sábado, 30 de junho de 2012

Trate Seu Assaltante Com Mais Urbanidade

por Janer Cristaldo
Chamando 190: atendimento em 10 min
Usando uma .45M1911: resposta imediata.
Direitos Humanos são para Humanos Direitos
Comentei há pouco o caso de dona Odete Prá, de 86 anos, que matou com três tiros, em Caxias do Sul (RS), um vagabundo que invadiu seu apartamento para roubá-la. Quando li a notícia, logo pensei com meus botões: a vovó vai se incomodar. Não deu outra. Foi indiciada por homicídio doloso, isto é, quando há intenção de matar.
Aconteceu de novo. E vai acontecer mais vezes. Leio no Estadão que o comerciante Jeferson Fiuza de Moraes, de 28 anos, se viu na semana passada em meio a uma polêmica envolvendo legítima defesa ou reação excessiva a um assalto. Dois criminosos - incluindo um adolescente - invadiram sua loja de informática na Cidade Dutra, zona sul, e anunciaram o assalto. Moraes, que faz curso de tiro, alega que os criminosos afirmavam a todo momento que matariam ele e uma funcionária. Como tinha uma arma no banheiro onde foi mantido refém, decidiu usá-la e matou a dupla. Acabou preso por homicídio doloso e passou um dia na cadeia. Segundo o delegado, houve excesso na reação. Um ladrão morreu com cinco tiros (um na cabeça), o outro com três.
Fiuza está indignado. Foi posto em uma cela com um estuprador, um pedófilo e um receptador. Para não morrer, o carcereiro montou uma história diferente, como se ele tivesse sido preso por pensão alimentícia. Pela segunda vez, temeu perder a vida.
- Aconteceram os fatos, chamei a polícia, socorri os bandidos. Cheguei ao DP e meu advogado foi falar com o delegado. Ele perguntou: "Doutor, meu cliente vai ser preso?" Ele disse: "Vai, para mim seu cliente é um criminoso, ele atirou com intenção de matar". Ele disse que não está ali para ouvir ninguém, mas para prender e quem me ouviria seria o juiz. Sou uma pessoa com bons antecedentes criminais, nunca tive problema nenhum com a Justiça, tenho a arma registrada, agi em legítima defesa, o cara deu três tiros contra mim, graças a Deus não me acertou, eu atirei contra ele, infelizmente, ele veio a morrer e eu é que sou a ameaça à sociedade?
Ora, quem deveria estar na cadeia é o delegado, que pela segunda vez colocou em risco a vida da vítima. Quem pode afirmar que Fiuza atirou com intenção de matar? Quando se atira em alguém, nessas circunstâncias, a pessoa não se sabe nem mesmo se vai acertar. Deu cinco tiros? Deveria ter dado dez. O ladrão atirou três vezes em Fiuza. Quem invade a casa de alguém com um revólver na mão não invadiu para conversar. Invadiu para matar. Deve ser sumariamente fuzilado. É curioso observar como nos ditos crimes passionais, o assassino tem sua culpa atenuada pela emoção do momento. No caso de uma vítima que recebe três tiros, exige-se que ela haja com moderação.
- O cara está dando tiros em mim, vou ficar contando quantos tiros eu dei nele? O bandido não contou quantos tiros deu em mim. Acho estranho o delegado falar em excesso de tiros. Será que se o bandido tivesse dado seis tiros em mim seria condenado por excesso? Eu era a vítima e virei o vilão.
E mais vítimas virarão vilões, neste caldo cultural em que bandido é um pobre coitadinho injustiçado pela sociedade e quem dele se defende é criminoso. Verdade que reagir é sempre arriscado e você tem boas chances de levar a pior se não souber lidar com um revólver. Não era o caso de Fiuza, que fazia curso de tiro. Pessoalmente, eu jamais reagiria da mesma forma. Para começar, sequer tenho arma. Mas vontade não me faltaria de fuzilar o vagabundo. Que certamente sairia impune com o roubado. Se fosse preso, pegaria alguns meses de cárcere. E se fosse “de menor”, nem isso.
O delegado que jogou Fiuza na cadeia está legitimando o direito de um marginal entrar em sua casa, ameaçá-lo com uma arma, atirar em você e mesmo matá-lo, e sair impune da empreitada. Por que encarcerar alguém que tem profissão e endereço fixos, não tem antecedentes penais e apenas tentou defender-se?
Caso semelhante ocorreu sábado passado. A notícia é também do Estadão. Um jogador de basquete aposentado, de 72 anos, reagiu a um assalto, entrou em luta corporal com o ladrão, tomou sua arma e o matou. O assaltante tentava roubar sua casa em Birigui, no interior de São Paulo. O aposentado ainda tentou alvejar outro ladrão, que estava no quintal, mas ele fugiu. Portador de doença cardíaca, o aposentado foi internado.
Z. - que não teve o nome divulgado a pedido da família – e sua mulher, professora aposentada de 69 anos, assistiam à TV na sala às 20h30, quando foram rendidos pelo ladrão armado com um revólver calibre 38 que havia pulado uma janela. O aposentado aproveitou uma distração do bandido para entrar em luta com ele, agarrar a arma e atirar no peito do ladrão. 
O delegado titular de Birigui, Cristiano de Oliveira Mello, foi mais sensato. Abriu inquérito para apurar o caso. Segundo ele, o aposentado não deve ser punido por ter agido em legítima defesa. O que deve ter salvo o velhote foi sua condição de cardíaco. Fosse saudável, provavelmente estaria encarcerado.
Comentando o caso da vovó, afirmei que os assaltados precisam ser urgentemente reeducados. Que história é essa de reagir à bala contra um pobre excluído que busca por meios não muito ortodoxos, é verdade, sua justa parte na repartição do bolo social? Por que não oferecer um cafezinho ao coitado e perguntar-lhe se aceita moeda sonante ou prefere cheque? 
Como cheque nem sempre tem fundos, o ladrão poderia talvez munir-se de uma leitora de cartões. O assalto poderia ser parcelado em dez vezes, por exemplo. E tudo terminaria com um aperto de mãos, muito obrigado, volte sempre. Seria muito mais civilizado.
COMENTO: a dúvida que fica é quais providências serão tomadas pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo, Comissão de Direito dos manos da OAB/SP e outras entidades que vivem aparecendo em defesa dos cidadãos, quanto a essa atitude estúpida e imbecil do delegado que colocou um cidadão em uma cela com outros presos, pelo fato deste ter se defendido com uma arma. Excesso de reação. Para mim, parece excesso de incompetência ou excesso de benevolência com a bandidagem! Deve ser mais um cretino que anda bradando ao mundo pelo desarmamento dos cidadãos! Mesmo assim, ainda acho que "bandido bom é bandido morto"!
.

De Honduras ao Paraguai

por Lenilton Morato
Em 2009, o presidente hondurenho Manuel Zelaya foi deposto de seu cargo presidencial por intermédio de um processo democrático e legítimo, apoiado pelas forças armadas daquele país. Imediatamente, a imprensa brasileira, na sua esmagadora maioria, taxou a atitude soberana de Honduras como sendo um golpe. Naquele momento, Zelaya infringira a Constituição hondurenha ao propor a reeleição para presidente. Nos termos daquela Carta Magna, qualquer alteração na Constituição é proibida, configurando crime. Zelaya, sendo aliado de Hugo Chávez e com o Foro de São Paulo como suporte, proporcionou um dos episódios mais vergonhosos da diplomacia de Pindorama, ao hospedar-se na embaixada brasileira. 
Aqui, no Reino dos Bananas, todos acusaram Michelleti de golpista. Mas ninguém (corrigindo, muito poucos) se deu ao trabalho de ler a Constituição de Honduras, ou mesmo de ouvir a outra versão da história. Naquela época, publiquei uma entrevista feita pela Fox News com o presidente interino que, naturalmente, foi completamente ignorada por nossos jornalistas, analistas, estrategistas e outros "istas".
Passados cerca de três anos, o Paraguai, por intermédio de um processo que correu legalmente no seu Poder Legislativo, depõe Fernando Lugo e coloca Federico Franco na presidência. Imediatamente, a mídia em peso já sentenciou que o ex-presidente do país vizinho tinha sido vítima de um golpe, que tudo ocorrera fora da normalidade, etc. O MERCOSUL virtualmente expulsou o Paraguai do bloco; petições foram encaminhadas à OEA com o intuito de desqualificar a atitude tomada, alegando a quebra de princípios democráticos. 
Vejam a semelhança dos dois casos. Em ambos, dois presidentes foram depostos por processos legais e democráticos. Nos dois processos, a diplomacia nacional quebra o princípio da não intervenção em assuntos internos de países estrangeiros, tomando um posicionamento favorável aos legalmente depostos. Para arrematar com fitas áureas, os dois personagens são apoiados pela estrutura continental do Foro de São Paulo.
Surpresa para uns (normal para outros), é o silêncio sepulcral de nossa mídia, políticos e governos acerca das violações diárias à democracia praticadas em Cuba. Naquele cárcere caribenho não há qualquer noção de liberdade, e seus cidadãos são obrigados a permanecer eternamente enjaulados. Quando alguém faz greve de fome pela democracia, nosso ex-presidente e agora dotô Lula, pronunciava-se a respeito com um irônico "não podemos fazer nada, é assunto interno".
O mesmo caminho seguem seus seguidores, ou seja, toda a classe política, jornalística e acadêmica. Mas porque nossos mandatários não se indignam com as violações da democracia em Cuba? Ora, os Castro são sócios-fundadores do Foro de São Paulo. Sentiu o drama? Para essas pessoas, a democracia só deve ser respeitada se favorecer "a minha galera". Qualquer atitude tomada, por mais legal que seja, contra os governantes esquerdistas serão automaticamente classificadas como golpistas. Este é o pensamento doentio de virtualmente todos os formadores de opinião e dirigentes do país.
Para aqueles que estudam as relações de poder e a estrutura da esquerda latino-americana nada disto surpreende. Eles sabem que a mídia e a academia estão comprometidas com a causa, bem como conhecem muito bem a definição de democracia utilizada pela esquerda. Afinal, comprar o poder legislativo de um país de dimensões continentais e ainda conseguir a reeleição prova que o conceito de democracia há muito foi esquecido por estas bandas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O Impeachment de Lugo e a Reação Bolivariana

por Felipe Melo
Fernando Lugo
Uma das pedras de toque da diplomacia brasileira, fruto da própria natureza do Estado tupiniquim, é o respeito pela soberania de nações estrangeiras e pela autodeterminação dos povos
(cf. art. 4º, III, da Constituição Federal de 1988). Isso significa praticamente aplicar, em nível de relações exteriores, a máxima que diz que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Claro, há brigas e brigas: em havendo uma sublevação armada que deponha um governo democraticamente formado e aliado do governo brasileiro em um país vizinho, particularmente não vejo muitos dilemas morais quanto a uma eventual decisão de intervenção para interromper o processo revolucionário e auxiliar no restabelecimento da ordem democrática.
Vejamos, por exemplo, os casos da Líbia, da Síria, do Egito e de tantos outros países que, nos últimos dois anos, passaram por descalabros e revoltas. O Brasil, dentre todas as nações que compõem o Conselho de Segurança da ONU (ainda que sem assento permanente), foi o único a adotar uma postura reticente diante desses casos — evitando condenar ou apoiar explicitamente os revoltosos ou os governos contra os quais se levantavam — e, quando interpelado, sacava da manga o curinga do diálogo. Muammar Kaddafi foi deposto, caçado como uma besta e assassinado diante das câmeras após algumas semanas de intervenção militar ocidental. Hosni Mubarak foi deposto pelos revoltosos egípcios, dos quais se destaca a antiga organização fundamentalista islâmica Irmandade Muçulmana (que, a propósito, saiu vitoriosa nas eleições presidenciais do Egito). Na Síria, bandos armados tentam derrubar o ditador Bashar Al-Assad, que tenta desesperadamente manter-se no poder — um embate de desesperos que parece já ter ceifado a vida de mais de 15 mil sírios.
Dentro desses quadros, a formação é quase a mesma: de um lado, rebeldes inconformados com governos autocráticos e que decidem acabar eles mesmos com esses governos; de outro, ditadores antigos e seus herdeiros lançando mão de todos os recursos dos quais dispõem para se manter no poder, ainda que isso signifique impor a seu próprio povo um banho de sangue. Nenhum dos lados fala ou luta pela instauração (ou manutenção) de um regime democrático, em que as liberdade mais básicas possam ser gozadas pelas pessoas. Há dois cenários possíveis: ditaduras seculares altamente corruptas em que seus dirigentes se locupletam por décadas a fio, ou teocracias islâmicas em que a shari’a é aplicada com todo o seu rigor — o que significa, em última instância, mutilação, apedrejamento, decapitação e outras crueldades aplicadas desde homicidas confessos até conversos ao cristianismo. O que diz o Brasil? “Temos que manter o diálogo”.
Essa pusilanimidade brasileira em relações internacionais não parece se aplicar, entretanto, quando os interesses ideológicos do governo estão diretamente ameaçados.
Lula cumprimenta Teodoro Obiang,
ditador da Guiné Equatorial
Quando o ex-presidente Lula visitou o ditador de Guiné Equatorial — que, de acordo com diversos levantamentos, angariou um patrimônio da ordem de US$ 600 milhões a expensas de seu próprio povo —, o então chanceler brasileiro (e hoje Ministro da Defesa) Celso Amorim resumiu a questão dizendo que “
negócios são negócios”.
Quando os pugilistas cubanos Guillermo Rigoundeaux e Erislandy Lara escaparam de sua equipe durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, e pediram asilo político ao Brasil, sua requisição sequer mereceu análise por parte do governo de Lula — situação bastante diferente no caso do quatro vezes homicida Cesare Battisti, cujo pedido de extradição havia sido formalmente feito pelo governo italiano. Nenhuma palavra foi emitida quando o governo Cristina Kirchner, a todo vapor, recrudesceu sua perseguição contra a imprensa livre ou simplesmente tomou posse de ativos espanhóis alegando “interesse superior” da nação argentina.
No entanto, de súbito, o governo brasileiro pareceu ser atingido por um ultraje fora do comum nos últimos dias. Fernando Lugo, presidente do Paraguai, um dos governantes títeres do Foro de São Paulo — aliado intestino de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, José Mujica, Dilma Rousseff, Cristina Kirchner, Daniel Ortega e, mais ao norte, os irmãos Castro —, foi deposto num fulminante processo de impeachment em que quase a totalidade dos parlamentares paraguaios votou por sua deposição. 
Federico Franco
O rito seguiu todos os ditames previstos na Constituição paraguaia, não feriu nenhuma lei, não recorreu a nenhuma ilegalidade ou ato ilegítimo, e foi motivado pelo desastroso governo promovido por Lugo. Para qualquer pessoa com um pouco de inteligência e perspicácia, esse evento deveria ser comemorado: o próprio povo paraguaio se afastou voluntariamente do Foro de São Paulo ao destituir do cargo, democrática e legalmente, seu mandatário comuno-bolivariano.
A reação de todos os governos do Foro do São Paulo foi, como era de se esperar, a mesma reação do sumo sacerdote ao ouvir Cristo Jesus dizer que era filho de Deus: rasgar as vestes, subir nas tamancas e exigir sua morte. O destempero foi instantâneo em diversos governos da região — inclusive no brasileiro. Gilberto Carvalho, o comunista que ainda se diz católico e chefia a Secretaria-Geral da Presidência da República, foi categórico em classificar o impeachment de Lugo como “ruptura da ordem democrática”. A presidente Dilma Rousseff já se adiantou em cogitar a interdição do Paraguai nas próximas reuniões do Mercosul e do Unasul, impedindo que o novo presidente paraguaio, Federico Franco — que, ao contrário do ex-bispo Lugo, é um católico exemplar — participe dos encontros. Não seria de se estranhar, nesse clima, que uma ação conjunta de Uruguai, Argentina e Brasil para desestabilizar o novo governo fosse tomada para que, internamente, Fernando Lugo promovesse o caos visando à volta ao poder.
A despeito de tantas confusões e informações desencontradas, uma coisa é certa: a decisão tomada pelo congresso paraguaio é um refrigério de esperança no meio de um continente condenado.
COMENTO: as ações de desestabilização do novo governo paraguaio já foram tomadas, iniciando com a suspensão daquele país das reuniões do Mercosul e Unasul. Coevo a essa patifaria, os canalhas aproveitarão a ausência Guarani para incluir a Venezuela nesse arremedo de circo onde o Brasil figura como o grande bufão.
.

Cuidado Com o Guardião!

.
1. O Guardião é um sistema produzido pela Dígitro, com tecnologia 100% nacional, desenvolvido por técnicos brasileiros pertencentes aos quadros da empresa, utilizado para apoiar as ações de interceptação legal empreendidas pelos Órgãos de Estado habilitados para isso. O Guardião não intercepta (não "grampeia") ligações telefônicas. É um sistema passivo: recebe as informações de dados e voz interceptadas pelas Operadoras de Telecomunicações. A interação entre o Guardião e a Operadora é feita através de conexão especial, controlada, que interliga o Órgão Usuário à Operadora. 
1) A Operadora não intercepta "alvos" sem autorização judicial; 
2) A Justiça não concede Alvarás para entidades privadas ou pessoas; 
3) As operações investigativas são normalmente acompanhadas pelo Ministério Público. 
4) A Dígitro não vende o Guardião para entidades não habilitadas — e só entidades de Estado são habilitadas. Cada equipamento tem número de série. A distribuição é controlada. Não existe a hipótese de uso “avulso” do equipamento. A implantação e operação só são possíveis com técnicos preparados e treinados para esse fim.
2. A Dígitro não tem conhecimento da aludida “Investigação do MPF-SC” que teria sido iniciada em novembro de 2010, e jamais foi citada. Todavia, cabe ressaltar: 
(1) A empresa jamais participou (ou participaria) de procedimento licitatório fraudulento. Fornecemos nossos sistemas através de certames legais, cujos regimes de contratação obedecem aos preceitos da Lei 8.666. 
(2) A Dígitro fornece regularmente, e desde sua fundação, há 35 anos, todas as informações fiscais e de toda ordem, a que é obrigada, como todas as empresas. 
(3) A Dígitro jamais fez (ou faria) uso irregular de verbas federais. Ao contrário. Ao longo dos anos contratou empréstimos (reembolsáveis) com entidades de fomento, tendo cumprido todas as obrigações previstas nos mesmos, sem nunca ter atrasado uma só prestação. Nessas agências, a empresa é considerada exemplar, pois seus projetos atendem de forma precisa os objetivos de desenvolvimento de tecnologia nacional, de integração com Universidades, de contribuição para construção de independência tecnológica do Brasil nas áreas que utilizam tecnologias sensíveis. 
(4) A Dígitro não manipula sistemas de informações: os dispositivos que fornece aos seus clientes são por eles — e somente por eles — operados. 
(5) O sucesso da Dígitro deve-se à sua capacitação e aos seus esforços. Orgulha-se de desenvolver sistemas que ajudam no combate à corrupção e não aceita as acusações ofensivas cujas origens, embora inconfessáveis, são conhecidas.
3. A respeito de alegada varredura da Controladoria-Geral da União, como toda empresa que fornece para o Estado, a Dígitro e seus contratos são públicos. Logo, naturalmente verificados pelos órgãos competentes para a fiscalização.
4. Sobre o citado “salto no faturamento da empresa”, o texto jornalístico explica: "Por e-mail, o empresário acrescentou: “A Dígitro enfrentou crescimentos importantes ao longo de toda a sua história de 35 anos”. Faraco afirmou que a maior parte (em torno de 80%) de seu faturamento provém do mercado corporativo, com mais de 2.500 clientes privados, além de operadoras de telefonia e dos organismos de segurança e defesa" — é fácil concluir que a fatia menos expressiva do seu faturamento provém do segmento representado pelo mercado de segurança e defesa. Portanto, é ilação despropositada atribuir a boa performance da nossa empresa às vendas vinculadas ao governo, desconsiderando nosso contínuo e vigoroso crescimento na área privada ao longo dos anos, onde somos protagonistas no fornecimento de soluções de telecomunicações das mais avançadas, num ambiente que outrora era dominado por gigantes multinacionais.
5. Sobre o desenvolvimento do Guardião, não procede a informação de que o sistema tenha sido desenvolvido por um grupo de policiais federais e depois vendido à Dígitro. A distorção fere os anos de dedicação e esforços desmedidos empregados por um grupo significativo de profissionais de nossa empresa, que tomaram para si, desde o começo, a tarefa de construir dispositivo dessa envergadura. Tais profissionais receberam inúmeras solicitações de membros das comunidades de segurança e defesa, e continuam recebendo, para a atualização permanente das tecnologias e atender às novas características das investigações. Ademais, o Guardião nunca foi considerado um substituto das "antigas malas de grampo" — a Dígitro não trabalha com o conceito das malas: como já afirmado, o Guardião funciona a partir de interligação física controlada com as centrais telefônicas de Operadoras.
Geraldo A. X. Faraco
Presidente da Dígitro
.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Guarânia do Engano

por Chiqui Avalos
A história do Brasil, vista desde o Paraguai, é outra
(Millôr Fernandes)
Como num verso célebre de meu inesquecível amigo Vinicius de Moraes,de repente, não mais que de repente”, alguns governos latino-americanos redescobrem o velho e sofrido Paraguay e resolvem salvar uma democracia que teria sido ferida de morte com a queda de seu presidente. Começa aí um engano, uma sucessão de enganos, mentiras e desilusões, em proporção e intensidade que bem serve a que se componha uma melodiosa guarânia, mas de gosto extremamente duvidoso.
Sucedem-se fatos bizarros na vida das nações em pleno século XXI. Uma leva de chanceleres, saídos da espetaculosa e improdutiva Rio+20, desembarca de outra leva de imponentes jatos oficiais no início da madrugada de um incomum inverno, e — quem sabe estimulados pela baixa temperatura — se comportam com a mesma frieza com que a “Tríplice Aliança” dizimou centenas de milhares de guaranis numa guerra que arrasou a mais desenvolvida potência industrial da América Latina.
Surpresos? Pois, sim, não é para menos. Éramos ricos, muito ricos, industrializados, avançados, educados, cultos, europeizados, amantes das artes, dos livros, das óperas, do desenvolvimento. Nossos antepassados brilharam na Sorbonne e assinaram tratados acadêmicos, descobertas científicas ou apurados ensaios literários. A menção de nossa origem não provocava o deboche ou ironia tão costumeiros nos dias tristes de hoje, mas profundas admiração e curiosidade dos que acompanhavam nossa trajetória como Nação vencedora. Não ficamos célebres como contrabandistas ou traficantes, mas como povo empreendedor e progressista. A organização de nossa sociedade, a intensa vida cultural, o progresso econômico irrefreável, a bela arquitetura de nossas cidades, nossos museus e livrarias, a invulgar formação cultural de nossa elite, a dignidade com que viviam nossos irmãos mais pobres (sem miséria ou fome) impressionavam e merecem o registro histórico. A rainha Vitória, que não destinou ao resto do mundo a mesma sabedoria com que governou e marcaria para sempre a história do Reino Unido, armou três mercenários e eles dizimaram a potência que, com sua farta e boa produção e espírito desbravador, tomava o mercado da antiga potência colonial aqui, do lado de baixo do Equador. Brasil, Argentina e Uruguay, como soldados da Confederação, nos arrasaram. Nossos campos foram adubados pelos corpos de nossos irmãos em decomposição, decapitados à ponta de sabre e com requintes de sadismo. O Conde D’Eu, marido de quem libertaria os negros da escravidão e entraria para a história do Brasil, comandava pessoal e airosamente o massacre. Os historiadores, essa gente bisbilhoteira e necessária, registraram seu apurado esmero e indisfarçável prazer. 
Nossas cidades terminaram por ser habitadas por populações majoritariamente compostas de mulheres e crianças. Poucos homens restaram do genocídio perpetrado. Pedro II, que marcaria a história do Brasil por sua honradez, comportou-se de forma impressionante nessa obscura página da história do Brasil, mas inversamente conhecidíssima na história de meu país: não moveu uma palha ou disse palavra acerca do sadismo de seu genro criminoso. Documentos por mim revirados no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, mostram a assinatura do velho Imperador autorizando a compra de barcos, chatas, cavalos e tudo o que fosse necessário para uma caçada de vida ou morte (mais de morte, certamente) à Lopez. Não bastava derrotar o déspota esclarecido, o republicano que os humilhava, o que havia desafiado todos os impérios, o da Inglaterra, o do Brasil, o da Espanha. Era preciso assinar seu epitáfio e esculpir sua lápide. E assim foi feito.
Derrotados, nunca mais fomos os mesmos. Passamos a ser conhecidos por uma República já bicentenária, mas atrasada em comparação aos vizinhos. Enfrentamos uma guerra cruel com a Bolívia na primeira metade do século passado. Roubaram-nos importante faixa territorial do Chaco, região paradoxalmente inóspita e riquíssima. Ganhamos a guerra. Nossos soldados mostraram a valentia e patriotismo que brasileiros, uruguaios e argentinos bem conheceram mais de meio século antes. Nossa incipiente aviação militar e seus jovens pilotos assombraram os experts norte-americanos pela refinada técnica e o sucesso de suas ações contra o agressor. Mas numa história prenhe de ironias, vencemos a guerra e ... jamais recuperamos as terras! Os bolivianos, que jamais olham nos olhos nem das pessoas nem da história, certamente se rejubilam em sua “andina soledad”, e como os argentinos depois da inexplicável Guerra das Malvinas, sabem-se “vice-campeones”.
Mal saímos da Guerra do Chaco e experimentamos a mesma e usual crônica tão comum a rigorosamente todos os outros países latino-americanos. Golpes e contra-golpes, instantes de democracia e hibernações em ditaduras ferrenhas. Presidentes se sucederam despachando no belíssimo Palácio de Lopez e vivendo na vetusta mansão de Mburuvicha Roga (“A casa do grande chefe”, em guarani). Uns razoáveis, outros deploráveis. Nenhum deles, entretanto, recuperou a glória perdida dos anos de riqueza, opulência e fartura. Um herói da Guerra do Chaco tornou-se ditador e nos oprimiu por mais de três décadas. Homem duro, mas de hábitos espartanos e por demais interessante, o multifacético Alfredo Stroessner não recusou o papel menor de tirano, mas construiu com o Brasil a estupenda hidrelétrica de Itaipu, a maior obra de engenharia de seu tempo, salvando o Brasil de previsível hecatombe energética. Foi parceiro e amigo de todos os presidentes do Brasil de JK a Sarney. Com os militares pós-64 deu-se às mil maravilhas, mas foi de suas mãos que o exilado João Goulart recebeu o passaporte com que viajaria para tratar sua saúde com cardiologistas franceses. Deposto, o velho ditador morreu no exílio, no Brasil. Nós que o combatíamos (nasci em Buenos Aires, onde meu pai, empresário de sucesso mas adversário da ditadura, curtia seu exílio) jamais soubemos de ação qualquer, uma que fosse, do Brasil em seus governos democráticos contra a ditadura do general que lhes deu Itaipu.
Depois de duas décadas da derrubada de Stroessner, nos aparece Fernando Lugo. Sua história é peculiar. Era bispo de San Pedro, simpaticão e esquerdista, pregava aos sem-terra e parecia não incomodar ninguém, nem aos fazendeiros da área. Pelos idos de 2007 o então presidente Nicanor Duarte Frutos, um jovem jornalista eleito pelos colorados, resolve seguir o péssimo exemplo de Menem, Fujimori e Fernando Henrique, e deixa clara sua vontade de mudar a Constituição e permanecer no presidência, através do instituto inexistente da reeleição. Seu governo era mais que sofrível e — desculpem-nos a imodéstia lastreada em nossa história — nós, os paraguaios, não somos dados ao desfrute de mudar nossa Carta Magna ao sabor da vontade de presidente algum.
O país se levantou contra a aventura e ele, o bispo bonachão, justamente por não ser político e garantir que não alimentava qualquer ambição de poder, é escolhido para ser o orador de um grande ato público, com dezenas de milhares de pessoas no centro de Assunção. Pastoral, envolvente, preciso, o Bispo de San Pedro cativou a multidão, deu conta do recado e catalisou a imensa indignação da cidadania. A aventura continuísta de Nicanor não foi bem-sucedida, mas, com a sutileza de um príncipe da Igreja nos intricados concílios que antecedem a fumacinha branca no Vaticano, nos aparece um candidato forte à presidência da República:habemus candidatum! A batina vestia mais que um pastor, escondia um homem frio, ambicioso, ingrato e profundamente amoral.
Seu primeiro problema foi com a Santa Madre Igreja. A Santa Sé, certamente por saber algo que nós não sabíamos, vetou sua disposição política. Não, de jeito algum, ele jamais poderia ser candidato. A igreja católica combateu a ditadura do general Stroessner com imensa coragem e ação firme, mas não queria ocupar a presidência do país. “Roma coluta, causa finita” (“Roma falou, questão decidida”). Mas não para Lugo, que deixou seu bispado, despiu a batina e virou às costas a quem lhe educou e lhe acolheu no seu seio. Poucos e corajosos colegas Bispos e padres o apoiaram abertamente. Na última sexta-feira, depois de três anos sem vê-lo ou serem por ele procurados, esses mesmos amigos e apoiadores foram até a residência presidencial pedir — em vão — que Lugo renunciasse à presidência do Paraguay para que se evitasse derramamento de sangue. O homem seduzido pelo poder disse não com frieza, levantando-se e despachando aqueles inoportunos portadores da palavra divina.
Candidato sem partido, entretanto com as simpatias da clara maioria do eleitorado. Filiou-se, pois, a um partido e o escolhido foi o centenário e respeitável PLRA, dos liberais, há mais de 60 anos fora do poder e com a respeitável bagagem de uma corajosa oposição à ditadura stroessnista. Como um Jânio Quadros, Lugo filiou-se ao Partido Liberal Radical Autêntico e usou sua bandeira, sua história e sua estrutura capilarizada em toda a sociedade paraguaia. E depois deu-lhe um adeus de mão fechada, frio e indiferente.
Eleito, desfez-se de todos os companheiros de jornada. Um a um. Stalin não apagou tantos nas fotos oficiais do Kremlin como o ex-bispo o fez. Mas demitiu os mais qualificados, por sinal. Restaram-lhe os cupinchas, os facilitadores de negócios e de festinhas íntimas, os “operadores” e alguns incautos esquerdistas para colorir com as tintas de um risível ‘socialismo guarani’ o governo de um homem que chegou como o Messias e terminaria como um Judas Escariotes.
Lugo poderia emprestar seu nome e sua trajetória de vida política (e pessoal, também) ao mestre Borges e tornar-se uma das impressionantes personagens da “História Universal da Infâmia”. Um infame, não mais que isso! Mal foi eleito e empossado, sucedem-se escândalos e se revela seu procedimento moral. Filhos impensados para um supostamente casto Bispo. Vários. Todos jamais reconhecidos ou amparados, gerados com mulheres as mais pobres e sem instrução alguma, do meio rural, humilhadas depois de usadas, uma delas com apenas 16 anos quando da gravidez. Se traíra a sua Igreja, por qual razão não nos trairia? E traiu.
Não passou um mês sequer durante seus três anos de governo sem que viajasse a um país qualquer. Com razão ou sem nenhuma, tanto fazia, e lá se ia ele, o alegre viajante para conferências esvaziadas ou cerimônias de posse de mandatários sem importância ou relevo para o Paraguay. As pompas do poder o abduziram como a nenhum déspota de república bananeira do Caribe. Os comboios de limusines com batedores estridentes, as festas e beija-mãos, os eternos e maviosos cortesãos do poder, as belas mulheres, as mesas fartas, os hotéis cinco estrelas, a riqueza, a opulência, os “negócios”. O despojado ex-bispo tornou-se grande estancieiro, senhor de terras, plantações e gado. O presidente que tomou posse calçando prosaicas sandálias como símbolo de humildade, revelou-se um homem vaidoso e fetichista. Como que a vestir a mentira em que ele próprio se tornou, passou a envergar elegantes e bem-cortadas túnicas encomendadas à alfaiates da celebérrima e caríssima Savile Row, templo londrino da moda masculina. No detalhe, o estelionato (mais um): colarinhos eclesiásticos. Afeiçoou-se a lindas e jovens, digamos, “modelos”, que floriram sua vida e a imensa banheira Jacuzzi que mandou instalar na austera e velha residência presidencial. Muitas delas o precediam mundo afora, esperando-o em hotéis fantásticos e palácios, nas vilegiaturas internacionais. Viajavam com documentos oficiais. Kaddafi auspiciava passaportes diplomáticos a terroristas, Lugo a prostitutas.
Sua afeição pelos jatinhos e jatões chegou às raias do fetiche: passou boa parte de seu peculiar mandato a bordo deles. Fretados à empresas de táxi aéreo de outros países, mandados pelos amigões Hugo Chávez e Lula, outros emprestados sabe-se lá por uns tais e misteriosos amigos. Chocou-se com o brasileiro Jorge Samek, fundador do PT e competente gestor, que na presidência brasileira da Itaipu resolveu vetar capricho juvenil do ex-bispo e delirante presidente: a poderosa binacional compraria um jato para seu uso. Um Gulfstream estaria de bom tamanho, quem sabe um Falcon, ou até um brasileiríssimo Legacy, mas ele precisava ardentemente de um jato para chamar de seu. Depois mandou que o comandante da Força Aérea negociasse um Fokker 100, adaptado com suíte e ducha. Nada feito, o raio de ação seria pequeno e ele precisava ganhar o mundo. Por fim, nos estertores de seu governo, entabulava a compra de um Challenger, usado mas chique, de um cartola do futebol paraguaio. O preço, como sempre, mais um escândalo da Era Lugo: pelo menos o dobro de um modelo novo, saído de fábrica.
Obras viárias? Imagine. De infraestrutura? Nenhuma. Modernização do país? Nem pensou nisso. Crescimento econômico? Sim, mas por obra de uma agricultura forte, de empresários jovens e ambiciosos, de uma indústria florescente e de um ministro da economia, Dionísio Borda, que destoou da regra geral do governo Lugo: competente e austero, imune às vontades do presidente e distante da escória que o cercava. 
A cada novo dia, no parlamento, nas redações, nos sindicatos, nos foros empresariais, nos encontros de amigos, um novo comentário, uma nova história de mais uma negociata dos assessores e companheiros de Lugo. Proporcionalmente, nem na ditadura de Stroessner (mais de três décadas), se roubou tanto quanto no governo pseudo-esquerdista de Fernando Lugo (menos de três anos). Já com Lugo deposto, seu secretário mais forte, Miguel Lopez Perito, telefonou à diretoria da Itaipu solicitando a bagatela de US$ 300 mil para organizar uma manifestação em defesa do governo. Queria ao vivo e a cores, "na mala", por fora, não contabilizado, no "caixa 2". Que tal? Fato tornado público por um diretor da binacional e revelador do modus-operandi da verdadeira quadrilha que comandava o país.
Seu processo de “Juízo Político” — algo como um processo de impeachment — está previsto na Constituição do Paraguay, e não foi uma travessura histórica de meia dúzia de líderes políticos ou parlamentares revidando as descortesias de Lugo para com os partidos, os empresários, os paraguayos todos. Que tipo de presidente era esse que teve 73 deputados votando por sua queda contra apenas um solitário voto? Que espécie de chefe da Nação era esse que teve 39 votos contrários no Senado contra apenas quatro de senadores fiéis ao seu desgoverno? Não teve tempo, apenas duas horas para defender-se, dizem. Ora, a Constituição não determina tempo, apenas assegura-lhe o direito de defesa, exercido através de competentíssimos advogados, que fizeram exposições brilhantes na defesa do indefensável. Um deles, Dr. Adolfo Ferreiro, admitiu claramente que o processo era legal. De outro, Dr. Emilio Camacho, em imponente ironia da história, os magistrados da Suprema Corte extraíram de um de seus celebrados livros aqueles ensinamentos necessários e a devida jurisprudência para rechaçar chicana jurídica do já ex-presidente contra o processo legal, constitucional e moral que o defenestrou. C’est la vie, Monsieur Lugo!
Em Curuguaty, num despejo de terras ocupadas pelos "carperos" (os sem-terra daqui), dezenas de mortes de ambos os lados. Lugo e seu ministro do interior, o belicoso senador Carlos Filizzola, foram avisados de que havia uma emboscada pronta para as forças militares. Com a empáfia e a absoluta irresponsabilidade que os caracterizou do primeiro ao último dia, e fiel aos amigos que manejam o MST daqui e infernizam a vida de nossos produtores rurais (entre os quais os 350 mil brasileiros que aqui plantam, colhem e vivem, nossos irmãos "brasiguayos"), ambos ordenaram a ação que se tornou uma tragédia na história de nosso país. Poderia citar, também, o EPP (Exército do Povo Paraguaio), guerrilha formada por terroristas intimamente ligados a Lugo em seus tempos no bispado de San Pedro. Jamais as forças de segurança puderam fazer nada contra eles. Mapeados, identificados, monitorados e livres! Lugo se manteve fiel aos bandidos pelos quais mostra clara e pública afeição. Como o respeitado Belaúnde Terry, no Peru, que permitiu com seu "democratismo" o crescimento do terror representado pelo Sendero Luminoso de Abimael Guzmán, o nada respeitável Lugo é o pai e a mãe do EPP.
Fernando Lugo foi um acidente em nossa história. Necessário, mas sofrido. Seus defeitos superaram suas virtudes. Aqueles eram muitos, essas muito poucas. Nós que nele votamos, sequiosos de um Estadista, nos deparamos com um sibarita. Seu legado é de decepção e fracasso. Não choraram por ele dentro de nossas fronteiras, e os que o defendem fora delas o fazem muito mais pensando no que lhes pode ocorrer do que por solidariedade ao desfrutável governante e desprezível homúnculo que cai.
O fim de seu governo dói mais a um já dolorido Chávez do que a nós. A Senhora Kirchner, radical na condenação que nos impõe, se esquece de nossa parceria na importante e gigantesca usina hidrelétrica de Yaciretá, e amplia sua lucrativa viuvez acolhendo em seu seio choroso o decaído amigo. Solidária? Nem tanto, apenas oportunista e sabendo que se abriu o precedente para que os parlamentos expulsem os incapazes. Na Bolívia o sentimento popular em relação ao sectário e também bolivariano Evo Morales não é diferente do sentimento dos paraguayos por Lugo no outono de sua aventura presidencial. É pior. O relógio da história irá tocar as badaladas do fim de uma aventura mais que improdutiva: raivosa, racista e liberticida.
Não compreendemos a posição do Brasil. Ou não queremos compreender, tanto é o bem que lhe queremos. Nos arrasou como sicário da Rainha Vitória e nós lhe perdoamos e juntos construímos o colosso de Itaipu. O tratamos bem e ele defende a continuidade de uma das piores fases de nossa história, em nome do quê? Nega-nos o direito à autodeterminação, mas se esquece do papelão ridículo que fez em defesa de um cretino como Zelaya, um corrupto ligado a grupos somozistas de extermínio e que era tão esquerdista como Stroessner e democrático quanto Pinochet.
Foi deplorável o papel do inexpressivo chanceler Patriota (que não se perca pelo nome), saracoteando pelas ruas de Assunção em desabalada carreira, indo aos partidos Liberal e Colorado pressionar em favor de um presidente que caia. Adentrando o Parlamento ao lado do chanceler de Hugo Chávez, o Sr. Maduro, para ameaçar em benefício de um presidente que o país rejeitava. Indo ao vice-presidente Federico Franco ameaçar-lhe, com imensa desfaçatez, desconhecendo seu papel constitucional e o fato de que ninguém renunciaria a nada apenas por uma ameaça calhorda da Unasul (que não é nada) e outra ameaça não menos calhorda do Mercosul (que não é nada mais que uma ficção). O Barão do Rio Branco arrancou seus bigodes cofiados no túmulo profanado pelo Itamaraty de hoje.
O que quer o governo Dilma? Passar pelo mesmo vexame de Lula na paupérrima Honduras? Se afirmativo, já fica sabendo que passará. Nós temos imensa disposição de continuar uma parceria que se revelou positiva e decente para ambos os países. Mas não sentimos ou temos pela austera presidente o mesmo terror-medo-pânico que lhe devotam seus auxiliares e ministros. Cara feia não faz história, apenas corrói biografias. Dilma chamou seu embaixador em Assunção e Cristina fez o mesmo. As radicais matronas só não sabiam que: o embaixador brasileiro é um ausente total, vivendo mais tempo em Pindorama do que por aqui. O Embaixador Eduardo Santos é tido no Paraguay como alguém que acredita que as três melhores coisas em nosso país são ar condicionado e passagem de volta. Recorda o ex-embaixador Orlando Carbonar, que foi pego de surpresa em fevereiro de 1989 pelo movimento que derrubou o general Stroessner. Até meus filhos, crianças na época, sabiam que o golpe se avizinhava e que estouraria a qualquer momento, menos o embaixador brasileiro, que descansava no carnaval de Curitiba, sua cidade natal. Voltou às pressas, num jatinho da FAB, para embarcar Stroessner rumo ao Brasil. E a Argentina... Bem, a Argentina não tem embaixador no Paraguay faz alguns meses... Ocupadíssima, Dona Cristina não nomeou seu substituto. País de necrófilos (amam Gardel, Che, Evita e Maradona, dentre outros defuntos), chamou um embaixador que não existe, um diplomata fantasma, até a Casa Rosada para consultas.
O Paraguay fez o que tinha que fazer. Seguirá adiante, como seguem adiante as Nações, testadas e curtidas pelas crises que retemperam a cidadania e reforçam a nacionalidade. O religioso que não honrou seus votos de castidade e pobreza e traiu sua igreja, foi por ela rejeitado. O presidente que não honrou nossos votos e nos traiu, foi por nós deposto. Deposto por incapaz, por mentiroso, por ineficiente, por desonesto. Mas, principalmente, por que traiu as esperanças de um país e um povo que precisaram dele e nele confiaram. E, por isso, Lugo não voltará.
Chiqui Avalos é escritor e jornalista paraguaio. 
COMENTO: a frase que encima o texto é auto-explicativa. Não se pode esperar que um paraguaio tenha a mesma visão que a dos brasileiros quanto ao conflito que envolveu o Cone Sul no século XIX. Afora isso, o texto é um relato minucioso das estripulias que levaram à queda de Fernando Lugo da Presidência Paraguaia. Mais que um simples relato, manifesta o sentimento de repulsa de um paraguaio às tentativas de ingerência de alienígenas em um problema interno guarani, já resolvido. Por fim, tudo poderia ser resumido na frase de Claudio Humberto: Pensando bem, golpe curioso esse, no Paraguai: só incomoda quem não está lá.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Reajuste dos Militares - Patifaria na Rede

.
Anda circulando entre os militares uma mensagem eletrônica a respeito de um suposto anuncio de reajuste para os militares federais (texto abaixo).
É conversa fiada!
Isso foi elaborado por alguém com um lamentável senso de humor (para não dizer que não passa de um grandessíssimo FDP)!
Ele deve saber a merda em que se encontra a milicada e a agonia que causa um boato desses.
Dessa forma, não é desculpável esse tipo de brincadeira.
A divulgação de mentiras desse tipo só piora o estado de ânimo dos companheiros.
É só pensar um pouco: com todas as demais categorias de servidores querendo reajuste, uma notícia dessas tomaria conta das capas de jornais e dos noticiários da televisão, até em edição extraordinária.
É lamentável a atitude governamental criando frustração e expectativa a respeito de um assunto que já deveria ter sido definido desde a aprovação do Orçamento Nacional.
Essa falta de atitude governamental aliada à omissão dos que deveriam assumir seus papéis de líderes mantendo seus subordinados confiantes e bem informados dá margem a que canalhices como a tal mensagem recebam crédito.
Um conselho aos desavisados para verificar a veracidade de "notícias" assim antes de ficar "repassando":
- se for e-mail, deve ter o enlace para a fonte;
- para outros casos, é só usar o velho Google. Se não foi publicado em jornal ou blog com credibilidade ou em documento oficial, é falso. Exceções nos casos em que o autor do texto afirme ter presenciado ou executado a ação (e assine).

No presente caso, assinalei em vermelho e entre parênteses, alguns erros que servem como indícios da falsidade e da falta de conhecimento do autor da brincadeira.
Acredito que normalmente, o assunto deveria ser motivo de desmentido por alguma "otoridade" mas como parece que estão todas ocupadas com coisas mais importantes, assumo como bom Cavalariano, a paternidade do desmentido.
"REAJUSTE DOS MILITARES
A Presidente DILMA anuncia (anunciou onde e quando?) reajuste para militares das Forças Armadas. Reajuste para Forças Armadas será em três parcelas a contar de Julho.
Da sucursal Brasilia-DF
(SUCURSAL DO QUE???)
A Presidenta Dilma Rousseff anunciará
(anunciará ou anunciou) reajuste para praças e oficiais das Forças Armadas. Os índices de aumento estão sendo preparados para o anúncio vir logo depois do pagamento da 1ª metade do Adicional Natalino a ser pago com o pagamento de junho. '"Dilma examinou documentos e comparações dos salários pagos a PMDF e da PF e chegou a conclusão que o reajuste a ser anunciado será um feito contra as injustiças que vem sofrendo a classe dos militares das Forças Armadas."', informou o Porta voz da Presidência (onde e quando o 'porta-voz' iria se referir à Presidente pelo primeiro nome?).
Com a estratégia do aumento em parcelas, a partir de julho o governo economiza no pagamento da 1ª metade do 13º Salário e evitará o desgaste político que poderão aconteçer
(que jornal deixaria passar dois erros em cinco palavras?) com os protestos de mulheres de militares que, com panelaços e apitaços, já no governo Lula conseguiram chamar a atenção da sociedade para os valores dos soldos dos quartéis, bem abaixo dos salários pagos, por exemplo, aos policiais federais.
Também será dado uma decisão final sobre o pagamento da diferença dos 28,86%, devida a praças e oficiais até major.
Os índices poderão chegar à 76,78% a serem pagos em três parcelas (Julho, Janeiro/2013 e julho/2013 e terá índice único para todas as patentes respeitando a constituição e a fim de evitar enxurrada de processos na justiça.
Dilma acha que esse reajuste até poderia ser chamado de reposição salarial, já que é uma divida que vem se avolumando com os militares desde o governo FHC.
A ideia do reajuste escalonado é fazer com que um Almirante, Generais de
(do) Exército e Brigadeiros do Ar (topo da Carreira) ganhe próximo a R$ 19.699,82 o mesmo que que recebem delegados e peritos no topo da carreira na Polícia Federal. Porém pelo contingenciamento do orçamento essa aproximação se fará de maneira gradual até o fim do mandato da Presidente(a).
A Presidenta quer desvincular de uma vez por todas a sua imagem de ex-opositora ao Regime militar e acredita que os tempos agora são outros e a realidade é totalmente diferente dos anos de chumbo.
Ivone Luzardo, líder do movimento das mulheres de militares, disse que o fato de se ter uma mulher Presidente
(a) ajudará no diálogo, mas os índices anunciados ainda estão longe do ideal e (do) justo a serem concedidos."
Espero que esta postagem tenha sido útil aos companheiros de farda!
.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Considerações Sobre a Segurança na Rio+20

por Vinicius Domingues Cavalcante
Uma das questões mais polêmicas de um evento como a Rio+20, que envolve a presença de uma enorme quantidade de autoridades estrangeiras, é a de como o país anfitrião garantirá a segurança de todos esses dignitários. São inúmeras personalidades e cada uma delas traz consigo a perspectiva de riscos que vão desde a eliminação física por antagonistas, até a possibilidade de males súbitos de saúde enquanto em sua estada sob nossa proteção. Como experiências vividas pelo próprio Papa e pelo Dalai-Lama muito bem demonstram, nenhuma celebridade consegue despertar e manter, de uma forma unânime, sentimentos favoráveis em 100% das pessoas e uma autoridade, qualquer que seja ela, por mais que angarie simpatias, sempre atrairá para si uma razoável dose de antagonismo. O exercício das funções da autoridade sempre desagradará aos interesses de pessoas, grupos e até mesmo de governos estrangeiros, os quais podem tramar e executar ações, contra as quais a segurança de tais dignitários deverá estar preparada para a se opor. Vale ressaltar que, muitas vezes, é mais fácil atingir tais alvos num terceiro país do que enquanto na proteção de suas próprias fronteiras.
Tudo pode ser motivo para um atentado: a necessidade de modificar a situação político-social através do uso do terrorismo e violência; o fato de que a eliminação física de uma autoridade estrangeira pode propiciar mudanças no regime político e instauração de uma nova ordem; a motivação de que a vítima é responsável pela perseguição política de um segmento da população de seu país, pela crise econômica nacional ou pelas dificuldades financeiras enfrentadas pelos agressores. Se a detecção de complôs ou de grupos terroristas já é uma tarefa difícil, o que dizer quando se está diante de um desequilibrado mental, ou de um terrorista desconhecido, tipo “Lobo Solitário”, que age sozinho e indetectável, até desencadear seu ataque movido pelo ódio, vingança, por questões de fundamentalismo religioso as quais só ele conhece.
Em Dezembro de 1993, um espectador de cerca de 50 anos aparentemente inocente saiu do meio de um público amistoso e agrediu fisicamente o então Presidente da Alemanha Ocidental Richard Von Weizsaecker com um violento soco. O Primeiro Ministro da Suécia, que morreu numa via pública de Estocolmo, em 1986, por tiros à queima roupa, não via necessidade de usar seguranças. No mesmo erro incorreu a Ministra de Relações Exteriores da Suécia, Anna Lindh, assassinada a facadas numa loja de departamentos em 2003, que vinha sistematicamente recebendo correspondências ameaçadoras. Independentemente do forte esquema de segurança que há muito protege os presidentes norte-americanos, um jovem desequilibrado mental, em 1981, disparou seis tiros contra o Presidente Ronald Reagan, ferindo-o com gravidade. A ninguém faculta descrer dos riscos, muito menos aos seguranças!
Receber terceiros consiste numa enorme responsabilidade. O esquema de segurança montado deve ser capaz de assegurar que o visitante (e seu staff) esteja a salvo de toda sorte de ocorrências adversas que se possa antever. Em geral, o planejamento é dimensionado em função direta das pessoas e grupos antagônicos que possam pretender desmoralizar, sequestrar, ferir ou matar aqueles que são alvo da proteção. Em geral, uma segurança pessoal será condicionada pela necessidade de sobrepujar seus opositores potencialmente mais poderosos; e se qualificando obstinadamente para fazer frente ao mais perigoso, a tendência (embora não a regra) é que consiga prevenir, dissuadir e atuar com sucesso, em face de ocorrências adversas de menor gravidade, risco e sofisticação.
Quem quer que planeje um dispositivo de segurança complexo, como o da presente conferência, deve estudar minuciosamente um grande histórico de ocorrências de atentados, aprender sobre como eles se processaram e sobre os meios que foram empregados. Com base em tais informações é que se dará ensejo a todos os esforços possíveis para impedir que essas ações possam ser repetidas contra as personalidades que estivermos protegendo no Brasil. Planejadores escrupulosos sabem que não existe “segurança perfeita”, que mesmo organismos de segurança estrangeiros, altamente profissionais, já amargaram o revés de ver seu protegido assassinado, ferido ou desmoralizado por um atentado bem executado; daí não se deve estranhar o excesso de rigor cautelar em tudo que envolve a preservação da integridade dos visitantes. Por mais que deva ser evitada a ostentação de aparato bélico ou desnecessária perturbação na vida da população representada pelo fechamento de ruas, mudanças de mão de tráfego, cordões de isolamento, num evento da magnitude da Conferência Rio+20 eles fatalmente advirão. É diferente de recepcionar uma única autoridade estrangeira de risco mais baixo quando se pode bem explorar o sigilo e a descrição da segurança como um aliado mais vantajoso.
Para o cidadão comum é difícil compreender as razões dos profissionais encarregados de prover a segurança desses visitantes importantes. Quem dos nossos compatriotas imaginaria que, para assassinar o Presidente checheno Ahmad Kadyrov, os separatistas plantaram uma bomba sob a estrutura de concreto da tribuna presidencial de um estádio desportivo com mais de um ano de antecedência! No entendimento do público leigo a referência a esses e outros exemplos absolutamente reais só teria paralelo nos livros de Tom Clancy.
O bom profissional de segurança não pode confundir a boa sorte com as boas táticas. Em se tratando da proteção de dignitários, o fato de nenhuma adversidade ter ocorrido deverá estar associado ao bom planejamento da segurança, à sua execução disciplinada e escrupulosa, à colaboração da autoridade, ao emprego de armamento, equipamentos e recursos adequados, à excelência do treinamento dos agentes e não apenas ao fato de que atentados espetaculares não são coisas que costumam acontecer todo o dia, principalmente no Brasil. Os planejadores da segurança de um grande evento não podem fiar-se no dito de senso comum, de que somos um país pacífico, sem inimigos, que o nosso povo é ordeiro, tranquilo e de boa índole; eles não devem se preocupar com as regras, mas sim buscar acautelar-se contra as mais graves, violentas e às vezes imponderáveis exceções!
Poderíamos listar uma extensa relação de autoridades assassinadas, feridas ou sequestradas, mas, na verdade, é impossível apresentar estatísticas de ações desencorajadas pela existência de bons "esquemas de segurança". A própria atividade de segurança pessoal de autoridades, por excelência, só vem a merecer comentários quando se vê sobrepujada pela ação dos criminosos, loucos ou terroristas.
Como é próprio de qualquer atividade dessa magnitude, por certo ocorrerão erros, sobretudo na execução. Contudo, ao final da Conferência, o que importa é que todas as delegações possam retornar aos seus respectivos países em segurança; e nesse caso, ser motivo de pilhéria e receber críticas ácidas por um cuidado redobrado sempre será melhor do que assumir uma pecha de incompetência e chorar o leite derramado, do sacrifício daqueles a quem deveríamos salvaguardar. O saldo deve ser totalmente positivo, sem reveses, não importando nesse caso se nos referimos a proteção do Presidente de um país do G-8 ou do Rei de uma pequena ilha do Pacífico. Na missão de segurança jamais se deve contar com uma eventual boa sorte, a qual bem pode acabar sem aviso! Aqueles que planejam a execução de um atentado tem todo o tempo do mundo a seu favor e podem até tentar numa segunda chance... Aqueles que protegem, ao menos teoricamente, não poderão errar uma única vez!
Vinicius Domingues Cavalcante, é Diretor da
Associação Brasileira de Profissionais de Segurança – ABSEG
no Rio de Janeiro (www.abseg.com.br)
Recebido por correio eletrônico
.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Quem Vai Ser o Lugo Amanhã?

por Jorge Serrão
O impeachment do bispo Fernando Lugo pode representar a ruptura de um ciclo democrático na América Latina? Um tal interlocutor da Presidenta Dilma Rousseff, que o jornal O Globo preferiu não identificar, faz a afirmação que sim. No entanto, o mais sensato é fazer a pergunta em termos corretos, para termos uma resposta mais precisa e próxima da realidade.
Primeira falsa questão. O tal “ciclo democrático” na América Latina existe de verdade ou é uma mera figurinha de retórica política empregada pelos radicaloides membros do Foro de São Paulo? Por aqui e acolá temos “democraduras”. O regime de insegurança jurídica e de desrespeito à razão pública, com componentes de corrupção e bagunça institucional, acontece no Brasil, na Argentina, no Equador, na Bolívia, na Venezuela e no Paraguai — onde ocorreu uma reação política conservadora.
Quem analisa a realidade não pode ignorar que o continente, há muito, é governado pelos ditames do Foro de São Paulo. Esta organização meio oculta, fundada por Fidel Castro e Lula da Silva em 1990, aparelha a Unasul. Só os imbecis completos não sabem e os FDP profissionais fingem ignorar que o Foro cumpre o papel de promover o capimunismo globalitário.
Seus membros fazem o discursinho de esquerda, com verniz socialista. Mas, na prática, aparelham o Estado para locupletar seus líderes, enquanto atuam como marionetes da Nova Ordem Mundial. Lula, Dilma, Cristina, Morales, Correa, Lugo, Mujica, Chavez e companhia servem aos interesses reais da Oligarquia Financeira Transnacional, que controla os negócios mais lucrativos do mundo, destruindo as soberanias dos próprios países que governam.
Os setores conservadores do Paraguai resolveram reagir depressa quando viram que Lugo praticava com o governo de lá o mesmo que fazia com mocinhas que o endeusavam nos tempos de “Bispo do Povo”. Dentro das regras institucionais e soberanas do Paraguai, Lugo sofreu um impeachment. A esquerdalhada, na retórica imbecilizante e mentirosa de sempre, chama este movimento de “golpe”. Curiosamente, não chamam de golpe tudo de errado que fazem contra a democracia, a liberdade de expressão, os valores humanos e a soberania econômica de seus países — entregues às feras do globalitarismo.
Agora, temos de aguentar o papo furado de um covarde interlocutor da temperamental marionete Dilma, alegando que “o governo brasileiro acredita que somente o clamor popular poderá salvar o agora ex-presidente Lugo. Havendo a constatação de que houve ruptura dos princípios democráticos no Paraguai, um dos caminhos é a evocação da cláusula democrática do Protocolo de Ushuaia, cujo efeito é o isolamento do país na região”.
Eis a comprovada democracia às avessas (na verdade, uma democradura) defendida pela bonequinha de Lula e seus comparsas do Foro de São Paulo — todos a serviço dos anti-valores da Nova Ordem Mundial. Os picaretas da democracia agora falam em isolar o Paraguai — como se isso tivesse algum efeito prático. Ou alguém divida que a manobra que tirou Lugo depressinha do poder não teve um oculto apoio norte-americano — que tem bases lá nos charcos? Blindados pela Águia, os militares paraguaios respaldaram a ação política contra Lugo.
É preciso ficar clara a verdade que nossa mídia amestrada e abestada vai sonegar dos seus leitores, ouvintes e telespectadores. Lugo foi derrubado por suas ligações estreitas com organizações guerrilheiras criminosas, que se travestem do manto bonzinho de “movimentos sociais no campo”, para ganhar muito dinheiro com tráficos de drogas, armas e outras mercadorias menos votadas. Foi tal ligação com o crime que derrubou Lugo, justamente no momento em que o esquema mafioso do Paraguai se preparava para faturar alto com a oculta gestão da polêmica “estatização” da venda de maconha no Uruguai.
O interessante, agora, é o cagaço gerado nos demais membros do Foro de São Paulo. Reparem que as reações mais fortes à queda de Lugo vieram dos radicaloides Cristina, Morales e Correa. Em seus países, pelos abusos que cometem contra a ordem democrática e institucional, sabem que podem ter um destino parecido com o do Lugo — que daria um livro: “Os crimes do Bispo do Povo”.
A petralhada também sabe que, apesar das aparências, muita gente não suporta mais a ação do governo do crime organizado corroendo as instituições brasileiras. A sorte momentânea deles é que aqui os urubus ainda parecem voar mais alto que as águias e os carcarás. Mas os reis do lixão da história uma hora podem se dar mal. Seria o ideal. Só não dá para saber se um milagre pode acontecer tão rápido quanto no Paraguai. Por via das dúvidas, ninguém se espante se sair, num golpe de caneta do Diário Oficial, algum reajuste-cala-boca de salário para os nossos militares.
O Paraguai deu o sinal de que é possível reagir contra o Governo do Crime Organizado. Agora, resta esperar se o esquema mafioso-ideológico do Foro de São Paulo conseguirá jogar nas ruas o “quarto elemento” (guerrilha rural e urbana, junto com agitadores sociais) para desestabilizar o novo presidente Federico Franco — que representa o retorno dos conservadores e liberais ao poder. O que acontecer no laboratório paraguaio pode representar experimentos a se repetirem em outros campos de teste.
O certo é: não há câncer que dure para sempre. Não é verdade, Lula?
Jorge Serrão é Jornalista
Fonte: Alerta Total
COMENTO: a mim, parece que o "quarto elemento" já está em ação no Brasil. Afinal, em ano de eleições municipais, com o candidato oficial para São Paulo não decolando nem com o apoio malufista, nem a Velhinha de Taubaté acredita que os atentados contra a Polícia Militar paulista são só coincidência.

domingo, 24 de junho de 2012

Governo do PT: O Que é Ruim, a Gente Não Mostra

.
por Políbio Braga
O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de São Leopoldo, Marco Antonio Pinheiro, está alarmado com o silêncio da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, que não liberam uma só informação sobre o andamento da Operação Cosa Nostra.
São Leopoldo está localizada a 30 minutos de Porto Alegre, município de 209 mil habitantes.
A Operação Cosa Nostra foi desfechada há três meses pela Polícia Civil. Pelo menos cinco secretarias e órgãos municipais foram visitados e deles foram apreendidos documentos e equipamentos.
Há oito anos o prefeito de São Leopoldo é Ary Vanazzi, do PT, uma espécie de coronel local, porque domina completamente o ambiente político local. Ele elegeu deputada estadual a sua própria cunhada, Ana Afonso, e tem o apoio de 11 dos 13 vereadores.
As ações da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, saíram depois que o ex-secretário Marco Antonio Pinheiro construiu um dossiê horripilante de 1.200 páginas, denunciando malfeitorias na administração local. A este dossiê, soma-se outro volume de denúncias assinado pelo médico Carlos Arpini, ex-diretor Clínico do Hospital Centenário, acusado de servir aos interesses eleitorais de líderes do PT.
Depois das denúncias, Carlos Arpini foi esfaqueado ao sair de casa e Marco Antonio Pinheiro resultou ameaçado fisicamente, também em casa. Ambos estão sob proteção de seguranças.
O dossiê envolve inúmeras autoridades municipais e também 92 empresas, todas fornecedoras da prefeitura. A 3ª Delegacia de Polícia efetuou dezenas de mandados de busca e apreensão, mas parou de agir depois que o caso foi avocado para a Delegacia de Polícia Fazendária, com sede em Porto Alegre.
Ainda não se tem notícia sobre o andamento do pedido feito pela Delegacia de Polícia Fazendária à 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça e ao STF, pedindo autorização para investigar o prefeito Ari Vanazzi, sua cunhada, a deputada Ana Afonso, e o deputado Ronaldo Zulke.
A apenas três meses das eleições, os eleitores de São Leopoldo não sabem o que acontece e nem de que modo as autoridades investigam as escabrosas denúncias feitas por Marco Antonio Pinheiro e Carlos Arpini.
Cópias completas dos pedidos de representação por mandado de busca e apreensão contra pessoas, órgãos e empresas de São Leopoldo, circulam pela Internet desde o início da semana.
.

O "Nosso" Incrível Exército de Brancaleone

por Francisco Vanderlei Teixeira de Oliveira
Além de engolir a Comissão da Verdade, que é mais uma jogada para atingir a imagem da instituição militar, o EB agora embarca nessa direta intervenção da Comissão de Direitos Humanos da OEA.
(Jornalista Jorge Serrão)
Na Baixa Idade Média, séculos XI a XIV, materializaram-se fatos que culminaram com a decadência do feudalismo. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra arrasou várias regiões da Europa, a “peste negra” eliminou cerca de um terço da população europeia, seguiu-se a destruição dos campos, plantações e rebanhos. O trinômio “guerra, peste e fome”, afetou de forma definitiva o feudalismo.
No contexto histórico acima o diretor Mario Monicelli produziu, em 1965, o clássico do cinema italiano “O Incrível Exército de Brancaleone”. Nele, retratou os costumes da cavalaria medieval através de uma demolidora e bem humorada sátira. A figura central do filme é Brancaleone, um cavaleiro atrapalhado que lidera um pequeno exército, perambulando pela Europa em busca de um feudo. A produção consegue ser hilária, mesmo retratando aspectos avassaladores da crise europeia, e focaliza principalmente a decadência das relações sociais no mundo feudal.
A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) será palco de uma cerimônia pública de colocação de uma placa para homenagear o cadete Márcio Lapoente da Silveira, falecido em 1990, e outros que perderam as suas vidas durante instrução de formação do futuro oficial do Exército Brasileiro. Ao que se sabe, ao longo dos tempos foram muito poucos os casos de acidentes com mortes. As medidas de segurança e as de socorro médico às vitimas de acidentes em instrução militar sempre foram tomadas dentro do que prescrevem os regulamentos militares e do que manda o bom senso.
O respeito ao ser humano sempre prevaleceu dentro das escolas de formação e dos quartéis pelo Brasil afora. Todo acidente sofre apuração de eventuais responsabilidades através de Inquérito Policial Militar, com solução aos cuidados das Auditorias Militares e, por vezes, do Superior Tribunal Militar. Portanto, não caberia qualquer interferência externa naquilo que está rigorosamente prescrito nos Regulamentos e nas Leis que regem a atividade de formação e preparo da Força Terrestre, bem como no Código Penal Militar.
O cadete é o herói a lutar, na paz ou na guerra, para honrar as tradições da nossa terra. O seu lema é o amor ao Brasil e o amor a nossa Bandeira.
A imposição do ato solene, que certamente será midiático, é parte do Acordo de Solução Amistosa celebrado entre o Estado Brasileiro e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA). Essa instituição é a mesma que apregoa a revogação da Lei de Anistia brasileira, tentando desqualificar o que foi aprovado pelo nosso Congresso, sancionado pelo nosso Presidente e confirmado pelo nosso Supremo Tribunal Federal. Para agravar, a decisão do governo brasileiro em aceitar a homenagem pública, o ato de execução foi prontamente acatado pelo Comandante do Exército, que deve tê-la recebido através do nosso Ministro da Defesa, e repassado sem qualquer restrição ao Comandante da AMAN. Este, por sua vez, ainda terá a grande e ultima chance de mostrar que a formação na nossa tradicional Academia Militar se dá dentro de padrões de excelência equiparados às melhores Academias do mundo e que os excepcionais instrutores que fizeram e fazem parte do seleto quadro daquela Escola de Formação de Oficiais ainda merecem muito respeito.
O lamentável nesse episódio grotesco é que mais uma ação desmoralizadora para o Exército Brasileiro se concretiza e os nossos chefes militares aceitam passivamente ser alvo dessa maquinação engendrada pelos articulistas dos direitos humanos do atual governo. Confirma-se outra obra da guerra psicológica para comprometer a imagem dessa digna Instituição, Guardiã Constitucional da soberania e da democracia do Brasil, que goza de todo o respeito da sociedade brasileira.
Resta-nos saber, somos ou não somos um País soberano?
Aceitar a interferência de organismos internacionais na condução do processo de formação dos nossos quadros de oficiais ou de praças não me parece ser o melhor caminho para o futuro da Nação. Acidentes de trabalho acontecem todos os dias em vários ramos de atividades e com muito mais frequência. A atividade militar, de formação ou operacional, com o risco maior que lhe é inerente, certamente estará sujeita a ocorrências com danos pessoais e até com perda de vidas. A conscientização sobre aspectos modernos de formação técnica e humanística devem seguir os princípios básicos que regem as necessidades operacionais das forças militares de qualquer país. No entanto, deixar que o clima de denuncia indicando que a formação e instrução militar se aproximam de ato de tortura nos levará ao imobilismo de ação e a queda do padrão de preparo dos nossos profissionais da guerra.
O cadete ou o sargento que se candidatam aos cursos de formação estão totalmente cientes dos riscos a que se submeterão. Aceitam-nos de livre e espontânea vontade e podem “pedir para sair” a qualquer momento, sem nada dever ou dar satisfação. Não somos marionetes para ficarmos sujeitos aos gostos e contragostos dos interesses políticos de qualquer facção no poder. A nossa autonomia como força militar só se dará com a obtenção de equipamentos adequados, uma formação de elevado nível e condições de sustento familiar compatíveis com os dos países de primeiro mundo e com o do nosso almejado futuro. Mas a nossa Instituição tem muito a exigir de respeito pelo que representa para o Brasil.
Juramos dedicação integral ao serviço da Pátria, defendendo a sua Honra, Integridade e Instituições com o sacrifício da própria vida.
No tal acordo de Solução Amistosa fica evidenciada a pretensão da ingerência da OEA nos assuntos do Exército Brasileiro quando diz: “O Estado brasileiro se compromete a realizar estudo sobre a possibilidade de firmar convênio com o Instituto Interamericano de Direitos Humanos, cujo objetivo é assegurar, através do curso de capacitação, que a formação das praças e oficiais das Forças Armadas Brasileiras atenda aos padrões internacionais de proteção aos direitos humanos”. Ora bolas! Danem-se esses organismos internacionais! Mandem a OEA com sua CIDH e seus acordos amistosos passarem nos hospitais, postos de saúde, presídios e delegacias de todos os estados brasileiros. Lá encontrarão provas cabais daquilo que reconhecemos como tortura e terrorismo ao mesmo tempo.
Levem juntas as autoridades dos governos federal, estadual e municipal responsáveis por aqueles setores. Certamente encontrarão motivos para erguer um sem numero de monumentos e apor incontáveis placas em homenagem aos vitimados pela irresponsabilidade do poder público e dos nossos políticos. Poderiam até levar comboios do Exército a reboque para recolher os governantes presos para os quartéis. Lá eles terão hospitais e postos de saúde funcionando e xadrezes com segurança e higiene compatíveis com o respeito à dignidade do ser humano e poderão conhecer tudo o que existe de bom na nossa formação militar. Não é isso que estão buscando?
O povo só será verdadeiramente livre se a ele for dada educação de qualidade. Dê-lhe também saúde, segurança, habitação, emprego e tudo mais que o faça um ser humano digno.
As autoridades brasileiras continuam submissas aos interesses estrangeiros. Com isso demonstram o quanto somos frágeis e nos colocamos como país subdesenvolvido. Lamentavelmente, temos que conviver com a contaminação dos chefes militares com esse estado de submissão e de fraqueza generalizados. A desmoralização das Forças Armadas, com prioridade para o Exército Brasileiro, continuará sendo estampada de forma cada vez mais intensa. Precisamos dar um basta, de forma clara e definitiva, para os de dentro e os de fora do Brasil. Não se está buscando ou apregoando confronto armado ou revolução pela força, mas simplesmente um posicionamento firme e determinado no sentido de colocar em patamar elevado os nossos verdadeiros interesses, que são mais nobres do que se prega nos corredores sinistros dos vários órgãos de defesa dos “falsos” direitos humanos.
Quem muito se curva o fundo aparece... (dito popular).
Não queremos guerra, peste, fome e nem tampouco decadência.
Não queremos um líder atrapalhado perambulando com seu diminuto exército.
Não queremos que nos transformem num “Incrível Exército de Brancaleone”.
Francisco Vanderlei Teixeira de Oliveira
é Coronel da Turma de 1975.
Fonte: Alerta Total
.