terça-feira, 30 de abril de 2013

A Falta de Memória do Brasil

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IMPRENSA JÁ NÃO LEMBRA DO QUE OCORREU NO ANO PASSADO 
por Janer Cristaldo
Sou um arúspice ou tenho delírios que mais tarde se transformam em realidade? Diria que não estou sonhando. Meu blog, que tem existência concreta, independentemente de mim, diz que não. Em 27 de abril do ano passado, eu saudava o deputado Nazareno Fonteles:
O SUBLIME NAZARENO PROPÕE 4ª INSTÂNCIA 
Quarta-feira passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, por unanimidade, uma proposta de emenda constitucional (PEC) que permite ao Congresso sustar decisões do Poder Judiciário. Atualmente, o Legislativo pode mudar somente decisões do Executivo. A proposta seguirá agora para uma comissão especial. O objetivo da proposta, de autoria do deputado católico Nazareno Fonteles (PT-PI), é permitir que o Congresso tenha a possibilidade de alterar decisões do Judiciário se considerar que elas exorbitaram o "poder regulamentar ou os limites de delegação legislativa". 
Hoje (25/4), nos principais veículos do país, leio o pasmo e indignação dos jornalistas. Escreve Ricardo Setti, da Veja:
É uma barbaridade!
A Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados — justamente a comissão de JUSTIÇA — aprovou hoje um projeto de emenda à Constituição que, se levado adiante, representará nada menos do que um golpe de Estado.
Contrariando uma multissecular tradição profundamente enraizada no Ocidente, contrariando o espírito da Constituição, contrariando o bom senso e as regras elementares da democracia, a emenda à Constituição pretende submeter ao Congresso decisões da Justiça que declare leis como inconstitucionais.
Isso ocorrerá  se essa loucura prosperar  sempre que o Supremo Tribunal Federal julgar procedentes as chamadas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) propostas por vários órgãos legalmente autorizados a isso (veja quais na lei que regula as Adins, parágrafo 2º).
Ou seja, deputados e senadores serão quem decidirão, em última instância, se vale ou não vale o que eles próprios aprovaram. Nesses casos, serão os juízes de si mesmos — em detrimento dos direitos e garantias individuais dos cidadãos, cuja garantia é a Justiça
Até o recórter tucanopapista hidrófobo transuda indignação. Continua o indignado Setti:
Querem castrar o Supremo!
Querem amordaçar a Justiça!
Querem se vingar pelo fato de a corte ter cumprido a Constituição e as leis e enviado os mensaleiros para a cadeia.
Já dominam o Legislativo com os métodos que todos conhecemos. Agora, querem que esse Legislativo, que controlem, dominem também o Judiciário.
A democracia estará ameaçada com esse golpe de Estado branco se ele seguir adiante no Congresso. 
Mas... mas... mas... será que nenhum jornalista viu isto, há exatamente um ano, em abril de 2012? Como que a “Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados aprovou hoje um projeto de emenda à Constituição que, se levado adiante, representará nada menos do que um golpe de Estado”? Estaria eu delirando quando escrevi, em abril do ano passado, que a CCJ da Câmara havia aprovado, por unanimidade, uma PEC que permitia ao Congresso sustar decisões do Poder Judiciário?
Ora, a CCJ já havia aprovado a PEC por unanimidade, e a havia encaminhado a uma comissão especial. Se não sou profeta – e nunca me pretendi tal – quem a aprovou agora foi uma comissão especial da CCJ. 
O jornalismo nacional prima pela falta de memória. Há horas defendo a contratação de um jornalista antigo nas redações para revisar as notícias do dia redigidas pelos jovens, que acham que a História começou ontem. O jornalismo se pouparia de gafes como estas, na qual caíram todos os jornais que li, pelo menos até hoje pela manhã.
A exótica PEC  disseram os jornais da época, o que aliás prova que eu não delirava  tornou-se prioridade da frente parlamentar evangélica desde que o STF decidiu permitir o aborto de fetos anencéfalos. O coordenador da bancada, deputado João Campos (PSDB-GO), afirmava que o objetivo era enfrentar o "ativismo judiciário".
" Precisamos colocar um fim nesse ativismo, nesse governo de juízes. Isso já aconteceu na questão das algemas, da união estável de homossexuais, da fidelidade partidária, da definição dos números de vereadores e agora no aborto de anencéfalos", afirmava Campos. 
Os mensaleiros ainda não haviam sido condenados, como pretende Setti. A PEC era retaliação da representação evangélica contra decisões do Judiciário. Comentei na ocasião: última instância já era. Quando decisão de última instância contrariar grupos religiosos, alguma PEC há de se achar para mandar a última instância para o lugar de penúltima. Pelo jeito, os jornalistas já não lembram nem mesmo de notícias do ano passado. A PEC foi proposta do deputado petista Nazareno Fonteles. Espanta-se Setti:
 Como ocorre com muitos dos trabalhos “sujos” no Congresso, a emenda foi originalmente apresentada por um deputado medíocre, obscuro, de quem ninguém nunca ouviu falar — um certo Nazareno Fonteles, do Piauí (e do PT, é claro!). Ele alcançará, agora, seus 15 minutos de fama, exercendo esse triste papel.
Como que ninguém ouviu falar? Fonteles é inesquecível. Setti, pelo jeito, vive nalgum outro planeta que não o nosso. Em 2004, o deputado apresentou no Congresso o nobilíssimo projeto de Lei Complementar, que estabelecia um limite máximo de consumo aos brasileiros e a tal de Poupança Fraterna. Para que se tenha uma ideia do espírito generoso do deputado, transcrevo os itens iniciais de seu generoso projeto:
O Congresso Nacional decreta:
Art. 1º Fica criado o Limite Máximo de Consumo, valor máximo que cada pessoa física residente no País poderá utilizar, mensalmente, para custear sua vida e as de seus dependentes.
§ 1º O Limite Máximo de Consumo fica definido como dez vezes o valor da renda per capita nacional, mensal, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  IBGE, em relação ao ano anterior.
Art. 2º Por um período de sete anos, a partir do dia primeiro de janeiro do ano seguinte ao da publicação desta Lei, toda pessoa física brasileira, residente ou não no País, e todo estrangeiro residente no Brasil, só poderá dispor, mensalmente, para custear sua vida e a de seus dependentes, de um valor menor ou igual ao Limite Máximo de Consumo.
Art. 3º A parcela dos rendimentos recebidos por pessoas físicas, inclusive os que estejam sujeitos à tributação exclusiva na fonte ou definitiva, excedente ao Limite Máximo de Consumo será depositada, mensalmente, a título de empréstimo compulsório, em uma conta especial de caderneta de poupança, em nome do depositante, denominada Poupança Fraterna
Da proposta do sublime Nazareno resultava que seriam poupadores na Poupança Fraterna  isto é, seriam confiscadas — todas as pessoas que tivessem, em 1999 e a preços daquele mesmo ano, rendimentos mensais superiores a R$ 5.527,00.
Quem pode esquecer isso? Só mesmo uma imprensa sem memória. Por outro lado, se há horas o Judiciário vem legislando, que impede o Legislativo de querer julgar? Vai ser divertido  escrevi na ocasião. Imagine as sentenças de pavões como Marco Aurélio de Mello ou Joaquim Barbosa sendo revisadas por Tiririca. 
Amor com amor se paga.
Fonte:  Janer Cristaldo
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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Petralhas Armam PEC Inconstitucional Contra o STF

por Jorge Serrão
Pelo apertadíssimo placar de 130 votos a favor e 123 contra, em sessão legislativa que varou a madrugada até 5h 30min da manhã de hoje (25/4), os hermanos argentinos aprovaram a polêmica Reforma da Magistratura desejada pela rainha Cristina Kirchner. Os juízes argentinos agora serão escolhidos pelo voto popular, principalmente o Conselho de Magistratura  que será ampliado de 13 para 19 membros (de preferência escolhidos pela via do aparelhamento Kirchnerista, sendo três juízes, três advogados e três acadêmicos).
O projeto argentino é o sonho de consumo da petralhada. Fica cada vez mais evidente, no Brasil, o risco do tal “efeito orloff” (eu sou você amanhã). A inconstitucional Proposta de Emenda Constitucional número 33, que submete as decisões do STF ao Congresso Nacional, ferindo a independência e separação entre os três poderes republicanos, é apenas o primeiro passo do nazipetralhismo para submeter todas as instituições à vontade do Partido Político no Poder e seus esquemas políticos e de negócios.
Mais vergonhoso é que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que deu aval ao garrote contra o STF, é composta pelos ilustres deputados condenados no Mensalão, José Genoíno e João Paulo Cunha. Houvesse um mínimo senso de respeito ao Estado Democrático de Direito no Brasil, ambos já deveriam estar cassados e cumprindo as penas a que foram condenados. A PEC 33 entrou sorrateiramente na pauta de votação por iniciativa de outro parlamentar petista: Décio Lima, de Santa Catarina.
O genial autor-patrocinador da PEC 33 é o deputado federal petista Nazareno Fonteles, do Piauí. O argumento dele é centrado na mesma demagogia gramscista de sempre: “Precisamos resgatar o valor da representação política, da soberania popular e da dignidade da lei aprovada pelos representantes legítimos do povo, ameaçadas pela postura ativista do Judiciário”. Tudo foi articulado pelo comando do PT. Quando o STF ameaçou cassar imediatamente os mandatos dos deputados mensaleiros, o então presidente da Câmara, o petista Marco Maia, chegou a ameaçar claramente o STF de retaliação  o que agora começa a se tornar realidade no melhor estilo do peronismo argentino.
A PEC 33 tenta mexer com cláusulas pétreas da Constituição de 1988  o que é uma evidência de uma ditadura em curso. A proposta rasga os artigos 2º e 60 (parágrafo 4º, III) da Carta Magna. Qualquer analfabeto em Direito Constitucional sabe que Executivo, Legislativo e Judiciário são e devem ser poderes da União independentes e harmônicos entre si. Também está claramente escrito para qualquer analfabeto político que qualquer proposta que pretenda abolir a separação dos poderes não será objeto de deliberação ou emenda.
A CCJ da Câmara dos Deputados acaba de cometer um crime capital contra o Estado Democrático de Direito. O grande problema é que nosso sistema legal não tem qualquer regra claramente prevista para punir o desgraçado que não cumpre o que está claramente escrito na Constituição, independentemente de qualquer interpretação dos 11 deuses do Supremo Tribunal Federal  absurdamente indicados e nomeado para o cargo quase vitalício pelo chefe do Poder Executivo.
Por tantas contradições e permanentes desrespeitos à Lei é que o Brasil corre mesmo o risco de se transformar em uma anárquica monarquia pseudorepublicana sob as diretrizes dos radicalóides de canhota do Foro de São Paulo  reunião de imbecis e bandidos que avançam no projeto de implantar regimes autoritários comunistas na América Latina. A Vanguarda do Atraso nunca esteve tão na frente dos acontecimentos.
O Brasil Capimunista é o cenário perfeito para que um socialismo cínico seja implantado, em curto espaço de tempo, através da via pseudodemocrática e eleitoreira do dogmático processo eletrônico de votação  que não permite qualquer auditoria pelos cidadãos. Os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira  comprometidos com a Democracia e não com o Governo do Crime Organizado  precisam acordar e reagir, antes que o pesadelo totalitário acabe durando para sempre.  

Garrotes propostos
A PEC 33 estabelece que as decisões do STF sobre as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIN) terão de ser analisadas pelo Legislativo.
Também prevê que as súmulas vinculantes (mecanismo editado pelo STF que deve ser seguido por todas as instâncias do Judiciário) também serão submetidas ao crivo do Congresso antes de entrar em vigor.
Caso os parlamentares rejeitem as decisões do Supremo no julgamento de uma ADIN, o tema será decidido por meio de consulta popular.

Interferência direta
A famigerada PEC 33 proíbe que um ministro do Supremo, em decisão individual, conceda uma liminar para suspender a eficácia de uma emenda constitucional.
A proposta altera o quórum obrigatório para que o STF possa declarar uma lei inconstitucional.
Se for aprovada pelo Congresso, será necessário quórum de 4/5 dos ministros do STF para que o julgamento tenha validade.
Fonte:  Alerta Total
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domingo, 28 de abril de 2013

Por Falar em Golpe

por Percival Puggina
Para a maior parte das pessoas, as principais normas que orientam a organização do Estado e a vida política se tornam conhecidas pela vivência. Uma das consequências desse empirismo está em ser ele, tantas vezes, adotado como padrão para julgar, politicamente, normas, modelos e situações vividas por outros povos. Atribui-se, assim, caráter geral a algo particular  a própria experiência e modo de fazer. 
Em virtude do que descrevi, quase todo mundo, na América Latina, avaliou como golpe a destituição de Fernando Lugo, presidente do Paraguai, dez meses antes do término do mandato. No entanto, a Constituição paraguaia contém um preceito segundo o qual o governante, diferentemente do Brasil, não é senhor absoluto do seu tempo de mandato, podendo ser afastado por mau desempenho de suas funções. E Lugo foi retirado do posto por esse motivo  vinha sendo um mau presidente. É claro que Dilma, Cristina Kirchner e José Mujica sabiam disso, mas Lugo era aliado ideológico. E aliado ideológico sempre tem razão. Até Fidel Castro. As história reais, apesar de conhecidas, jamais são contadas. 
As eleições do último domingo ajudam a entender a questão. Elas mostraram que a esquerda paraguaia, somadas suas ramificações, mal passou dos 10% dos votos. Nesse caso, deve-se indagar: como foi possível, em 2008, a eleição de alguém como Fernando Lugo? Explico. Depois de seis décadas consecutivas de predomínio do Partido Colorado (direita), naquela eleição, o eternamente oposicionista Partido Liberal Radical Autêntico (centro-direita e segunda maior legenda do país) buscou Lugo para ser seu candidato. E ele conquistou a vitória somando três fatores: o importante peso dos liberais, o desgaste dos sucessivos governos colorados e o carisma do bispo, até então homem de boa fama e imagem numa sociedade em que os católicos representam 90% da população. 
No entanto, o novo presidente, a exemplo de todo extremista, chegou ao poder como se houvesse vencido uma revolução, ou como se tivesse sido consagrado pelo eleitorado numa coligação de iguais. Não era bem assim. O sucesso da aliança que encabeçava nada tinha a ver com suas preferências ideológicas. E Lugo foi perdendo, ao longo de quatro anos, toda sustentação política, tornando-se alvo natural do artigo 225 da Constituição paraguaia, segundo o qual o presidente (e, como ele, diversas outras autoridades) "pode ser submetido a julgamento político por mau desempenho, delitos cometidos no desempenho do cargo e delitos comuns". Tivéssemos um preceito semelhante na nossa Constituição, teríamos nos livrado mais rapidamente de certas malas sem alça e evitado muita tropa na rua ao longo da nossa história republicana. 
A proposição de perda do cargo foi formulada contra Lugo, na Câmara dos Deputados, com apenas um voto em contrário. Foi aprovada pelo Senado por 39 a 4. E foi confirmada pela Suprema Corte. Por ter sido um ato juridicamente perfeito, não tendo Lugo sustentação política para continuar no exercício de seu cargo, não houve a mais tênue anormalidade na vida do país. Sequer um tomate foi jogado em quem quer que fosse. A mesma Constituição que lhe abriu a porta de entrada, abriu a de saída. O Paraguai prosseguiu sua vida, como nação soberana, presidido pelo vice-presidente constitucional. As eleições deste domingo consagraram uma vitória folgada do Partido Colorado. 
Resumindo. Dilma, Cristina e Mujica valeram-se da situação criada com o afastamento de Lugo para aplicarem um golpe, um golpe mesmo, no Paraguai. Alegando inconformidade com aquela decisão de uma nação soberana que não lhes pediu opinião, expulsaram o Paraguai do Mercosul e aprovaram, ato contínuo, a entrada da Venezuela, cuja admissão vinha sendo, até ali, sistematicamente vetada pelo parlamento paraguaio. Evidenciou-se, assim, o verdadeiro motivo do procedimento adotado contra o país vizinho. Era preciso. Era preciso proclamar ilícito o que era lícito para tirar o Paraguai com o cotovelo e trazer, pela mão, a Venezuela. Foi trambique. 
Foi golpe. Foi um golpe aplicado às regras do Mercosul para admitir nos negócios do bloco o parceiro ideológico venezuelano. Coisas do PT no poder, sempre enredando gostos e interesses do partido nos negócios de Estado.

Para Onde Vai Nossa Grana

A REDE RECORD DESPENCA. E RESPINGA AQUI NO RS!!
por José Luiz Prévidi
Primeiro, confira com toda atenção esse quadro aí abaixo.
Como diz o outro, os números não mentem:
Pode ter um dado errado, para mais ou para menos, mas é isso aí, há anos.
A Globo fica com a maior parte. E até justificam: tem a maior audiência.
É muita grana. Aliás, é muita grana para todas as redes. Muita!!
-*-
Sem critérios técnicos, só baseado na observação, dou meus palpites. Olha só.
Boa parte dessa grana que a Globo ganha, no mole, é para o comercial "comum", no intervalo da programação e naqueles eventos "esportivos", que não passam de pura picaretagem. Mas são umas picaretagens bem feitas — vôlei, basquete, esportes radicais, etc. Até a maior picaretagem de todas, o Criança Esperança, leva dinheiro do Governo federal.
A Rede Globo só não sabe improvisar, mas quando arma o circo com antecedência é imbatível.
-*-
Qualquer criança sabe que as novelas da Globo não podem ser superadas. O que acontece?
As demais redes insistem em apostar em novelas. A Record, então, acumula fiascos.
Não tenho a menor ideia onde os chefes da Record gastam o dinheiro de dona Dilma, mas muito desses 174 milhões de reais devem ser desperdiçados nessas bobagens açucaradas.
A Globo dá de relho nas demais redes no quesito novela. E ponto.
-*-
O problema é que as demais redes tornam-se "um saco sem fundo".
No caso da Record, pode entrar dinheiro de todos os Governos, da IURD, de tudo que é lugar, que a crise sempre vai estar rondando as emissoras.
-*-
Não é de hoje que todo dia se lê alguma matéria sobre a crise da Rede Record.
Demissões, queda na qualidade dos programas e a consequente reflexo no Ibope.
Há tempos que recebo e-mails com informações sobre a precariedade da programação nacional da Rede.
A repetição de matérias é a mais comum.
Evito publicar porque aí aumenta a minha fama de implicante.
Não li em nenhum lugar o que está acontecendo com a TV Record e Record News. Que a situação era e é de penúria todos têm conhecimento. Entretanto, ultimamente a televisão está repetindo matérias velhas. ... e põe velhas nisso. O Domingo Espetacular, apresentado pelo Paulo Henrique Amorin, no último domingo, desencavou material de vários meses atrás. No tempo que dediquei a ver o programa, não percebi qualquer reportagem nova. Era tudo requentado de outros programas. Não consegui saber o que houve. Se foi um protesto branco dos funcionários do Rio ou São Paulo ou sei lá o quê. Na Record News então, tá uma salada. Como é o canal que reprisa tudo que foi feito na Record, agora está reprisando o que já reprisou há meses. ... Bem, fica a sugestão para investigar esse empastelamento geral da Record. 
-*-
Agora, a queda de qualidade chegou ao principal programa da Record RS, o Balanço Geral.
Claro que eu sei que, especialmente pelo Alexandre Gordinho Mota, o programa tem picos de audiência, mas no geral o declínio é flagrante.
Não tenho tido oportunidade de acompanhar, como em anos anteriores, mas meus amigos/leitores me avisam.
Ontem, o Sérgio Leitão me enviou um e-mail:
"O Gordinho Mota, no Balanço Geral, requenta algumas matérias. Demitiram o grande Sacomory, substituindo-o pela totalmente sem sal, porém esforçada, Kelen Caldas, agora atacando de megafone, às quartas.
Na reprodução, o Rafael Rocha, às 19 horas, repete no Rio Grande Record, todo o material utilizado pelo Mota.
A empresa deveria alterar o nome para algo semelhante a 'Xerox do Brasil'. KKKK".
-*-
Há tempos que falta matéria para os programas locais.
Não é sem motivo aquelas matérias de baixarias em todo o país e até mesmo na China, Índia, etc.
Outra coisa: A Kelen Caldas é uma excelente jornalista. Não é comediante e/ou humorista. Assim como o Gordinho não tem nada de comediante/humorista. O único que tinha graça era, sim, o Sacomory.
Mais uma: Cadê os repórteres?
Dia desses assisti a um pedaço do Balanço Geral. Uma conversa fiada junto a um quartel do Corpo de Bombeiros. Negócio sem pé nem cabeça, apenas para encher linguiça.
Triste, mesmo. E o Gordinho querendo ser engraçado.  ......
COMENTO:  usei esse texto do Prévidi para mostrar uma coisa que por muito tempo me tem mantido curioso. O gasto governamental em "comunicação social", ou propaganda. R$ 10,7 bilhões em doze anos, e destes, R$ 1,126 bilhão só em 2012. Isto só para as redes de televisão. Junte com o que é destinado para jornais, revistas, rádios, "bolsa-web" (aquele pessoal impoluto que recebe uma graninha para manter sítios e blogs com opiniões sempre favoráveis ao governo e seus quadrilheiros, em toda e qualquer circunstância), e teremos o volume de dinheiro público que deveria ser usado em saúde, educação, habitação, construção e/ou manutenção de estradas, que é desperdiçado propagandeando as mentiras dos canalhas empoleirados no poder desde 1985. E não esqueça, quando escrevo dinheiro público, me refiro à grana extorquida de mim, de você e de todos os "contribários" (contribuintes otários) no dia a dia.
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sábado, 27 de abril de 2013

Xeque-Mate

por Arlindo Montenegro
Em 1734, um judeu alemão, Amshel Moses Bauer, ourives e agiota, residente em Frankfurt, mudou seu sobrenome para Rothschild, abriu a Matriz do que viria a ser a mais poderosa rede bancária do mundo. Emprestou dinheiro a todos os reis e nobres europeus, financiando ambos os lados das guerras.
Quando seus cinco filhos chegaram à maioridade, ele os enviou para abrir filiais em Viena, Londres  onde já funcionava o Banco da Inglaterra , Paris e Nápoles. O primogênito ficou em Frankfurt. As gerações posteriores desta família, até os nossos dias, atuam com um único propósito: usura, lucro e poder, custe o que custar, doa a quem doer.
Duzentos anos após a morte do patriarca do clã Rothschild, seus descendentes e sócios controlam todo o complexo sistema financeiro do planeta, continuam promovendo guerras, especializaram-se em negociar clandestinamente com armas e drogas, forjar “crises financeiras” e enviar sicários para eliminar presidentes e personalidades influentes que ousaram ensaiar a resistência aos seus interesses. Alguns exemplos marcantes constam da história dos EUA.
O Banco da Inglaterra estava contrariado com a jovem colônia americana, onde seus interesses eram contrariados pelas ideias democráticas nascentes. Os Rothschild enviaram emissários, investiram pesado e em 1913, associados aos Rockfeller, Harriman, Morgan e outros banqueiros, golpearam a economia dos EUA, tomando a Reserva Federal para mãos privadas. Já controlavam o Banco Central da Inglaterra, passaram a fundar e controlar sucessivamente outros Bancos Centrais na Europa e mais recentemente os Bancos Centrais do planeta.
O trabalho de controle total ganhou novas instituições e continua sendo aprimorado, de modo impositivo até os nossos dias, sem que os economistas oficiais e a mídia divulguem em linguagem popular o assalto efetuado valendo-se da atuação de lobistas e muita corrupção. Agora na velocidade das comunicações eletrônicas.
Os mercadores do dinheiro alcançaram seu objetivo principal: associar o poder financeiro num bloco único, que decide através dos Bancos Centrais onde e como os recursos do planeta devem ser aplicados. A globalização financeira antecede a submissão política total, sem “preocupação com aqueles que fazem as Leis”.
No século passado, Franklin D. Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos (1933 a 1945), afirmou: "Em política, nada ocorre por acaso. Cada vez que um acontecimento surge, pode-se estar seguro que foi previsto para levar-se a cabo dessa maneira." Economia e política são interdependentes. As discordâncias no cume da pirâmide são formais, reunindo jogadores que eliminam peças para que reste no tabuleiro um único rei.
Como exemplo doméstico, um presidente suicidou-se e outro renunciou declarando sua incapacidade de vencer as “forças ocultas”, outros foram depostos. Em 1964 os militares tomaram o poder. Alguns peões impelidos a figurar neste jogo foram mortos. Mas a população continua crescendo e produzindo, pagando mais impostos, alienada dos processos econômicos e políticos decididos a portas fechadas.
As previsões políticas têm como base a competência, a organização das forças produtivas, os recursos naturais, as influências e alinhamento aos interesses internacionais. Finalmente, o domínio de avançadas tecnologias de comunicação “de uso restrito”, isto é, plataformas eletrônicas monopolizadas pelo Estado, meios para a informação em tempo real, elaboradas em sua versão final para manter o engano.
Este é o ambiente onde vivem os humanos e o poder a que todos estão submetidos. É um planeta evoluindo para condições em que, a informação, o saber, a clareza de objetivos pessoais, a eleição de princípios e valores se tornam imprescindíveis para a saúde e bem estar das pessoas. As ideologias, filosofias e filiações religiosas, importam menos que acreditar em si mesmo, conhecer as próprias forças e construir o próprio espaço com a mente aberta, exercendo o livre arbítrio, a liberdade espiritual.
Arlindo Montenegro é Apicultor.
Fonte:  Alerta Total
COMENTO: (ATUALIZAÇÃO DE POSTAGEM) é interessante o fato de algumas pessoas demonstrarem um conhecimento "além de sua época". Acredito que o hábito de serem bons leitores ajudam a aquisição dessa característica. Além disso, as experiências de vida facilitam a visão das coisas que a maioria das pessoas não percebem. Sempre admirei os escritos de Arlindo Montenegro, e tinha a curiosidade de saber mais a respeito dessa pessoa. Isto foi esclarecido em março de 2022, por ocasião do falecimento de José Anselmo dos Santos, o famoso "Cabo Anselmo", quando o jornalista Jorge Serrão revelou que Arlindo Montenegro era um nome fictício que José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, usava para publicar seus textos no blog do amigo que o apoiava.  
https://jovempan.com.br/jorge-serrao/a-morte-do-cabo-anselmo-o-homem-que-nao-existiu.html

O Que Há Por Trás dos Artigos no New York Times

por Celso Arnaldo Araújo
A notícia que está levando os petralhas ao orgasmo ininterrupto, em gozo com a cara do Brasil que pensa, pode ser analisada, sim, sob a óptica do que um cronista carioca amigo chamava de “o perigoso terreno da galhofa”. Pois o que lemos é que Lula vai escrever — note-se: escrever, não apenas assinar — um artigo periódico no (ainda) maior e mais importante jornal diário do mundo. E essa informação equivale a se noticiar que Stevie Wonder — perdoem os adoradores do politicamente correto — vai presidir o júri do concurso Miss Universo 2013, sem tocar nas candidatas. Ou que eu, abstêmio de nascença que não sabe distinguir um Martini de uma azeitona, serei um dos provadores de uma histórica degustação vertical do Château Margaux, a partir da safra de 1855, mês que vem, em Paris.
Que Lula vá escrever uma coluna para o New York Times, ou mesmo um recado a Rosemary num pedaço amassado de papel de embrulho, é um absurdo até para si próprio — afinal, ele sempre apregoou sua falta de educação formal e fez o elogio de sua incultura. A definição de “analfabetismo funcional” num dicionário ilustrado poderia trazer a foto de Lula — que sabe ler e escrever, mas nunca lê ou escreve.
E aqui convém interromper por um momento o fluxo de sarcasmo para dizer que o NY Times espera receber de Lula, como esperaria de qualquer outro eventual articulista brasileiro do jornal, um texto em português — para posterior versão em inglês dentro da casa. Nem FHC domina o inglês a ponto de escrever sem retoques uma coluna com o padrão de exigência linguística do Times. Imaginar Lula escrevendo em inglês, quando não conhece os rudimentos de sua própria língua, é puro nonsense.
Dito isto, deixemos de lado as piadas fáceis sobre a dramática impossibilidade de Lula escrever uma coluna para o The New York Times ou para a Gazeta de Santo Amaro. O buraco, nessa notícia aparentemente absurda, deve ser procurado mais em cima.
Qual seria o real interesse do The New York Times num artigo assinado por ex-presidente brasileiro que não é, nem nunca quis ser, conhecido por seus dotes intelectuais? E que será escrito por terceiros ou segundos, provavelmente Luiz Dulci, diretor do Instituto Lula e companheiro letrado de todas as horas?
Qual seria o verdadeiro interesse de um super-jornal, que até em seu célebre obituário tem redatores com potencial para ganhar o Prêmio Pulitzer, por pensatas “escritas” por um ex-presidente sul-americano que o mundo tem na conta de um homem sem qualquer instrução?
Como nem os Estados Unidos nem o NY Times dão ponto sem nó, praticando com desenvoltura a política do “take there, give me here”, desconfio, apenas desconfio, que a moeda de troca dessa estranha coluna lulista seja o site em português, para brasileiros e falantes lusófonos, que o NY Times pretende instalar em 2013, provavelmente no Rio de Janeiro, sede da final da Copa e dos Jogos Olímpicos, como parte de sua estratégia de recuperação de mercado, agora globalizado. A equipe de jornalistas brasileiros está sendo recrutada neste momento. Os países emergentes, notadamente China e Brasil, nos quais há perspectiva de grandes negócios para empresas americanas, potenciais anunciantes do jornalão, são os alvos da vez. O jornal norte-americano já tem um site em chinês, em Beijing.
O NY Times em português, no Brasil, para brasileiros? Pode? Bem, a legislação brasileira relativa à mídia em tese veta empresas estrangeiras produzindo material em português para nosso mercado interno. Mas sempre se pode dar um jeitinho. Nada é impossível para Superlula, hoje o mais influente e mais caro lobista brasileiro, dentro de um governo que é sua cara escarrada.
E o que ele tem a ganhar com uma coluna no NY Times? O que qualquer um de nós ganharia: mais prestígio internacional. Para um palestrante de 200 mil dólares a hora, isso equivale a upgrade de cachê, a aumento do poder de influência. O NY Times é uma supergrife do mundo capitalista. E Lula levou a sério a oferta do jornal — na assinatura do contrato, em Manhattan, tinha como assessores jurídicos profissionais de uma superbanca do Brasil.
Falta saber se Lula será pautado pelos editores do jornal ou “escreverá” sobre temas de sua escolha. Nesse caso, é claro que Lula e o Brasil Maravilha que ele descobriu em 2002 serão sempre o assunto central de seus textos. Por certo, ele também dará conselhos de estadista e cientista político instintivo a governantes de países em crise.
Com tudo isso, o convite a Lula para ser colunista do mais influente jornal do mundo ainda é muito menos chocante que seria Dilma como professora convidada em Harvard.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Rei da Noruega Visita sua Terra Indígena no Brasil

por Kátia Brasil - Manaus
Apesar do agravamento da tensão na terra indígena ianomâmi, na Amazônia, o rei Harald 5º da Noruega ignorou apelos de autoridades brasileiras e foi visitar a área.
Na semana passada, quatro índios foram mortos e sete ficaram feridos à bala em um conflito entre tribos, que estão sendo armadas por garimpeiros em troca de autorizações para lavra ilegal.
Ainda que não tenha caráter de missão oficial, a visita do rei, de 76 anos, demandou atenção da Polícia Federal, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Itamaraty.
Primeiro houve um pedido para que ele desistisse da empreitada. Diante da negativa, PF e Funai deslocaram servidores para acompanhar a estada, que começou na segunda-feira passada e terminou na madrugada de hoje.
O rei, segundo a Funai, ficou na aldeia Demini, no Amazonas, a cerca de 150 km do local dos conflitos mais recentes em Roraima. 
Foi conhecer projetos financiados pela Noruega - um deles é para instalar rede de comunicação via rádio nas aldeias.
Situada na fronteira entre Brasil e Venezuela e com 96 mil quilômetros quadrados, área maior que Portugal, a terra indígena tem 279 aldeias e 21,5 mil ianomâmis, que vivem em tensão com garimpeiros e fazendeiros.
Cerca de 1.600 garimpeiros estariam dentro da reserva em busca de ouro. A PF retirou cerca de 600 deles em 2012, mas muitos voltaram devido à falta de fiscalização, segundo a Hutukara Associação Yanomami (HAY).
A entidade informou que o rei foi recebido na aldeia Demini pelo líder ianomâmi Davi Kopenawa, mas não deu mais detalhes sobre a visita.
"O grande líder [Davi] convidou o rei para visitar nossa terra, conversar e trocar ideias. A terra ianomâmi tem vários problemas com garimpeiros e fazendeiros. Mas o povo ianomâmi é respeitoso", disse, de Boa Vista, o índio Dário Kopenawa, filho de Davi e integrante da HAY.
A associação fechou acordo com a Noruega em 2008 para recebimento de R$ 300 mil para ações em saúde e educação na terra indígena.
A Embaixada da Noruega em Brasília informou que o rei sempre sonhara em viajar para a Amazônia. "Agora, aos 76 anos, ele conseguiu realizar este sonho", disse Elisabeth Forseth, encarregada de negócios.
A reportagem apurou que a viagem pode fazer parte dos preparativos da Embaixada da Noruega para a celebração dos 30 anos do Programa de Apoio aos Povos Indígenas no Brasil, completados neste ano.
Nenhum órgão federal nem a associação souberam dizer quantas pessoas acompanham o rei na visita.
A Funai disse que autorizou a entrada da comitiva real na reserva atendendo a um pedido dos índios.
O órgão informou que a comitiva cumpriu exigências como apresentação de atestados individuais de vacina contra doenças endêmicas.
A PF confirmou que fez a segurança do rei, mas não informou o número de policiais envolvidos na operação.
O índio Dário Kopenawa, disse que a viagem foi boa para o "espírito" de Harald 5º. "O rei já foi embora. Ele realizou o sonho dele, foi bom para seu espírito."
COMENTO:  o valor de R$ 300 mil (uma merreca em termos governamentais) não permite dizer que o rei veio verificar o seu "investimento". Mas é estranhável a persistência no interesse do visitante em ir conhecer o local. E mais estranho, ainda, o fato da Polícia Federal, que acompanhou o visitante proporcionando-lhe segurança, não saber dizer quantas pessoas acompanharam o visitante, nem os assuntos tratados com o "grande líder" dos botocudos, sendo que as únicas informações a respeito do fato, foram divulgadas pelo filho do "grande líder", membro de uma Associação Ianomami.
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Renegociação de Itaipu

por Pedro Luiz Rodrigues
Em 2009, o professor Marco Aurélio Garcia — assessor internacional da Presidência e percebido como o principal gerente da política externa brasileira para assuntos sul-americanos — não escondeu seu entusiasmo quando o Congresso aprovou o acordo fechado entre o Brasil e o governo do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, renegociando os termos do Tratado de Itaipu.
MAG, como Garcia é chamado informalmente nos corredores do Planalto, tinha razão para estar se achando o máximo. Afinal fora um dos que mais defendera a mudança no Tratado, cuja aprovação foi arrancada a fórceps do Congresso. Dessa maneira, o Brasil passou a pagar três vezes mais do que antes pagava ao Paraguai pela energia que nos cede em Itaipu. Em pior, o acordo perdeu sua virgindade.
Na cabeça do Professor MAG, parece não haver se consolidado a noção que é tão claramente explicitada nos manuais introdutórios do Direito Internacional Público: a de que os acordos internacionais são compromissos estabelecidos entre Estados e não entre governos.
Que se dane o Direito Internacional Público. Tendo o presidente Fernando Lugo como parceiro ideológico do outro lado da ponte da Amizade, proferiu o professor a seguinte pérola à Agência Brasil (em 28.5.2009, viva a Internet): “O tratado (de Itaipu) surgiu em determinada circunstância histórica, que não fomos nós que criamos nem o atual governo paraguaio”.
Juro que fico com calafrios na espinha só de pensar se essa extraordinária manifestação de tão graduado assessor tivesse sido feita em relação aos tratados que definem nossas fronteiras. Não foram os governos aos quais tem prestado sua assessoria o professor MAG que assinaram tais acordos. E daí? Deixam der menos válidos por isso?
Voltemos ao professor, que naquele mesmo dia deu outras declarações à Agência Brasil: Lembrou que, no caso, havia dois tipos de reivindicações que precisavam ser compatibilizadas: uma de ordem econômica, para as quais são necessários recursos, outra de ordem simbólica e política: “E o atual governo paraguaio foi eleito levantando algumas bandeiras, então ele tem hoje que prestar algum tipo de satisfação. Vamos ter que encontrar um denominador comum para atender a todas essas reivindicações. O presidente Lula e o presidente paraguaio, Fernando Lugo, têm um diálogo muito bom e eu acredito que isso vai chegar em um bom ponto”, concluiu MAG.
Normalmente, quem tem juízo busca usar a reflexão para evitar problemas no futuro. O Brasil poderia ter proposto algum tipo de benefício ao país vizinho que o auxiliasse a concretizar suas aspirações desenvolvimentistas, mas nunca poderia mexer num acordo juridicamente perfeito. Pacta sunt servanda! Foi quase que o lema do nosso querido ministro Rezek nas aulas do Instituto Rio Branco. 
A trapalhada de 2009 começaria a mandar cobranças em 2012, depois de o governo paraguaio (já então execrado por MAG, por conta do impeachment de Lugo) propor nova renegociação para aumentar o valor pago pelo Brasil pela energia excedente de seu país.
O mesmo assessor presidencial que favorecera a mudança três anos anos, a mostrou-se inflexível e descartou a possibilidade de uma nova renegociação.
Mas agora, brasileiros e brasileiras, preparem-se! Uma vez que o Tratado de Itaipu já foi mexido uma vez, não há razão, pela ótica do Paraguai, que não seja mexido novamente.
Só que agora o jogo paraguaio será muito mais sofisticado.
O governo de Assunção convidou um dos economistas de maior visibilidade internacional, Jeffrey Sachs, para estudar a situação energética do país e, muito em particular, o Tratado de Itaipu. O detalhado estudo que sua equipe fez sobre o assunto será apresentado ao presidente-eleito Horácio Cartes dentro de mais algumas semanas.
Esse estudo terá duas partes: de um lado vão propor formas de que o país utilize parte da energia que cede ao Brasil em Itaipu para possibilitar que a indústria paraguaia dê um grande salto. De outro, há a questão da usina binacional. Sobre o assunto, Sachs adiantou ontem à imprensa de Assunção: “estamos analisando os aspectos financeiros relacionados com a geração hidrelétrica do Paraguai, em particular Itaipu. Em minha opinião, o Paraguai realmente deveria obter melhores condições de Itaipu, substancialmente melhores do que já obteve”.
Sachs disse ao ABC Color que “uma grande parte da dívida contratada para construir Itaipu já foi paga, pelo menos no que diz respeito à parte paraguaia da mesma”. Se pelos livros de contabilidade Itaipu deve ainda quase vinte bilhões de dólares, metade dessa dívida é do Paraguai e isso, quando nos debruçamos sobre os números, não faz o menor sentido”.
Não faz sentido, na opinião de Sachs, pois se for tomada a quantidade de energia exportada ao Brasil pelo Paraguai desde o início de Itaipu, e sobre essa quantidade se colocar qualquer preço minimamente realista, fica claro que o Paraguai já terá pago a maior parte de sua dívida, ou talvez ela toda.
— Acho que o Brasil e o Paraguai deveriam chegar a um entendimento muito melhor em torno dessa situação, e espero que isso possa se dar com o novo governo, através de discussões sensatas e transparentes.
Em minha opinião, questões tais relevantes como essa não devem e não podem ficar na mão de assessores, independentemente do cargo que ocupem ou da relevância que pensem ter. Questões de Estado, como esta de Itaipu, devem ser negociados com quem acumulou competência no passado para isso: o Itamaraty. Não faltam quadros experimentados na instituição.
Pedro Luiz Rodrigues
é diplomata e jornalista
Fonte:  Coluna do Claudio Humberto
COMENTO:  o desgoverno petista está conseguindo destruir tudo que havia de valor na sociedade brasileira, tanto no aspecto econômico, quanto nos culturais, políticos e diplomáticos. A bancarrota da empresa dos Correios, que já foi tida como a mais eficiente da América Latina; da Petrobrás, das Forças Armadas, e do Itamaraty são exemplos da ação deletéria dessa quadrilha que se aboletou no poder e tem como objetivo impor uma "nova sociedade" na América Latina, a partir do Brasil. A ação do "Chanceler da Boca Podre" conseguiu jogar na lama todo o trabalho do Barão do Rio Branco e de seus seguidores. A diplomacia brasileira, que ofereceu ao mundo exemplos de atuação como Alexandre de Gusmão, Rui Barbosa, e mais recentemente Sérgio Vieira de Mello, foi completamente desmoralizada após os fiascos ocorridos nos episódios em que pretendeu interferir equivocadamente em assuntos internos de países como Honduras (caso Zé Laya), Paraguai (deposição legal do bispo reprodutor), Venezuela (apoio ao então candidato chavista), e inúmeras outras cagadas promovidas pelo Megalonanico hoje empoleirado no Ministério da Defesa e pelo Antonio da Patota, que se sujeitaram a ser comandados pelo Chanceler da Boca Podre, deixando que a honorabilidade de sua carreira fosse pelo ralo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A Repressão na Venezuela em Vídeos e Áudio

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Nas eleições para a presidência em 7 de outubro do ano passado, o CNE deu Chávez como vencedor, embora até as pedras tinham provas de que essa vitória ocorreu baseada em fraudes. Entretanto, naquela ocasião o opositor Henrique Capriles — não se sabe por quê — aceitou sem pestanejar que Chávez lhe roubasse a vitória e sequer pediu uma auditoria nas urnas. Morto Chávez, novamente Capriles é indicado pela MUD (Mesa de Unidade Nacional) como candidato da oposição contra Nicolás Maduro. Ocorre que, conforme apresentei na edição passada, as fraudes foram demasiadamente grandes e desta vez Capriles resolveu não aceitar mais que se lhe usurpassem o cargo e desrespeitassem os eleitores, e convocou a população para uma manifestação pacífica em frente às sedes do CNE em todo o país, para exigir que se fizesse uma auditoria em 100% dos votos.
Foi dado entrada no pedido oficialmente na segunda-feira 15, mas a presidente do órgão, Tibisay Lucena, demorou a acatar a solicitação e somente ontem (18/4) disse que faria a recontagem de 46% dos votos. Não sei se para não perder tudo, Capriles aceitou. Ocorre que os Castro tinham urgência em oficializar a investidura do cargo e ontem (18/4) a UNASUR reuniu-se em caráter extraordinário em Lima, alegando uma avaliação do comportamento dos Estados Unidos de não aceitar essa vitória como válida até que se faça uma auditoria isenta. Aproveitaram, nesta ocasião, para anunciar a “intenção de um golpe de Estado” por parte da oposição, antecipando-se aos fatos.
Não resta dúvida de que a pressa em dar posse a Maduro partiu de quem de fato governa a Venezuela, desde dezembro passado, que é Cuba, porque depois de juramentado e empossado, todo e qualquer movimento que a oposição faça será visto como um golpe real, uma vez que Maduro agora está legal e constitucionalmente no cargo. Se, entretanto, houvesse na Venezuela respeito pelas leis e a Constituição, nada disto estaria acontecendo, pois Maduro usurpou o cargo desde que Chávez não apareceu para tomar posse em 10 de janeiro e, uma vez acatada a solicitação da auditoria, esta seria realizada num prazo de 30 dias — como regem as leis do CNE — e só depois se daria posse ao que de fato houvesse vencido com maioria de votos. Esta antecipação da posse é ilegal e inconstitucional, mas é sabido que entre comunistas as leis servem para ser aplicadas apenas aos inimigos.
Chegou às minhas mãos hoje (19/4) à tarde uma informação que não posso deixar de compartilhar, nem que seja para futura averiguação. O site “Dolar Today”publicou uma matéria onde informava que as contas de correio de Diosdado Cabello, presidente da Assembléia Nacional (AN) haviam sido hackeadas, e dentre os correios estava um que lhe fora enviado por “Victor A. Marcial-Vega,MD”, desde Porto Rico, cujo título era: “O Vice-presidente Nicolás Maduro deixou o Presidente Chávez morrer”. Esse correio foi enviado no dia 5 de março, data em que foi anunciada a morte de Chávez, às 10:46 PM. As mensagens trocadas entre Cabello e várias outras pessoas podem ser vistas neste link, clicando no primeiro item da coluna ao lado esquerdo em azul, que indica haver um link.
Bem, disso muita gente suspeitava e tenho uma hipótese que pode não corresponder à realidade mas faz sentido. Maduro era o “ungido” dos Castro desde a década dos 80, conforme divulguei em edições anteriores, mas os Castro não podiam assumir o comando do país através de seu agente porque Chávez lhes servia bem, estava sempre com a carteira aberta e vinha tocando a “revolução socialista”. Quando lhe foi diagnosticado um câncer, Fidel insistiu para que ele fosse se tratar em Havana porque lá ele poderia ser eliminado sob o disfarce de uma “fatalidade”. O próprio Dr Rafael Marquina afirmou mais de uma vez que, se Chávez tivesse se tratado em outro país, muito provavelmente teria ficado curado. Mas não era isso que os Castro desejavam, pois estão velhos e sabem que lhes resta pouco tempo vida, daí a urgência em empossar Maduro, seu agente dócil às ordens superiores, fará tudo o que o senhor rei mandar, como vem de fato fazendo.
Bem, mas para finalizar esta edição, deixo-os com um áudio onde o Diretor de Esportes do estado Zulia, Leonet Cabezas, anuncia a demissão de todos os funcionários que votaram em Capriles e ameaça até seus filhos. Neste áudio ele afirma que tem como saber em quem cada funcionário votou, mostrando um autoritarismo que marca bem este novo governo e que denuncia, sem saber, que o voto não é secreto
   
E em seguida a este áudio, vários vídeos feitos por pessoas escondidas em seus apartamentos, nas ruas, nas praças, em vários estados do país e na capital. Há um vídeo em que Diosdado Cabello diz na AN que os deputados opositores não mais terão direito à palavras. Serão parlamentares de pedra, com a palavra cassada! Mais provas de que são os bandos chavistas e a própria Guarda Nacional que estão provocando desordem, agressões e mortes, só indo lá pessoalmente para verificar. Fiquem com Deus e até a próxima!
Comentários: G. Salgueiro









Fonte:  Notalatina

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Reeleição a Qualquer Custo

por Rogério Furquim Werneck
Pensando no imediatismo e na inconsequência que vêm marcando a condução da política econômica no país, por conta da precoce fixação do Planalto na reeleição, lembrei-me de uma passagem marcante de um livro que li há mais de 50 anos.
Sou da época em que crianças ainda liam Júlio Verne. Assim mesmo, com prenome aportuguesado, como o autor era conhecido por aqui. “A volta ao mundo em oitenta dias”, publicado em 1873, é um dos seus livros mais famosos. Conta as aventuras de Phileas Fogg, um solteirão inglês rico e excêntrico, que aposta com outros sócios de seu clube que poderia fazer uma viagem ao redor do mundo e retornar a Londres em apenas 80 dias. Bastam dois parágrafos curtos para situar, no enredo, o episódio de que me lembrei.
Fogg cruza a Europa e a Ásia, atravessa o Pacífico e segue, por trem, de San Francisco a Nova York. Mas não chega a tempo de embarcar no navio em que pretendia retornar à Inglaterra. E aí se vê em dificuldades. Os navios que estavam prontos para zarpar não eram suficientemente rápidos. Os que eram, não sairiam a tempo de Nova York.
Mas Fogg afinal descobre o Henrietta, um cargueiro que parecia adequado, prestes a partir vazio para Bordeaux. Era um navio típico do período de transição da navegação a vela para a vapor. Já tinha propulsão a vapor, mas ainda era dotado de velas. E, afora o casco de aço, a caldeira e a máquina a vapor, era todo de madeira.
Fogg embarca no Henrietta e consegue desviá-lo para a Inglaterra, graças a um motim por ele fomentado. Mas a travessia acaba tendo de ser feita em meio a uma tempestade. E logo fica claro que o estoque de carvão do navio, dimensionado para uma travessia calma de Nova York a Bordeaux, era insuficiente para a viagem a todo vapor, em mar revolto, que estava sendo empreendida.
É nesse ponto que vem o episódio que me veio à mente (capítulo 33, para quem se interessar). Com o carvão prestes a acabar, Fogg convence o capitão, a quem o navio pertencia, a lhe vender o Henrietta. E, para manter a pressão da caldeira, ordena que todas as partes em madeira do navio sejam desmanteladas e lançadas à fornalha. Quando, afinal, o Henrietta chega às Ilhas Britânicas, só lhe restam o casco, a caldeira e a máquina a vapor.
A ideia de um navio que vai sendo desmantelado para que seus pedaços sejam usados como combustível que o mantém em movimento propicia excelente metáfora para perceber com mais clareza o que hoje vem ocorrendo no país. Ajuda a realçar o que há de mais errado na forma inconsequente com que a presidente Dilma Rousseff vem tentando assegurar sua reeleição a todo custo, em frenético vale-tudo.
Não há espaço aqui para um balanço de tudo o que já foi desmantelado para avivar a fornalha da reeleição. Mas uma lista curta teria de incluir o controle da inflação, a credibilidade do Banco Central e previsibilidade da política fiscal.
Num quadro em que o dispêndio público continua a mostrar rápida expansão, já não se tem mais ideia do que será o resultado fiscal de 2013, deixado agora ao sabor de pacotes de desoneração anunciados de improviso, a cada mês, em desesperada tentativa de mascarar a inflação com medidas que implicam inflação mais alta no futuro.
Merecem ainda destaque o abandono cada vez mais escancarado da ideia de realismo tarifário — como bem ilustra a insistência na política de preços de derivados de petróleo — e a decisão populista de não repassar, aos consumidores, o custo mais alto da energia elétrica proveniente das térmicas. E há, também, outras conquistas valiosas, como a solidez dos bancos federais, sendo consumidas na fornalha da reeleição.
A inconsequência na gestão da Petrobras e do pré-sal não pode deixar de ser mencionada. Mas tem mais a ver com o vale-tudo anterior, que marcou a travessia do biênio eleitoral de 2009-2010.
Faltam hoje 560 dias para o segundo turno das eleições presidenciais. Uma travessia de 80 semanas. E ainda há muito o que queimar a bordo. Mas em que estado estará o nosso Henrietta no fim de outubro do ano que vem?
Rogério Furquim Werneck
é economista e professor da PUC-Rio

domingo, 21 de abril de 2013

Niemeyer, o Cacete. Brasília é Obra de Lúcio Costa

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Nos 53 anos de Brasília, um texto do ano passado!
Fazem a homenagem ao homem errado, nos 52 anos da capital. 
por Sérgio Vaz
O Google faz uma homenagem a Oscar Niemeyer – como em outras datas importantes, substitui o seu logo por um desenho alusivo àquele dia. Está lá, então: “52º aniversário de Brasília. Desenhos de Oscar Niemeyer”.
Vi por acaso – queria fazer uma pesquisa qualquer, procurar fotos de um determinado filme, e vi a homenagem. O dia 21 de abril, a data de aniversário de Brasília, ainda nem tinha começado, faltavam alguns minutos, mas a homenagem já estava lá.
É uma homenagem errada. Ao homem errado.
Expressei minha indignação no Twitter. Esperneei lá que quem criou Brasília foi Lúcio Costa.
Segundos depois, um garoto jovem, Luiz Otávio, tuitou o seguinte: “se lúcio costa foi quem planejou tudo… niemeyer recebe a fama só porque ainda está vivo?
Mais uns poucos segundos, e alguém da equipe de Ancelmo Gois – que considero o melhor colunista deste país hoje – tuitou, alegremente, entusiasticamente, cariocamente, que o Google estava prestando homenagem a Niemeyer.
Estou velhinho, cansado, e este país despeja sobre nós pelo menos dez motivos de indignação por dia, e não nos indignamos tanto quanto deveríamos – mas esse episódio me deixou profundamente indignado, e tento aqui expressar essa raiva.
Discutir sobre a decisão de criar Brasília, tomada por Juscelino, fica para nunca, ou para depois.
Mas o fato é que, decisão política tomada, Brasília existe, e é como é, graças a Lúcio Costa. É de Lúcio Costa o desenho da cidade, o avião, duas imensas asas a partir de um Eixo Monumental.
Niemeyer projetou os prédios. O desenho de Brasília é de Lúcio Costa.
Joaquim Guedes, parece, fez os cálculos.
O desenho, quem fez foi Lúcio Costa. O Eixo Monumental, os eixos das asas, o Sul e o Norte, os trevos viários, as tesourinhas, as superquadras, tudo foi ideia de Lúcio Costa.
Tudo, no Plano Piloto, é ideia de Lúcio Costa.
Este país é tão maluco, tão absurdamente doido, que gerações inteiras, como o garoto Luiz Otávio indica, aprenderam a História errada. Por algum motivo incompreensível, ou por uma série de motivos incompreensíveis, o marketing transformou Brasília em uma criação de Oscar Niemeyer.
Deve haver muitos meninos que estudaram em boas escolas e sequer sabem quem foi Juscelino Kubitscheck, mas que aprenderam que Brasília é uma obra de Niemeyer.
Obra de Niemeyer, o cacete.
A ideia mais brilhante sobre Brasília, a de que o prédio do Congresso deveria ser a edificação mais alta, para demonstrar que a representação popular é mais importante do que tudo – “mais altos são os poderes do povo” – foi de Lúcio Costa. Niemeyer apenas fez o projeto do prédio. Um projeto, aliás, igualzinho a tudo que ele fez, e faz: um bloco reto de concreto e vidro, com duas partes de circunferência para enfeitar.
Compare-se o prédio do Congresso Nacional ao prédio da ONU, idealizado por Le Corbusier duas décadas antes: é igualzinho.
Niemeyer foi o maior engodo, o maior blefe, o sujeito mais superestimado da História do Brasil.
Um dos maiores engodos do mundo.
Faz prédios, caixotes, de concreto e vidro. Não os defende da luz forte dos trópicos. Não faz aberturas de janelas que permitam a passagem do ar. Todos os prédios que cria têm, necessariamente, que ter ar-condicionado.
É um sujeito tão ante-diluviano em termos de meio-ambiente quanto nas suas ideias políticas.
Na política, defendeu Stálin, até a morte, passado bem mais de meio século das denúncias dos crimes stalinistas na própria União Soviética.
No trabalho, criou monstrengos de concreto sem espaço para um metrinho de grama sequer. Árvore, então, nem pensar. O Memorial da América Latrina, perdão, Latina, que projetou em São Paulo então governada por Orestes Quércia, financiador do MR-8 e um dos políticos mais corruptos da história, é uma ilha insensata de concreto cercada por uma cidade de concreto. Não há espaço para uma única arvorezinha, naquele mausoléu da Barra Funda.
Em Brasília, o desenho de Lúcio Costa exigia um gigantesco espaço gramado no Eixão, no meio dos prédios dos ministérios, diante da Praça dos Três Poderes. Lúcio Costa botou verde lá. Se fosse por Niemeyer, tudo aquele espaço seria de concreto.
Mais ou menos recentemente, o escritório de Niemeyer bolou um projeto de criar, bem no meio da grama da Esplanada dos Ministérios, um trambolho de concreto. Felizmente (há momentos em que este país tem alguma lucidez) o projeto foi abortado, levando-se em consideração que o espaço havia sido considerado Monumento da Humanidade pela Unesco.
A melhor criação de Niemeyer é a frase que ele repete há mais de um século, de que as curvas de suas criações fazem lembrar as curvas sensuais da mulher.
Morar num prédio projetado por Niemeyer – como o Copan no Centro de São Paulo, ou como naquele prédio horroroso que enfeia a Praça da Liberdade em Belo Horizonte, deve ser um inferno. Com paredes arredondadas, como ter uma sala agradável? Como ter móveis que se adaptem a elas?
Não se tem notícia de um presidente da República que tenha achado que viver no Palácio da Alvorada é agradável.
E o Palácio do Planalto não sobrevive sem reformas infindas, e carésimas, como a que Lula fez.
Ah, sim, mas Niemeyer é uma referência na arquitetura, tem projetos em trocentos países, é incensado no mundo inteiro.
Verdade.
E aí a gente tem que, realmente, tirar o chapéu: o marketing do comunismo, da esquerda, da esquerdiotice, é o melhor do mundo.
Transformam um arquiteto de merda no melhor do mundo. Transformam um governo de merda em nunca antes neste país. Transformam Dilma, esse estupor, essa coisa que não consegue falar uma única frase compreensível, em estadista.
Pobre país, este nosso.
21 de abril de 2012
COMENTO: a bem da verdade em 2010, por ocasião do 50º aniversário da cidade, publiquei aqui um vídeo mostrando que os primeiros desenhos de projetos da cidade, suas "tesourinhas", aproveitamento do terreno para a formação de um lago e outras ideias que fundamentaram o trabalho de Lúcio Costa foram obra do Marechal JOSÉ PESSOA CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE, devidamente "deletado" da história da cidade, talvez por ter cometido o crime de ser um honrado militar.
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sábado, 20 de abril de 2013

Um Canalha Intelectual

Editorial
Enganosas, infames, mas acima de tudo profundamente hipócritas foram as expressões vertidas na quarta-feira passada pelo ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, em torno das evidentes graves irregularidades que rodearam todo o concernente ao turvo processo eleitoral venezuelano e o questionado resultado que lançou, com o hipotético “triunfo” do novo manda-chuva da Venezuela, Nicolás Maduro.
O chanceler brasileiro afirmou que seu país “reconhece” o triunfo do controvertido sucessor de Chávez e que os resultados do Conselho Nacional Eleitoral devem ser “respeitados”. 
Evidentemente, esta primeira manifestação desconhece uma realidade bem profunda: na Venezuela se produziu praticamente um empate entre o candidato oficialista e o opositor, e existem fundadas suspeitas de que o regime chavista recorreu à fraude para impor sua discutida “vitoria”.
Depois, ao ser consultado sobre a necessidade de auditar o processo eleitoral realizado no domingo passado, para eventualmente eliminar qualquer suspeita de ilicitudes, Patriota disse que uma decisão em tal sentido cabe somente às autoridades eleitorais venezuelanas. “Respeitamos a soberania” da Venezuela e essa seria “uma decisão interna”, manifestou.
Parece mentira que quem se expressa em tão condescendentes termos para com o neodespotismo bolivariano seja o mesmo tipo que em junho do ano passado encabeçou uma gangue de chanceleres da UNASUR que invadiu o Palácio do Governo do Paraguay para impedir por todos os meios possíveis que aqui se realizasse o julgamento político do então presidente Fernando Lugo; julgamento esse embasado claramente no que estabelece o artigo 225 da nossa Constituição Nacional.
Naquela ocasião, Patriota afirmava em sua descarada intervenção nos assuntos internos do nosso país que tal ato — o julgamento constitucional do ex-bispo — constituía uma “ruptura da ordem democrática”. Claro, a “ruptura”, para ele e seus amigos, estava fundamentada no fato de que, com o deslocamento de Lugo do poder, eles perdiam uma ficha importante no tabuleiro bolivariano que o Brasil, com o concurso de seus cafetões e alcoviteiros Hugo Chávez e os Castro, vem criando e consolidando desde há aproximadamente uma década nos países da região.
Sem dúvidas, agora se trata de um “sócio”, um cupincha a quem é preciso salvar e resgatar a qualquer preço, incluso o altíssimo custo de pisotear os mandatos da Constituição da Venezuela e ser vistos ante a opinião pública mundial como os hipócritas que são já sem nenhuma dissimulação. Nem isso os preocupa.
Como estão desesperados atrás do ouro negro venezuelano, agora sequer lhes interessa salvar as aparências, e se prestam a legitimar — como sempre fizeram — as tramoias do totalitarismo chavista.
O que está claro é que com sua atitude obstinada poderão encobrir as miseráveis tramoias de seu amigote Maduro, porém nunca vão conseguir que Venezuela reencontre o caminho da paz interna, a estabilidade e a reconciliação, que sem dúvidas foram profundamente quebradas desde que o chavismo capturou o poder.
Desgraçadamente, a hipocrisia é um elemento indissolúvel da política exterior brasileira. Parte daí o padrão permanente de duas caras aplicado quando se trata, por exemplo, de seus amigos endinheirados — como é o caso, agora, do péssimo Nicolás Maduro — e absoluta intransigência a que recorre no caso do Paraguai, não só em termos políticos, mas também econômicos.
Este é o repugnante neocolonialismo imperialista a que o Brasil nos vem impingindo desde há tantas décadas. Séculos talvez. E que deseja seguir impondo miseravelmente para conseguir perpetuar-se com nossos recursos naturais.
Certamente, as declarações de quarta-feira passada de Patriota demonstram e desmascaram o baixo nível desse canalha intelectual, esse mercenário que pretende, a força de enganos e enredos retóricos, fazer crer ao mundo que é um grande defensor da democracia e promotor dos direitos humanos, quando na realidade não é mais que um farsante, um sujeito sem princípios nem dignidade de nenhum tipo.
É importante, pois, conhecer a natureza e a verdadeira dimensão da falsidade dos indivíduos como Patriota, sobretudo agora, quando teremos que escutar todas as mentiras que tem preparadas para tentar que — uma vez passadas as eleições nacionais do próximo domingo — nós paraguayos aceitemos todas as agressões a nossa dignidade que por ordem sua e de sua chefa nos tem infligido no Mercosur, e as novas autoridades eleitas continuem consentindo o vil despojo de nossas riquezas naturais que desde décadas vem o Brasil cometendo em nosso prejuízo.
Fonte:  tradução livre do Jornal ABC Color
COMENTO:  certamente, um Editorial desse calibre não é uma opinião isolada de um jornalista qualquer. Para publicar essa crítica tão contundente, a direção do jornal deve contar com o apoio de boa parcela da população, não só paraguaia mas de toda a América Latina de língua espanhola, leitora do diário em questão. Podemos dizer que essa é a opinião de nossos vizinhos que não se enquadram no Foro de São Paulo, não só dos paraguaios. É o resultado da diplomacia comandada por aquele chorume humano dos dentes podres que manipula o pusilânime inútil que, infelizmente, ostenta o adjetivo "patriota" no nome. Rio Branco deve estar chorando em seu túmulo!