terça-feira, 31 de março de 2015

Governos Militares de 1964 a 1985

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ALGUNS NÚMEROS DOS GOVERNOS MILITARES NO BRASIL
Tem gente que não vai gostar do que vai ler!
- Restabelecimento da autoridade por 21 anos;
- Criação de 13 milhões de empregos;
- A Petrobrás aumentou a produção de 75 mil para 750 mil barris/dia de petróleo;
- Estruturação das grandes construtoras nacionais;
- Crescimento do PIB de 14%;
- Construção de quatro portos e recuperação de outros 20;
- Criação da Eletrobrás;
- Implantação do Programa Nuclear - Criação da Nuclebrás e subsidiárias;
- Criação da Embratel e Telebrás (antes não havia orelhões nas ruas nem se falava por telefone entre os Estados);
- Construção das Usinas Angra I e Angra II;
- Desenvolvimento das Indústrias Aeronáutica e Naval (em 1971 o Brasil foi o 2º maior construtor de navios do mundo); 
- Implantação do Pró-álcool em 1976 (em 1982, 95% dos carros no país rodavam a álcool); 
- Construídas as maiores hidrelétricas do MUNDO: Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá e Itaipú (imagine nosso país, hoje à beira de apagões energéticos, sem a "obra faraônica" de Itaipú);
- Brutal incremento das exportações, que cresceram de 1,5 bilhões de dólares para 37 bilhões; o país ficou menos dependente da venda de café, cujo valor das exportações passou de mais de 60% para menos de 20% do total;
- Rede de rodovias asfaltadas passou de 3 mil para 45 mil Km
- Redução da inflação galopante com a criação da Correção Monetária, sem controle de preços e sem massacre do funcionalismo público;
- Fomento e financiamento de pesquisa: CNPq, FINEP e CAPES;
- Aumento dos cursos de mestrado e doutorado;
- INPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM;
- Criação do FUNRURAL - a previdência para os cidadãos do campo;
- Programa de merenda escolar e alimentação do trabalhador;
- Criação do FGTS, PIS, PASEP;
- Criação da EMBRAPA (70 milhões de toneladas de grãos);
- Duplicação da rodovia Rio-Juiz de Fora e da Via Dutra;
- Criação da EBTU;
- Implementação do Metrô em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza;
- Criação da INFRAERO, proporcionando a criação e modernização dos aeroportos brasileiros (Galeão, Guarulhos, Brasília, Confins, Campinas - Viracopos, Salvador, Manaus); 
- Implementação dos Pólos Petroquímicos em São Paulo (Cubatão) e na Bahia (Camaçari)
- Investimentos na prospecção de petróleo no fundo do mar que redundaram na descoberta da bacia de Campos em 1976
- Construção do Porto de Itaquí e do terminal de minério da Ponta da Madeira na Ilha de S. Luís no Maranhão;
- Construção dos maiores estádios, ginásios, conjuntos aquáticos e complexos desportivos em diversas cidades e universidades do país;
- Promulgação do Estatuto da Terra, com o início da Reforma Agrária pacífica;
- Polícia Federal;
- Código Tributário Nacional;
- Código de Mineração;
- Implantação e desenvolvimento da Zona Franca de Manaus;
- IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal;
- Conselho Nacional de Poluição Ambiental;
- Reforma do TCU;
- Estatuto do Magistério Superior;
- INDA - Instituto de Desenvolvimento Agrário;
- Criação do Banco Central (Dezembro de 1964);
- SFH - Sistema Financeiro de Habitação;
- BNH - Banco Nacional de Habitação;
- Construção de 4 milhões de moradias;
- Regulamentação do 13º salário;
- Banco da Amazônia;
- SUDAM;
- Reformas Administrativa, Agrária, Bancária, Eleitoral, Habitacional, Política e Universitária;
- Ferrovia da Soja;
- Rede Ferroviária ampliada de 3 mil e remodelada para 11 mil Km;
- Frota mercante de 1 para 4 milhões de TDW;
- Corredores de exportações de Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande;
- Matriculas do ensino superior de 100 mil em 1964 para 1,3 milhões em 1981;
- Mais de 10 milhões de estudantes nas escolas (que eram realmente escolas);
- Estabelecimentos de assistência médico sanitária com crescimento em números de 6 para 28 mil;
- Crédito Educativo;
- Projeto RONDON;
- MOBRAL;
- Asfaltamento da rodovia Belém-Brasília;
- Construção da usina hidrelétrica de Boa Esperança no Rio Parnaíba;
- Construção da Ferrovia do Aço (de Belo Horizonte a Volta Redonda);
- Construção da Ponte Rio-Niterói;
- Construção da rodovia Rio-Santos (BR 101);
- Construção da "Free-Way" Porto Alegre-Osório (100 Km em área de banhados);
- Impediram a implantação de uma guerrilha semelhante às "FARC" no Brasil;
- .......
Observe que muitas dessas realizações foram destruídas ou descaracterizadas após a "redemocratização", tendo sofrido, recentemente, tentativas de reconstrução sob nova paternidade. 
Fizeram a maior revolução industrial do Século XX, pegando um país com o 45º PIB do mundo, e 21 anos depois, entregaram aos civis com o 10º PIB do mundo.
O resultado posterior:

Vamos para 30 anos, sob autoridade civil e ainda estamos "correndo atrás", esperando para vermos alguma coisa útil construída no período.
E nem me venham com a conversa mole de que tudo o que foi feito "endividou" o país! O Canalha que governa "eçepaíz" desde 2003 (desde 2011 disfarçado de presidAnta) bradou ao mundo ter liquidado a dívida externa em fevereiro de 2008 - mentira reiterada em 2013 pela Vossa Governanta. Assim, a herança maldita dos militares não foi assim tão maldita!
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quinta-feira, 19 de março de 2015

Vencidos e Derrotados?

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Filha de Himmler aos 81 anos: Ela trabalha com neo-nazistas e ajuda oficiais da SS escapar à justiça
por André Luiz
Gudrun Burwitz, filha
de Heinrich Himmler, 
tornou-se "avó" para 
uma nova geração de 
mulheres nazistas
Ao acenar para seus netos, Gudrun Burwitz aparenta a figura de uma mulher pronta para viver o resto de seus dias em paz e sossego.
Em vez disso, a filha de 81 anos de idade de Heinrich Himmler ainda trabalha em um ritmo impiedoso para manter viva a chama nazista.
A Sra. Burwitz sempre alimentou a memória de seu pai, acreditando que o homem que dirigia a Gestapo, a SS e o programa de extermínio que matou milhões de pessoas, dentre os quais judeus e outros grupos de minoria racial, era bom e digno.
Himmler e Gudrun nos anos de guerra.
Ele comandou a Gestapo, a SS
e o programa de extermínio que matou
 milhões de pessoas no Holocausto.
E apesar de sua idade avançada, ela continua a ajudar antigos integrantes do regime nazista para escapar à justiça.
Como a figura de liderança do sombrio e sinistro grupo Stille Hilfe – Ajuda Silenciosa – ela provê todo tipo de ajuda, inclusive financeira, aos ex-integrantes do nazismo.
O grupo formado em 1951 por um grupo de oficiais de alta patente das SS, na Alemanha, o grupo existe “para prestar assistência pacífica, mas ativa para aqueles que perderam sua liberdade durante ou depois da guerra por internamento, prisão, ou similar circunstância e que precisam de ajuda até hoje”.
A reunião do Partido Democrático Nacional (NPD), em Berlim demonstrando sob o slogan "Trabalhadores resistir - então e agora", em comemoração ao aniversário de 58 de revolta dos trabalhadores na Alemanha Oriental de 17 de junho de 1953
O Partido Nacional Democrata (NPD),
em Berlim protestando sob o slogan
"Os trabalhadores resistem",
na comemoração de 58 anos da revolta dos
trabalhadores na Alemanha Oriental,
de 17 de junho de 1953
O grupo, atualmente, está nas mãos da Sra. Burwitz. E seu trabalho tomou um rumo ainda mais sinistro. Ela tornou-se ‘avó’ para uma nova geração de mulheres nazistas com ideologia de Direita Radical. Esses discípulos de Hitler usam trajes tradicionais da Baviera e cabelos com tranças.
Andrea Roepke, pesquisadora especialista na vida da senhora Burwitz, afirma: “o Grupo Stille Hilfe não é apenas para prestar ajuda aos ex-nacional-socialistas, ele também financia o movimento neo-nazista.
Gudrun Burwitz is fighting to keep Klaas Carel Faber (above), 89, from being extradited back to his homeland from Germany
Klaas Carel
 Faber
A Sra. Burwitz, que mora em Munique com o marido, está lutando para evitar que Klaas Carel Faber, 89, seja extraditado para a Alemanha. O holandês serviu nas fileiras da SS na Holanda, onde teria assassinado judeus indefesos a sangue frio.
E seu mais recente cliente é Soren Kamm, 90, um oficial da SS dinamarquês que teria cometido diversos assassinatos em sua terra natal, durante a Segunda Guerra, incluindo a execução de editor de jornal Carl Henrik Clemmensen em Copenhague. Em 1946, um tribunal dinamarquês condenou um dos comparsas de Kamm, Flemming Helweg-Larsen, à morte pelo mesmo caso, citando as mesmas provas. Helweg-Larsen foi executado no mesmo ano. 
Supporters shield the leader of the far-right extremist party, Udo Voigt (right), with signs as he gives a speech during the rally in Berlin on Friday
Apoiadores protegem com escudos
o líder do partido 
extremista de
extrema-direita, Udo Voigt (à direita), 

enquanto ele discursa em Berlim.
A Alemanha se recusa a executar um mandado de extradição emitido pela UE, embora Kamm tenha admitido sua culpa em uma entrevista de TV.
A Sra. Burwitz, a “Princesa do nazismo”, como um historiador a chamou, vive em uma casinha no subúrbio de Munique, com seu marido Wolf-Dieter.
Eu nunca falo sobre o meu trabalho”, ela disse em entrevista ao um jornal britânico. “Eu só faço o que posso quando posso.
Um funcionário da inteligência disse: Ela tem mais de 80 anos, mas continua afiada. Ela gosta de fazer você pensar nela como uma senhora pacífica e calma, mas a realidade é outra.
André Luiz, escreve sob a expectativa de contribuir com a memória da II Guerra Mundial e demonstrar que mesmo nos acontecimentos mais terríveis é possível observar detalhes interessantes.
FONTE: Ecos da Segunda Guerra,
traduzido do original Dailymail
COMENTÁRIO:  transcrevo texto de Marcelo de Oliveira Cândido, recebido por e-mail:
Acho que chega não é?  Nem tanto ao Céu, e nem tanto a Terra!
É certo que a guerra é contada pelos vencedores, e aos perdedores, às batatas!
A história há de revelar, boa parte de verdades sobre a II Guerra Mundial, se bem que não toda, e infelizmente não para nós! (DC 2015)
O que faz (O ônus da prova é de quem acusa, não meu!) a filha de Her Himmler, não é de surpreender. Afinal, ela viveu esta parte da história, e entendo que é até coerente. Veja, ela além da vivência, tem informações/conhecimentos, que nem sonhamos!
Também, não acho que se justifique, uma perseguição ensandecida e porque não dizer irracional, a velhinhos de 90 anos de idade, ainda mais depois de meio século!
A II Guerra Mundial acabou sim. Pelo que sei, o Nacional Socialismo, surgiu como uma alternativa aos regimes comunista e Capitalista.
E o Nacional Socialismo surgiu de um povo, que mesmo tendo perdido a guerra (isto é, foi subjugado, humilhado e dilapidado), evidencia até hoje, que à época, inequivocadamente tinha massiva superioridade tecnológica face ao mundo. Isso faz pensar, se o Nacional Socialismo, também não acompanharia esta tendência. Será?
O fato é que os perdedores, e tudo o que eles representam, ficam até hoje sendo bode-expiatórios, dos vencedores. Ai [acima] está a reportagem, que apoia a minha afirmativa.
Incrivelmente, o maior vencedor, parece mesmo ter sido o comunismo, já que este regime Russo/Chinês, que matou 120 milhões de pessoas (e parece que a contagem continua), vem nos últimos anos, ganhando terreno principalmente na América Latina. E por absoluta incompetência dos capitalistas, que se desviaram totalmente de seu principal objetivo, que não é enriquecer!
Já o Socialismo Nazista - até onde sei - é responsabilizado por 25 milhões de mortes. Vejam que mesmo nesta contagem os Nazistas perdem! O que faz questionar, porque o Nazismo é proibidíssimo, e o comunismo não?
A resposta de fato é que um regime perdeu a guerra e o outro não!
No meu ponto de vista, a grande sorte dos comunistas, foi o surgimento do Nacional Socialismo Alemão. Vejam que sem ele, como iriam os comunistas Russos/Chineses desviar os olhares do mundo, às atrocidades contra os seus inimigos, e pior ainda, contra o seu próprio povo, cujo maior crime é não aceitar viver sobre a opressão do Estado totalitário de esquerda?
Também, elejo aqui o homem mais sortudo do mundo até esta data: Stalin!
Depois de todos os atrozes absurdos que ele fez, como estava do lado vencedor, morreu tranquilinho em casa, impune, e sem que a história (ainda), o tenha configurado como o verdadeiro crápula que foi!
Mas o cúmulo da sorte mesmo, foi ele (Stalin) ter sido contemporâneo de Hitler, pois como perdedor, o Führer Nazista absorveu tudo o que se pode imaginar de má sorte em moralidade e fama, desviando assim os olhares do mundo a Stalin, e porque não dizer também, a Mao Tsé-Tung, outro monstro sinistro, que inclusive enterrou boa parte da histórica cultura milenar, chinesa.
Não sei o que fica sendo “menos ruim”, se o assassinato de tantas pessoas, ou o da cultura e da história.
Encerrando este artigo, faço lembrar que 98% do povo mais adiantado do mundo, apoiavam o Nacional Socialismo e Adolf Hitler.
O que nos faz pensar por último: até onde pessoas, como a filha de Her Himmler, podem estar certas ou erradas?
Eu confesso que não sei. Mas de uma coisa eu tenho plena convicção:
- NÃO é possível de maneira alguma, julgar nem condenar atos de guerra como simples crimes.
Somente a história o fará!
Espero ter sido útil!
Marcello Cândido
Jurista, Psicólogo e Filósofo.
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sábado, 7 de março de 2015

Caçadores - Com a Mira no Dever

por Nelson Matta Colorado
O COPES (Comando de Operações Especiais) colombiano foi criado em novembro de 1984 e está subordinado à Direção de Segurança Cidadã. Seu primeiro desafio foi no ano seguinte, na tomada do Palácio da Justiça realizada pelo M-19. Os primeiros Comandos desse Esquadrão desembarcaram desde um helicóptero no teto do Capitólio em Bogotá.
Outra de suas missões importantes foi em 2008, na operação com o Exército e a Força Aérea, na qual foi morto, no Equador, o vulgo “Raúl Reyes”, um dos chefes das FARC.
Em cada disparo eles arriscam a própria vida e a de seus companheiros. Não é um oficio do qual se vangloriem, mas seu trabalho é tão especializado, que no país não mais de 20 o desempenham. Quatro deles estão no Valle do Aburrá e mantém atenção contínua nos 350 combos (grupos de delinquentes) daquela área.
- “Atirador, cada vez que você dispara, ¿faz isso para matar?”.
- “Nem sempre, mas é um estigma que carregamos”, responde o patrulheiro Guillermo*, que carrega consigo um rifle Sig Sauer 3.000 de calibre .308.
Seu rosto está lambuzado de pintura de camuflagem e veste um traje "guillie" - inventado há três séculos pelos caçadores escoceses - que o mimetiza com a vegetação da região.
Junto a ele, executando um exercício de observar um objetivo em um bosque de Altos de Niquía (Bello), está o patrulheiro Juan*, sua sombra, seu protetor, seu irmão, porque um atirador não é um lobo solitário, senão um binômio. Um é o observador, o outro dispara, igual aos leões quando saem a caçar.
Eles pertencem ao Comando de Operações Especiais (COPES), o grupo de assalto de elite da Polícia colombiana. Sua base está em Bogotá, porém em 22 de dezembro de 2013 o presidente Juan Manuel Santos, durante uma reunião do Conselho de Segurança, ordenou o translado de 20 unidades (duplas) ao Valle do Aburrá.
Pela primeira vez os combos que delinquem na zona enfrentam uma equipe altamente especializada. São muito poucos, porque não é qualquer um que pode integrar esta seleção.
Como diz Sun Tsu em a ‘Arte da Guerra’: é melhor ir à luta com 10 tigres do que com 100 ovelhas”, recita o Major Byron*, Comandante do Esquadrão, enquanto inspeciona a seus rapazes no patio da estação policial de Bello.
Com um orgulho que lhe transborda no olhar, o Oficial os apresenta um a um: “veja jornalista, este é especialista em assalto urbano, aquele em combate fluvial, esse em explosivos com curso de enfermagem, o outro é Comando Jungla (de Selva), este aqui sabe Krav Magá (arte marcial militar de origem israelense), ele é 'expert' em abrir brechas, esse ali em desminagem, aquele maneja os dispositivos eletrônicos e as armas de apoio...”.
Todos exibem uniformes, arsenal e equipamento de intendência de última geração. A dotação destes 20 homens e três caminhonetes, custou 2.000 milhões de pesos (cerca de 2 milhões de reais), sem incluir salários nem alimentação, segundo o Major.
O secretário de Segurança de Medellin, Coronel (r) Sergio Vargas, diz que a Prefeitura pôs o equivalente a R$ 500 mil desse montante. “A Administração Municipal valoriza muito o trabalho do COPES. Eles participam em quase todas as operações de captura e apreensão contra o crime organizado, por seu alto nível de treinamento e especialização”.
Desde 2014, o Esquadrão executou as missões que mandaram ao cárcere os bandidos conhecidos como “Mayo” (bando de “Altavista”), “Pipe Rata” (da “Agonia”), “la Mona” (da “Convivir”) e “Ojón” (“os Camacoleros”), entre outros.
O COPES nos dá a tranquilidade de que a operação sairá bem e com riscos reduzidos”, opina o General José Acevedo, Comandante da Polícia Metropolitana.
Os últimos a serem apresentados pelo Major são os patrulheiros Guillermo e Juan, dois dos quatro atiradores que existem na área metropolitana. Não lhes agrada ser chamados “franco-atiradores”.
Pelos estatutos que nos regem, e em função dos direitos humanos, somos 'Atiradores de Alta Precisión' [TAP na sigla em espanhol]. Os franco-atiradores são os utilizados pelos grupos delinquenciais como assassinos”, explica Guillermo.

Questão de Psicologia
O binômio avança sigiloso pelo matagal. De repente se param quietos e apontam. Nossos olhos começam a duvidar de sua posição. ¿Onde estão? Desde o ar são invisíveis, pelo traje 'guillie', e em terra, o objetivo só os percebe quando já é demasiado tarde.
Os atiradores fazem aproximações profundas, são os que se aproximam do inimigo de modo avançado, para recolher informação útil ao resto da patrulha, que aguarda a 500 metros ou um quilômetro de distancia.
É uma técnica arriscada que se aprende com repetição e muito sacrifício. Guillermo relata que para ser COPES, o candidato deve ser aprovado em um curso de 4 meses no Centro Nacional de Treinamento e Operações Policiais (CENOP), em San Luis, Tolima.
É um inferno de trabalho físico, pressão psicológica, extenuantes jornadas carregando peso, explosivos, gases, saltos desde helicópteros, sendo levados ao limite pelos instrutores, em que uma das provas finais implica não dormir durante três dias.
A taxa de desistência é altíssima, em media, se inscrevem 80 e se graduam 20. Só ficam os mais duros. Por isso na Colômbia não há mais de 200 membros do COPES na ativa, segundo o Major Byron.
Guillermo é boiacaense, filho de uma professora e um camponês, tem 31 anos e assegura que está felizmente casado. É o primeiro e único policial de sua família.
Um atirador tem que ser exato em sua maneira de pensar e atuar. Se um falha, está em jogo a vida dos companheiros e das pessoas que ele está protegendo no momento”, assinala.
Não lhe pesa a mão para combater uma ameaça. Seu recorde de disparo é de 800 metros, mas ele não se vangloria.Eu tenho uma memória seletiva muito curta, prefiro não recordar de nada de meus procedimentos”.
A ideia do pós conflito motiva Guillermo a encher sua mente com melhores ideias que combater com a força. “Estamos ante uma mudança iminente, esperamos que nos chegue a paz, por isso, comecei a estudar Psicologia, estou no segundo semestre, pensando que me sirva para o trabalho com a comunidade”.

O lado duro da lei
Juan, bogotano de 28 anos, chegou à Força Pública por esses acasos do destino. Cursava o quinto semestre de Direito na Universidade Distrital, quando teve que resolver a questão do serviço militar.
Sem condições de alcançar a segunda categoria, resolveu prestar o serviço na Polícia. E portando o uniforme, representando o lado forte da justiça que antes estudava nas aulas, se sentiu completado.
Se destacou nas aulas práticas de tiro e os seus superiores o animaram a que se convertesse em atirador. Colocou esse ideal em sua mira, mas foi antes de chegar ao COPES que teve seu encontro mais próximo com a morte.
Em 2008 acompanhava um grupo de erradicação manual de cultivo de drogas em La Macarena, Meta, e durante uma caminhada foram emboscados pela guerrilha. Gritos, rajadas, explosões e, sobre a grama, o sangue e a vida de seu companheiro, o patrulheiro Chacón.
Não foi por vingança, mas algum tempo depois, já sendo atirador profissional, quis o azar que Juan regressasse a Meta para fazer seu disparo de maior alcance em uma operação. A 850 metros, em um área rural, caiu de bruços seu inimigo.
Atualmente, sua profissão está na moda. O filme “Franco-atirador” ["Sniper Americano", no Brasil], do diretor Clint Eastwood, tem sido aclamado pelo público e a crítica.
Ele narra a biografia do militar estadunidense Christopher Scott Kyle, apelidado de “a Lenda” e “o Demônio de Ramadi”. Durante seu serviço na invasão do Iraque, como atirador dos Navy Seals, o Pentágono lhe atribuiu 160 mortes confirmadas, com recorde de distancia de 2.100 metros, convertendo-se no 'sniper' mais letal nas guerras dos E.U.
Juan conhece bem essa historia, mas se recusa a mitifica-la. Para ele, o pior do trabalho é despedir-se da família quando surge o chamado para uma missão. Eles só sabem que ele é um policial comum e nada mais.
- “Nunca vamos com um pensamento de matar, isso é um equívoco que as pessoas imaginam. Se desafortunadamente nos toca fazer, fazemos, porém nossa tarefa vai mais além, queremos prestar um bom serviço e proteger aos nossos, porque somos uma família. Se temos que liquidar alguém, isso não nos dá gloria”.
- “Atirador, ¿quantos objetivos já liquidastes?”, lhe pergunto.
- “¿Não podemos mudar esta pergunta?”.
- “¿Por que?”.
- Creia que tirar a vida de uma pessoa é algo que não se pode doutrinar a ninguém. Assim, quando eu faço meu disparo, não posso ficar conferindo se morreu ou não. Por que em geral ele está longe, há vento, bruma...”.
- “E cumprindo seu dever, ¿quantos disparos já fizestes?”.
- “Já gastei muita munição”.
Os atiradores afirmam que seu labor vai mais além de disparar, pois estão na primeira linha de risco, recolhendo informações.
Detalhes da reportagem podem ser vistos em vídeo, clicando AQUI.
Identidades preservadas por nomes fictícios.
Fonte: tradução livre de El Colombiano
COMENTO: é só uma demonstração de que as estorias glamorosas que nos são mostradas, quase sempre são mentirosas. A missão de matar outros seres não é uma coisa comum! Infelizmente, para a segurança da sociedade em geral, ela deve ser cumprida. No Brasil, ainda não chegamos ao ponto de termos que regular esse tipo de atividade. Mas não falta muito para alcançarmos esse ponto crítico.
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