia aplainar o caminho para a troca de Cherkasov por Gershkovich.</b></span></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> tradução livre de <a href="https://www.infobae.com/america/america-latina/2023/04/06/que-hay-detras-de-la-reunion-secreta-del-canciller-brasileno-con-putin/">Infobae</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>COMENTO:</b> Temos, então, mais uma jornalista se esmerando para justificar ou manipular os objetivos do passeio inútil do megalonanico Celso Amorim pela Europa, dissimulado em "assuntos bilaterais", talvez com o propósito de apagar a imagem de anão diplomático adquirida pelo atual assessor presidencial em gestões passadas. <b><span style="color: #741b47;">O propalado "plano de paz" sequer teve a atenção de Putin. A propósito, com a recusa do russo, o <a href="https://www.brasilagro.com.br/conteudo/lula-enfia-mais-uma-vez-o-pe-na-jaca-ao-falar-sobre-guerra-na-ucrania.html" target="_blank">Borracho-mor deu entrevista sugerindo, então, que a Ucrânia aceitasse abrir mão da </a></span></b></span><span style="text-align: left;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #741b47;"><a href="https://www.brasilagro.com.br/conteudo/lula-enfia-mais-uma-vez-o-pe-na-jaca-ao-falar-sobre-guerra-na-ucrania.html" target="_blank">Crimeia</a>, como "gesto de boa vontade" para encerrar o conflito com a Rússia. O chanceler ucraniano, diplomaticamente só faltou recomendar que o Cachaceiro enfiasse a proposta no rabo.</span></b> Sobrou, então, a narrativa sobre os espiões russos com documentação brasileira, que poderia ser o motivo da visita do chanceler russo, trazendo um<b><span style="color: #990000;"> <a href="https://jovempan.com.br/opiniao-jovem-pan/comentaristas/claudio-dantas/carga-misteriosa-na-visita-de-lavrov.html" target="_blank">contêiner com cinco toneladas</a> de misteriosa "<i>bagagem diplomática</i>", previamente guardado na Argentina.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span style="color: red; font-family: times; font-size: large;"><b>Negociações obscuras sobre compra e venda de insumos, não passaram pela imaginação da jornalista, obviamente.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><span style="color: #45818e;"><b>Esperamos que tanto o pessoal da nossa Polícia Federal, quanto o da ABIN estejam atentos a esses possíveis indícios de "ameaças e oportunidades" e que, pelo menos tenham identificado os "outros membros da organização" que apanhavam as encomendas deixadas no <a href="https://www.cotiaecia.com.br/2022/11/homem-acusado-de-ser-espiao-russo-usou.html" target="_blank">bosque em Cotia/SP</a>. </b> </span>Enquanto isso, o pessoal da Contrainformação russa continua alimentando a história do <a href="https://www.metropoles.com/distrito-federal/na-mira/espiao-russo-disse-que-morou-na-asa-norte-e-era-fa-de-comida-por-quilo" target="_blank">espião preso</a> no Brasil, sabe-se lá com qual interesse. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: red;">(*)</span></b> Não sei se houve falta de informação ou excesso de má fé da redatora original do texto, mas<b><span style="color: #2b00fe;"> a <a href="https://www.in.gov.br/web/dou/-/portaria-ema/mb-n-256-de-14-de-novembro-de-2022-443763530" target="_blank">Portaria autorizando</a> o trabalho de pesquisa do navio russo na costa brasileira é muito clara e específica. </span></b>Não houve autorização para ingresso em área interna brasileira, sendo que a pesquisa foi em águas marítimas atlânticas. <b><span style="color: #2b00fe;">Durante todo o período em águas brasileiras, havia um Oficial da Marinha Brasileira fiscalizando, desde a rota percorrida, <a href="https://alemdofato.uai.com.br/economia/russia-pesquisa-no-mar-do-brasil/" target="_blank">até os trabalhos propriamente ditos</a>. </span></b>As amostras coletadas foram analisadas e conferidas pela FURG (Fundação Universidade de Rio Grande) e pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); o <a href="https://plentyofships.blogspot.com/" target="_blank">blog</a> citado como fonte de suspeitas sobre o navio já não se encontra na internet. </span><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Por fim,<b><span style="color: #2b00fe;"> a mesma Portaria prevê a apresentação de um Relatório, com itens muito específicos a serem bem detalhados </span></b></span><span style="font-family: times;"><b><span style="color: #2b00fe;">ao término das pesquisas.</span></b></span></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-81361410007580899752023-03-31T00:00:00.063-03:002023-04-03T00:51:06.104-03:00Golpe Interrompido<div style="text-align: right;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img alt="" data-original-height="300" data-original-width="400" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGx7okLtxag5is11kekuCAwBz3T-Y8Zcft3Kc8Qpcxx9wpT6nYR_ud5mEEliOCWcVhUOiTyFS-dTB1xEWQUNH72uoIlhQlDRvU57fk5zavSLy6kpcgp34258-LKln4B9nByq06RJexY11-UnVrURqN0H7aclfGs5ZLp4byYvfD9_vCFJJ_RYJoQ9fD" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Imagem: Internet</b></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Ari Cunha</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #800180; font-family: times; font-size: large;"><b>Nesta data, em 1964, o Brasil pegava fogo. João Goulart armava a mudança do regime. O comunismo ameaçava o país.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em São Paulo, surgiu movimento comandado pelas senhoras católicas. Saíram às ruas protestando contra o desvio para onde o Brasil estava sendo dirigido. O movimento chegou a outros estados. Mostrava a revolta em que vivia o povo. <b><span style="color: #2b00fe;">O comunismo não tinha vez. Era contra o que pensam ainda hoje os brasileiros.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #38761d; font-family: times; font-size: large;"><b>As Forças Armadas seguiram a tradição de paz. Apareceram com valor. Assim foi evitada a entrada do Brasil no caminho aberto por outros povos.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><div class="separator" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img alt="" data-original-height="568" data-original-width="403" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjYdVONGQGMgCVg3xxB_cr2Yyh3zEe4RrXSXzXBlDEXyjIQUxSXaS6uZYJG_8bhHcFB1ZEKtBCFwo_hYNYGVWTQDmj9scrM6IgxAE13SwsumhmGydNBNc8SUVAFZ-UKeN4qv8ilV-dKnELGQt7wF68ABWRFrtR1roEzUOKIYiu2bIDJYDsaeuy1vJwu" width="170" /></div>Instituiu-se o governo militar. O presidente escolhido para substituir Jango foi Castello Branco. Homem de liderança nas Forças Armadas, prontificou-se a terminar o mandato interrompido. <b><span style="color: #7f6000;">Ficou mais um ano por determinação da massa e da força.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O projeto era devolver a democracia ao Brasil. A revolução durou 20 anos, sufocando até guerrilha no Araguaia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O país não vive mais a agonia.<span style="color: red;"> </span><b><span style="color: #cc0000;">A história é contada fora da verdade. Derrotados ganharam em dinheiro o “patriotismo” do gesto.</span> <span style="color: red;">Foi prêmio aos porcos, que mataram jovens com a farda militar, para roubar armas. </span><span style="color: #38761d;">Esses mortos escreveram a história com dignidade.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte: </b><a href="http://www.correiobraziliense.com.br/">Correio Braziliense - 31 Mar 09</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-38198160942362131162023-03-15T00:00:00.081-03:002023-03-15T00:00:00.213-03:00Pior a Emenda que o Soneto<div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">por </span><span style="font-family: times;"><b>Marcus Vinicius Gravina</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="2465" data-original-width="1858" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUGc2r1NtEgkfpI4AYw2E3AytWYBFMzVkxUu_AdWRszrD9O5F9EgsL67drOjniS25U1EKZEWfAmVHqtTUvZKBqwP6tr2Wk6NJTnKwj36jiojVrgwEyWZvzSRz3Fk5gMjB6wG9nWbSvYGFAYq-lt_sXlzoRzQeGZSX1StVt05LYteuG78In2V0fmMxm/w151-h200/45.JPG" width="151" /></div><span style="font-family: times; font-size: large;">É a conclusão que se pode ter das <b><span style="color: #38761d;">declarações em vídeos, que teriam vazado de uma reunião de militares do comando do Sudeste atribuídas ao atual Comandante-geral do Exército.</span></b> Circulou há poucos dias e foram comentadas no <b><i>Menu Globo/Política</i></b>, <i><b>Band Jornalismo</b></i> e <i><b>CNN Brasil</b></i> (04 Mar 23), que motivaram este artigo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">De vários tópicos, considerei da maior importância o que abordou a suposta fraude nas eleições de outubro de 2022.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #2b00fe;">Foi precisa a afirmação do general, de que não houve fraude.</span></b> No entanto deixou dúvidas que serão destacadas. Falando consigo mesmo, como se estivesse diante de um espelho disse:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">“<b><i>Ah! Mas tinha coisa que a gente não pode ver? Sim. Tinha coisa por exemplo ... o código fonte era possível? Não. <span style="color: #990000;">Por quê não era possível? Porque levaria uma montanha de tempo. </span>Agora esse mesmo processo eleitoral que elegeu o atual presidente e que não elegeu o ex-presidente, ele foi o mesmo processo que elegeu majoritariamente um congresso conservador</i></b>”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Em outro vídeo, prossegue: “<i><b>Ele </b></i>(Bolsonaro)<i><b> teve mais votos nesta eleição do que teve na outra. Então, a diferença nunca foi tão pequena. Foi mínima. E aí o cara fala assim — pô general, mas não teve fraude? <span style="color: #741b47;">Nós participamos de toda a fiscalização, fizemos relatórios, fizemos tudo. Constatou-se fraude? Não.</span> <span style="color: #cc0000;">Não dá para falar com certeza que houve qualquer tipo de irregularidade.</span> Infelizmente foi resultado que para a maioria de nós foi indesejado, mas aconteceu</b></i>”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A ambiguidade neste texto está presente nele. <b><span style="color: #800180;">No início o general foi categórico: não houve fraude. Mais adiante, reabriu a dúvida ao declarar: “<i>não dá para falar com certeza que houve qualquer tipo de irregularidade</i>”.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os relatórios da fiscalização do Exército revelaram esta incerteza, <b><span style="color: #741b47;">até o ponto que chegaram os trabalhos das FFAA, representada pelos técnicos do Exército. Foi quando, para elucidar e concluir a auditoria ou fiscalização de urnas suspeitas, consideraram indispensável e requisitaram o código fonte ao TSE, o que foi negado</span></b> por seu presidente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Tentando justificar a interrupção das investigações, que esperaram em vão pela entrega do código fonte da apuração de urnas não auditáveis, de outra forma, <b><span style="color: #783f04;">fez questão de dizer que de 1º a 8 de janeiro deste ano, dia das invasões na praça dos três poderes, o Presidente da República/Comandante Supremo das Forças Armadas era outro.</span></b> <b><span style="color: #b45f06;">Se não disse ficou implícito, que na qualidade de superior hierárquico das FFAA, o presidente não teria permitido ou não admitiria a continuidade da auditoria que poderia lhe custar a perda do mandato.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Este foi o impasse que congelou a apuração dos fatos, que correm o mundo perplexo com os estridentes acontecimentos políticos em nosso território.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Quanto à maioria conservadora eleita para o Congresso no mesmo pleito evidencia-se mais um indicativo da incoerência ou distorção do resultado da eleição para presidente, tratando-se de eleitos pela mesma ala política do candidato derrotado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #134f5c;">O foco da questão, se houve alguma manipulação, foi na apuração dos votos presidenciais. </span></b>Sem o código fonte, a verdade é uma só: <b><span style="color: #660000;">as FFAA (Exército), não concluíram a missão fiscalizadora, que contou para isto com todo o apoio e expectativa da sociedade brasileira.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A lógica da fala do Comandante do Exército leva a considerar o “dito por não dito”.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Não houve feridos em batalhas, mas<b><span style="color: red;"> muitas chagas foram abertas no âmago dos cidadãos brasileiros, que foram e continuam obrigados a votar, sem garantia de correção do uso de urnas não auditáveis.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Assim, como cidadão, exerço meu direito de opinião. Não é momento de se omitir.</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Caxias do Sul, 03.03.2023</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="http://www.blogdopolibiobraga.blogspot.com/2023/03/pior-emenda-que-o-soneto.html" target="_blank">Blog do Políbio Braga</a></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-55078638786874592952023-02-25T00:00:00.020-03:002023-02-25T00:00:00.224-03:00Pulso Eletromagnético — Sabes do que se trata?<p style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>Possivelmente, a maioria da população mundial não sabe do que se trata esse termo. </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>Outra parcela já ouviu falar ou leu algo a respeito e classificou o assunto como "mais uma teoria da conspiração". </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>Não é! </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>E é bom se informar! </b></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="505" src="https://www.youtube.com/embed/Nug1qqfshio" width="652" youtube-src-id="Nug1qqfshio"></iframe></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-66837322998105699342023-01-10T00:00:00.107-03:002023-01-10T00:00:00.209-03:00O Significado de "Antifascista"<div class="separator"><div style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;">por <b>Paulo Briguet</b></span></div><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSg0dLKWlYeZO2QYOylYPql2Sn0oOjqfc8GpkgCVIFVCW3kx7P53_My7-Y2ybb638Hk6nLRRLTFCOVyCsnxZAkXYm4moe6LIaFYDG__gWxIqvBKJa1gJaNmxTlsE1qcJkh1J60o4NMr3p9HWppmpTJo3TeJ7cJckaV-YHDRehmqDD2GW7J9PUTgUNn/w640-h638/muro-antifascista.jpg" /><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Quando comecei a trabalhar em jornal, no longínquo ano de 1992, as matérias ainda eram feitas em laudas de 20 linhas e 70 toques, com máquinas de escrever. Na época eu era trotskista e possuía uma <b><i>Olivetti</i></b> portátil sem a letra “a” — fato que muitos anos mais tarde entrou no enredo do excelente filme argentino “<b><i>O segredo dos seus olhos</i></b>”, numa rara ocasião em que a vida precedeu a arte. Tenho aqui nos meus alfarrábios alguns desses textos em que todas as letras “a”, maiúsculas ou minúsculas, foram feitas com caneta <b><i>Bic</i></b> nos espaços em branco deixados pela <b><i>Olivetti</i></b> banguela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Submeto vocês, <u>meus sete leitores</u>, a essas lembranças pessoais unicamente pela razão de que hoje vi no <b><i>Twitter</i></b> a foto acima. Na imagem podemos ver, reunidos em um palanque, diversos chefões dos países comunistas. <b><span style="color: #783f04;">O lugar é Berlim Oriental; o ano, 1986; o motivo da comemoração, os 25 anos da construção do Muro de Proteção Antifascista (Antifaschistischer Schutzwall), mais conhecido como Muro de Berlim, ou Muro da Vergonha.</span></b> Três anos depois dessa foto, o Muro cairia. E então ficou bem claro que <b><span style="color: #cc0000;">“proteção antifascista” era apenas o nome oficial da escravidão</span></b> de um povo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Nosso repórter-escritor <a href="https://brasilsemmedo.com/author/goncalves/">Fábio Gonçalves</a> está escrevendo um artigo sobre a gênese do <b><span style="color: #741b47;">movimento “antifascista” que atualmente vem semeando caos, discórdia e morte nos Estados Unidos e promete fazer o mesmo no Brasil</span></b>. Mas, antecipando-me ao Fábio (embora sem o seu talento), não resisti à tentação de publicar essa foto para que as pessoas entendam o verdadeiro sentido da causa “<b><i><span style="color: red;">Antifa</span></i></b>”. <b><span style="color: #990000;">O termo “</span><span style="color: red;">antifascismo</span><span style="color: #990000;">” tal como é usado hoje, não passa de um eufemismo vagabundo para justificar a opressão contra as pessoas comuns — trabalhadores, cristãos, pais e mães de família, cidadãos sem pedigree ideológico — que repudiam o projeto de poder esquerdista e constituem a maioria da população.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Antes do advento da internet e das redes sociais, fazer o que estou fazendo agora — ou seja, mostrar que o antifascismo significa apenas um pretexto para o crime — era quase impossível. Primeiro, você tinha que encontrar a foto (e os jornais, revistas e arquivos estavam quase todos na mão da esquerda). Depois, mesmo que você conseguisse encontrar <b><span style="color: #741b47;">a imagem, precisava passar pelos inúmeros filtros de informação comandados por editores, redatores e repórteres alinhados com o progressismo. Se, por milagre, você conseguisse publicar a foto e o comentário em algum veículo de comunicação, teria em seguida de enfrentar o bombardeio de desmentidos, desinformação e ataques pessoais dos companheiros jornalistas, professores e intelectuais bem-falantes.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Hoje em dia, no entanto, basta um clique e um post para desmascarar as mentiras que a esquerda levou décadas para construir. <b><span style="color: #2b00fe;">É por isso que os políticos — e, nos últimos 30 anos, o cenário político-cultural brasileiro foi totalmente dominado pelo progressismo — querem de qualquer maneira controlar e censurar a internet.</span></b> Na verdade, o sonho do <b><i>establishment</i></b> é construir um Muro de Berlim em torno das informações — o Muro da Liberdade e da Proteção Antifascista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Adendo: <i>Como complemento didático, eu não poderia deixar de mostrar a vocês sete esta outra foto. Nela, temos o ditador da Alemanha Oriental, <b><span style="color: #cc0000;">Erich Honecker, muito à vontade com a ativista Angela Davis, do grupo terrorista Panteras Negras, modelo e inspiração para os atuais Antifas</span></b>.</i></span></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgq0tdFsxmqHIWoGcDU96Jj5A4_JzKLbsv72Znnzf_WBnsjmw27KCPBkSx2d_T0fGN-lUlw_mHHoXdT2WDR1e_Vg3py0JQ33JaDVCH3Zit80-Ikk3LD2JgbhYULQphYR6fv5Pv7bQ4A0VnUJ_P_wRQhl4K-6MWCfIs2Uusl4vkIz4SWIrxEF2AUmXaq"><img height="406" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgq0tdFsxmqHIWoGcDU96Jj5A4_JzKLbsv72Znnzf_WBnsjmw27KCPBkSx2d_T0fGN-lUlw_mHHoXdT2WDR1e_Vg3py0JQ33JaDVCH3Zit80-Ikk3LD2JgbhYULQphYR6fv5Pv7bQ4A0VnUJ_P_wRQhl4K-6MWCfIs2Uusl4vkIz4SWIrxEF2AUmXaq=w640-h406" width="640" /></a><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;">— <b>Paulo Briguet</b> é cronista e</span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;"> editor-chefe do BSM.</span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="https://brasilsemmedo.com/o-muro-antifascista/">Brasil Sem Medo</a></span></div></div></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #274e13; font-size: large;"><b><i>Discurso antifascista é apenas uma estratégia para construir um muro de opressão e censura em torno das pessoas comuns</i></b></span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-25435352350338300492022-12-25T00:00:00.031-03:002022-12-25T00:00:00.211-03:00O Catecismo Secreto.<div style="text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ_Q_LFqRJ8JQTqJ6Yb4vISxJpUeoLi76bgI1yKV2kMeYlaoMsL4vCCyrbAB2zxaoieVTn6ONVk6XdbAnoFP7_yMvyBrii-VY1Rtbp7lIiWDqS4xswdFfnSRw6DiYr5V3nmsyxkeksxUWtXEC8FIQhnkUm13VDuv5qB-BAE6ZeVZA0LUbxoHavqGCO/s2048/Natal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1654" data-original-width="2048" height="516" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ_Q_LFqRJ8JQTqJ6Yb4vISxJpUeoLi76bgI1yKV2kMeYlaoMsL4vCCyrbAB2zxaoieVTn6ONVk6XdbAnoFP7_yMvyBrii-VY1Rtbp7lIiWDqS4xswdFfnSRw6DiYr5V3nmsyxkeksxUWtXEC8FIQhnkUm13VDuv5qB-BAE6ZeVZA0LUbxoHavqGCO/w640-h516/Natal.jpg" width="640" /></a></div></div><div style="text-align: right;"><span style="font-size: large;">por <b>Joseph Agamol</b></span></div><span style="font-family: times; font-size: large;"><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #38761d;">Há uma história clássica do Tio Patinhas, chamada “</span><i>O Sovina Gastador</i><span style="color: #38761d;">”, publicada em 1964, se não me engano, escrita e desenhada pelo gênio dos quadrinhos, Carl Barks.</span></b></div><div style="text-align: justify;">Em resumo, no gibi, o pato Donald, cansado dos presentes mixurucas que seu tio ricaço e pão-duro lhe dá a cada Natal, usa nele<b><span style="color: #7f6000;"> um raio hipnótico que fará com que o Tio Patinhas sinta uma vontade irresistível de dar um presente magnífico para a primeira pessoa que ele avistar. </span></b>O que poderia dar errado? Claro que, sendo o pato Donald, TUDO: a primeira pessoa que tio Patinhas vê após ser atingido pelo tal raio é, na verdade, o CACHORRO de uma milionária.</div><div style="text-align: justify;">E,<b><span style="color: #0b5394;"> como não entende muito de DAR presentes, o velho pão-duro busca inspiração em uma antiga canção de natal inglesa, </span></b>que apresenta uma lista de doze presentes, digamos, insólitos, que incluem <b><span style="color: #45818e;">uma perdiz numa pereira, duas pombas, três galinhas francesas, quatro pássaros cantando, cinco anéis dourados, seis gansos chocando, sete cisnes nadando, oito servas ordenhando, nove senhoras dançando, dez lordes saltando, onze flautistas tocando, doze tocadores de tambor… </span></b></div><div style="text-align: justify;">A história se desenvolve com o Donald achando que os presentes são para ele — e suas tentativas de fazer o tio fracassar na obtenção dos itens.</div><div style="text-align: justify;">Li a historinha ainda menino, nos anos 70, mas só recentemente descobri que a canção existe de verdade — e a belíssima história por trás dela. Embora no Brasil não seja tão conhecida como os maiores hits natalinos, na Europa e USA ela faz parte do panteão dos grandes clássicos de Natal. </div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #6aa84f;">Chama-se “<i>Twelve Days of Christmas</i>” — em português, “<i>Doze dias do Natal</i>” — que seriam os dias entre o Natal e a epifania, em 6 de janeiro.</span></b></div><div style="text-align: justify;">E qual é a história?</div><div style="text-align: justify;">Diz a lenda que a canção surgiu na Inglaterra, no século XVI, durante a perseguição aos católicos naquele país, que, como forma de proteger, praticar e divulgar sua fé, ocultaram na letra de uma música de Natal os mais valiosos preceitos do catolicismo.</div><div style="text-align: justify;">Assim, por exemplo,<b><span style="color: #b45f06;"> a perdiz na pereira simboliza Cristo e sua morte na cruz. As duas pombas, o Antigo e o Novo Testamento. As três galinhas seriam as três virtudes, fé, esperança e caridade. Os quatro pássaros, os quatro evangelhos. Os cinco anéis dourados seriam os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. Os seis gansos, os seis dias que o Eterno usou na criação do mundo. Os sete cisnes seriam os sete dons e os sete sacramentos. As oito servas? As oito bem aventuranças. As nove senhoras, os nove frutos do Espírito Santo. Dez lordes, dez mandamentos. Onze flautistas são os onze apóstolos fiéis a Yeshua. Os doze tambores representariam os doze artigos do Credo.</span></b></div><div style="text-align: justify;">Alguns pesquisadores não acreditam nessa versão de um catecismo clandestino embutido na canção, atribuindo sua origem apenas a um jogo musical infantil que era cantado entre o Natal e o Dia de Reis.</div><div style="text-align: justify;">Se eu acredito que “<b><i>Twelve Days of Christmas</i></b>” oculta um catecismo secreto em sua letra, no intuito de preservar e divulgar a fé cristã?</div><div style="text-align: justify;">Amigos, eu acho que<b><span style="color: #ffa400;"> o Eterno age de modos misteriosos.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><b><span style="color: #a64d79;">Tão misteriosos que até uma história em quadrinhos pode ser um instrumento de Sua vontade.</span></b></div></span><div style="text-align: center;"><span style="font-size: large;"><b><div style="text-align: center;"><iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/T-cjK3f87jI" width="480"></iframe></div>Fonte:</b> <a href="https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=pfbid0ZKXq3pr26S6LsVUEVKU9DN7qX1oDvuGyqSAT6ZXtsWy4PZJbdmcVJcMWfg6uH9wJl&id=100011114870761" target="_blank">página do autor no Facebook</a></span></div><div style="text-align: center;"><br /></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-40127765813573151742022-11-30T00:00:00.022-03:002022-11-30T00:00:00.200-03:00Triste Brasil — Aos Trancos e Barrancos<div style="text-align: center;"><span style="font-family: times;"><i><span style="color: #ff00fe; font-size: large;"><b>Brasil parece ser ciclotímico e masoquista, e já se sente uma transição com retrocesso</b></span></i></span></div><div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Alexandre Garcia</b></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9OrIbuQ-D4bed89jVHPGE6QkqgYqODOq5JlBKVYKwiuEiA6VrPVC5zhrhLk6Hu6IiuxsLurDKTRZT-X7eraF4PSLckNSwKik2D9ckEyTdw2UWfF5eAkMyAZEd9aHFEsL_Eq699gS3xcbbdpx1KdFKYXnLbf1-Ev4JxqRzaJQaYKi7BgVLUjJRdLAX/s320/AMORANDO%20BRASIL.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Imagem:</b> <a href="http://donamocinhadobrasil.blogspot.com/2016/11/o-pais-acorda-de-luto.html" target="_blank">Dona Mocinha</a></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #7f6000;">Lula quando fala assusta, como disse a decepcionada economista Elena Landau, que o apoiou no segundo turno.</span></b> “Lula não aprendeu com os erros do passado”. Na verdade, parece que voltou ainda mais disposto a recrudescer nos erros.<b><span style="color: #20124d;"> Agora mesmo aceitou o jatinho para ir ao Egito, como aceitou o sítio e o triplex.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Henrique Meirelles já recolheu os flapes e não está disposto a pousar no novo governo. “Boa sorte!”, desejou ironicamente <b><span style="color: #660000;">Meirelles, que vê um período diferente daquele primeiro ano de Lula, em 2003, em que a economia mundial derramava suas bênçãos sobre o Brasil. </span></b>Hoje, a economia chinesa, desacelerada, faz uma grande diferença.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>REINA A INCERTEZA</b> — Depois do desprezo pelo “tal mercado”, Lula foi condenado com duras palavras por editorial da <i><b>Folha de S.Paulo</b></i>, que tanto o apoiou. Pérsio Arida, falando ontem em Nova York, parecia Paulo Guedes; será que fica na equipe de transição? Investidores, empregadores, produtores ainda não sabem o que virá.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #073763; font-family: times; font-size: large;"><b>Fernando Haddad em lugar de Paulo Guedes pode ser apenas um bode na sala, para dar lugar a alguém que tenha assistido a mais de dois meses de aula de economia. Boulos para Habitação é tão irônico quanto Stédile para a Reforma Agrária.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os nomes que circulam podem ser de fogo amigo de quem está de olho no ministério, ou <i><b>fake news</b></i> para assustar, mas bem que Lula poderia mostrar algum nome que acalmasse a incerteza que faz os investidores apertarem fundo o pé no freio.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>COMPLICAÇÕES EM SÉRIE</b> – Enquanto isso, ele pega o jatinho de 54 milhões de dólares com matrícula americana de um empresário de plano de saúde, que, como ele, já andou preso, e voa para o Egito dos faraós.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">As manifestações de rua continuam e os comandantes das três <b><span style="color: #2b00fe;">Forças Armadas deram um aviso direto, sem intermediários, às instituições e ao povo: estão ao lado do povo, fonte do poder, e lembram que a lei diz que não é crime a manifestação crítica contra as instituições</span></b>, vale dizer, o Supremo, o Congresso, o presidente ou mesmo o Exército.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A nota adverte que o Legislativo, casa do povo, tem que ser respeitado — isto é, não se pode prender deputado nem censurar parlamentar e rede social —, e que os <b><span style="color: #bf9000;">parlamentares precisam corrigir possíveis arbitrariedades e desvios autocráticos — vale dizer, o Senado precisa fazer o Supremo voltar à Constituição e ao devido processo legal.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>A SERVIÇO DO POVO</b> </span><span style="font-family: times; font-size: x-large;">—</span><span style="font-family: times; font-size: large;"> A nota reitera que as Forças Armadas estão a serviço do povo brasileiro e que<b><span style="color: #741b47;"> as autoridades a serviço desse povo precisam atender reivindicações legais e legítimas. Fingir que não viu, não leu e não ouviu é esconder-se como avestruz.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Desrespeitaram direitos e garantias individuais que são cláusulas pétreas da Constituição e do direito natural.<b><span style="color: #990000;"> Crise institucional ter origem num tribunal constitucional é a última causa que se pode imaginar. </span></b>Parecemos um país ciclotímico e masoquista.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #674ea7;">Quando a nação se encaminha para a grandeza, pensa que não merece e provoca uma guinada para cair de novo. </span></b>Desta vez, a guinada veio de uma elite da política, da Justiça e da mídia, usando eleitores desinformados. <b><span style="color: red;">Planejada ou não, muitos sentem nesses dias uma transição para baixo.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="http://www.tribunadainternet.com.br/brasil-parece-ser-ciclotimico-e-masoquista-e-ja-se-sente-uma-transicao-com-retrocesso/">Tribuna da Internet</a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>COMENTO:</b> Ciclotimia ou transtorno ciclotímico, é um <b><span style="color: #45818e;">transtorno de humor em que a pessoa experimenta momentos de depressão ou euforia subitamente</span></b>.</span></div>GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2677537770367407937.post-75377298619721003042022-11-20T00:00:00.000-03:002022-11-20T00:00:00.212-03:00Falência Múltipla<div style="text-align: right;"><span style="font-family: times; font-size: large;">por <b>Mariano Andrade</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiamQe8zTiq6iPvSqahHWAvCzM2G0jjdp4uOLnBu_PxAV9BwPM_mq4Ja6HIVFgyAxaqm1l_49Z-96tGMKNNTepTRaYvotIwngIH8ANApsvngsbZm7864rSi-f4-66Eq5ILlZiuJj_8juGQVMOXhDJevLF_rAo36xsf75VoNXVrrhyI8JwfC0Biheva7-g=w581-h238" width="581" /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;">Em medicina, <b><span style="color: #7f6000;">a falência múltipla de órgãos caracteriza um quadro clínico em que mais de um sistema vital para de funcionar adequadamente.</span> </b>Muitas vezes, a própria defesa do organismo torna o processo mais instável, dificultando o tratamento eficaz. Pacientes com falência múltipla de órgãos muitas vezes não têm prognóstico, é uma questão de tempo até virem a óbito. Praticamente, só lhes resta a fé.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #660000; font-family: times; font-size: large;"><b>Quando um paciente morre de falência múltipla de órgãos, não se pode ao certo afirmar qual sistema ou órgão foi responsável pelo desfecho final.</b></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times;"><span style="font-size: large;">A eleição de Lula é a falência múltipla do Brasil.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;"><b><span style="color: #4c1130;">Para combater um governo que não agradava a diversos setores da sociedade — vários deles alijados das benesses polpudas e imorais de outrora — o Brasil testemunhou uma subversão da realidade</span></b> e uma relativização de conceitos que certamente atacará o país em diversos flancos. <b><span style="color: #783f04;">Quem se ilude quanto a isso nada mais é do que um tolo. </span></b></span><span style="color: #783f04; font-family: times;"><b>O país não tem prognóstico.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência moral.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;"><b><span style="color: #741b47;">Somos a primeira nação do mundo a eleger um condenado e preso por corrupção para um cargo executivo. A honestidade deixou de ser uma condição essencial para o tratamento da coisa pública. </span></b>O texto poderia parar aqui — trata-se de uma disfunção que leva à falência de outros valores.<span style="color: #b45f06;"> <b>Quem aceita votar em Lula, aceita votar novamente em Sérgio Cabral e </b></span></span><span style="color: #b45f06;"><b><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">— </span><span style="font-family: times;"> dada nossa nova (des)ordem moral </span><span style="font-family: times;">—</span><span style="font-family: times;"> </span><span style="font-family: times;">provavelmente terá a chance de fazê-lo.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Várias gerações cresceram ouvindo a máxima de que “<i><b>no Brasil, só pobre vai preso</b></i>”, ou “<b><i>no Brasil, a única coisa que dá cadeia é deixar de pagar pensão</i></b>”. Tivemos o privilégio de ver isso mudar:<b><span style="color: #0c343d;"> cidadãos poderosos, ricos e influentes foram encarcerados, verdadeiras fortunas desviadas dos cofres públicos foram devolvidas. O país, finalmente, estava se tornando um império da lei.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Conseguimos a infeliz proeza de não só soltar os corruptos presos, para agora elegermos o chefe da quadrilha que, certamente, colocará em cargos estratégicos seus companheiros de crime. Ou alguém acredita que Lula virou um político probo ou que se aterá a indicações técnicas e apartidárias? Ao longo do mandato, muitos fantasmas aparecerão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Lula jamais se desculpou pela corrupção da era PT — desculpas essas devidas mesmo com a fantasiosa narrativa do “eu não sabia” (lembram?). Os<b><span style="color: #741b47;"> eleitores de Lula, quando indagados sobre corrupção, invariavelmente respondem com os “51 apartamentos de Bolsonaro” ou “as rachadinhas”. Esquivam-se do tema, preferindo relativizar os malfeitos.</span></b> Há uma diferença, porém </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span><b><span style="color: #274e13;"> Lula foi condenado por </span><span style="color: red;">vinte</span><span style="color: #274e13;"> juízes, Bolsonaro não. </span></b>Ainda há a presunção da inocência no Brasil?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A moral da sociedade brasileira parou de funcionar. Aqui, o crime compensa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência política.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Lula elegeu-se aliando-se a pessoas que ele odeia (e que o odeiam), a começar pelo vice Geraldo Alckmin, eterno antagonista ao PT.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #351c75;">Lula aliou-se a Tebet, uma oportunista descarada e cuja companheira de chapa o acusou de mandante de assassinato. </span></b>A que ponto chegamos? Vale qualquer associação pelo poder.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Lula não apresentou nenhuma proposta </span>—<span style="font-family: times;"> elegeu-se pela sua persona. Culto à personalidade historicamente termina em fracasso. Bolsonaro, por outro lado, perdeu a eleição devido à sua persona.<b><span style="color: #134f5c;"> A política brasileira se resume a isso: "gosto" ou "não gosto" do candidato. Pouco importa o que ele pretende fazer e o legado que deixará ao final do mandato. O eleitor se esquece de que personas mudam, mas o legado fica.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O país elegeu um ex-condenado por corrupção e deu a ele um cheque em branco. Que legado esperar?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência institucional.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">"<b><i>Eleição não se ganha, se toma</i></b>". Essa fala de um ministro do STF já esgotaria o tema </span>—<span style="font-family: times;"><b><span style="color: #cc0000;"> a mais alta corte do país entende que as eleições não precisam ser limpas.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #674ea7;">A autoridade eleitoral, por sua vez, é contrária ao aumento de transparência, vendendo a ideia esdrúxula de que temos a melhor tecnologia do mundo em sistemas de votação, definitiva e inviolável.</span></b> Incrível não termos empresas tão grandes e poderosas como <b>Apple</b>, <b><i>Samsung</i></b>, <b><i>Google</i></b>, não?<span style="color: #783f04;"> <b>Num país onde tudo demora (apesar da auspiciosa digitalização da economia promovida nos últimos anos), somos capazes de "apurar" 120 milhões de votos em 3 horas. A eleição poderia passar a acontecer no dia 1º de abril.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">A cruzada contra Jair Bolsonaro destruiu a separação de poderes </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> vimos o judiciário legislar livremente, sem qualquer questionamento do parlamento. Que democracia é essa? Com um parlamento de centro-direita, alguém tem dúvida de que o STF seguirá interferindo no processo legislativo?</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #e06666;">Lula indicará dois ministros do STF nesse mandato. Alguma dúvida de que serão amigos, com os quais volta e meia Lula troca tapinhas no rosto? </span></b>Gente da pior espécie, gente que coloca favores, persona e lealdade política acima dos valores institucionais.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência da ordem.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A pauta de Lula e seus aliados contém temas como descriminalizar pequenos delitos e outros afins. Claro, a chapa contou com apoio maciço e explícito de organizações criminosas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">A Califórnia, estado dos mais ricos dos EUA, descriminalizou <b><i>shoplifting</i></b> (pequenos furtos no varejo) há alguns anos. Resultado</span> — <span style="font-family: times;">várias empresas fecharam suas lojas e demitiram funcionários. <b><span style="color: #38761d;">É exatamente o que nos espera, uma "violência do bem" destruindo a economia e o emprego.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Isso sem falar na "violência do mal", aquela que vem por atacado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência sucessória.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #783f04; font-family: times; font-size: large;"><b>Em 40 anos de política, Lula não formou nenhum líder para sucedê-lo. Quem pensa que, depois de 4 anos, passará o bastão a Alckmin deve morar em outra galáxia. Se sua saúde lhe permitir, Lula concorrerá à reeleição em 2026 e, provavelmente, sem Alckmin na chapa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">E, assim sendo, não escaparemos de mais uma campanha lamentável, dominada pelas personas e pelo populismo. <b><span style="color: #134f5c;">Para um povo de pouca instrução como o nosso, não há chance de um candidato técnico e com agenda propositiva (Tarcísio ou Zema) competir com uma figura como Lula. </span></b>Lula é capaz de mentir fragorosamente em campanha, de prometer picanha, cerveja, pão e circo </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> a receita para atrair um adversário também populista para a contenda.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">No mínimo, há que se admitir que Bolsonaro seria o “waze eleitoral”, o caminho mais rápido para termos alguma chance de, em 2026, escapar da polarização que tanto emburrece. Carisma não se transmite, e os líderes forjados por Bolsonaro não gozam do mesmo carisma que ele. Portanto, só uma persona (Bolsonaro de novo?) poderá fazer frente a Lula da Silva.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Por segurança,<b> <span style="color: #741b47;">Lula tratará de manter o “nós contra eles”, de infernizar a vida dos estados governados por opositores e de tentar poluir a agenda política com caças às bruxas. Tudo para evitar o surgimento ou consolidação de novas lideranças.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência jurídica.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O sistema judiciário do Brasil foi desmontado para que Lula pudesse concorrer à presidência. <b><span style="color: #660000;">Os processos, julgamentos e decisões de um sem-número de juízes foram simplesmente rasgados. Como podemos esperar doravante uma sociedade onde todos são iguais perante a lei?</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Há alguns anos, Lula já havia afirmado que Sarney não era um homem comum perante a lei. <b><span style="color: #741b47;">Lula não acredita no império da lei, nunca foi um conceito que lhe agradasse, afinal é um ególatra que espera que a lei se molde à sua conveniência. Agora, <i>powered by</i> STF, Lula é a lei, e assim será.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência administrativa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">A eleição de Lula vai custar caro para a sociedade brasileira. <b><span style="color: #990000;">Lula deve favor para muita gente </span></b></span><span style="color: #990000; font-family: times;"><b><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> TSE, STF, partidos, políticos, banqueiros, e outros “democratas”. Quem espera que o governo Lula seja pautado por indicações técnicas pode voltar para Marte.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A cartilha petista é indicar para cargos importantes os “companheiros” derrotados nas urnas. Então, <b><span style="color: #351c75;">teremos que engolir figuras como Fernando Haddad, Olívio Dutra e outras tantas que causam náuseas e para as quais o eleitor já disse "não!". Exagero? Quem foi o primeiro presidente da Petrobrás da era Lula? José Eduardo Dutra, então recém-derrotado na eleição para o governo do Sergipe.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Com indicações políticas, a chance de termos melhoria nos serviços públicos é nula. Também não esperem um ambiente acolhedor para investimentos privados,<b><span style="color: #783f04;"> teremos gente medíocre em todos os escalões, incapazes de inovar e promover as alavancas do crescimento.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência federativa.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">O Nordeste foi instrumental para a eleição de Lula. <b><span style="color: #990000;">Trata-se de uma região pobre justamente por ser governada majoritariamente por partidos de esquerda desde a redemocratização, e, com isso, fadada a nunca realizar seu potencial econômico. A região produz pouco e tem muitos eleitores, uma receita perfeita para o clientelismo e a servidão </span></b></span><span style="color: #990000; font-family: times;"><b><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> terreno perfeito para provar empiricamente as teorias de Hayek.</b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">O Nordeste jamais terá progresso com Lula ou outro governo de esquerda, pois<b><span style="color: #a64d79;"> ali reside sua possibilidade de se perpetuar no poder, não sem custar aos cofres públicos obras populistas, transferências de renda eleitoreiras e outros movimentos bem conhecidos. Ocorre que os estados que geram mais riqueza têm legitimidade para questionar essa equação: afinal, para que trabalhar e produzir, se os tributos são revertidos para benefícios (de curto prazo e populistas, majoritariamente) de outrem?</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A União Europeia está sendo desmantelada justamente pela disparidade dos países-membros. <b><span style="color: #800180;">Os alemães não querem mais financiar a Grécia, tal qual SP em algum momento não concordará em bancar o clientelismo nordestino.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Alguns preferem o caminho do progresso, outros trilham (ou são obrigados a trilhar) o caminho da servidão. Essas agendas tão díspares são incompatíveis numa união federativa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência informacional.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #783f04; font-size: large;"><b><span style="font-family: times;">Lula acredita no controle da mídia </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> falou sobre o assunto sem nenhuma censura (oops) durante a campanha. A grande mídia espera voltar a mamar nas tetas do estado e, claro, dará a contrapartida de noticiário favorável ao governo.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">É daí para pior. Durante o processo eleitoral, testemunhamos uma censura descarada, inclusive com prerrogativas censoras ex-ante, virou <b><i>minority report</i></b>. Para tanto, contou-se com o voto lamentável de uma ministra do STF, “<b><i>eu sei que está errado, eu sei que é ilegal, mas vou aprovar</i></b>”, um momento singularmente trágico para nossa história.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b><span style="color: #741b47;">Durante o governo "fascista" de Bolsonaro, os “artistas” puderam postar imagens do presidente num caixão com flores, ou montagem de um jogo de futebol onde a bola era a cabeça do presidente. </span></b>Um jornalista desejou publicamente a morte de Bolsonaro quando o presidente contraiu covid-19. Bolsonaro é o fascista mais incompetente da História, pois deixou a sociedade falar mal à vontade. Pior: deixou haver eleições livres, vejam só!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #990000; font-family: times; font-size: large;"><b>Já os “democratas” das altas cortes pensam diferente. Prendem quem posta comentários negativos sobre eles, invadem contas de celular e por aí vai. Abusam do poder que têm e do que não têm, não tendo nenhuma censura (oops) em legislar amiúde. Ah, e nada de eleições justas.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Essa será a tônica do governo Lula: <b><span style="color: #7f6000;">adeus informação, adeus contraditório, adeus liberdade de expressão. Virá aos poucos, para ninguém perceber. Quando a sociedade se der conta, a água já estará fervendo.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Falência internacional.</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Os fanfarrões Macron, Di Caprio, Mark Ruffalo e outros dementes hipócritas vão comemorar a vitória de Lula. O senil Biden, se lograr compreender o que se passa, também. Porém<b><span style="color: #134f5c;"> confundir confete e serpentina com respeito e relevância internacionais é uma infantilidade descomunal.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">Lula é um despreparado, capaz de declarar que a guerra da Ucrânia se resolve com cerveja (precisa da picanha acompanhando?). Só isso já bastaria para desacreditá-lo internacionalmente </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> desrespeita interlocutores que buscaram a paz antes de o conflito ser deflagrado, desrespeita jovens que vão lutar na guerra, desrespeita os mortos e seus familiares. Um ultraje.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">Mas Lula é ainda pior: é o "idiota útil" modelo exportação. <b><span style="color: #990000;">Lula jamais admitiu o erro de apoiar o chavismo, regime ditatorial que destruiu o país outrora mais rico da América do Sul. Lula jamais se furtou a enaltecer Cuba, algo incompatível com prezar pela democracia. Nos mandatos anteriores, Lula simpatizava com o Irã e o Estado Islâmico, aquele que decapitava jornalistas ocidentais. A Nicarágua parece ser a queridinha da vez. Beijar a mão de ditadores e ter respeito internacional são situações mutuamente excludentes.</span></b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: times;">"<b><i>Ah, mas teremos Meirelles</i></b>". Irrelevante </span><span style="font-family: times;"><span style="font-family: "Times New Roman";">—</span> pode ser Dilma ou Mantega também, o destino é o mesmo, só muda a velocidade. <b><span style="color: #a64d79;">O investidor internacional vai capturar o <i>relief rally</i>, se houver, e depois vai destinar o capital para jurisdições onde a propriedade privada e a lei sejam respeitadas.</span></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: large;">A lista é longa, há outras tantas falências que contratamos para a sociedade brasileira ao eleger Lula da Silva. <b><span style="color: #cc0000;">Quando o país finalmente morrer, não saberemos qual “órgão” foi responsável pelo último suspiro, mas saberemos qual foi o molusco causador.</span></b> <b><span style="color: red;">Só nos resta a fé.</span></b></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: large;"><b>Fonte:</b> <a href="http://c-ponto.blogspot.com/2022/10/falencia-multipla.html" target="_blank">Contraponto</a></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div> GM Ferrazhttp://www.blogger.com/profile/00175736110672067017noreply@blogger.com0