quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A Justiça Revolucionária - O Assassinato da "Garota" Elza

Na data em que reverenciamos as vítimas do vergonhoso episódio denominado como Intentona Comunista de 1935, lembro a história de “Elza Fernandes”, como uma pequena mostra do caráter dos idealistas revolucionários, hoje idolatrados por uma parcela idiotizada da sociedade brasileira.
Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. 
Nas reuniões deles, militantes comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo de adolescente. Era o próprio secretário-geral do PCB, Antonio Maciel Bonfim, o “Miranda”.
Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de Miranda e passou a ser conhecida, no Partido, como “Elza Fernandes” ou, simplesmente, a “garota”. Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma “honra”. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.
Entretanto, o fracasso da Intentona, com as prisões e os documentos apreendidos, fizeram com que os comunistas ficassem acuados e isolados em seus próprios “aparelhos”. Nos primeiros dias de janeiro de 1936, Miranda e Elza foram presos em sua residência, na Av. Paulo de Frontin, 606, Apt. 11, no Rio de Janeiro. Mantidos separados e incomunicáveis, a polícia logo concluiu que a “garota” pouco ou nada poderia acrescentar aos depoimentos de “Miranda” e ao volumoso arquivo apreendido no apartamento do casal. Acrescendo os fatos de ser menor de idade e não poder ser processada, Elza foi liberada. À saída, conversou com seu amante que lhe disse para ficar na casa de seu amigo, Francisco Furtado Meireles, em Pedra de Guaratiba, subúrbio do Rio de Janeiro. Recebeu, também, da polícia, autorização para visitá-lo, o que fez por duas vezes.
Em 15 de janeiro, Honório de Freitas Guimarães, um dos dirigentes do PCB, ao telefonar para “Miranda” surpreendeu-se ao ouvir, do outro lado do aparelho, uma voz estranha. Nesse momento, o Partido soubera que “Miranda” havia caído. Alguns dias depois, a prisão de outros dirigentes aumentou o pânico.
Segundo o PCB, havia um traidor. E o maior suspeito era “Miranda”. As investigações do “Tribunal Vermelho” começaram.
Honório descobriu que Elza estava hospedada na casa do Meireles, em Pedra de Guaratiba. Soube, também, que ela estava de posse de um bilhete, assinado por “Miranda”, no qual ele pedia aos amigos que auxiliassem a “garota”. Na visão estreita do PCB, o bilhete era forjado pela polícia, com quem Elza estaria colaborando. As suspeitas transferiram-se de “Miranda” para a “garota”.
Reuniu-se o “Tribunal Vermelho”, composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos e José Lage Morales. Prestes, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. O “Tribunal” seguiu o parecer do chefe e a “garota” foi condenada à morte.
Não houve, porém, a desejada unanimidade: Morales, com dúvidas, opôs-se à condenação, fazendo com que os demais dirigentes vacilassem em cumprir a sentença. Honório, em 18 de fevereiro, escreveu a Prestes, relatando que o delator poderia ser, na verdade, o “Miranda”. A reação do “Cavaleiro da Esperança” foi imediata. No dia seguinte, escreveu uma carta aos membros do “Tribunal”, tachando-os de medrosos e exigindo o cumprimento da sentença.
Os trechos dessa carta de Prestes, a seguir transcritos, constituem-se num exemplo candente da frieza e da cínica determinação com que os comunistas jogam com a vida humana:
Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária. ...
Por que modificar a decisão a respeito da “garota”? Há ou não há traição por parte dela? É ou não é ela perigosíssima ao Partido...? ...
Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar. ...
Uma tal linguagem não é digna dos chefes do nosso Partido, por que é a linguagem dos medrosos, incapazes de uma decisão, temerosos ante a responsabilidade. Ou bem que vocês concordam com as medidas extremas, e neste caso já as deviam ter resolutamente posto em prática, ou então discordam mas não defendem como devem tal opinião”.
Ante tal intimação e reprimenda, acabaram-se as dúvidas. Lauro Reginaldo da Rocha, um dos “tribunos vermelhos”, respondeu a Prestes: “Agora, não tenha cuidado que a coisa será feita direitinho, pois a questão do sentimentalismo não existe por aqui. Acima de tudo colocamos os interesses do P.”.
Decidida a execução, Elza foi levada, por Eduardo Ribeiro Xavier, para uma casa da Rua Mauá Bastos, nº 48-A, na Estrada do Camboatá, onde já se encontravam Honório de Freitas Guimarães, Adelino Deycola dos Santos, Francisco Natividade Lira e Manoel Severino Cavalcanti. Ela, que gostava dos serviços caseiros, foi fazer café. Ao retornar, Honório pediu-lhe que sentasse a seu lado. Era o sinal convencionado. Os outros quatro comunistas adentraram à sala e Lira passou-lhe uma corda de 50 cm pelo pescoço, iniciando o estrangulamento. Os demais seguravam a “garota” que, mesmo jovem, tentava salvar-se. Poucos minutos depois, com os pés junto à cabeça, o corpo de Elza foi enfiado num saco e enterrado nos fundos da casa. Perpetrara-se o hediondo crime, em nome do Partido Comunista.
Logo após este fato, em 5 de março, Prestes foi preso em seu esconderijo no Méier. Ironicamente, iria passar pelas mesmas angústias, quando sua mulher, Olga Benário, foi deportada para a Alemanha nazista.
Alguns anos depois, em 1940, Luiz Cupelo Colônio, o mesmo que auxiliara o secretário-geral na tentativa de assassinato do “Dino Padeiro”, participou da exumação do cadáver de sua irmã. O bilhete que escreveu a “Miranda”, o amante de Elza, retrata alguém que, na própria dor, percebeu a virulência comunista:
“Rio, 17-4-40.
Meu caro Bonfim.
Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira.
Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo
Luiz Cupelo Colônio”.
Fonte: ORVIL-Tentativas de Tomada do Poder
(Páginas 87 a 90)
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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Seminário: “O Brasil no Mundo: Deveres e Responsabilidades”

Seminário debaterá os desafios para as políticas Externa, de Defesa e Inteligência
No dia 2 de dezembro, o Instituto InfoRel de Relações Internacionais e Defesa promoverá em parceria com a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, o Seminário “O Brasil no Mundo: deveres e responsabilidades” que debaterá os desafios futuros para as políticas Externa, de Defesa e Inteligência.
O evento conta com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, da União Europeia, e do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), e marca os dez anos de criação do Instituto InfoRel. O mesmo não acarretará ônus para a Câmara dos Deputados
O professor Fernando Reinares, investigador principal de Terrorismo Internacional do Real Instituto Elcano de Madri, abrirá o seminário com uma aula magna sobre Segurança Internacional. Ele apresentará ainda dados inéditos acerca das investigações sobre os atentados de 11 de março de 2004 em Atocha, na capital espanhola.

O Seminário
Na quarta-feira, 12/11, a CREDN apreciou Requerimento do seu presidente, Eduardo Barbosa (PSDB-MG), propondo a realização do seminário. De acordo com a organização do evento, a Política Externa fortaleceu-se, houve a ampliação no número de embaixadas e consulados no exterior e o país foi chamado a opinar e participar das decisões globais.
Ao mesmo tempo, a área da Defesa Nacional, por meio das Forças Armadas, foi determinante para firmar a imagem de um país pacífico, capaz de comandar missões de paz e de intermediar diálogos em relação aos conflitos mais complexos e nos lugares mais instáveis do planeta.
Essas duas premissas exigem, por sua vez, uma Inteligência de Estado forte, estruturada e sintonizada com os interesses nacionais.
No entanto, não está claro que papel o país pretende desempenhar nas Relações Internacionais. Para piorar, nos últimos anos houve uma retração forte na Política Externa e, atualmente, o ministério das Relações Exteriores vive um dos seus momentos mais difíceis em termos de valorização das suas prerrogativas e do seu corpo funcional.
Em relação à Inteligência, em 2013, a CREDN conseguiu regulamentar a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), após 11 anos de tentativas frustradas, atribuindo à CCAI poderes para atuar de forma objetiva como órgão de controle externo das atividades de inteligência. A regulamentação conferiu, também, ao Congresso, os poderes necessários para contribuir com o fortalecimento do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e para que o país pudesse contar com uma Inteligência voltada aos interesses do Estado brasileiro.
Já na Defesa, apesar dos projetos anunciados, e até mesmo de contratos firmados, as Forças Armadas carecem de mais recursos – financeiros, humanos e bélicos – e o país se ressente dessas carências, por exemplo, com a vulnerabilidade e fragilidade das suas fronteiras.
Fonte:  InfoRel
ATUALIZAÇÃO: A respeito do Seminário, recebi hoje (5/12/14) mensagem eletrônica relativa ao pronunciamento de um dos convidados, o professor Alexandre Fucille, presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa: 
"A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DEFESA DE INTERESSES DE FORA DO BRASIL
O Presidente da Associação Brasileira de Defesa (???) perdeu uma ótima oportunidade de bem representar os seus associados ou, mesmo, de ficar calado. (A Associação é de Defesa de que, mesmo? Mais provável que seja defesa dos interesses de fora do Brasil. ).
Imaginem que em Seminário na Câmara dos Deputados, o referido senhor teve a ideia, ou, foi induzido a, ignorantemente, defender que ...”uma elite civil deveria controlar o Ministério da Defesa”. Só rindo!
Uma associação de defesa, de qualquer nacionalidade, tem por dever de ofício saber que um Estado – população, território e soberania – necessariamente tem que ter uma defesa forte com poder dissuasório: Estados não tem amigos, Estados têm interesses.
E a história recente tem demonstrado que lobo respeita lobo: China, Índia e Israel, são alguns que podem dizer, por experiência própria.
Pobre ABD presidida por presidente tão completamente ausente de informações elementares.
Elementares, sim, porque ignora o papel fundamental dos militares desde o período colonial. Elementares, sim, porque ignora a imagem do inconsciente coletivo brasileiro sobre os militares.
Inexiste uma mãe pobre brasileira que não sonha com o dia no qual os filhos possam ser chamados e aceitos para fazer o serviço militar. (O serviço militar só se tornou universal e obrigatório em 1918, graças ao militarismo de Olavo Bilac, sabiam?). 
No inconsciente coletivo brasileiro, a imagem militar no Brasil é associada à patriotismo – amor ao país onde se nasceu – disciplina, honestidade e responsabilidade – à uma instituição, na qual a corrupção é sempre punida humilhante e exemplarmente.
Desde os estudos do sociólogo Gilberto Freire, os militares brasileiros têm sido considerados como a ...” organização mais lídima e representativa das instituições nacionais, o verdadeiro índice do povo brasileiro". Sorry, sorry.
Sei que o ideal para os ignorantes, nem tão ignorantes assim, e principalmente, seus orientadores – o ideal seria o Brasil desarmado, não concorrendo com os interessados e desenvolvendo-se até o ponto em que desenvolvimento fosse sustentável, vale dizer, desenvolvimento suportável por eles, não concorrencial com eles, os interessados (Forças e cidadãos desarmados: não lembram a campanha do desarmamento?) Mas, vão ficar querendo.
A opinião pública, avaliada pelas pesquisas mais tendenciosas, mostra que 72% do povo considera as Forças Armadas como as instituições mais confiáveis do País.
E os brasileiros atentos não vão permitir que o Brasil deixe de crescer para que apareça o crescimento dos interessados em não ter um Japão na América do Sul.
De novo, sorry, sorry.
Propaganda internacional alguma, consegue  por mais que se esforce – contrapor-se ao consciente coletivo nacional brasileiro.
Desistam. Melhor para os Srs não continuarem eternamente a procura de mais e mais agentes brasileiros-colaboradores-colaboracionistas (até e porque, os colaboradores-colaboracionistas brasileiros já perceberam, que os ganhos do que vierem a conseguir, pelo esforço de atender aos interesses de seus patrocinadores-orientadores, serão, sempre, migalhas de poder, face ao poder daqueles que pretendem vir a ter poder no Brasil.).
Melhor parar de dar murro em ponta de faca. Melhor parar de tentar enxugar gelo. A realidade dos fatos contrapõe-se à opinião e às opiniões forjadas fora e divulgadas dentro do Brasil.
As Forças Armadas brasileiras tornaram-se público-alvo de campanhas patrocinadas pelas fundações estrangeiras de sempre, desde a década de 1980. 
Os brasileiros observam que instituições criadas por militares, entregues à administração civil - orientada pelos patrocinadores interessados em ter os militares brasileiros desacreditados e o Brasil desarmado - foram desviadas de seus objetivos, de modo a prejudicar o País. 
O Projeto de proteção ao índio evoluiu para a atual FUNAI, entregue a antropólogos ignorantes – na melhor das hipóteses - agindo em benefício de interesses internacionais, a revelia da soberania nacional. 
A PETROBRAS, nascida das campanhas nacionalistas (foi um militar, que iniciou a campanha do Petróleo é Nosso, sabiam? Chamava-se General Horta) foi entregue ao sindicalismo de ideólogo estrangeiro completamente divorciado das questões fundamentais de interesse brasileiro. Pensam que a fizeram perder metade do seu valor comercial. Desfalques à parte, penalizados os responsáveis, a PETROBRÁS jamais deixará de ser a empresa nacional orgulho dos brasileiros.
Vão ficar querendo, o Brasil é difícil sempre que os objetivos tiverem como alvo prejudicar interesses brasileiros.
Sorry, sorry, respeitar e preciso. 
Conformem-se, e deem-se por satisfeitos, com a terceirização e a submissão aos interesses do mercado internacional da EMBRAER e da EMBRATEL, criadas pelo empreendedorismo militar.
O Centro Tecnológico da Marinha conseguiu um processo singular e econômico de enriquecimento de urânio, que atrai a espionagem dos concorrentes.
A AIEA tem feito ridiculamente mais de 15 inspeções anuais nas usinas nucleares brasileiras – para verificar se o Brasil continua fiel e docilmente comprando a tecnologia importada a peso de ouro, suportada pelos contribuintes brasileiros.
Por razões de péssimo contrato internacional, sua industrialização não poderá ser delegada. Impressionante é verificar como não se tocam e nem se envergonham até a alma das atitudes ridículas que costumam ter.
Inadmissível que a agenda hegemônica do Brasil torne o ambiente operacional tecnológico brasileiro de quinta geração.
O nacionalismo e a soberania não são negociáveis, sorry, sorry, Srs.
Ademais, os Srs já estão bem crescidinhos, já estão bem desenvolvidinhos. Já está na hora de aprenderem a respeitar as soberanias fora da jurisdições deles, os Srs.
E é mais do que hora, de mostrar que são bons alunos e já aprenderam a respeitar o direito da concorrência comercial.
Vale dizer: já está na hora de concorrerem de acordo com o direito da concorrência - que existe e é respeitado pelo restante do mundo, o qual observa o desrespeito a tal direito praticado sistematicamente por Vs., Srs, ao redor do mundo.
Os brasileiros comuns pensam, estudam, pesquisam e estão alertas. 
Sorry, sorry, o Brasil merece respeito.
​Prof. Guilhermina Coimbra​"
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terça-feira, 18 de novembro de 2014

A Educação Incomoda Corruptos e Seus Aliados!

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Um texto muito interessante, de agosto deste ano.
por Antonio Roberto Vigne 

As disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC), Organização Social e Política do Brasil (OSPB), e os Estudos dos Problemas Brasileiros (EPB), foram retiradas do currículo escolar por que, segundo seus opositores, serviam aos interesses dos militares, eram disciplinas criadas pelo regime ditatorial, um regime de ditadura, um regime de exceção.  
Em seu lugar foi criada a disciplina de Ciências Humanas e Sociais (CHS), que deveria substituir tais conhecimentos de um modo resumido e democrático.
O que tudo isto tem de verdade e de mentira? 
Passado algum tempo, vamos ver quem pediu isto e por que fez isto!
Vamos começar com um documento, o oficial. Projeto de Lei nº 2310/1991, que revogou o Decreto 869/69 que instituía as disciplinas de OSPB e EMC no currículo educacional nacional. 
Quem deu início a tudo isto? O Deputado Federal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) Jório de Barros Carneiro (Jório de Barros) - Estado do Espírito Santo, foi o autor do Projeto de Lei 2310/91.
Sobre o Deputado Jório de Barros não vi nada de irregular ou ilegal, apenas que já tendo aposentadoria de Parlamentar Federal, parece estranho ser comunista, em função do valor de sua aposentadoria, mas isto é meramente uma contradição filosófica e, de fato, não é ilegal agir assim. Escolha democrática do povo crer ou não em sua postura como parlamentar, isto cabe somente aos seus eleitores decidir.
O Relator do Projeto de Lei na Comissão de Educação foi o Deputado Federal Fábio Raunheitti, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) do Rio de Janeiro

Este sim, tem histórico de Corrupção, foi cassado na CPI do Orçamento, tendo respondido por processos de peculato!
Para defender seu parecer escreveu: "A experiência de muitos anos tem demonstrado que aquela disciplina, seja pelo seu caráter compulsório, seja pela forma autoritária com que foi determinada e controlada, seja pelo seu conteúdo ideologizante, não conseguiu senão rejeição por parte dos alunos de todos os graus de ensino. Nada mais necessário senão suprimi-la dos currículos escolares,..." 
Falo por mim e por muitos outros conhecidos que esta unanimidade aqui relatada pelo relator nunca foi colocada em votação ou plebiscito ou referendo e que um dos temas mais solicitados hoje, inclusive solicitado nacionalmente pela 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (1ª CONSOCIAL), e por todas Consociais Regionais dos Estados brasileiros e de boa parte, da maior parte dos Municípios brasileiros é exatamente o retorno de disciplinas de formação cidadã ao currículo brasileiro, nos moldes das disciplinas de EPB, EMC e OSPB. Esta é uma das oitenta propostas de combate a Corrupção do documento que foi criado no governo Dilma Rousseff e coordenada pela Controladoria Geral da União (CGU) - 80 Propostas da CONSOCIAL (Página 3, proposta 10) - e que até hoje não foi colocado em vigor! 
Na realidade, o que ocorreu de fato foi que um corrupto já comprovado, fez um parecer favorável a um Projeto de cunho ideológico que nada mais era do que revanchista e discriminatório, e que retirava do povo brasileiro a sua capacidade de interpretação dos erros políticos nacionais!
Um outro engodo é dizer que estas disciplinas foram criadas pelos militares. Na verdade, todas elas já existiam anteriormente ao período que os militares chamam de Intervenção Militar e que os seus opositores chamam de Golpe Militar. O que os militares fizeram de fato, foi simplesmente nacionalizar o ensino destas disciplinas, oportunizando que cada cidadão tivesse amplo conhecimento de seus direitos e deveres sociais, inspirando civismo e nacionalismo aos jovens do Brasil nos currículos escolares.
Houve um substitutivo neste Projeto de Lei, de autoria do então Deputado Federal do Partido dos Trabalhadores (PT), Raul Pont, do Rio Grande do Sul
Na documentação do Projeto de Lei consta o seguinte relato: "O referido Projeto recebeu Substitutivo do Relator, nobre Deputado Raul Pont, na Comissão de Educação, Cultura e Desporto, o qual foi aprovado. Em seu Substitutivo, o relator propôs a revogação do Decreto 869/69, conseqüentemente, também da disciplina de Educação Moral e Cívica, determinando a redistribuição de sua carga horária para as disciplinas das áreas de ciências humanas e sociais." Deste modo, o responsável direto pelo fim da disciplina de EMC é o Deputado Raul Pont do PT-RS, o que liga o fato a uma proposta ideológica com interesse de retirar a discussão política das escolas e universidades. 
Percebe-se contradições no discurso de Raul Pont em alguns momentos de seus textos sobre o tema. "Comissão de Educação, Cultura e Desporto - Acredito que apenas extinguir a Comissão Nacional de Moral e Civismo é pouco para apagar mais um aspecto do autoritarismo com que o Regime Militar de 64 marcou este país. Neste sentido apresento em anexo um substitutivo ao projeto de lei 7445/86. - Sala da Comissão, 21 de Maio de 1991 - Raul Pont." Me expliquem, por favor, como algo que trata de "Moral" e "Direitos Civis" pode ser de fato autoritário? Autoritária, tendenciosa, ideológica e arbitrária foi a ação deste grupo que extinguiu estas disciplinas sem consulta popular, isto sim! 
Nada há contra o Sr. Raul Pont quanto a Corrupção, no entanto, fica clara aqui a sua participação direta e intencional neste Processo! A contradição dos seus argumentos está por escrito na mesma folha do Processo inclusive: "Justificação ... Apesar de termos conhecimento de que um grande número de instituições de ensino e de professores das três disciplinas, procuraram dar a elas um conteúdo crítico e dinâmico, para que os alunos pudessem realmente discutir os problemas do país, não é possível que ainda hoje mantenhamos de pé um decreto de conteúdo autoritário e acrítico na formação de cidadania e no conhecimento da realidade social do país." Ou seja, significa que era de conhecimento da Comissão que as disciplinas poderiam ser adaptadas as necessidades democráticas, mas que foi opção ideológica dos Parlamentares da Comissão, por vingança assumida contra os militares, retirar as disciplinas do currículo escolar, sob a alegação de que elas eram autoritárias. Ora, pessoas são autoritárias, condutas são autoritárias, disciplinas não são autoritárias, podem ser alteradas ou extintas a qualquer tempo, por sinal, como estas foram. Se a disciplina fosse de fato autoritária, quando fosse extinta se levantaria e diria: "Não, eu não permito que me alguém venha me extinguir!" Ela fez isto? Não né? Pois é! O que tornou acrítico, (A) de negação, ou seja, não crítico o processo, foi a extinção das matérias que criticavam o sistema como era e que ensinavam o cidadão seus direitos e deveres, por menores que estes fossem! Foi com a extinção destas matérias que se perdeu a cidadania e conhecimento das realidades sociais no país! Em última instância, devemos ao Sr. Raul Pont a atual situação nacional de desconhecimento de nossos cenários políticos e de como interpretar corretamente o que é e o que não é ético ou moral em nossa sociedade. Graças a sua contradição semântica, revanchista e ideológica, temos o atual cenário nacional de incompreensão social!
Para terminar, quem era o Presidente da Câmara Federal naquela ocasião? O Deputado Inocêncio Oliveira, atualmente no Partido da República (PR). Curiosamente, era da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) no período militar (partido do governo, partido que apoiava o regime militar), pertencia ao Partido da Frente Liberal (PFL) quando era Presidente e aprovou este Projeto de Lei. Recentemente o Deputado foi condenado por crime de condição análoga a escravidão em segunda instância, sujeito à Lei da Ficha Limpa!
Houve uma clara intenção, um claro planejamento de extinguir a habilidade cidadã de compreensão politica e social e pior, isto partiu do que seria considerado uma esquerda nacional! A desqualificação social e moral a negação das ideologias, filosofias e conhecimentos diversos de direitos e deveres foi obra de grupos que deveriam, pela lógica, estimular tais noções para avanço de garantias fundamentais. A quem interessa tais posturas? Por qual motivo? Isto parece algo que favorece uma democracia? Como podem ser contra o autoritarismo e ao mesmo tempo extinguir disciplinas que nos fazem pensar sobre nossos direitos e deveres sociais? 
Pense nisto antes de escolher seu representante nestas e nas próximas eleições, busque candidatos e partidos comprometidos com o retorno de disciplinas que formem a liberdade de pensamento cidadão, sem ideologização, discussão ampla e democrática, conhecimento de nossos direitos e deveres, desde o primário até a faculdade, pois precisamos reaprender a sermos cidadãos no Brasil, e isto, mais que um dever, é um direito de cada um de nós! Votem conscientes e não esqueçam de alternar constantemente o poder, pelo bem da democracia! 
No momento que soubermos identificar nossos direitos e deveres, todo corrupto nos temerá, pois exerceremos nosso controle social amplo, saberemos o que pedir, para quem pedir e como pedir, mais que pedir, exigiremos, pois é nosso direito. Do mesmo modo, promoveremos exemplos com nossa conduta, bons exemplos, exemplos com base no mérito de valor, dai o motivo que muitos políticos condenam o mérito, a meritocracia, pois esta postura qualificaria nossa cidadania! Entendam o por que de cada ação política e aprenderão a se respeitarem cada vez mais e melhor! Façam a sua parte, façam os corruptos tremerem, lutem por seus direitos, lutem pelo ensino de qualidade, lutem pelo retorno das disciplinas de cidadania nas escolas e faculdades!
Antonio Roberto Vigne é Cientista Político
da primeira turma nacional de bacharéis, reconhecida pelo MEC

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Que Democracia é Essa?

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Vivemos efetivamente em uma democracia onde as liberdades individuais, particularmente as de opinião e de informação vigoram amplamente?
Quanto a liberdade de opinião, vimos há poucos dias passados a condenação de uma agente de trânsito que ao ser interpelada por um juiz  que estava totalmente em desacordo com a lei e que já vem sendo investigado por outros atos incompatíveis com a postura individual de quem ocupa um cargo público  ter-lhe dito que ele "é um juiz e não Deus". O corporativismo do poder judiciário considerou isso uma afronta ao malfeitor e que a funcionária "desafiou a própria magistratura e tudo o que ela representa" condenando a mesma ao pagamento de uma indenização por danos morais. E nos fazendo concluir que esses sujeitos são deuses efetivamente.
Quanto a liberdade de imprensa, temos a auto mordaça, imposta por praticamente todos os veículos de informação — mesmo, e principalmente, os que juram de pés juntos sua completa "independência"  em função da completa dependência das verbas governamentais. O último exemplo disso nos foi apresentado pela revista Época, que publicou originalmente a notícia a respeito de "mal feitos" com verbas públicas, envolvendo a esposa do Ministro Dias Toffoli. Pouco tempo depois, a notícia foi "retificada", sumindo a publicação original, substituída por outro texto onde a relação entre a advogada Roberta Rangel e o ministro do STF Dias Toffoli sequer é citada. 
Ainda no início de novembro, recém passados dez dias das eleições presidenciais, noticiam que, em 2013, o número de miseráveis cresceu no Brasil. E aí? Quem é mais canalha, o governo que só liberou esses dados, de um ano atrás, depois das eleições, ou essa mídia corrupta, dependente das verbas governamentais, que só agora as publica. Não há jornalistas especializados em economia em permanente contato com entidades como o IPEA? Não possuem, esses jornalistas, suas "fontes confiáveis" que poderiam ter adiantado pelo menos parte desses dados? 
Efetivamente, tá tudo dominado! E o pior é que quem domina é uma minoria podre, composta por canalhas e patifes que agem livremente em função da covardia e da omissão da maioria, além da completa falta de informação.
Nunca roubou-se tanto neste país. O governo defende-se dizendo que sempre se roubou mas agora os roubos são noticiados. Sim e que providências são tomadas para evitar esse roubo? Ministros, altos assessores e detentores de "cargos de confiança" envolvidos em bandalheiras são exonerados "a pedido", com direito até a elogios, e somente depois de comprovados seus envolvimentos. Esses detalhes são devidamente escamoteados pela "grande imprensa", que só noticia a parte da patifaria que já não é mais possível esconder. E por falar em esconder, por onde anda a dona Rose, aquela, apontada como concubina do Cachaceiro? 
Ainda sobre roubos e fraudes: alguém obtém assinaturas em procurações de colonos e faz alguns empréstimos no nome deles (pelo menos R$ 79 milhões) junto a programa governamental de "incentivo à agricultura", pega uma parte ou todo o valor do empréstimo para si e/ou sua "organização". Depois vai a Brasília e com o conluio de parlamentares tão patifes quanto ele, obtém a anistia dos débitos desses empréstimos dos pequenos agricultores. 
Em outras palavras: na suposição de que o dinheiro realmente tenha chegado ao solo/plantio, é autorizada a anistia com pompa e louvor, entretanto, o dinheiro está no bolso dos canalhas e o contribuinte pagando a conta de sustentar essa farra. Pior: com o governo fazendo propaganda afirmando é competente e preocupado com quem trabalha, usando como argumento essa anistia aos pequenos produtores. 
E a mídia pouco ou nenhum destaque dá ao caso.
Um Ministro estrangeiro ingressa no Brasil para tratar a saúde de sua esposa. Enquanto ela permanece hospitalizada, ele percorre o país fechando acordos com entidades que legalmente não existem (lembrem que o MST não possui registro jurídico) e ninguém sabe nada oficialmente. E a PF? E a ABIN? Que tipo de passaporte esse sujeito está usando? Tem acompanhamento de seguranças? São brasileiros ou venezuelanos? Portam armas? Estão autorizados por quem? Nem no mais simples cabaré do interior do país a putaria é tão grande!
Até pouco tempo, sempre que surgia alguma crise política, a Petrobras "descobria" mais um enorme poço de petróleo que iria elevar o Brasil a potência petrolífera (depois não se falava mais no assunto e continuamos a importar petróleo, caro, diga-se de passagem — assim como importamos trigo, arroz e até bananas —, para não parar o país). Agora, a crise atinge a Petrobrás que mal se sustenta nas pernas, destruída que foi pela quadrilha, aumentando os preços dos combustíveis quando o preço do petróleo cai no exterior. "E agora McGayver?" como indagou um humorista. Temos que achar outros assuntos!
Aí, então, desencravemos o caso de uma assassina condenada por ajudar a matar seus pais, juntemos o caso de uma outra criminosa presa que assume uma posição de "liderança" no presídio feminino, tomando a iniciativa de "escolher" as mais jeitosas e bonitas para serem suas parceiras para satisfação sexual. A grande mídia  interessada em descobrir assuntos para abafar o Petrolão, os recentes anúncios de aumentos na energia elétrica, impostos, combustíveis e outros fatos que não são de interesse governamental  descobre que as duas "celebridades" decidiram se unir e o fato passa a ser "top" nas notícias. E o pior é que esse tipo de tapeação encontra público!
A polêmica se instala e o grosso da população já não mais fala em Marco Civil, trambiques na Petrobrás, usos indevidos de jatinhos (da FAB e de "suspeitos"), morte de um candidato à presidência, liberação de bandidos condenados no maior "pastelão" judiciário que esse país já assistiu,  e outros que tais. 
Apesar da insistência de alguns jornalistas renitentes em abordar esses temas, o que mais repercute é a "manifestação pela volta da ditadura militar" por alguns brasileiros. Enquanto isso, a vida segue. Me lembra um sambinha do meu tempo de garoto: "Pistom de Gafieira" - "na gafieira segue o baile calmamente ... e nessa altura, como parte da rotina, o pistom tira a surdina e põe as coisas no lugar!"
Tenho pena dos dedicados profissionais da Polícia Federal. Sem querer desmerecer o valor do trabalho desses profissionais, mas eles investigam, aprontam inquéritos volumosos (haja trabalho: oitivas, papel, digitação, custos homem/hora, etc) que são remetidos à justiça e esta os arquiva em função de manipulações de firulas jurídicos  alegados por advogados tão corruptos quanto os indiciados  sem condenar os meliantes nem reaver os frutos dos desvios. Em resumo: um trabalho extenuante é transformado em uma atividade similar a enxugar gelo!
E há quem se preocupe com os problemas na Ucrânia, no Oriente Médio, na Venezuela, em Cuba, quando nosso inferno é por aqui mesmo.
Mais uma? Chegou a fatura da conta para aliviar a barra dos mensaleiros! Nossos funcionários do mais alto escalão do poder judiciário, para complementar seus parcos salários, terão um "auxílio-moradia" com valor um pouco menor que cinco mil reais, mensais. Acha pouco? Uma ministra do STF determinou que fosse incluída no Orçamento da União para 2015 a previsão do reajuste dos salários dela e seus parceiros de labuta. Ou alguém pensava que alguma coisa é gratuita "neçepaíz"?
Mas tivemos eleição direta para Presidente da República e isto, para a grande massa — cuja maioria, alguém que não lembro afirmou não saber sequer escovar os dentes — significa vivermos em uma democracia plena. Na qual, praticamente 7.142.000 cidadãos perderam seu domingo comparecendo às urnas e votando em branco ou nulo, e cerca de outros 30 milhões de eleitores preferiram ir à praia ou simplesmente ficar vadiando. A participação efetiva, que eles negaram, poderia ter feito diferença, aumentando a vantagem da vencedora ou invertendo o resultado da eleição. Indiferença ou descrença?
Seja o que for, essa decisão valida a ideia de que corrupção; desvios de verbas públicas; superfaturamento, atrasos propositais e propinas em obras públicas; envio de recursos para o exterior na forma de empréstimos que nunca retornarão (serão "perdoados"); e muitas outras formas de falcatruas, fazem parte da "cultura brasileira" e não são vistas como coisas erradas.
Assim, apesar de mais de 88 milhões de eleitores (61,8%) não terem votado na Presidente reeleita, tudo segue como antes. 
O que falta aos justos para se indignarem e colocarem esse país nos eixos?  Até quando a minoria de patifes irá reinar impune, enquanto somos agredidos, roubados, assassinados e obrigados a nos manter trancafiados em nossas casas aguardando o momento da invasão final que irá nos levar o resto do que possuímos?
Por que a "grande mídia" nos esconde que:
 a Fundação Ford financia o CEBRAP/CEBRI do FHC.
 o FMI financia o Inter American Dialogue do FHC e do ET de Xapuri.
 o Banco Mundial financia o Foro de São Paulo do PT de Lula e Dilma.
 a AFL-CIO financia a CUT e a Nova Central Sindical com o Stanley Gacek da OIT?
E, encerrando: o candidato recém derrotado nas eleições presidenciais  que a mídia já se ocupa em apresentar como a única opção de oposição ao atual governo  declara no "O Globo" de domingo, 9 Nov 14, que "PARA A DIREITA NÃO ADIANTA ME EMPURRAR QUE EU NÃO VOU."  A tradução correta dessa declaração é: Se a verdade vem da direita, prefiro mentir com a esquerda. Todos os males do Brasil no presente vêm desse princípio.,
Reforça o que digo há bastante tempo: PT e PSDB são os dois lados da mesma moeda falsa, usada para comprar os incautos que não querem ver que essa dualidade forjada só serve para alijar o surgimento de uma oposição que nos coloque em uma situação de democracia de verdade.  
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sábado, 1 de novembro de 2014

Vítimas do Terrorismo - Novembros

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Neste novembro de 2014, reverenciamos a todos os que, em novembros passados, tombaram pela fúria política de terroristas. Os seus algozes, sob a mentira de combater uma ditadura militar, na verdade queriam implantar uma ditadura comunista em nosso país. Para isso, atentaram contra o Brasil e agora lhes negam até mesmo o lenitivo de serem pranteados por nós.
Cabe-nos lutar para que recebam isonomia no tratamento que os "arautos" dos direitos humanos dispensam aos seus assassinos, que hoje recebem pensões e indenizações pagas pela Sociedade contra a qual pegaram em armas.
Move-nos, verdadeiramente, o desejo de que a sociedade brasileira lhes faça justiça e resgate aos seus familiares a certeza de que não foram cidadãos de segunda classe, por terem perdido a vida no confronto do qual os seus verdugos, embora derrotados, exibem, na prática, os galardões de uma vitória bastarda, urdida por um revanchismo odioso.
A esses heróis o reconhecimento da Democracia e a garantia da nossa permanente vigilância, para que o sacrifício de suas vidas não tenha sido em vão.

12/11/64 - Paulo Macena - (Vigia - RJ)
Morto durante a explosão de uma bomba colocada Cine Bruni, no bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro, em protesto contra a "Lei Suplicy". Também ficaram feridas seis pessoas.

07/11/68 - Estanislau Ignácio Correia - (Civil - SP)
Morto pelos terroristas Ioshitame FugimoreOswaldo Antônio dos Santos e Pedro Lobo Oliveira, todos integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), quando roubavam seu automóvel na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, em São Paulo.

04/11/69 - Estela Borges Morato - (Investigadora do DOPS - SP)
Morta a tiros quando participava da operação em que morreu o terrorista Carlos Marighela.

04/11/69 - Friederich Adolf Rohmann - (Protético - SP)
Morto durante a operação que resultou na morte do terrorista Carlos Marighela.

07/11/69 - Mauro Celso Rodrigues - (Soldado PM - MA)
Morto em uma emboscada, durante a luta travada entre lavradores de terra, incitados por militantes da Ação Popular (AP).

14/11/69 - Orlando Girolo - (Bancário - SP)
Morto por terroristas durante assalto ao Banco Brasileiro de Descontos (Bradesco).

17/11/69 - Joel Nunes - (Sub-Tenente PM - RJ)
Morto a tiros por Avelino Bioen Capitani, durante um assalto da Organização Terrorista PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) ao Banco Sotto Mayor, na Praça do Carmo, Rio de Janeiro.  Desde janeiro de 2003, Capitani, que vive em Porto Alegre, é reconhecido como segundo tenente da Marinha.

10/11/70 - José Marques do Nascimento - (Civil - SP)
Morto por terroristas em confronto com policiais.

10/11/70 - Garibaldo de Queiroz e José Aleixo Nunes - (Soldados PM - SP)
Mortos em confronto com terroristas da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) que faziam uma panfletagem armada na Vila Prudente, São Paulo.

01/11/71 - Nelson Martinez Ponce - (Cabo PM - SP)
Metralhado por Aylton Adalberto Mortati, durante um atentado praticado por cinco terroristas do MOLIPO (Movimento de Libertação Popular), contra um ônibus da Empresa de Transportes Urbano S/A, em Vila Brasilândia, São Paulo.

10/11/71 - João Campos - (Cabo PM - SP)
Morto na estrada de Pindamonhangaba ao interceptar um carro que conduzia terroristas armados.

22/11/71 - José do Amaral Villela - (Oficial da Reserva do Exército - RJ)
Morto pelos terroristas da VAR PALMARES (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares) e do MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), Sérgio Landulfo Furtado, Norma Sá Ferreira, Nelson Rodrigues Filho, Paulo Roberto Jabour, Thimothy William Watkin Ross e Paulo Costa Ribeiro Bastos, que assaltaram um carro-forte da firma TRANSPORT, na Estrada do Portela, em Madureira. José do Amaral Villela, que trabalhava como guarda, foi morto a rajadas de metralhadora e ficaram feridos os guardas Sérgio da Silva Taranto, Emílio Pereira e Adilson Caetano da Silva.

27/11/71 - Eduardo Timóteo Filho - (Soldado PM - RJ) 
Morto por terroristas, durante assalto contra as Lojas Caio Marti.


09/11/72 – Mário Domingos Panzariello - (Detetive Polícia Civil / RJ)
Morto por Ana Maria Nascimento Furtado (Márcia, Patrícia, Rita ou Lola) ao pedir documentos a ela e Flávio Augusto Neves Sales, militantes da ALN. Ela foi presa e morreu em tiroteio dois dias depois, quando conduziu a polícia ao esconderijo de seu grupo e alertou seus companheiros. Veja notícia na imagem ao lado (Jornal Correio da Manhã - 11/11/1972).

Os mortos acima relacionados não dão nomes a logradouros públicos, nem seus parentes receberam indenizações, mas os responsáveis diretos ou indiretos por suas mortes dão nome à escolas, ruas, estradas e suas famílias receberam vultosas indenizações, pagas com o nosso dinheiro.
Fonte:  Texto adaptado de: TERNUMA
COMENTO:  por uma questão de justiça, também lembrarei aqui alguns membros de organizações terroristas que foram "justiçados" por seus companheiros de luta. Para isso, relato mais um desses "justiçamentos". Trata-se de Carlos Alberto Maciel Cardoso, da Ação Libertadora Nacional (ALN), “justiçado” em 13 de novembro de 1971, no Rio de Janeiro.
Ele e sua companheira Hermelinda de Jesus Melo e Silva foram presos dia 9 de outubro pela Polícia Federal, por suspeita de participação no assalto ao Hospital da Ordem Terceira da Penitência. Admitiram algumas coisas, procurando ganhar a confiança de seus inquisidores. Vislumbrando a possibilidade de ser solto, Carlos Alberto propôs entregar os militantes da organização. Solto no dia 10, Carlos Alberto entregou um "ponto frio", com um dirigente de CR/GB, conseguindo fugir do controle dos policiais.
Retornando ao seio da organização, narrou a sua astúcia para conseguir a liberdade. Não convenceu. Foi julgado por um "tribunal revolucionário", composto pela direção da CR/GB, naquela altura constituída por Hélcio Pereira FortesFlávio Augusto Neves Leão de Sales e Antonio Carlos Nogueira Cabral e condenado à morte.
No dia 13 de novembro os juízes, transvestidos de carrascos, tiveram um encontro com Carlos Alberto e informaram-no do seu destino. Apavorado, Carlos Alberto saiu correndo, sendo perseguido por Flávio Augusto e Antonio Carlos, disparando suas armas.
Ferido, ainda tentou abrigo no interior de uma casa da Rua Bernardo, no Encantado, onde seus algozes terminaram o serviço. Hélcio Pereira Fortes recolheu os companheiros, de carro, após concluída a missão de "justiçamento".
Os dirigentes da CR/GB não se preocuparam com Carlos Alberto, apesar dos "relevantes serviços" prestados em levantamentos que proporcionaram ações de vulto para a organização. Os argumentos de traição não se confirmaram, pois a organização nada sofreu com a prisão de Carlos Alberto. Apenas as suspeitas de três elementos, constituídos em "tribunal revolucionário", foram suficientes para determinar a sua morte ....
Em janeiro de 2005, uma certidão fornecida pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), atestou que Carlos Alberto nunca passou qualquer informação ao CENIMAR (O Globo - 31/01/2005 - página 3). O "tribunal revolucionário" errou. Carlos Alberto fora "justiçado" sem ter traído seus companheiros terroristas.