domingo, 30 de junho de 2013

Evolução das Manifestações: a Previsão Impossível

por Gelio Fregapani
É bonito ver uma multidão empolgada. Há uma sensação de união, da luta por um ideal, de onipotência, mas nunca se sabe o rumo que ela vai tomar.
A psicologia das multidões foi estudada por Gustave Le Bom, que nos legou preciosos conhecimentos, úteis para quem pensa que um dia poderá ter que conduzir ou controlar alguma.
Ensina ele: “Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas. As personalidades individuais desaparecem e o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Ela não pode realizar atos que demandem elevado grau de inteligência. Numa multidão ensandecida é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto. A multidão não constrói. Só tem força para destruir”.
Quando Le Bom descreveu a multidão, a sociologia científica (não ideológica) ainda não tinha identificado o estereótipo das ações das classes sociais, considerava-se que nas multidões predominariam os elementos da classe dos excluídos, cuja tradicional imprevidência e irresponsabilidade os conduziriam a destruir tudo. Quando predominam indivíduos de classe média pode haver alguma diferença no comportamento.
Apesar disto presenciamos a baderna em vários locais do País. Quebram prédios. Prejudicam o trânsito. Atacam a Polícia para obrigá-la a revidar. Já era de se esperar que numa multidão houvesse baderneiros e ladrões, mas quando foram presos vários baderneiros declararam que receberam dinheiro para criar desordem. Verificou-se que alguns outros trabalhavam no próprio palácio do Governo, indicando que alguma facção governamental pode estar envolvida na criação e organização dos presentes movimentos.
Como teria começado
O primeiro a convocar uma “manifestação” teria sido o Zé Dirceu. Depois tivemos os “esculachos”, organizados pelos esquerdistas radicais, que não foram adiante por falta de apoio popular. As manifestações que estamos presenciando teriam sido montadas e organizadas nos centros acadêmicos controlados por movimentos ideológicos de extrema esquerda, principalmente nos diretórios das Faculdades de Filosofia. Na orientação esquerdista certamente providenciaram para que não fosse uma manifestação totalmente pacífica.
Foi fácil sentir as digitais do grupo organizador. A especialidade número um das esquerdas radicais é incitar as massas. O pretexto para as manifestações foi incoerente e inconsistente e não mobilizou as classes trabalhadoras, pois trabalhadores recebem vale transporte, mas foi suficiente para juntar universitários indignados com a corrupção e a politicagem. Entediados com a vida fácil, mas cheios de vigor, agarraram a oportunidade de romper com a covardia oficial (do não reaja) e sair em busca de um “Santo Graal”.
A evolução
A verdade é que nem tudo saiu como foi planejada, a garotada de classe média conteve em parte a violência da multidão e repudiou os provocadores. O movimento tomou vulto surpreendente por causa da insatisfação geral e essa insatisfação fez com que as reivindicações fugissem do controle de seus organizadores. Os partidos políticos tem sido rejeitados, principalmente os esquerdistas radicais que pretendiam conduzi-lo em favor de seus ideais e aparece uma possibilidade de forçar a solução de alguns dos problemas nacionais. 
Entretanto, os grandes problemas nacionais só foram citados de forma difusa, até por ignorância dos manifestantes e certamente não serão tratados prioritariamente fala-se muito contra a corrupção, mas sem objetividade. Quase não se toca na perigosa questão indígena e ás vezes defende-se romanticamente posições prejudiciais ao País como a defesa exagerada do meio ambiente.
Afinal, a quem as manifestações beneficiam?
Bem, quid prodest? Quem ganha ou pensou ganhar com isto? Poucas dúvidas restam que o grupo sindicalista do PT (leia-se Zé Dirceu), desejoso de derrubar a Dilma esteve na liderança, secundado pelo PSOL, PSTU e outros radicais, claro, contando com a colaboração de vários “companheiros de viagem”. A extrema esquerda soube sempre espalhar ódio entre diferentes grupos e jogar uns contra os outros. 
Desta vez conseguiu mobilizar contra a ordem vigente uma sociedade indignada, mas sem saber direito para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso, dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso “fazer algo”, mas não sabem ao certo o que ou como fazer.
Apesar dos esquerdistas, até agora, terem falhado em conduzir o movimento para os ideais deles, pode ser que ainda consigam, por serem os únicos organizados. Até agora tem sido um tiro no pé, pois estão sendo os mais prejudicados. 
A tática da reação governamental está dando certo: pouca intervenção e as imagens de vandalismo criam uma má vontade para com os vândalos e permitem uma reação forte quando ficar insuportável. Este filme viveu-se antes de 1964, também comandado por uma esquerda cega e violenta. Por sorte, naquela época, a classe média foi às ruas com o apoio das Forças Armadas e inverteu a situação.
Até agora só se vê prejuízos; o custo das depredações alcançará a dezenas de milhões e o prejuízo nas quebras de negócios e do turismo passará de um bilhão.
A esquerda gritona ficará reduzida ao seu real tamanho, ou seja, à insignificância, o Governo ficará diminuído e os políticos serão hostilizados onde quer que apareçam, mas não mudarão de índole.
O País perderá força e credibilidade e o sistema financeiro internacional certamente se aproveitará da ocasião.
O futuro incerto
Desta vez ainda não se sabe o rumo que tomará pode ser que as manifestações se extingam naturalmente tendo apenas dado um susto nos políticos, assim como podem forçar a solução de alguns atos de corrupção ou ainda tomar tal vulto que obrigue a intervenção autônoma da Forças Armadas. Isto dependerá muito da comunicação, na mídia e na internet.
Em qualquer caso o prejuízo para o País já foi evidente. O melhor que poderia ainda acontecer seria marcar o início da substituição da corrupta Democracia Representativa pela Democracia Direta, aproveitando as facilidades da internet. 
Gelio Fregapani é escritor e
 Coronel da Reserva do EB.
Fonte:  Alerta Total

Movimento Passe Livre, Foro de São Paulo e Constituinte

por Graça Salgueiro
Uma nova Constituição é o desejo mais caro do Foro de São Paulo há décadas, tendo sido implantado primeiro na Venezuela, seguido por Equador, Bolívia e Nicarágua, e que está na pauta de exigências das FARC para a Colômbia.
Membros do bando terrorista EZLN recebem membro do MPL Brasília no México, em 2007, e exibem bandeira do movimento. (Crédito da foto: Terceiro/Divulgação)
O mundo está apreciando as manifestações que estão ocorrendo no Brasil como um movimento surgido espontaneamente no seio de uma sociedade farta de tanta corrupção. Nós sabemos, porém, que não existe “geração espontânea” e que em todos esses movimentos surgidos no mundo atual, há alguém por trás comandando-os, ditando as palavras de ordem e financiando-os.
A cara mais visível do movimento brasileiro, que começou em São Paulo, é o “Movimento Passe Livre” (MPL) que afirma não ter líderes e que se inspira no Exército Zapatista mexicano do lendário sub-comandante Marcos, cujo lema é “abaixo e à esquerda está o coração”. “Abaixo” é a classe operária e proletária e “à esquerda” a orientação ideológica.
Como nos demais movimentos ditos “espontâneos”, o MPL além de ser financiado por entidades pertencentes ao mega-investidor George Soros, recebeu o respaldo do Foro de São Paulo (FSP) desde o início. Sua missão era colocar o povo nas ruas e criar o caos, daí porquê o motivo exibido inicialmente era apenas contra o aumento de R$ 0,20 das passagens dos transportes e que, atingido o objetivo, retirou-se alegando “infiltração da extrema-direita”. É curioso notar ainda a esse respeito, que os estudantes pagam meia-passagem e os trabalhadores que dependem dos transportes coletivos recebem vale-transporte, deixando claro que havia algo mais por trás do que uma indignação legítima a um aumento “abusivo”. Aliás, a única categoria que não se viu nas ruas foi a do trabalhador, que depende de ônibus diariamente.
Não podemos deixar de notar, também, que no encontro ocorrido na Câmara de Vereadores de Porto Alegre em fins de maio, que comentei em artigo anterior, constou no documento final o seguinte: “Os e as estudante e jovens da América do Sul, com sua alegria e vitalidade empreenderão a bela tarefa de trabalhar em rede latino-americana (...) que começará suas ações continentais nos próximos 8 e 9 de junho”. 
Outro dado importante, é o que consta da carta de intenções do próximo Encontro do FSP que será realizado em São Paulo entre os dias 31 de julho a 4 de agosto e que diz: “Os partidos políticos agrupados no Foro de São Paulo têm, portanto, o triplo papel: orientar nossos governos a aprofundar as mudanças e acelerar a integração, organizar as forças sociais para sustentar nossos governos ou fazer oposição aos governos de direita, e construir um pensamento de massas, latino-americano e caribenho, integracionista, democrático-popular e socialista. (...) Parte importante do aprofundamento das mudanças e premissa da construção de um pensamento latino-americano e caribenho, é a democratização da comunicação social e dos poderes judiciários” (Foro de São Paulo.org-2713 e http://archive.is/Pyff5).
Ontem (24/6) dona Dilma chamou para uma conversa, depois de um insosso e vazio pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, prefeitos e governadores de 27 unidades da federação nacional, onde apenas dois pontos são relevantes: a contratação de médicos estrangeiros (que por exigência de Cuba já se firmou contrato para exportação de seus agentes ao Brasil) e a convocação de um plebiscito popular para uma constituinte, visando as reformas políticas.
Ora, uma nova Constituição é o desejo mais caro do FSP há décadas, tendo sido implantado primeiro na Venezuela, seguido por Equador, Bolívia e Nicarágua, e que está na pauta de exigências das FARC para a Colômbia, na tal mesa de negociações de paz em Havana! Como disse Chávez em 2005 num encontro do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, as mudanças ocorridas na Venezuela seguiam mais rápidas porque era como se seu país andasse numa Ferrari enquanto o Brasil ia de Fusca, querendo dizer com isso que, como nosso país é muito maior que os demais, suas mudanças não poderiam se dar de forma tão rápida quanto os participantes daquele evento comunista desejavam.
Como bem explicou Olavo de Carvalho em seu artigo “Caos e estratégia (I)”, o Brasil está passando do período de “transição” para a fase da “ruptura”. Se o governo conseguir instalar essa tão desejada constituinte, estaremos a um passo de consolidar um regime socialista como determinou o FSP. A Venezuela com Chávez começou assim. É hora de pôr as barbas de molho e rezar. Muito.
Fonte:  Mídia Sem Máscara
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sábado, 29 de junho de 2013

Deu a Louca na Veja

por Janer Cristaldo
Deus morto, escreve Albert Camus, é preciso transformar e organizar o mundo com as forças do homem. A partir deste dado, começa suas reflexões sobre a revolta histórica. Urge fazer uma distinção entre a revolução e o movimento de revolta. Spartacus não é um revolucionário, ele não quer mudar os princípios da sociedade romana. Ele se bate para que o escravo tenha direitos iguais aos do senhor, recusa a servidão e quer a igualdade com seu amo. Esta vontade de igualdade o conduzirá ao desejo de tomar o lugar do amo.
A revolução, por sua vez, é a mudança total. A partir da concepção astronômica de revolução  movimento que fecha um ciclo, que passa de um regime a outro após uma translação completa  Camus precisa sua definição. A revolução implica uma mudança do regime de governo. Para que uma mudança econômica seja uma revolução econômica é preciso que ela seja ao mesmo tempo política. Sejam seus meios sangrentos ou pacíficos, é a mudança política, a mudança de governo, que distinguirá a revolução da revolta. Esta dicotomia fundamental é posta em relevo pela frase célebre, citada por Camus: "Não, Sir, não se trata de uma revolta, mas de uma revolução".
Comentei esta distinção feita por Camus há dois anos, quando Tunísia e Egito derrubaram suas ditaduras e o movimento tendia a espalhar-se por outros países árabes e africanos. As manchetes todas falavam em revoluções democráticas. Quem hoje ousa falar em revoluções democráticas no mundo árabe? 
Pelo jeito, deu a louca na Veja. Em edição que intitula como histórica, tem como chamada de capa:
OS SETE DIAS QUE MUDARAM O BRASIL 
Salvo engano, Brasil é este país em que vivo e no qual agora escrevo. Para qualquer lado que olhe, não vejo mudança alguma. Salvo alguns prédios e carros depredados, mas isso nada tem de novo no país. Verdade que uma dúzia de cidades andaram baixando em alguns centavos a tarifa do transporte coletivo. Mas isto está longe de mudar qualquer país. Procuro a reportagem para ver o que mudou. Vamos lá:
O PT acreditava que a paixão dos brasileiros pelo futebol seria exacerbada pelas Copas, de tal forma que ninguém mais notaria a corrupção e a ineficiência do governo. Errou feio. Os cartazes das ruas fizeram das Copas símbolos odiados do gasto público de péssima qualidade, do desvio de dinheiro e do abuso de poder”.
Símbolos odiados? Odiados por alguns gatos pingados. Os estádios estiveram lotados nesta Copa e isso que nem é a Copa do mundo, a que de fato inflama paixões. Veja superestima a multidão das ruas. Consta que foram um milhão na quinta-feira passada.
A situação não é tão grave como parece ser — comentei ontem. Um milhão de pessoas nas ruas é 0,5% da população. A transmissão contínua das televisões dá a ideia de um país em chamas. Ora, longe disso. Meu bairro continua em seu mesmo ritmo. Todo mundo comprando, trabalhando, comendo, bebendo. O mesmo ocorrerá em dezenas, centenas de outros bairros, em São Paulo e no país todo. Vistas pela televisão, as cidades parecem ser puro caos. Não são. Caos só em dois ou três pontos do centro e nas avenidas onde os “jovens” se concentram.
Se o país mudou, não fui avisado. Veja continua insistindo em sua tese: 
Em 1992, em gesto de desespero, o então presidente Fernando Collor convocou os brasileiros a sair às ruas de verde e amarelo. O povo saiu de preto e ele saiu do palácio do Planalto. (...) Lula mandou os sindicalistas se fingirem de povo e o resultado foi o mesmo. Cascudos nos intrusos e bandeiras queimadas e rasgadas. Os esquerdistas tiveram de ouvir um dos mais elegantes xingamentos da história mundial das manifestações: “Oportunistas, oportunistas.
Veja endossa a tese de que foram os cara-pintadas que derrubaram Collor. Ora, quem derrubou Collor foi o Congresso. Foram os deputados que Collor, jovem e arrogante, se recusou a comprar. Lula foi mais hábil. Esteve perto de um impeachment, mas o Congresso já estava regiamente pago. Os mensaleiros que o digam. A revista também acha que alguns cascudos e algumas bandeiras queimadas em meio a uma confusão significam uma mudança no país. 
No texto seguinte, Veja compara a baderna generalizada chez nous com a queda do muro de Berlim e a invasão da Áustria pelos húngaros em 89. Compara a rebelião de nações escravizadas por meio século pela União Soviética com o levante de uma meninada que até agora não soube dizer a que vem. O comunismo acabou e a Alemanha se reunificou”, salienta a revista, para confirmar sua tese de que o petismo acabou. Ora, o petismo pode estar surpreso com o episódio, mas continua vivo e pujante enquanto houver uma nação a saquear. A União Soviética morreu de vez, dois anos depois da queda do Muro. Dona Dilma lidera as preferências dos eleitores para o próximo pleito.
Veja lembra que a frase que intitula a reportagem é de Lênin. “Até ele ficaria sem palpite se tivesse presenciado as mudanças as mudanças dos últimos dias no Brasil”. Sim, Lênin, que fuzilou o czar e sua família, que exterminou kulaks e criou gulags, certamente ficaria perplexo ao ver jornalistas chamando de revolução uns cascudos distribuídos em militantes de um partido corrupto. 
Esqueçamos os vândalos e os anarquistas, gente que não estava lutando por um governo melhor, mas por governo nenhum. A revolução verdadeira foi a que começou a ser feita pelos brasileiros que foram às ruas protestar por estar sendo mal governados” — escreve a revista, para bem salientar que de revolução se trata. Mais ainda, não é apenas revolução. É revolução verdadeira. Até dona Dilma deve estar rindo dos “revolucionários”. Quando pensava em revolução, em vez de ir para a rua portando cartazes, pegou em armas.
Que mudança de governo, que mudanças políticas, provocaram as multidões nas ruas? Nenhuma. O PT continua no poder, o PMDB também, o PSDB finge ser oposição, corruptos impunes e notórios continuam ocupando cargos no Congresso, corruptos notórios — e condenados — continuam exercendo a deputação
De meu conhecimento, nunca a palavrinha foi tão desmoralizada. As revoluções começam com maiúsculas, continuam com minúsculas e acabam entre aspas, escreveu Ernesto Sábato. A revolução decretada por Veja começa pelo fim do caminho, entre aspas.
Fonte:  Janer Cristaldo
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A Farsa de Estela e o Retrocesso Revolucionário

por Marco Antonio dos Santos
Nos últimos dias a camarada Estela (*) teve uma recaída de tempos de outrora, quando militava em organizações “revolucionárias”. Desejava o que todos desejamos, o bem comum e liberdade. Naquele período histórico, que ela tenta contar diferente do acontecido, ela podia produzir tramas de engodo e dissimulação. Agora, tais artifícios podem conduzir á morte política a presidente Dilma, sua interface com o mundo republicano e democrático, além de levar o país à ruína e ao caos social.

Ao protagonizar protocolares reuniões com ministros, assessores, governadores e prefeitos e outros entes da classe política, à guisa de encaminhar soluções para a crise política que está levando, faz pelo menos três semanas, multidões às ruas para protestar contra a anomia instalada no país, além do descalabro em que se encontra o Brasil, em termos de saúde e segurança públicas, educação, transporte e outros itens de infraestrutura, a camarada Estela (não era Dilma quem lá estava, quase certeza), produziu tremenda tentativa de desvio de foco.
Eximiu–se de responsabilidade, transferindo-a para os assistentes de seu discurso, para o Legislativo e para o Judiciário. Como nos velhos tempos, o problema é dos outros e a revolução foi perdida porque o povo não prestava.
O conhecimento popular reza que todo mentiroso usa de três artifícios básicos: a transferência de responsabilidade, a construção de uma estoria lógica e o desvio de foco do assunto. Aliás, isso era até treinado em organizações subversivas para uso quando o militante fosse preso ou abordado pelos homens da lei. Mas ali estava Estela, não Dilma.
Agora a mídia só fala de referendo, plebiscito e constituinte. Não exatamente os problemas que geraram a crise ou são da alçada do Executivo republicano.
Especialistas de todas as plumagens discutem diante das câmeras das emissoras de tevê, em termos de “advocatês” clássico, o que o povo não está perguntando, no momento.
O que o povo quer saber é porque foram construídas monumentais arenas de espetáculos enquanto a população morre á míngua à porta de paupérrimos hospitais e postos de atendimento, uma vez que de saúde nunca foram, porque não tem transporte barato e atendimento digno no serviço público. Será que essa resposta vai ficar no esquecimento tal e qual o destino dado ao dinheiro que a organização da camarada Estela roubou da casa da amante de um governador de estado na década de 1970 (1968)? Bem, não adianta criticar o governador por ter amante e guardar dinheiro, pois, afinal, o mentor da camarada, um grande “cumpanheru”, e o comandante Daniel (**) também tiveram amantes e guardaram (e gastaram) dinheiro com elas.
O que o povo quer saber é porque o valor dos recursos gastos com suas viagens, camarada Estela, é sigiloso. Talvez seja porque essa era a conduta na clandestinidade revolucionária. O comandante Daniel também assim procedia e chegou a praticar isso quando no governo, em larga escala. Que treinamento eficaz esse, hem. Nunca mais foi esquecido.
O que o povo quer saber, camarada, é porque a Sra, em nome de Dilma, nomeia famigerados corruptos para ministérios “porteiras fechadas”, feitos capitanias hereditárias socialistas, entre partidos da base aliada, especialistas em dar sumiço em milhões de reais do orçamento da república que a Sra e outra “cumpanhera” vivem a destinar-lhes. Essa esquerda sempre foi muito dividida, não é, camarada Estela?
O que povo quer saber é porque a Rose “Bunduda” (era assim que eles a chamavam), amiga do “cumpanheru” e do comandante Daniel, foi inocentada e seus gastos como acompanhante de luxo também foram considerados sigilosos. Será que a mania de estruturas clandestinas persiste?
O que o povo quer saber é porque o governo brasileiro fez acordos milionários com uma organização privada – a tal de FIFA - repleta de denúncias de corrupção, praticamente se submetendo a seus critérios de gestão para realizar um grande circo internacional onde não existe pão para todos. Será que os fins ainda justificam os meios no mundo democrático e republicano? Será que o acúmulo de capital não é mais pecado para os comunistas modernos, alguns deles ministros de sua interface Dilma?
O que o povo quer saber é porque agora suas manifestações são infiltradas por vândalos arruaceiros, ladrões, degenerados e outras designações que seus camaradas lhes atribuem, enquanto, em outros tempos, tais atos eram considerados “revolucionários”, embora sejam de natureza semelhante? Mudou a cartilha, camarada Estela?
O que o povo quer saber é porque o Ministério Público não pode investigar. Será que é porque “cumpanherus” mensaleiros, graças aos bons procuradores e aos diligentes delegados, associados em forças tarefas, conseguiram suas condenações e eles estão em vias de reunirem onde a esquerda melhor se une: na cadeia?
O que o povo quer saber é porque o camarada Geraldo (***), mesmo condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa, foi nomeado por Dilma para função pública em Instituição federal das mais importantes e sérias de seus 39 ministérios? Será que a técnica de desmoralização das instituições nacionais, muito usada por sua organização, ainda é empregada?
O que o povo quer saber, camarada Estela, é porque foram perdoadas dívidas milionárias de governos ditatoriais em países africanos e de Cuba, enquanto aqui se morre exatamente por falta de recursos. Será que a Sra. e seus companheiros estão pagando dívidas de gratidão para com esse país centro-americano por ter ele financiado a morte de pessoas, as expropriações, os assaltos, a subversão da ordem, os justiçamentos, as ocupações de prédios públicos e parte de toda a desordem que varreu o Brasil entre os anos 1960 a 1980?
Bem, camarada Estela, o que o povo quer é a verdade e que lhe seja devolvido o que é devido. O que povo quer é respeito a seus direitos. O que o povo quer é menos corrupção e menos desfaçatez dos políticos. Apenas o que a democracia republicana lhe assegura. Melhor agir, camarada.
As manifestações podem levar ao fim de um regime que caminha para a consolidação democrática e que a Sra. disse defender em anos passados. Em outros tempos, também o comandante Daniel se eximiu de responsabilidades pelo fracasso de sua organização clandestina, retornou a Cuba enquanto seus companheiros eram dizimados pelas forças da lei.
A Sra., camarada Estela, pode estar abandonando a companheira Dilma. A Sra. e seus companheiros já lutaram contra o povo uma vez e perderam. Chame seus colegas políticos às falas. Faça-os entender que o movimento das ruas se processa na direção deles.
Marco Antonio dos Santos é
Empresário e professor universitário.
(*) Um dos codinomes de Dilma Vana Rouseff
(**) Um dos codinomes de José Dirceu
(***) Um dos codinomes de José Genoíno
Texto recebido por mensagem eletrônica

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Como se Destrói uma Nação: o Infiltrado Sindicalista "BOI"

por Nelson Bruni
Nas ultimas semanas vivenciamos vários eventos noticiados pela imprensa nacional sobre os “movimentos sociais” que se espalham em nosso País.
O que causa estranheza, pelo menos para mim, é o fato da mobilização ser fundamentada em um aumento “descomunal” na passagem de ônibus, sob a óptica dos manifestantes de R$ 0,20 (vinte centavos de Real).
Este aumento implica em mobilização social, de pessoas que realmente estão preocupadas com o País? Reúne cidadãos preocupados com o rumo da Nação? Ou existe algo perigoso por trás destes atos?
Não vemos atos públicos desta magnitude contra os políticos corruptos, inocentes exterminados pelos assaltantes, condições de trabalho e salário digno aos policiais, melhoria do salário e condições de trabalho digna aos profissionais de saúde, etc. A revolta são pelos R$ 0,20 (vinte centavos de Real), isso realmente vai mudar o Brasil?
Analisemos:
A) Atitudes
1) O movimento ativista não negocia
2) Provoca depredações ao patrimônio Público e Privado
3) Ativistas e repórteres (que acompanham o movimento) provocam policiais para que sejam filmadas as ações destes agentes, e que posteriormente, possam acusar tanto o Estado quanto as forças Policiais de violência.
4) O movimento ativista chantageia o Estado e as forças Policiais
5) Os organizadores do movimento possuem a mesma retórica do Foro de São Paulo
B) Grupos que compõem as manifestações
1) Movimento Passe Livre – Supostamente organizam o protesto, mas são coordenados pelos partidos de esquerda, sob ordens internacionais.
2) Igreja Punk do Fim de Semana – A “Igreja” recebe ateus e gays, seu líder é conhecido como “Bispo Chinês”, guitarrista da banda Punk Rock “Excomungados”
3) Corrente Proletária EstudantilCélula de movimentos estudantis da USP
4) Anarquistas
5) Espaço Socialista – Célula Marxista, sendo usada por partidos políticos para ações e movimentos sociais
6) Levante Popular da JuventudeCélula de esquerda para aliciar e doutrinar jovens, para criação de militantes
7) Território Livre – Célula de esquerda utilizada para contrapor-se as ações policiais, agem no psicossocial, para criar uma consciência coletiva de que as ações policias são violentas e truculentas e que o Estado é repressivo.
8) Movimento Hip Hop – Apoio a liberação de drogas e funciona como célula de partidos de esquerda
9) Anonymous – Célula de esquerda associada a movimentos internacionais, ligada a Hackers e ações terroristas, possuem como lema “Nós somos anônimos, nós somos legião, não perdoamos, Não esquecemos. Esperem por nós”.
10) Fanfarra do Mal – Consideram-se um movimento autônomo libertário, é a banda que acompanha os protestos.
11) Juventude do PT – Esta não requer comentários
12) Todos Juntos Por Um Futuro – Movimento dito estudantil pertencente ao PSOL.
13) União da Juventude e Rebelião – Movimento ligado ao Partido Comunista Revolucionário
14) União da Juventude Comunista – Célula pertencente ao Partido Comunista Brasileiro
15) Liga Estratégia Revolucionária – Organização Internacional Comunista, pertencente a linha Trotskista, (Quarta Internacional) com o objetivo declarado de alcançar o ‘Socialismo” seja por qualquer método.
16) Assembleia Nacional de Estudantes Livre (ANEL) – Célula comunista ligada ao partido PSTU.
17) Black Block (Bloco Preto) – Grupo de anarquista anticapitalista, com o objetivo de provocar dano ao patrimônio Público e agressão a Forças Policiais. São ligados a entidades internacionais.
Estas mobilizações e os grupos que a contém, possuem o objetivo de promover a Revolução Socialista no Brasil, e que receberam ordem de adiantar o início do processo revolucionário, pois acreditam no risco de que os partidos de esquerda percam as eleições no próximo pleito eleitoral. Desde o fim do Regime Militar, nosso País foi paulatinamente desconstruído e sua sociedade levada a um estado de anomia absoluta.
Analisemos a revolução Bolchevique e comparemos com o que ocorreu no Brasil desde o fim do Regime Militar:
Antes da Revolução Bolchevique, a Rússia já era uma potência militar, o governo do czar Alexandre II (1855 – 1881) começou a implementação de medidas que buscavam modernizar a Rússia. Ele deu fim aos laços feudais e formou uma classe de pequenos camponeses proprietários de terras. Nos governos do fim do século XIX, outras medidas foram responsáveis por abrir a economia russa ao investimento industrialista de nações estrangeiras. Dessa forma, o campesinato, burguesia industrial e o proletariado russo surgiam nesse conjunto de reformas econômicas.
Foi o segundo maior império contíguo e o terceiro maior império da história; a certo ponto, em 1866 (Os Estados Unidos haviam saído da guerra de Secessão e não haviam definido as fronteiras do Oeste) o Império Russo se estendia da Europa do Leste, percorria toda a Ásia e chegava à América do Norte; no início do século XIX passou a ser o maior país do mundo, com um território que ia do oceano Ártico, no norte, ao mar Negro, no sul, e do mar Báltico, no oeste, ao oceano Pacífico, no leste.
Até a Primeira Guerra Mundial, em 1914, a Rússia costumava ser considerada uma das cinco chamadas "Grandes Potências" do continente europeu, com um exército de mais de 5 milhões de homens, o maior do mundo à época. O poder financeiro e político internacional, não poderia permitir a expansão Imperial Russa, e utilizou agentes infiltrados no território Russo, para agirem de acordo com seus interesses para destruírem o Império.
O serviço secreto do Czar era chamado de Okhrana (em russo Охранное отделение, Okhrannoie otdeleniie), este foi a polícia secreta do regime do czar, criada em 1881 e com sede em São Petersburgo, significa Departamento de Segurança. Surgiu para perseguir os partidos políticos que faziam frente à autocracia do Czar.
Foi usada para reprimir setores educacionais, imprensa e tribunais, além da massa popular, descontente com a situação social, política e econômica que a Rússia enfrentava no fim do século XIX e princípios do século XX. Possuía nos seus quadros diversos agentes provocadores.
A Okhrana entregou os presos à Justiça para o processo de acordo com a lei, com subsequentes execuções, campos de trabalho na Sibéria, criando nesta época os Gulags, os agentes possuíam uma licença para matar e torturar, o que aconteceu muitas vezes.
Um dos agentes da Okhrana, foi Joseph Stalin, utilizado pelo império para infiltrar-se em movimentos revolucionários como agente provocador.
Stalin como um agente da polícia secreta Czarista conseguiu realizar várias fugas da prisão. Sob diversos codinomes, trabalharia como agente duplo para o regime Czarista.
Segundo Trotsky, Stálin foi medíocre e insignificante, em seu passado consta ter sido muitas coisas: ladrão de bancos, terrorista contumaz, assassino frio e impiedoso, dissimulado mesmo para seus amigos mais próximos, gângster, lutador de rua, sedicioso político, sedutor de mulheres, pai de vários filhos e filhas, muitos não reconhecidos em vida pelo ex-líder soviético. Tinha a capacidade de liderar homens brutais orientando-os para seus interesses. Era um intelectual fanático, estrategista, dominador e implacável.
O Brasil também possuí seu Stalin. Na época do nosso Regime Militar um General, criou em 1964 e dirigiu até 1967 o SNI – Serviço Nacional de Informações, nosso Cardeal Richelieu, teve a brilhante ideia nos anos 70, de infiltrar agentes duplos nos sindicatos, e criou a criatura chamada de codinome “BOI”. Esta criatura conhecendo deste modo todos os meandros do poder, criou um partido político e tornou-se seu primeiro Presidente, um Stalin tupiniquim.
Com o fim da revolução Bolchevique em 1917, o Estado revolucionário soviético necessitava controlar a sociedade de modo mais efetivo, visando assegurar o sucesso da revolução do proletariado, deste modo o substituto do serviço secreto Imperial Okhrana, foi a Tcheka, cujo objetivo era conforme as palavras de Lenin, funcionar como uma "devastadora arma contra as incontáveis conspirações e golpes ao poder soviético”.
Dentre as agencias de segurança interna as que sucederam a Okhrana, foram: Checa ou Tcheka, GPU, OGPU, GUGB, NKGB, MGB, KGB e criada em 1995 após o fim do regime soviético, a FSB (Serviço de Segurança Federal) contando hoje com cerca de 300.000 funcionários.
O Estado revolucionário para manter-se no poder necessita lançar mão de ações de controle social e os realizam através do terror, movimentos sociais e prisões de dissidentes, necessitando escolher pessoas com psicopatias e sociopatias, para executar o trabalho sujo de manutenção do “status quo”, veja os exemplos:
1) Joseph Stalin – Nomeado como Comissário do Povo em 1917, briga com Trotsky (manda mata-lo no México), assume o poder em 1924, promove expurgos, assassinatos, deportações e torturas. Em 1953, no 20º Congresso do Partido Comunista da URSS, o sucessor de Stalin, Kruschev, denuncia o "culto da personalidade" stalinista e os crimes e atrocidades atribuídos a Stalin.
2) Vasili Mikhailovich Blokhin – Pertencente a família de camponeses, serviu o Exército Czarista na 1ª Guerra Mundial, foi agente da Okhrana, conheceu Stalin nesta época, chamando sua atenção com suas ações em assassinatos, em março de 1921, foi incorporado na Cheka, sendo utilizado por Stalin nos trabalhos “sujos”. Blokhin é considerado como tendo executado pessoalmente dezenas de milhares de prisioneiros com suas próprias mãos ao longo de um período de 26 anos, incluindo 7.000 prisioneiros condenados poloneses em uma execução em massa prolongada fazendo-o o maior carrasco oficial mais prolífico na história do mundo.
Blokhin, inicialmente decidido a manter o ambicioso número de 300 execuções por noite, e de criar uma engenharia eficiente, os prisioneiros eram, individualmente, conduzidos a uma antecâmara pequena que tinha sido pintada de vermelho e era conhecida como o "quarto-leninista". O quarto foi projetado especialmente, com paredes acolchoadas para insonorização, um piso em declive de concreto com um dreno e mangueira, e uma parede de registro para os prisioneiros. Blokhin vestido com um avental de açougueiro de couro, boné, luvas para proteger o seu uniforme, em seguida, empurrava o preso contra a parede de registro e atirava uma vez na base do crânio com uma pistola alemã Walther Model 2 .25 ACP. Blokhin foi despojado de seu posto por Nikita Khrushchev.
3) Guenrikh Grigorievich Yagoda – Assassino, mandou matar milhares de pessoas, realizou interrogatórios, torturas e estupros. Participou do grande expurgo e enviou milhares de dissidentes ao Gulag.
4) Felix Edmundovich Dzerjinsky - Comunista polonês, fundador da Cheka. Foi um dos fundadores do partido Social Democrata na Polonia em 1900. Passou a maior parte da sua vida preso por suas atividades revolucionárias. Em março de 1917, após uma prisão de cinco anos, ao se ver livre seu primeiro ato foi filiar-se ao Partido Bolchevique. Ligado aos movimentos terroristas na Polônia, assassinou pessoalmente seus inimigos e ordenou a morte de suas famílias de forma fria e planejada. É atribuída a ele a seguinte frase: "Um membro da Tcheka deve ter a cabeça fria, o coração quente e as mãos limpas."
5) Viacheslav Rudolfovich Menjinsky - Foi um revolucionário russo de origem polonesa, desempenhou as funções de chefe da polícia secreta (O.G.P.U.), entre 1926 e 1934. Fluente em seis línguas, Menjinsky foi o segundo e último representante da nobreza russa na polícia política soviética, pertenceu inicialmente à Okhrana, depois atuou na Tcheka.
6) Lavrenti Pavlovich Beria - nascido em um ambiente muito pobre, tornou-se uma figura-chave do poder soviético 1938-1953. Ele era o chefe da NKVD, o corpo que, posteriormente, deu origem ao MGB e ao KGB, então, como um membro do Politburo de 1946 a 1953, ele controlava toda a segurança interna e externa do URSS. Stalin o apresentava como “Nosso Himmler”, seu papel foi fundamental na organização industrial do Gulag, a repressão dos desertores durante a guerra (foi ele quem criou o SMERSH), o desenvolvimento de uma rede de espionagem internacional eficiente, estabelecendo o tom de Democracias populares, começando com o massacre de Katyn para terminar no processo de Praga. Ele organizou a adesão do status nuclear da União Soviética. Stalin preocupado com a ascensão de Beria, pensava em eliminá-lo, contudo Beria possuía um plano de eliminar o ditador, e conseguiu pô-lo em prática. Stalin morreu de uma suposta “hemorragia cerebral” após jantar com Beria, que, posteriormente deportou ou eliminou todos que participaram da autópsia de Stalin. Cerca de três meses após a morte do ditador, Beria foi preso e executado. Em 29 de Maio de 2000, seus crimes contra a humanidade foram provados.
Os nomes dos monstros comunistas citados são somente uma fração das centenas de pessoas que participaram como agentes, assassinando a população. Os sociopatas escolhidos dizimaram famílias e vidas de seres humanos, tanto em nome de uma ideologia nefasta como também pelo oportunismo do momento.
Estes movimentos que agem atualmente no Brasil, ditos como “sociais” já possuem seus Beria, Yagoda, Vasili, etc. O estado fraco já produziu seu Lenin tupiniquim. Estamos em vias de permitir a ascensão de um estado totalitário, possuímos governantes fracos, omissos e covardes em não permitir que nosso País possa ter sua autodeterminação.
Temos duas opções: proteger a frágil Democracia do Brasil, ou aguardar pelo expurgo, qual será a escolha da sociedade?
Nelson Bruni é Médico.
Fonte:  Alerta Total

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ideia Para o Congresso

por Pedro Luiz Rodrigues
Tenho uma ideia que me parece muito boa para dar aos nossos queridos deputados e senadores, todos, tenho certeza, muito sensibilizados pela intensidade das manifestações de rua por maior transparência e por melhor uso das verbas públicas, cuja origem é, evidentemente, o bolso de todos nós.
Nos últimos anos tornou-se hábito, péssimo por sinal, o de se governar pela propaganda. Governo federal, governos estaduais, o GDF, as estatais, o poder Legislativo o poder Judiciário, passaram a gastar fortunas com marqueteiros, consultores e filmes de propaganda e publicidade que fazem veicular nos horários ou páginas mais nobres e caras de nossos meios de comunicação.
Às vezes somos, leitores, ouvintes, telespectadores, alvo de uma verdadeira lavagem cerebral. A Caixa, agora, coloca dez vezes seguidas a propaganda do cartão da bolsa-móveis, para estimular as já endividadissimas famílias recentemente chegadas à casse média a gastar cinco mil reais comprando geladeiras, torradeiras, micro-ondas, cafeteiras, chaleiras, fornos e fogões, televisores, cadeiras, mesas, bancos, sofás, tudo a juros muitíssimo camaradas.
A Petrobras, estatal que conta com minha simpatia desde menino, é outra. É anúncio atrás de anúncio, falando de sua gente competente, feliz, sorridente. Acho muito bonito, mas cá entre nós, diante da situação não muito espetacular das finanças e da produção da empresa nos últimos tempos, melhor seria botar a dinheirama toda gasta com anúncios para melhorar seu próprio desempenho.
Bom, voltemos à ideia original.
Em nome da transparência e para saber o quanto gasta o governo para enfeitar suas (in)ações, o parlamentar ousado poderá apresentar um projeto que obriga, no final de cada anúncio, anunciar o quanto custou a campanha como um todo e, em particular, a inserção. Pode tudo ser muito discreto, no canto da página ou da tela. O problema seria com os anúncios e o merchandising (aquilo que o locutor fala como se fosse de sua autoria, mas que é pago pelos cofres públicos) nas rádios, que teriam de ser ditos em voz alta.
Assim, o cidadão paciente, num domingo, poderia tentar calcular a fortuna que é gasta para o governo nos convencer de que ele é o máximo.
Eu, na verdade, preferiria que em vez de anúncios todo o tempo sorridentes, visse nossa infraestrutura modernizada, os alunos aprendendo e todos bem atendidos nos hospitais e todas as demais repartições do serviço público.
Além do mais, o Tribunal de Contas da União, verdadeiro São Jorge defensor da correção e do bom uso do dinheiro da viúva, poderia atuar para limitar os óbvios excessos nessa área. Uma boa medida, que poderia ser determinada hoje mesmo, seria a de publicar semanal ou mensalmente o quanto cada órgão do governo ou empresa estatal (ou de economia mista) gasta, e em muitos casos, desperdiça, com tanta propaganda.
Além do mais, entupir a imprensa com dinheiro de anúncios do Estados pode parecer uma tentativa de silenciar as críticas.
Outra ideia: transferir pelo menos metade do que se gasta nessa área para assegurar o passe livre do transporte dos estudantes. Outra parte poderia ser destinada para o programa de compra de livros didáticos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Primeira Vítima

por Olavo de Carvalho
Quaisquer que venham a ser os desenvolvimentos da onda de protestos no Brasil, sua primeira vítima está ali, caída no chão para não se levantar nunca mais, e ninguém sequer se deu conta da sua presença imóvel e fria: é a "direita" brasileira. 
Durante décadas, desde os tempos do governo militar, os partidos e movimentos de esquerda vieram construindo sistemática e obstinadamente o seu monopólio das mobilizações de massa, enquanto o que restava da "direita", atropelado e intimidado por acontecimentos que escapavam à sua compreensão, ia se contentando cada vez mais com uma concorrência puramente eleitoral, tentando ciscar nas urnas umas migalhas do que ia perdendo nas ruas. 
Não sei quantas vezes tentei explicar a esses imbecis que o eleitor se pronuncia anonimamente de quatro em quatro anos, ao passo que a militância organizada se faz ouvir quantas vezes bem deseje, todos os dias se o quiser, dando o tom da política nacional e impondo sua vontade até mesmo contra um eleitorado numericamente superior. Mas a ideia de formar uma militância liberal e conservadora para disputar o espaço na praça pública lhes inspirava horror. Como iriam bater de frente na hegemonia do discurso "politicamente correto", se este, àquela altura, já se havia impregnado tão fundo nos seus próprios cérebros que já não viam perspectiva senão imitá-lo e parasitá-lo, na ânsia de ludibriar o eleitor e conservar assim os seus cargos, ainda que ao preço de esvaziá-los de qualquer mensagem ideológica diferenciada e própria? Era inútil tentar fazê-los ver que, com isso, se enredavam cada vez mais, voluntariamente, na "espiral do silêncio" (v. Elisabeth Noelle-Neumann, The Spiral of Silence, The University of Chicago Press, 1993), técnica de controle hegemônico em que uma das facções é levada sutilmente a abdicar da própria voz, deixando à inimiga o privilégio de nomeá-la, defini-la e descrevê-la como bem entenda. Alguns eram até idiotas o bastante para se gabar de que faziam isso por esperteza, citando o preceito de Maquiavel: aderir ao adversário mais forte quando não se pode vencê-lo. Belo mestre escolheram. O autor do Príncipe foi um bocó em matéria de política prática, um fracassado que esteve sempre do lado perdedor
Assim, foram se encolhendo, se atrofiando, se adaptando servilmente ao estado de coisas, até o ponto em que já não tinham outra esperança de sobrevivência política senão abrigar-se sob o guarda-chuva do próprio governo que nominalmente diziam combater. 
Ao longo de todo esse tempo, ia crescendo a insatisfação popular com um partido que fomentava abertamente o banditismo assassino, cultivava a intimidade obscena com terroristas e narcotraficantes, tomava terras de produtores honestos para dá-las à militância apadrinhada e estéril, estrangulava a indústria mediante impostos, demolia a educação nacional ao ponto de fazer dela uma piada sinistra e, last not least, expandia a corrupção até consagrá-la como método usual de governo. 
Milhões de brasileiros frustrados, humilhados, viam claramente o abismo em que o país ia mergulhando. Essa massa de insatisfeitos, como o demonstravam as pesquisas, era acentuadamente cristã e conservadora. Em 2006 escrevi: "Com ou sem nome, a direita é 70 por cento dos brasileiros. Um programa político ostensivamente conservador teria portanto sucesso eleitoral garantido". Mas, com obstinação suicida, a "direita" se recusava a assumir sua missão de porta-voz da maioria. Apostava tudo nas virtudes alquimicas da auto castração ideológica. "Um pouco mais adiante — escrevi na mesma ocasião — , ela agravou mais ainda a sua situação, quando, após a revelação dos crimes do PT, perdeu a oportunidade de denunciar toda a trama comunista do Foro de São Paulo e, por covardia e comodismo, se limitou a críticas moralistas genéricas e sem conteúdo ideológico.
E tanto tempo se passou, tão grande foi o vazio, que de recuo em recuo essa direita foi abrindo, que a própria esquerda acabou notando a necessidade de preenchê-lo, mesmo ao preço de sacrificar uma parte de si própria e, como sempre acontece nas revoluções, cortar as cabeças da primeira leva de revolucionários para encerrar a fase de "transição" e saltar para as rupturas decisivas, as decisões sem retorno. 
Há mais de um ano o Foro de São Paulo vinha planejando esse salto, contando, para isso, com os recursos do próprio governo, somados aos da elite globalista fomentadora de "primaveras". Como não poderia deixar de ser em tais circunstâncias, o clamor da massa conservadora acaba se mesclando e se confundindo com os gritos histéricos do esquerdismo mais radical e insano, tudo agora instrumentalizado e canalizado pela única liderança ativa presente no cenário. 
Condensando simbolicamente essa absorção, a vaia despejada sobre a presidenta Dilma Rousseff no Estádio Nacional de Brasília, autêntica manifestação popular espontânea, já não se distingue da agitação planejada e subsidiada que acabou por utilizá-la, retroativamente, em proveito próprio. Não se pode dizer que a esquerda tenha "roubado a voz" da direita, pois a recebeu de presente. A opção pelo silêncio, o hábito reiterado da auto castração expulsou a direita nacional de um campo que lhe pertencia de direito e de fato, e terminou por matá-la. Ela não se levantará nunca mais. 
A insatisfação conservadora transmutou-se em baderna revolucionária e já não tem nem mesmo como reconhecer de volta o seu próprio rosto. Talvez algumas cabeças esquerdistas venham a rolar no curso do processo, mas as da direita já rolaram todas. 
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista
 e professor de Filosofia
Fonte:  Alerta Brasil

terça-feira, 25 de junho de 2013

A Fina Linha Que Separa a Privacidade e a Segurança

por Natalia Estefanía Botero y
Daniel Rojas Arboleda
Com uma aparência afastada do imaginário coletivo quando se pensa nos empregados da CIA, Edward Snowden, de pele branca, barba rala, óculos e 29 anos de idade, se preparou para deixar gelados os governos e serviços de inteligência dos Estados Unidos e Reino Unido.
Após revelar documentos nos quais se evidenciou que empresas como Facebook, Google, Apple, Microsoft, Yahoo, AOL, PalTalk, YouTube e Skype responderam positivamente a umas 50.000 solicitações de informação privada de usuários feitas pelo Governo dos E.U., Snowden abriu o debate sobre a fronteira entre a segurança de um Estado e a privacidade de seus cidadãos.
ILUSTRACÓN ESTEBAN PARÍS
Segundo o diário The Guardian, a que o jovem ex-agente da CIA vazou vários dos documentos, E.U. e Reino Unido destinam cerca de 550 especialistas para analisar uma quantidade colossal de informação aproveitando os avanços na tecnologia e os mecanismos de interação virtual, que leva milhares de milhões de pessoas a revelar seus dados mais íntimos na rede.
A isso se soma o crescimento da rede de cabos de fibra ótica e o fato de que quase a totalidade da informação que se move por ela passa por E.U., país cuja Agencia de Segurança Nacional (NSA, por sua sigla em inglês) conta com o software Prism, que permite monitorar, cotejar e cruzar informação a que o organismo acessa com previa autorização das companhias de internet.
Sem dúvida, e de forma paradoxal, o mesmo avanço nas tecnologias da informação dificulta o seguimento dos dados e a tomada de decisões sobre o procedimento a seguir. 
"A computação em nuvem é armazenamento de informação no ciberespaço, o que dificulta a detecção da origem e destino da mesma e torna complexo determinar qual é a legislação aplicável em certos casos determinados", explicou Diego Buitrago, coordenador do Grupo de Investigação de Delitos Informáticos do CES.
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¿Legítimo ou ilegal?
Entre as vozes de indignação que se levantaram no mundo após as revelações de Snowden, se escutou com força a pergunta sobre o direito que tem um Estado para decidir, de maneira unilateral, examinar as informações privadas de seus cidadãos.
Em resposta, o Diretor Nacional de Inteligência dos E.U., James Clapper, emitiu um comunicado no qual defendeu a legalidade da medida.
"Prism não é um programa secreto de busca de dados. É um sistema de computação interno do Governo usado para facilitar a coleta legalmente autorizada de informação de inteligência estrangeira por parte de provedores de serviços de comunicação sob supervisão de uma corte", ressaltou o alto funcionário.
Clapper, amparando-se na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA), enfatizou que dita informação não é obtida de maneira unilateral por parte das agencias de segurança, e que os provedores dos serviços tem conhecimento do procedimento.
Não obstante, para o diretor da consultoria em estratégia e inteligência Analytyka Consultores e ex-diretor do Instituto de Assuntos Públicos na Universidade do Chile, Guillermo Holzmann, o respeito às leis por parte desses programas de vigilância é muito difícil de comprovar.
"Deveria haver certo nível de acesso para que os cidadãos verifiquem se esse controle está ocorrendo bem ou não pois, do contrario, estaríamos gerando as condições para um autoritarismo velado que finalmente vá em contra ao cidadão, mas é muito difícil pensar que tudo seja transparente e se dê a conhecer", assegurou o especialista.

Enredos diplomáticos
O problema entre países gerado pelo vazamento aos diários The Guardian e The Washington Post incluiu por um lado os E.U. e China. Na segunda-feira passada (17/6), a porta-voz do Ministério de Exteriores chinês, Hua Chunying, qualificou de "absurdas" as insinuações de que Snowden, refugiado em Hong Kong, é um espião que trabalha para esse país, uma alusão feita pelo ex-vice presidente dos E.U., Dick Cheney em uma entrevista ao Daily News.
Por sua parte, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, revelou na sexta (21/6) que sua organização está ajudando Edward Snowden para que receba asilo na Islândia, enquanto o Departamento de Justiça dos E.U. prepara uma petição de extradição.
Por outro lado, a revelação de que o Governo britânico espionou delegados de vários países que assistiram, em 2009 a duas reuniões do G-20 em Londres, gerou iradas respostas por parte dos governos de Turquia e Rússia.
"Estes vazamentos incrementaram o nível de desconfiança entre as nações e entorpeceram as relações entre elas", anotou Holzmann.
"¿Realmente os Estados acreditam que a forma de enfrentar a tecnologia é criminalizando-a?" - perguntou Carolina Botero a respeito das perseguições a Snowden e Assange. A fórmula não é criminalizar senão começar a falar de valores e códigos de ética", concluiu.
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Migalhas eletrônicas
Por sua vez, o escândalo cria um clima generalizado de desconfiança dos usuários de serviços de internet, em especial frente à exposição de seus dados. O que se inscreve no que María Rocío Arango, docente do departamento de humanidades da Universidade EAFIT, denomina como "vigilância de mercado". 
Seu propósito, mais que prevenir algum fato desafortunado, como faz a vigilância policial, "tem que ver com antecipar ou criar os desejos ou necessidades dos consumidores". Neste caso não se requerem leis ou parâmetros, diz a especialista em filosofia, senão conhecer os gostos, hábitos, rotinas, vícios e virtudes, desejos, paixões e defeitos de consumidores e internautas. 
Isso fez com que grupos como Tacticaltech.org tenham criado iniciativas tipo Me and My Shadow para ajudar a identificar o que se pode fazer com as migalhas eletrônicas que se deixam na internet. Para a blogueira alemã Anne Roth, que faz parte dessa comunidade, "é impossível evitar deixar rastro quando navegamos na rede". É difícil saber o que farão com os dados, mas pelo menos fica a alternativa de compartilhar cada vez menos informação.
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CRONOLOGIA - O 11/SET INSPIROU A LEI PATRIOTA
2001
Os ataques às Torres Gêmeas de 11 de setembro foram o estopim para que o Governo dos E.U. aprovasse naquele ano a Lei Patriota para garantir a segurança.
2010
O soldado do Exército dos E.U., Bradley Manning, é preso por supostamente vazar informação confidencial ao sitio Wikileaks, criado por Julian Assange em 2008.
2012
Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres para evitar sua extradição à Suécia e denunciou o seu abandono por parte do Governo de Austrália, seu país.
2013
Em 9 de junho, Edward Snowden, vazou documentos que revelavam que o software Prism permite à NSA acessar a dados privados de usuários de internet.

ANTECEDENTES - GOOGLE DISPÕE DADOS SOB A LEI
Larry Page, CEO do Google disse que o governo dos E.U. não teve acesso direto nem através de nenhuma "porta traseira" a seus servidores, e que somente libera informação por pedido legal. Acresceu que foram os primeiros a gerar um relatório de transparência pública em sua página. Apple afirmou que recebeu nos últimos cinco meses, entre 4.000 e 5.000 solicitações de informação para dispor.

PROTAGONISTAS - QUEM É QUEM NOS VAZAMENTOS

EDWARD SNOWDEN - Ex empregado da CIA.
Ex agente da CIA que entregou aos periódicos The Guardian e The Washington Post documentos que provam que os governos do Reino Unido e E.U. tiveram acesso a dados privados de usuários de internet, assim como informações de diplomatas de várias nações.

JULIAN ASSANGE - Criador do Wikileaks
Herói para uns e criminoso para outros, este especialista em informática, que publicou milhares de documentos classificados por vários governos, está refugiado na embaixada do Equador em Londres para evitar ser extraditado à Suécia e responder por supostos delitos sexuais.

BRADLEY EDWARD MANNING - Ex militar estadunidense
Acusado pelo Pentágono de entregar documentos classificados a Assange, valendo-se de sua posição como analista de inteligencia do Exército dos E.U., espera o inicio de um julgamento marcial em uma prisão militar nos E.U.

OPINIÕES: 
Informação que se encontra na internet
Marcos Nehme - Diretor da Divisão Técnica da RSA Latinoamérica
¿O que se coleta a respeito de nós na internet? 
A informação coletada das pessoas na internet é pessoal. Por essa razão, há que ter cuidado de que informação pessoal se fornece em sítios da web, sobretudo em redes sociais, pois existem sujeitos com objetivos fraudulentos buscando estes dados na web. Cada um deve conhecer sua responsabilidade”.
¿Qual plataforma ou serviço é mais vulnerável?
O ambiente web é vulnerável porque muita gente faz parte dele. No mundo móvel existem duas plataformas principais (iOS e Android). Android é mais vulnerável porque é uma plataforma aberta na qual se podem desenvolver aplicações com somente o acesso a uma livraria. Isto implica que também se criem aplicações falsas ou de cibercriminosos que buscam coletar informação para montar fraudes, o qual nos convida a estar alerta sobre quem são os desenvolvedores dos "apps". No iOS ocorrem menos fraudes pois é uma plataforma fechada”.
¿Podemos apagar nossos dados na web?
Tecnicamente é possível apagar a informação mas é muito difícil, pois a quantidade de dados é imensa. Vivemos no mundo do Big Data (informação gerada por sensores e dispositivos conectados). Em 2012 a população mundial gerou a quantidade de informação equivalente a quase cinco quatrilhões de livros. Nesse contexto, os dados se podem inter relacionar para descobrir padrões ocultos de la vida de una persona. Informação isolada como que uma pessoa compre uma calça e logo após tome um café, e depois pague uma compra com seu cartão de crédito não tem sentido aparentemente, porém se relacionamos toda essa "data" se gera informação de valor que inclusive pode ser de interesse para uma pessoa que queira cometer fraude. Se impõe usar técnicas de análise para responder rapidamente a um incidente”. 

Intimidade em cheque pelas novas tecnologias
María Rocío Arango R. - Professora de Humanidades da U. Eafit.
Há que distinguir dois tipos de vigilância: a policial e a do mercado. Se diferenciam em virtude do agente, mas compartilham um suposto básico: a perigosidade. Termo usado por Foucault para assinalar essa capacidade que, se supõe, tem todos os seres humanos de atuar, mais cedo que tarde, de maneira perigosa. Esta condição, que se espera permaneça como mera potencialidade, justifica a aparição de muitos sistemas de controle social. Em ambos casos a vigilância eletrônica joga um papel fundamental. O uso das novas tecnologias tem facilitado a tarefa de observação e registro dos dados. O que há uns anos era um trabalho que consumia recursos exorbitantes, hoje toma uns minutos. Zygmunt Bauman chama "sociedade confessional", que tem convertido a confissão em um modelo de vida, pois aquilo que não fique registrado, não existe. Os registros constroem arquivos e estes, prontuários ou bases de dados relacionais e conhecimento, dependendo do tipo de vigilância que se exerça. Os recentes escândalos tem virado os olhares para o alcance do que aqui chamamos vigilância policial e tem deixado de lado que praticas desse tipo se realizam sem maiores discussões públicas em empresas privadas de todo o mundo, cujos serviços de inteligencia comercial e de mercado intercambiam bases de dados e "conhecimento" sobre clientes. ¿Pode o Estado manter sob vigilância a vida privada dos cidadãos? Creio que não, que nem o Estado nem os particulares tem direito a observar, registrar e analisar a intimidade de ninguém. Porém, quando os argumentos que se esgrimem tem a ver com a proteção do país de supostos ataques terroristas, o direito à intimidade sofre. 
Assim, vale a pena nos perguntar se a intimidade que tanto tempo nos custou construir, está chegando a seu fim graças ao influxo das novas tecnologias que se baseiam no registro exaustivo do nosso cotidiano.

A privacidade depende cada vez mais da segurança
Guillermo HolzmannExpert em inteligência. Diretor Analytyka Consultores.
O caso dos vazamentos ao The Guardian e The Washington Post demonstra como nos estados a segurança é uma variável independente, enquanto que a privacidade resta como uma variável dependente da primeira. Sem dúvida, se deve pensar na maneira em que se definem os graus de segurança que um país requer, os quais são diferentes em países totalitários, como Coreia do Norte, em comparação com as democracias desenvolvidas, como Canadá. A partir daí se definem os alcances dos organismos de segurança e os controles que a democracia pode prover para lhes fazer contrapeso. Haveria que analisar em que momentos a privacidade pode ser agredida em virtude de um argumento de segurança e os requisitos éticos que rodeiam estas decisões. O certo é que ao revelar-se este tipo de informação se geram problemas internos em torno da capacidade do poder Legislativo e outras agencias de controle a respeito de como estão exercendo seu poder de garantir a segurança, pois lhes apresenta o desafio de determinar como se controlam e fiscalizam estes casos.
O outro problema é que atrás da investigação a um cidadão e a verificação de que não representa perigo, não está claro o que se passa com toda essa informação privada que foi examinada, nem se a mesma é eliminada ou cai em mãos de alguém e, no caso de ser achado culpável, qual é o mecanismo legal que se aplicará contra ele: ¿o seguirão?, ¿o levarão à justiça ou o matarão?, são perguntas que vale a pena implantar.

CONCLUSÃO
O escândalo de espionagem cibernética nos E.U. e Reino Unido impactou a confiança dos cidadãos e gerou incidentes diplomáticos. A intimidade na internet se pôs à prova.
Fonte:  tradução livre de El Colombiano

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Apagando Fogo Com Gasolina

por Janer Cristaldo
Que jovens cometam besteiras, nada de anormal. É típico dos jovens. Gosto de citar Roberto Arlt: “Com quem faremos a revolução? Com os jovens. São estúpidos e entusiastas”.
Antes de ir adiante, já vou anunciando a breve reedição de minha tradução de Os Sete Loucos, em versão eletrônica, como também a de Os Lança-chamas, que na verdade constituem um só livro. Quem viver, lerá. Volto aos jovens.
Alguém ainda lembra do Occupy Wall Street? Dos indignados de Madri? Dos incêndios e depredações em Londres? Se alguém ainda lembra, pergunto: resultaram em quê? Além dos prejuízos às prefeituras e particulares, o resultado foi redondamente zero. Que jovens cometam besteiras, dizia, nada de anormal. 
Anormal é ver a imprensa — que não é constituída exatamente por jovens — buscando encontrar motivações nobres e altruístas para o vandalismo e açulando os malucos de todos os países para partir para a depredação. Jornalista não é ingênuo. Pode ser mau caráter, mas ingênuo não é.
Não faltará quem fale em primavera paulistana — escrevi há pouco. Bom, em primavera paulistana não se falou. Os defensores incondicionais dos jovens foram mais longe: falaram em primavera brasileira. Já há quem compare a baderna a Maio de 68, esta formidável ficção criada pela imprensa. Pois Maio de 68, quando tido como revolução, não passa de ficção.
Pas de sang, trop de sperme — dizem os franceses ao referir-se àquele maio. Quais transformações decorreram de lá para cá? Que me conste, a Sorbonne deixou de chamar-se Sorbonne e as universidades parisienses passaram a ser designadas por números. Ah! e foi criada a famosa Paris 8 — ou Paris Vincennes — chamada por uma ministra da Educação de poubelle du Thiers Monde, isto é, lata de lixo do Terceiro Mundo. 
A universidade criada em 68 era tão reputada que seus egressos não ousavam dizer seu nome, digo, seu número. Quando alguém diz ser formado pela Université de Paris, desconfie. Tem boas chances de ser formado pela Paris 8. Este foi o saldo de 68. O resto é criação das mentes férteis do jornalismo.
Ainda há pouco, um leitor me objetava: mas e a condição subalterna das mulheres antes de 68? E os homoafetivos que eram vistos como não-humanos? Condição subalterna das mulheres na França de Mistinguett, Edith Piaf, Simone de Beauvoir, Marguerite Yourcenar? A condição de mulher livre da Beauvoir era tão pública e notória que, ao publicar O Segundo Sexo, o escritor católico Paul Claudel comentou: “Mais on sait déjà tout sur le vagin de cette dame”. E quando Yourcenar foi saudada como a primeira mulher a entrar na Academia de Letras Francesa, não faltou quem comentasse: você tem certeza?
Por outro lado, em 68 não existiam homoafetivos. Eram homossexuais mesmo. Aliás, homoafetivos só existem no Brasil. No resto do mundo, atendem pela antiga nomenclatura. Mas pode-se dizer que eram vistos como não-humanos, na França de Verlaine e Rimbaud, Proust e Gide, Jean Cocteau e Jean Genet?
Proust foi celebrado como gênio. Gide foi prêmio Nobel em 1947. Mas já no início do século fazia a franca defesa do homossexualismo, em Corydon. Gostava de caçar carne fresca em mictórios públicos. Alertado por amigos de estar se expondo demais, foi objetivo: “Mon Nobel me donne couverture”.
É fácil atribuir, ao longo do tempo que passa, virtudes a um movimento, virtudes que este movimento não teve. Hoje, o tempo nem precisa passar, a ficção vai sendo elaborada na hora. Os celerados que têm como bandeira o transporte gratuito — e só por isso deviam ser considerados inimigos de todo cidadão que trabalha e vai acabar pagando por tal transporte gratuito — já são vistos como sonhadores de um mundo melhor.
Temos um exemplo lapidar no Brasil da atribuição de virtudes inexistentes a movimentos sociais. Os vândalos de hoje já estão sendo comparados aos cara-pintadas de 92, que “derrubaram Collor de Mello”. Ora, os tais de cara-pintadas, que saíram às pressas às ruas para não perder a ocasião de posar para a imprensa, não derrubaram ninguém. Quem derrubou Collor foi o Congresso. E por que derrubou? Porque Collor, jovem e arrogante, não comprou o voto dos congressistas. Tivesse pensado em um mensalão, teria sido reeleito. Pode-se até mesmo dizer que quem derrubou Collor foi o próprio Collor de Mello.
No fundo dos protestos no Ocidente há uma nítida vontade marxista que não ousa mais dizer seu nome, a derrubada do capitalismo. Que ninguém os compare com os protestos no mundo árabe, onde há um desejo de capitalismo e liberdade. Aliás, já nem se ousa pronunciar o nome da coisa abominável. A palavrinha criada por Marx tornou-se tão obsoleta quanto Marx. Fala-se então em neoliberalismo. 
Acontece que o capitalismo — ou neoliberalismo, como quiserem — emergiu triunfante na história após a derrocada do socialismo soviético. Ainda há pouco, um jornalista da Veja manifestava seu espanto ante o fato de que uma universidade patrocinasse cursos de marxismo. Ora, quem mais vai patrocinar? Por uma universidade veio o marxismo ao Brasil, a USP. Hoje, só universidades podem financiar utopias desvairadas. 
Não é preciso doutorado em sociologia ou psicologia para saber que, quanto mais violência for usada contra os jovens, maior será a violência de sua reação — escreveu ontem no Estadão Juan Arias, correspondente do El País no Brasil. Sempre se disse que os jovens têm vocação para incendiário, até que completam 40 anos e passam a agir como bombeiro para apagar o fogo da contestação. Se movimentos de pessoas indignadas em todo o mundo fizeram amanhecer novas primaveras de esperança de mais democracia, é de se esperar que também o Brasil saia dessas manifestações de rua e protestos por causas justas mais fortalecido em sua democracia, conquistada com tanta dor, tortura e morte. Um país que encurrala seus jovens por medo de suas reivindicações é um país perdedor”.
Pretende o correspondente que o Estado entregue as cidades aos predadores? Que a polícia contemple de braços cruzados os “jovens” quebrando ônibus, metrôs e bancos? Quando que movimentos de pessoas indignadas em todo o mundo fizeram amanhecer novas primaveras de esperança de mais democracia? 
Movimentos de pessoas indignadas só conturbam as cidades e atrapalham a vida de quem os sustenta. Pois são pessoas que não trabalham. Quem trabalha, não tem tempo nem disposição para ir até as ruas para enfrentar a polícia. Há jornalistas pretendendo apagar fogo com gasolina.
Fonte:  Janer Cristaldo
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