quinta-feira, 14 de julho de 2016

Processo de Paz na Colômbia - A Opinião de um Militar

O Coronel (Inativo) Luis Alberto Villamarín Pulido, especializou-se como Lanceiro, Paraquedista e Contraguerrilheiro Rural, agora é um reconhecido analista militar e político.
Luis Alberto Villamarín Pulido, natural de Fusagasugá - Cundinamarca, é um Coronel Inativo do Exército colombiano, com 25 anos de experiencia militar (1977-2002), mais da metade deles dedicado às Operações de combate contra grupos narco-terroristas na Colômbia. É especializado com cursos de Lanceiro (equivalente aos nossos Comandos), Paraquedista e de Contra-guerrilha Rural.
Logo após deixar o serviço ativo, passou a se dedicar à investigação de temas relacionados com a geopolítica, a segurança e à defesa, alcançando grande notoriedade por seus 28 livros e centenas de artigos publicados. O Coronel Villamarín teve a amabilidade de nos conceder uma entrevista relacionada com o atual processo de paz colombiano.
Fuerzas Militares: ¿Quais foram suas maiores realizações durante seu serviço ativo, e qual a anedota que mais o marcou?
Cel Villamarín: Mais que realizações e anedotas, a honra de haver comandado durante quase dois anos (1994-1995) o Batalhão de Contra-guerrilha nº 19 - Cacique Calima, da Brigada Móvel nº 1, com destacados resultados em mais de 20 combates e zero baixas ou feridos entre meus soldados.
Fuerzas Militares: ¿Quál é a sua opinião sobre o atual processo de paz em Havana?
Cel Villamarín: Que as FARC impuseram a agenda, os tempos e a metodologia de negociação. Assim, ter conseguido a iniciativa estratégica, trouxe vantagens políticas substanciais e estabeleceu um empate tático ao obter a suspensão de bombardeios contra seus esconderijos, suspensão das fumigações de seus cultivos de coca, pantomima das desminagens e agora, a suspensão das Operações Militares com o argumento do cessar fogo bilateral, que as FARC veem como um armistício.
Em resumo, as FARC estão conseguindo legitimação política e buscam obter o status de "força beligerante" com a cumplicidade dos governos socialistas do hemisfério.
Fuerzas Militares: ¿Que coisas deviam ter sido feitas e não o foram em relação ao processo de paz?
Cel Villamarín: - Exigir a concentração de todas as estruturas terroristas das FARC antes de iniciar a conversar.
- Nenhuma concessão ao terrorismo para enfrentar a Justiça.
- Enviar à Justiça e trazer à luz os "Farc-políticos" e os "laranjas" das FARC, que os ajudam a mascarar as finanças.
- Exigir a entrega sem condições de todas as armas.
- Não incluir nem Venezuela nem Cuba como governos mediadores, pois seus dirigentes fazem parte do plano marxista leninista das FARC contra a Colômbia.
- Plena identificação de todos os membros do Partido Comunista Clandestino, do Movimento Bolivariano Clandestino e das Milicias Bolivarianas.
Fuerzas Militares: Desde seu ponto de vista, ¿qual é a principal preocupação dos nossos militares em relação ao chamado pós-conflito?
Cel Villamarín: Justiça penal militar debilitada, pouca claridade da chamada justiça transicional e os tribunais de paz de cunho esquerdista, continuidade no amparo laboral de soldados profissionais e quadros de mando, no bem estar social, e nos benefícios sociais.
Fuerzas Militares: ¿Quais, pensa você, serão as principais ameaças a enfrentar pela Força Pública no chamado pós conflito?
Cel Villamarín: Primeiro há que terminar o conflito para falar de pós conflito.
No caso de se desmobilizarem as FARC, o ELN e os remanescentes do EPL, as tropas devem estar preparadas para defender a soberania frente às ambições desmedidas do atual governo da Nicarágua sobre nosso mar territorial, o risco de uma aventura armada do governo socialista da Venezuela para ocultar sua ineficiência interna, ou a continuidade das mal chamadas bandas paramilitares.
Fuerzas Militares: ¿Lhe preocupa uma possível redução das Forças Militares ou uma deterioração das condições laborais dos militares no pós conflito?
Cel Villamarín: Obviamente, porque uma nação com a potencialidade geopolítica e geoestratégica da Colômbia é um manjar apetitoso para inimigos entocados que cobiçam nossas riquezas.
Fuerzas Militares: ¿Lhe preocupa uma diminuição do orçamento de segurança e defesa no pós conflito?
Cel Villamarín: Obviamente por las razones já expostas.
Fuerzas Militares: ¿Qual sua opinião sobre a planejada participação de nossas tropas em Operações Internacionais da ONU e da OTAN?
Cel Villamarín: Muito hipotética e oportunista. Quem poderá explicar que façamos parte ativa dessas Forças enquanto que, ao mesmo tempo outras forças da ONU estarão verificando a suposta desmobilização armada das FARC.
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Nota: na página www.luisvillamarin.com pode-se ver uma relação das publicações do Cel Villamarim. A maioria dos seus artigos estão disponíveis on line.
Fonte: tradução livre de Fuerzas Militares

Um comentário:

Anônimo disse...

Vão cair na real quando?!! Quando?!!

Vou desenhar. Não interessa resolver o problema das FARC. As FARC são a desculpa perfeita aos americanos e israelenses para terem bases na riquíssima Floresta Amazônica.

Tá assim tão difícil entender isso?!! Claro que sim, senão não teriam essas bostas de reportagens pega-trouxa.

Poste algo sobre o agente do FBI Sérgio Moro.