segunda-feira, 13 de junho de 2016

Jornalismo ou Ativismo?

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Mais uma vez um maluco provoca tragédias nos Estados Unidos. É sabido o massacre ocorrido na madrugada de domingo em Orlando, quando um demente ingressou em uma boate lotada e começou a atirar indistintamente contra os frequentadores, com um fuzil (modelo AR-15) e uma pistola Glock calibre 9 mm. O tresloucado gesto provocou, de imediato, a perda de meia centena vidas e outro tanto de feridos.
Não vou tentar detalhar a desgraça - considerada a pior do tipo na história dos EUA - pois isto já está sendo feito com melhores meios pelo que denominamos nossa grande mídia.  Mas vou me ater exatamente na atuação dessa grande mídia quanto a forma de informar a sociedade a respeito deste e outros fatos de grande repercussão. 
Em primeiro lugar, estranho a ênfase que tem sido dada ao fato do flagelo ter ocorrido em uma "boate gay" e as diversas manifestações de apresentadores, jornalistas, comentaristas e políticos - incluindo aí o presidente Obama - classificando o fato como "crime de ódio" ou de homofobia. Me pergunto se um idiota qualquer praticar ato semelhante em um ginásio lotado em função de alguma luta de box entre figurantes famosos, as perdas de vidas seriam mais ou menos valoradas. Destaco que citei uma luta de box por não me parecer um ambiente que se coadune ao público "gay", sem excluir, é claro, a existência de lutadores e simpatizantes homossexuais.
Em segundo lugar, me espantou o aproveitamento da oportunidade para que os mesmos comentaristas acima citados, também o presidente Obama, desferissem suas críticas à liberdade que os norte americanos possuem, no que tange à aquisição e porte de armas. Só mesmo na internet, felizmente um espaço onde ainda se pode expressar livremente as opiniões, são encontradas algumas críticas às pouco divulgadas "gun-free-zones", por coincidência, locais que se destacam pela ocorrência de atentados do tipo que estamos tratando. 
Para quem ainda não sabe, tais zonas são locais onde é expressamente proibida a circulação de armas - normalmente nas redondezas de áreas de diversão e escolas, até mesmo escolas militares, o que explica atentados ocorridos em "bases militares", na realidade instituições de ensino militar. E por que são locais preferenciais para atentados com armas? Exatamente por terem os bandidos atacantes a certeza de que não haverá reação imediata aos seus crimes. Além do mais, desde quando bandidos e doidos preocupam-se com legislação? Alguma semelhança ao país que soma mais de 50 mil mortes violentas ao ano?
Sem querer minimizar perdas de vida, já adianto aos críticos da "violência característica dos yankees", que em 2015 ocorreram 372 "tiroteios massivos" nos EUA, que provocaram 367 mortos. 
Ao amanhecer de hoje (segunda-feira), tive de aturar o Ricardo Eugênio Boechat - um jornalista com opiniões cretinas, mas que ouço por ser ele bem informado - reclamando de ninguém ter indagado ao tal idiota assassino o motivo para ele  comprar um fuzil AR-15. A esse "formador de opinião" quero informar que aquisição de armas nos EUA é um direito constitucional. O questionamento reclamado seria tão extemporâneo quanto um vendedor de veículos interrogar os motivos que te levariam, um jornalista, a comprar um caminhão-baú (vai transportar contrabando? coisas roubadas? vai mudar de profissão? ...) se assim tu quisesses.
Para encerrar, destaquemos o enorme esforço da "grande mídia" em apoio ao seu queridinho, Barack Obama, na recusa de vincular essa calamidade ocorrida ao radicalismo islâmico. Mesmo depois de divulgado o anuncio dos canalhas do tal Estado Islâmico, assumindo que o criminoso insano era filiado à essa quadrilha de lunáticos. Dado ratificado pela informação do telefonema que o patife deu ao Serviço de Emergências americano (911) anunciando a atrocidade que iria cometer em nome de sua crença.
Os canalhas e hipócritas preferem ficar repetindo o eterno mantra da homofobia - termo que, por si demonstra a ignorância dos seus usuários frequentes (homo=igual; fobia=medo, assim, homofobia= medo do igual e não ódio aos que tem seus corpos desajustados aos seus instintos como impingem aos incautos) - pois se borram de medo ante a possibilidade de ter que apontar o dedo contra o terrorismo religioso, doença esquizofrênica que se difunde pelo mundo afora graças a covardia dos que se recusam a condena-la como deveriam.
É graças a esse tipo de "formadores de opinião" que nossa sociedade se horroriza porque um bando de corredores atrás de bola perdeu um jogo por "um gol de mão", mas glorificaria a mesma equipe se o gol fosse feito por um de seus membros!
E viva a luta pelo desarmamento e contra a homofobia. Mas nem pensem em criticar os terroristas que matam em nome da imposição de suas crenças. Isso é discriminação odiosa!! 

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