sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Música da Despedida

Recebi por correio eletrônico:
Lula disse que foi gostoso demais e nada complicado governar o Brasil. Também pudera, durante os 8 anos, viajou 470 dias, um ano e três meses. E só contou lorotas ao povo. 
Sai de cena como o maior enganador do planeta e ainda usa a música da vitória, hino do saudoso Airton Senna para dar adeus ao povo. 
Se há alguma música que poderia ilustrar o momento essa seria: 
Dizem que eu sou cachaceiro,
Cachaceiro eu não sou,
Cachaceiro é quem fabrica pinga,
Eu sou só consumidor. 
Que o diga o jornalista americano Larry Rohter.
 .
 Fonte do vídeo:  Letras - Terra

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Silêncio das Forças Armadas

por Maria Joseita Silva Brilhante Ustra
 “Em uma guerra, a primeira vítima é a verdade”, 
(Hiram Johnson - Senador americano - 1917)
Nosso site tem recebido muitos e-mails de civis de todos segmentos da sociedade, de soldados a altas patentes das Forças Armadas, queixando-se da falta de informações sobre  a Contra-Revolução de 1964 e o Regime Militar.
Confirmando a falta de informações a respeito do período, em uma troca de idéias sobre os chamados "anos de chumbo",  foi dito por um general, na presença de mais dois generais, dois coronéis e três civis, um deles, eu, que:
- Nós, militares, não eu, não discutimos o assunto por desconhecimento e vergonha desse período! (Textualmente)
Creio que não são muitos, mas, esses, certamente, terão vergonha, por desconhecerem a história e, consequentemente, não terem condições de discutir o assunto. Provavelmente, não viveram essa época e nas escolas que frequentaram devem ter estudado em livros, onde a história já vinha sendo reescrita, com a versão da esquerda. Viram nas TV noticiários,  mini-séries, novelas e filmes onde os subversivos e os terroristas das décadas de 60 e 70 são mostrados como heróis desarmados que foram torturados, trucidados e abusados sexualmente pelos truculentos gorilas das Forças Armadas. Eram "pobres estudantes que lutavam pela liberdade e pela democracia". Leram reportagens tendenciosas em jornais e revistas  de grande circulação. Têm que ter vergonha, realmente, falta-lhes conhecimento do que, realmente, se passou naquele período.
As Forças Armadas ganharam a batalha das armas, mas não enfrentaram a guerra das comunicações!...
Perderam a guerra. Não rebateram as críticas... Não  mostraram  aos milhares de jovens que passaram por suas fileiras, como soldados, como sargentos, como cadetes, ou como alunos dos Colégios Miliares a verdadeira história da Contra-Revolução de 1964 e o desenvolvimento que o regime militar trouxe ao Brasil.
Os militantes das organizações subversivo-terroristas valendo-se do fato de que as três últimas gerações não foram testemunhas oculares dos fatos ocorridos durante os governos militares, estão agora no poder e com o dinheiro de nossos impostos pretendem continuar a cooptar os jovens
Os militares e a sociedade deixaram que um grupo de militantes de organizações subversivo-terroristas que, finalmente, depois de três tentativas de tomada do poder  pelas armas,  na quarta tentativa,  ao assumirem o poder pelo voto popular,  reescrevessem  a história, valendo-se do fato de que as três últimas gerações não foram informadas do que se passou  durante os governos militares. Assim. esses estudantes tendem a crer nas inverdades que o governo com o dinheiro de nossos impostos divulga permanentemente. 
Agora, vão lançar essa nova arma na doutrinação dos jovens do 2º grau.  Esse CD–ROM é inadmissível, pois seu conteúdo conspira contra a democracia. É o controle do Estado sobre a opinião pública
É inadmissível que o maior crime praticado, clandestinamente, antes e durante o regime militar - o recrutamento de nossos jovens - continue a ser praticado agora, às claras e  com a conivência da sociedade.
Será que as Forças Armadas, enquanto instituições nacionais permanentes, têm o direito, de calar-se ante tamanha ignomínia praticada contra a Nação?  Será que não percebem que esse CD-ROM é mais uma peça de propaganda na guerra psicológica contra as Forças Armadas?
Nós, que vivemos essa época, que vimos jovens serem cooptados para a luta armada, que vimos  nossos amigos morrerem emboscados, que vimos  soldados jovens que serviam à Pátria  e civis inocentes serem  assassinados, não podemos aceitar esse silêncio das nossas Forças Armadas  ante tamanha ignomia praticada contra a Nação.
Leia o texto completo em:  A Verdade Sufocada
COMENTO: certamente a "vergonha desse período" a que o militar se referiu seja a vergonha que ele pode sentir por ter se mantido alheio à luta que outros militares desenvolveram para manter a liberdade "neçepaíz" talvez por ser ele de geração profissional posterior aos anos da década de 60. Ou talvez se envergonhe de não ter, pelo menos, tentado transmitir conhecimentos aos subordinados que por ele passaram em sua juventude, contribuindo, assim, para esse 'desconhecimento'. Por outro lado, a qualquer um minimamente interessado, estão acessíveis, graças à internet, informações relevantes a respeito dos objetivos que guiavam a luta "contra a ditadura".  O livro A Verdade Sufocada (já em sua 6ª edição), apesar do boicote das grandes livrarias sabe-se lá por quais motivos, é uma rica fonte de pesquisa - sugestão de presente para quem quer realmente passar algo de bom a um amigo ou parente.  O próprio "Projeto ORVIL" de acesso gratuito é outra fonte de conhecimento. Assim, qualquer professor de ciências sociais que queira efetivamente bem orientar seus alunos não pode queixar-se de falta de fontes que contem "o outro lado da História".
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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Quanto Custa o BNDES

Embora poucos deles saibam, os contribuintes sustentam um programa de crédito subsidiado cujos critérios de concessão são misteriosos, e que lhes custa até R$ 21 bilhões por ano, 38% mais do que o governo gasta com o Bolsa-Família, que vem ajudando a mitigar a pobreza no País. Trata-se dos financiamentos do BNDES com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional, cujo total pode chegar a R$ 296 bilhões em 2011.
É a diretoria do BNDES que, sem consultar outras instâncias do governo, decide para quem, quanto, em que condições e com que garantias emprestará o dinheiro. Suas escolhas podem não corresponder ao interesse do País — mas, quaisquer que elas sejam, o contribuinte é chamado a pagar sua parte.
O cálculo do valor pago pelos contribuintes foi feito pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) Mansueto Almeida. De 2008 a 2010, o BNDES recebeu R$ 236 bilhões em repasses do Tesouro para financiar investimentos de empresas privadas e, assim, combater os efeitos da crise mundial sobre a economia brasileira. Se se confirmar a informação de que, em 2011, o banco terá mais R$ 60 bilhões, sua disponibilidade será de quase R$ 300 bilhões.
Para captar recursos no mercado, o Tesouro paga juros de 10,75% (a taxa Selic) a 12,5% ao ano (a remuneração da NTN-F, título prefixado de longo prazo), mas o BNDES cobra, pelos empréstimos concedidos, 6% ao ano, que é a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). "Se o Tesouro fosse uma empresa, acionistas e credores estariam olhando com atenção esse descasamento entre os juros pagos e os recebidos", advertiu o economista Mário Garcia, professor da PUC-RJ, em entrevista à repórter do Estado Raquel Landim.
Não sendo o Tesouro uma empresa, cabe ao contribuinte fiscalizar o que se faz com o dinheiro que ele recolhe aos cofres públicos. Nas contas de Mansueto Almeida, o subsídio anual varia de R$ 11,6 bilhões a R$ 15,9 bilhões, dependendo do custo da captação do Tesouro (Selic ou NTN-F). Adicionando-se o custo de R$ 5 bilhões do Programa de Sustentação de Investimentos, para o financiamento de máquinas, os subsídios totais variam de R$ 16,6 bilhões a R$ 20,9 bilhões. Cada ponto porcentual de aumento da Selic faz o subsídio crescer R$ 2,5 bilhões.
Mas não é só por causa do alto custo dos subsídios que a política de financiamentos e de investimentos do BNDES exige maiores esclarecimentos públicos por parte de seus diretores. É também pelas escolhas que a direção do banco tem feito. Alguns de seus diretores defendem a tese de que é necessário criar empresas brasileiras em condições de disputar espaços e consolidar sua presença no mercado mundial. Seriam o que eles chamam de "campeões nacionais". Mas são eles mesmos, os diretores do BNDES, que escolhem os futuros "campeões".
Nos últimos tempos, empresas do setor de frigoríficos foram fartamente beneficiadas com financiamentos subsidiados do BNDES, até mesmo para adquirir empresas no exterior, garantindo empregos em outros países, em detrimento do emprego do trabalhador brasileiro.
Agora, o banco amplia sua atuação no setor de papel e celulose, por meio de financiamentos e de participação no capital da empresa financiada. O anúncio do financiamento de R$ 2,7 bilhões para a Suzano Papel e Celulose, uma operação perfeitamente justificada pelo porte e pelo programa de expansão da empresa, veio acompanhado, porém, da informação de que o banco estatal, por meio de seu braço de investimentos BNDESPar, terá poder de veto em algumas decisões da companhia privada. O BNDES já é sócio da Fibria, empresa líder na produção de celulose no País, e analisa um empréstimo de R$ 3 bilhões para o projeto de celulose da Eldorado, empresa da família que controla o frigorífico JBS, que já recebeu R$ 8 bilhões do banco.
Por que a concentração das operações em alguns setores e, sobretudo, em algumas empresas, quando há milhares de pequenas e médias empresas carentes de financiamentos a custos toleráveis para ampliar suas operações e gerar empregos?

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jovem Disse Ter Matado 12 Pessoas no Vale do Sinos e Deve Ser Solto

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Em março de 2008, um fato estarreceu o Rio Grande do Sul e tornou-se notícia nacional e internacional: um adolescente franzino, de 16 anos, confessou ter assassinado 12 pessoas em oito meses no Vale do Sinos.
O rapaz, que disse ter matado uma das vítimas com pelo menos 20 tiros e torturado outra antes de matá-la, deverá voltar ao convívio da sociedade gaúcha no fim de março do ano que vem.
Internado no Centro de Atendimento Socieducativo (CASE) de Novo Hamburgo desde 2008, o jovem ganhará liberdade amparado no artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo o ECA, uma medida de internação não deve ultrapassar três anos.
Apesar do jovem ter confessado 12 homicídios, a polícia concluiu 11 inquéritos, sendo sete de assassinatos. Foram atribuídos a ele uma morte em Dois Irmãos e outras seis em Novo Hamburgo. Na Justiça, ficou comprovado o envolvimento do adolescente em cinco crimes (quatro em Novo Hamburgo e um em Dois Irmãos). Em outros dois ele foi absolvido. Os demais inquéritos são de tentativa de homicídio, receptação e assalto a comércio.
Delegado fala em risco à sociedade
Para o titular da 4ª DP de Novo Hamburgo, delegado Enizaldo Plentz, responsável pela investigação dos 12 assassinatos, é um risco soltar este jovem. Ele diz que, se confirmada esta possibilidade, a Polícia vai ter que ficar em alerta.
Ele é uma pessoa violenta. Foram fatos gravíssimos e crimes hediondos. Sem dúvida, ele é um elemento perigoso — ressalta Plentz.
O delegado diz que fatos como este têm de servir de base para se discutir o aumento do período de internação dos adolescentes infratores, principalmente em casos de crimes bárbaros.
O jovem atuava nos bairros Canudos e Santo Afonso de Novo Hamburgo junto com um comparsa maior de idade. Algumas informações também preocuparam a comunidade hamburguense na época, como um suposto plano do jovem para matar dois policiais que o investigavam e a existência de uma lista de possíveis vítimas.
Tentativa de fuga e agressões a internos
Durante quase três anos internado no CASE de Novo Hamburgo, o jovem participou de uma rebelião em outubro de 2009, quando, ao lado de outros quatro adolescentes, tentou fugir do local. Também agrediu outros internos e esteve por mais de uma vez em atendimento especial, isolado dos outros jovens.
Ele expressa muita vontade de mudar”, afirma promotor
O promotor da Infância e Juventude de Novo Hamburgo, Manoel Guimarães, afirma que, apesar dos problemas disciplinares no primeiro ano de internação, o adolescente teria um comportamento melhor nos últimos meses.
Ele expressa muita vontade de mudar. Mas, existe uma marca nele. Não se sabe o quanto os outros vão querer abordá-lo e incitá-lo a retornar ao crime. É uma situação muito complicada, porque ele passou 16 anos da vida dele em um ambiente sem moral — ressalva.
Veja o gráfico feito em 2008, e entenda mais sobre o caso:
Fonte:  Zero Hora
COMENTO:  há algum tempo o país foi abalado pela notícia sobre a possível libertação prematura de outro delinquente:  Roberto Aparecido Alves Cardoso, 22, o Champinha, assassino de um casal de adolescentes no estado de São Paulo. Não sei o que aconteceu com essa besta. Deve estar, ainda, sob a 'proteção do Estado' em algum albergue seguro, com cama, comida, roupa lavada, tv e frigobar, tudo pago com a grana dos otários  que o governo denomina contribuintes. Agora me aparece mais esse belo exemplo de cidadão que resolve seus problemas com rapidez. Cinco homicídios confirmados pela Justiça (não que as vítimas tenham sido exemplos de cidadania como se pode verificar no gráfico citado acima), fora os quatro inquéritos ainda em andamento por tentativa de homicídio, receptação e assalto; mais uma rebelião há pouco mais de um ano no que deveria ser seu presídio; e um sujeito do alto da sapiência de quem ocupa um cargo pago com dinheiro público vai para o jornal dizer que esse bandido "expressa muita vontade de mudar"! Fala sério!!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O Fomento do Tráfico ... Quem?

por Leonardo Sarmento
Para a Lei 11.343/2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – o porte de drogas para consumo pessoal perdeu seu caráter de "crime". Porém, continua sendo uma infração para a qual, portanto, necessita a aplicação de outras sanções, que não mais a pena de prisão. O usuário já não mais deve ser chamado de "criminoso", este é o entendimento dominante...
Três correntes se abriram com a nova lei: 
I - os que entendem que se trata de crime;  
II - os que entendem que se trata de uma infração penal sui generis (que não se pune com prisão);  e 
III - para quem o fato não é crime e nem pertence ao direito penal (sendo uma questão de saúde pública)...
A intenção da nova lei não é punir o usuário criminalmente, mas possibilitar que sejam aplicadas medidas que possibilitem "que o usuário seja recuperado", "seja tratado” e que, além disso, "venha a gozar de um novo status social, capaz de ser um indivíduo perfeitamente integrado na sociedade"...
Pelo princípio da transcendentalidade se defende a não punição à conduta do indivíduo que não se externaliza de modo gravoso à sociedade, o objeto de defesa do Direito Penal. O exemplo clássico da doutrina é o suicida incompetente. Não há porque punir o usuário de drogas, por mais que esse definhe, se só está causando mal a si mesmo. Não se deve punir aquele que, não transcendendo a esfera individual de bens jurídicos, comete ato meramente pecaminoso, imoral, escandaloso ou "diferente". É a corrente defendida pelos que defendem a atual legislação... As sanções que a Lei prevê são admoestação verbal (seria um conselho); prestação de serviços à comunidade; e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. À conduta de consumir drogas são destinadas ações que, segundo a nova abordagem de atenção e reinserção social do usuário e dependente de drogas, rotulam as pessoas enquadradas no Art. 28 da referida lei como alguém que requer cuidados de ordem médica e/ou psicológica...
Quando o ordenamento jurídico diz que o consumidor de drogas não é criminoso, não mais será preso em flagrante, mas tratar-se de alguém que precisa de cuidados de ordem médica, está inexoravelmente injetando uma gasolina aditivada na veia do tráfico... Alguém discorda? Por certo sim, sempre há um asno sob a forma humana de plantão para discordar sem saber do que...
Quem sustenta o tráfico de drogas, não apenas, mas precipuamente, é o usuário. Do atorzinho global, do desocupado morador do condomínio de luxo, do classe média até os moradores das periferias, é o usuário quem fomenta o tráfico. Hoje o usuário, antes um apreensivo criminoso filhinho de papai que se "cagava" todo ao levar uma dura tentando molhar as mãos do Estado corrupto, agora ostenta o status de "dodoizinho do papai", que ao tomar a mesma dura agora mostra toda a sua "marra" de um "babaca" que sabe não poder mais ser repreendido pelo Estado, mas por ele "tratado"..É risível, e o tráfico por obvias razões agradece...
Escrevi longamente sobre a "guerra no Rio" alguns posts abaixo trazendo informação privilegiadas que a imprensa não pôde nem poderá publicar... Neste continuo minha saga de "cavucador de vespeiro"...
Disse linhas acima, que o usuário seria o principal financiador do tráfico de drogas. Reafirmo. Principal, porém não o único...
Candidatos a mandatos públicos, por exemplo, "geralmente" ostentam caixa 2 em suas campanhas, "geralmente" com dinheiro do tráfico... Quanto mais rica a campanha, podem apostar, mais a campanha estará envolvida com os "home"... O dinheiro declarado das campanhas não superam muitas vezes 30% do caixa 2... Estes eleitos passam a financiar com favorecimentos políticos os que os elegeram... Não darei nomes aos bois, mas a manada é muito grande...
Não posso deixar de citar os empresários informais do tráfico. Não me refiro aos sócios aparentes, como Fernandinhos da vida, refiro-me aos ocultos, que via de regra nem os aparentes sabem quem são... Estes comandam a execução dando a cara para bater, os ocultos investem, e pasmem, à risco pequeno... Uma espécie de poupança de lucros incalculáveis... Um verdadeiro negócio da China... Tem muito político profissional neste bolo, tem muitos empresários recordistas em matéria de lucros, que estampam as principais revistas de business do país e do mundo que investem e muito neste seguimento...
E essas ONGs? As "nobres" organizações civis sem fins lucrativos... Completamente paradoxal... Estas potentes "lavadoras de última geração" deixam seus fundadores e principais colaboradores com condições de aposentadoria em pouquíssimos anos de paraísos fiscais... É o 3º setor do Estado, que sem fins lucrativos lucra como um grande empresário... Poucas, bem poucas se salvam, o restante ofertam respaldo para as suas comunidades... Verdadeiras colaboradoras do crime, verdadeiras longa-manus entre a sociedade civil e o tráfico avalizadas pelo Estado...
E com tudo isto, mas não apenas isto, alguém acredita que o tráfico reduzirá? Alguém percebe qualquer tendência ao seu fim?
Vale rememorar o que disse no post que tratei da "guerra no Rio", mas em outras palavras. O tráfico tem infinitas ramificações, parceiros e colaboradores em conluio, que só se permite combater os "merdinhas" dos executores. Os financiadores e traficantes políticos e de poder não há nem haverá interesse de combatê-los, permanecerão ocultos, sob pena da desmoralização de todo um país perante os seus e o mundo...
Quanto a "guerra contra o tráfico no Rio", conforme adiantei no post ao qual me referi, permanecerá no mesmo compasso, apenas tomando territórios para inglês ver... As forças de segurança continuarão anunciando previamente suas ocupações para que os executores do tráfico procurem outros espaços para não serem incomodados com encarceiramentos. No fundo nem os usuários [conforme demonstrei] nem os grandes traficantes devem ser incomodados... Deverão deixar alguns de seus servidores para serem presos, drogas para serem mostradas na TV e para serem incineradas, maconha que é barato e faz volume, a coca fica de dízimo "pros home", algumas armas enferrujadas e outras mais potentes para convencer a opinião pública. Quem ficar por último para responder à ocupação, mas for de um 2º escalão da execução, terá ainda oportunidade de "vazar", pois já se sabe onde ficarão os policiais do esquema, territorialmente alocados em um dos canais de fuga... Tudo muito bem planejado entre os poderes de Estado e o poder paralelo [sem que se saiba diferenciar por vezes muito bem], que conforme demonstrei é muito mais amplo que a meia dúzia de atrapalhados cabeças de bagre que tiveram suas carrancas mostradas na TV...
O Rio está passando por este período, pois o Estado tem que mostrar sua força à comunidade mundial em combate a violência urbana, já que foi escolhida como sede das principais competições esportivas dos próximos anos e deve cumprir exigências para que o dinheiro possa cumprir sua função, de enriquecer os organizadores, empresários e donos do poder... São Paulo, por exemplo, apresenta idêntico mapa de seu crime organizado, mas o combate "para inglês ver" ficará para agosto... a gosto de Deus... Uma pena, pois sempre provoca uma sensação de melhora...
Fonte:  Mosaico de Lama

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ainda a Respeito do "Viva Rio"

A respeito da postagem abaixo, um amigo me indicou o texto que se segue, de Março de 2005:
Dossiê desmascara Viva Rio
Circula no Congresso, em Brasília, um dossiê que torna público o que muitos já desconfiavam: o Viva Rio - ONG que organiza passeatas como a "Marcha Brasil Sem Armas" (televisionada pela Rede Globo) e outras campanhas do estilo - utiliza dinheiro público sem qualquer controle. Elaborado pela Controladoria Geral do Município do Rio de Janeiro, através de sua Auditoria Geral, o documento aponta diversas impropriedades. Entre elas está a ausência de comprovação de despesas administrativas, a falta de evidência de acompanhamento de serviços executados, discrepância de valores, ausência de documentos fiscais, despesas realizadas em desacordo com os objetos dos convênios, entre outros gastos não justificados que totalizam quase R$ 50 mil. Chama atenção ainda que o Secretário Executivo do Viva Rio seja sócio de uma empresa que prestou serviços à própria entidade, e que o ISER (Instituto de Estudos da Religião) e o Viva Rio possuam coincidência de endereço, conforme inscrição no município.
Ou seja: o Viva Rio é uma das tantas ONGs "sem fins lucrativos" que, por lei, ainda não precisam prestar contas ao Tribunal de Contas da União. Mas, a partir do ano que vem (segundo matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo do último dia 20), o governo irá tentar pôr em ordem as parcerias do chamado terceiro setor. Hoje, há estimativas de que existam 250 mil ONGs no Brasil sem que haja qualquer controle institucional, que põe a mão em cerca de R$ 2 bilhões anuais. Segundo a matéria da Folha, a "Abong, associação nacional das ONGs, tem cerca de 270 entidades cadastradas. Numa amostra com apenas 163 dessas, encontrou R$ 10 milhões de financiamento da União para 63 delas, o equivalente a 7,5% de seus orçamentos. Isso sem contar com o dinheiro dos Estados e municípios". Na hipótese de uma CPI, o Viva Rio e outras tantas ONGs serão desmascaradas com facilidade, não é mesmo?
Interesses (nem tão) obscuros
Seria ingenuidade isentar o Viva Rio de um grande movimento desarmamentista que possui terceiras - e até quartas - intenções. Conforme escreveu o jornalista Políbio Braga em sua coluna, que está sendo divulgada também no site do CMI (Centro de Mídia Independente), quem quer transformar os "brasileiros em cordeirinhos covardes são quatro grupos:
1) a indústria americana de armas (até a embaixada americana entrou na dança em Brasília), atacada em seu mercado pela concorrência brasileira;
2) a Rede Globo, que ontem (sexta-feira) chamou o Viva Rio para desembarcar da canoa;
3) o movimento Viva Rio, que recebe US$ 1 milhão por ano de dinheiro inglês (um dos patrocinadores, controla indústrias americanas de armas leves, concorrentes dos brasileiros, e tem George Soros, também apoiador do Viva Rio, como consultor financeiro);
4) boa parte da esquerda, inclusive o governo Lula e o PT (a bancada do PT gaúcho não moveu um músculo para defender a indústria gaúcha de armas e os seus empregados, até agora), que querem manietar todo o povo brasileiro ao tacão estatal.
O Viva Rio, como se sabe, integra a rede mundial de organizações não-governamentais chamada IANSA (International Action Network of Small Arms), é financiada por indústrias estrangeiras de armas de fogo, principalmente a americana e inglesa, que, há muito, estão de olho no mercado brasileiro. Os objetivos e estratégias da IANSA estão relacionados em suas diretrizes, conforme segue:
1 - Reduzir a disponibilidade de armas para civis em todas as sociedades;
2 - Estabelecer regulamentações, treinamento e supervisão para assegurar o compromisso com padrões internacionais de direitos humanos por instituições estatais, forças armadas irregulares e cidadãos, no uso de armas leves;
3 - Promoção de programas para incentivar os cidadãos a entregar armas de fogo ilegais, inseguras ou indesejáveis;
4 - Relatórios regulares ao Registro de Armas Convencionais da ONU e apoio à extensão de sua abrangência para incluir algumas categorias de armas leves;
5 - Reforçar o papel da sociedade civil no monitoramento de transferências e do uso de armas leves nas esferas nacional, regional e internacional;
6 - Acompanhamento e monitoramento de transferências e movimentações de armas leves;
7 - Estabelecer sistemas políticos e legais para assegurar um efetivo controle e monitoramento civil das forças militares, polícias e outras instituições de aplicação da lei;
8 - Reduzir os gastos militares ao nível mais baixo possível;
9 - Desenvolver campanhas locais, nacionais e regionais de educação e percepção públicas, destinadas a deslegitimizar a posse de armas como parte de um processo de construção de confiança em instituições de segurança pública imparciais;
10 - Apoiar ONGs e o estabelecimento de capacidade comunitária, particularmente em regiões e localidades onde o uso de armas e a violência sejam mais problemáticos e as ONGs tenham poucos recursos, de modo a facilitar que elas possam desempenhar um papel pleno na IANSA;
11 - Assegurar que as campanhas, a mídia e o trabalho político mantenham o vínculo humano sempre que possível, por exemplo, "dando um rosto às vítimas";
12 - Engajar, quando apropriado, o apoio de figuras públicas respeitadas e populares para transmitir mensagens de campanha para a mídia e o público;
13 - Estigmatizar ações de atores estatais e não estatais percebidos como contribuintes para o problema das armas leves e desenvolver estratégias para incentivar mudanças positivas e de acordo com os padrões internacionais.
Uma breve análise das diretrizes da IANSA:
O item número 4 revela-nos que as ONGs querem um registro universal das armas de fogo no âmbito da ONU, o que faz parte da política de governo mundial desta entidade.
Vejam os itens 5 e 6 - por eles percebemos porque o Viva Rio está tão interessado em assumir o controle dos arquivos da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do SINARM da Polícia Federal. Eles querem substituir Exército e Polícias no controle das armas civis.
Os itens 2 e 7 mostram claramente a intenção de controlar as Forças Armadas e as Polícias.
O item 8 confirma o que já dissemos quanto ao enfraquecimento das Forças Armadas.
Os itens 9 e 13 mostram-nos porque a Sra. Elizabeth Sussekind, do Viva Rio, nomeada Secretária Nacional de Justiça pelo ministro José Carlos Dias, defende a divulgação na Internet do número das armas e da lista de seus revendedores.
Finalmente, lendo os itens 11, 12 e 13, percebe-se de onde vem a "inspiração" para as campanhas anti-armas do Viva Rio, do SBT e das organizações Globo
COMENTO:  no início de 2009, circularam na internet alguns textos denunciando uma suposta parceria da rede Globo (sempre ela!) com a Glock, empresa austríaca de armas, fabricante de pistolas semi-automáticas que são 'sonho de consumo' de muitos usuários.  Tal parceria teria o motivo inicial de expulsar as Forjas Taurus do pais (uma das maiores e melhores fabricantes de armas individuais do país - quem nunca ouviu falar que algum parente se orgulhava de possuir um "Taurus"?). A denúncia chegava a envolver famoso (no mau sentido) congressista. Um desses textos pode ser conferido clicando-se aqui. Aparentemente, a Glock ainda não conseguiu instalar-se no Brasil como fabricante, mantendo somente um representante comercial para importação das armas austríacas.

Viva Rio: Povo Gaúcho Tem Mentalidade Rural Atrasada e Policiais Abastecem os Criminosos

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Desarmando os policiais
Durante os dois últimos dias houve verdadeira enxurrada de notícias sobre a “nova” campanha de desarmamento e o “novo estudo” do Viva Rio, bancado financeiramente com o dinheiro de nossos impostos, através do Ministério da Justiça.
Apresentando números verdadeiramente fantasiosos, entre eles o de armas ilegais, duas declarações nos chamaram a atenção.
A primeira é que militares, policiais e bombeiros seriam grandes fornecedores de armamento para os criminosos e isso aconteceria por que os mesmos possuem o direito de adquirir armas particulares. Falsamente chegam a afirmar que todo policial pode comprar três armas diretamente das fábricas por ano! Repetimos que isso é mentira!
Policiais civis e militares só podem adquirir UMA arma de calibre restrito diretamente da indústria e policiais federais duas.
Imediatamente o Ministro da Justiça, Paulo Barreto, que lá pelos idos de 2006, em reunião pública afirmou que haviam perdido o referendo, mas não desistiriam de desarmar a sociedade, já se prontificou a levar para a reunião com os Secretários de Segurança Pública o pedido para que os policiais sejam proibidos de adquirir armas particulares e que só possam utilizar a arma da corporação.

Gaúcho é um povo de mentalidade rural atrasada
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O Rio Grande do Sul sempre foi o estado brasileiro com o maior número de armas de fogo e também o estado com as menores taxas criminais.
Também foi o estado brasileiro com a maior votação contra o desarmamento no referendo de 2005.
Também são de lá vários deputados federais que defendem ferrenhamente o nosso direito no Congresso nacional.
Vimos nestes motivos à razão da agressividade das “viuvinhas do referendo”, em especial do Rangel Bandeira, coordenador da ONG Viva Rio, que declarou para um jornal de Piracicaba, interior de São Paulo: “Há uma cultura de glorificação da arma, fruto de uma mentalidade rural atrasada”.
Assim, este ongueiro profissional, ataca e ofende todos os gaúchos e todos aqueles que não se deixam levar por sua farsa e estão prontos para defender suas vidas, suas famílias e seu patrimônio. Ofende aqueles que disseram não ao entreguismo perante os criminosos.
COMENTO:   interessante seria saber quais os fundamentos das "análises" feitas em 340 mil armas apreendidas, que levam à conclusão da existência de 7,6 milhões de armas em situação irregular no Brasil.  A mentira a respeito da aquisição legal de armas por policiais e militares é uma amostra da validade desse "estudo" fajuto, pago sabe-se lá com quanta verba que seria melhor usada na repressão ao uso de telefones celulares no interior dos presídios brasileiros, para citar só um exemplo. Esse pessoalzinho ainda não digeriu a derrota sofrida em 2005, quando a maioria absoluta da população escolheu poder ter a liberdade de possuir uma arma para sua defesa, se e quando assim o desejar. O que eles querem é a completa subjugação dos "humanos direitos" (os cidadãos que cumprem seus deveres de cidadania mas não tem seus direitos respeitados) aos 'direitodusmano'.
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sábado, 25 de dezembro de 2010

Meus Desejos!!


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Militar é Militar, Polícia é Polícia

por Alexandre Barros (*)
Estamos à beira de uma ladeira descendente. Se tudo correr conforme anunciado, as Forças Armadas virarão polícia e ocuparão mais favelas no Rio. Declarações oficiais dão conta de que a ocupação será "por tempo indeterminado". 
Entre 1922 e 1985 as Forças Armadas brasileiras fizeram política. A Escola Militar era na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, a poucos quilômetros dos Palácios do Catete e Guanabara. Volta e meia, os cadetes saíam da escola para "dar um golpe". 
Mudaram-na para Realengo, bem mais longe. Não melhorou muito. De 1922 a 1985 os transportes progrediram e a chegada de Realengo e da Vila Militar aos centros de poder foi ficando mais rápida. 
Nesse meio tempo, tropas brasileiras participaram da 2ª Guerra Mundial (se estiver interessado em saber mais sobre o assunto, vale a pena ler As Duas Faces da Glória, do jornalista e cientista político William Waack). Voltaram da Itália, derrubaram Getúlio Vargas. De 1946 a 1964 vivemos uma sucessão de golpes e contragolpes abortados. Em 1964 os militares tomaram o poder e não o entregaram a civis. E lá ficaram até 1985. 
Um dos segredos da longevidade do regime militar brasileiro foi o estabelecimento de regras claras e previsíveis de sucessão, desde que um militar sucedesse a outro militar. Oscilamos entre períodos de linha mais e menos dura, mas quase todos os grupos político-militares tiveram sua vez. O regime militar brasileiro saiu melhor na foto histórica graças a essa previsibilidade da sucessão entre as várias facções militares do que foi o caso na Argentina e no Chile, este com Pinochet e aquela com a sucessão de Juntas. 
Poucos se lembram, mas nossa atual democracia, inaugurada em 1985, já está durando mais do que a que prevaleceu entre 1946 e 1964. 
As sucessivas entradas dos militares na política eram um resquício do período aristocrático (principalmente europeu), em que não havia diferença entre guerreiros e policiais. Os mesmos aristocratas faziam guerras externas e garantiam o poder internamente. O término do ciclo das ditaduras militares do fim do século 20 pretendeu enterrar esse período e mandar os militares para os quartéis. 
Isso criou uma crise de identidade para os militares. De repente ficaram sem função, porque perderam suas funções tradicionais, que ainda mesclavam policiais e guerreiros. A experiência não foi boa. 
Militares são treinados para matar e policiais, para combater criminosos, de acordo com as leis. "Vivemos numa democracia. Se os senhores mandarem, assumiremos o controle da ordem interna, mas é bom que fique claro que nossos soldados são treinados para matar, não para ler os direitos constitucionais de suspeitos", disse um general americano em depoimento ao Congresso. Os congressistas desistiram da solução militar interna. Continuaram a fazer guerras em outros países. 
No Brasil a crise de identidade permaneceu e os militares sentiam-se desconfortáveis com isso. Para eles, parece uma humilhação, mas, na realidade, não é. A IBM passou por uma bruta crise de identidade na década de 1990. O que ela sabia fazer  computadores  e a maneira como se organizava para fazê-los e vendê-los ficou defasada. Quase foi à falência. Demitiu mais de 100 mil funcionários no mundo, reorganizou-se, redefiniu sua função e vai muito bem, obrigada. Suas ações valem agora na Bolsa de Nova York cerca de US$ 145. 
Os militares brasileiros também enfrentam sua crise de identidade. Para superá-la foram redefinidas suas funções como forças pacificadoras em países em crises de paz ou de guerra. Elas são exercidas em territórios de terceiros países e por tempo limitado, até que a ordem se restabeleça. 
A participação dos militares na recente "pacificação" da Vila Cruzeiro e das favelas do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, abriu um precedente perigoso. As primeiras notícias eram de que a Marinha cedera alguns carros de combate blindados para transportar policiais na ocupação das favelas. Era só apoio logístico. 
Mas, da mesma maneira que o amor próprio rapidamente se pode tornar impróprio, o Exército também entrou em cena. Os soldados desceram dos carros blindados e passaram a ocupar entradas, saídas e território, até que, no sábado 4 de dezembro, anunciaram o governador do Rio de Janeiro e o ministro da Defesa que as Forças Armadas (as que lá estão e outras que venham a ser mobilizadas) ocuparão as favelas já "pacificadas" e as que ainda virão a sê-lo "por tempo indeterminado". 
Como gostava de dizer Castelo Branco, foram bulir com os granadeiros e chamá-los a fazer o que não era sua tarefa. 
As Forças de Paz que ocupam territórios de terceiros países, mal ou bem, têm um controle civil e/ou de uma organização internacional. Se as Forças Armadas voltarem a se ocupar de ordem interna no Brasil, a possibilidade de que os vícios que caracterizam as chamadas "bandas podres" das polícias contaminem os militares são grandes. Depois que eles estiverem dentro das cidades (favelas ou não), não será fácil desalojá-los. Chamar os militares implica também adiar a tarefa prioritária de reformar e modernizar as forças policiais. 
O curioso dessa história é que sumiu da discussão o tráfico de drogas, como se, por milagre, ele tivesse desaparecido só porque os militares entraram em cena. Mas a demanda por drogas está aí, não acabou. Alguém vai cuidar da oferta. Um risco é que os militares também entrem nisso. 
Antes que o filme queime, mantenhamos polícias sendo polícias e militares sendo militares. Seria um retrocesso muito grande eliminar essa distinção, pelas consequências de médio prazo que já sabemos que não são boas. Só não sabemos quanto tempo demoram a ocorrer. 
(*) Cientista Político, Diretor-Gerente da
Early Warning: Análise de Risco Político (Brasília)
 Fonte:  Defesanet

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

J’Acuse !!! (Eu Acuso!)

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Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes
Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.
(Meu dever é falar, não quero ser cúmplice.) 
Émile Zola
por Igor Pantuzza Wildmann
Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).
A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.
O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.
Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.
No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”. A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...
E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”
Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno–cliente...
Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.
Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.
Ao assassino, corretamente, deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:
EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;
EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;
EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;
EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranquilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;
EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, frequentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;
EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;
EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;
EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;
EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;
EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;
EU ACUSO os cabeça–boa que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito,
EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;
EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.
EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;
EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;
Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos-clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.
Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”. 
A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto:Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema. Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima. O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.
Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão. É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.
Igor Pantuzza Wildmann é
Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.
COMENTO: o professor de Educação Física, Kássio Vinícius Castro Gomes, de 39 anos, foi morto a facadas, na noite de 7 de dezembro, por um de seus alunos, no interior do Instituto Metodista Izabela Hendrix, em Belo Horizonte(MG). Segundo um parente do acusado pelo crime, este seria usuário de drogas. Já o esperto advogado do criminoso foi para a imprensa alegar que seu cliente sofre de distúrbios mentais (bi-polaridade). Houve e haverá manifestações "pela paz", tanto por parte de alunos quanto de professores. O bandido será condenado a uma pena qualquer, com direito a suspensão e "progressão". E tudo volta ao normal, menos na vida da família do morto. Providências quanto ao que foi apontado pelo articulista? Nenhuma!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

FARC Tentaram Obter Dados Pessoais de Militares da Força Aérea Colombiana

por Unidad Investigativa
De toda informação que os órgãos de Inteligência vêm obtendo sobre os atos terroristas planejados pelas FARC  em resposta aos golpes militares que tem recebido  há uma que mantém as Forças Armadas em alerta.
Trata-se de dados sobre um plano da narcoguerrilha para se infiltrar na base de Apiay, localizada próximo (15 Km) a Villavicencio, onde funciona o Comando Aéreo de Combate nº 2 (CACOM 2) da Força Aérea Colombiana (FAC).
Esta é a unidade mais operacional e sensível do país, por que dali partiram os maiores golpes contra os criminosos das FARC. Por sua localização e tecnologia, foi uma das bases que os EUA pretendiam no frustrado acordo de cooperação militar, que o governo Obama pensa retomar.
O jornal El Tiempo estabeleceu que o alerta saiu de um dos computadores obtidos por ocasião da morte de Víctor Suárez, vulgo "Mono Jojoy", há quase três meses, no bombardeio ao seu acampamento em La Macarena (Meta).
Em um arquivo, "Jojoy" descreve como havia conseguido um contato dentro de Apiay para roubar  currículos dos pilotos militares da base, visando localizá-los e assassiná-los. O plano também visava a identificação de militares e contratistas estado unidenses que operam na base, além da sabotagem de aviões e helicópteros de combate que ali permanecem  entre 20 e 100 quando há operações especiais.
De acordo com os dados do computador de 'Jojoy', as FARC pagaram uma "entrada" de dez milhões de pesos (cerca de R$ 10.000,00) para recrutar o infiltrado, mas a operação  que ainda não se sabe até onde chegou  custou muito dinheiro mais.
Sequestro e atentado
O motivo? Incluía a intenção de sequestrar um empregado da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer)  fabricante de aviões de combate como os Tucano  e executar um atentado contra a base.
A surpresa é que no computador aparece o nome do suposto infiltrado: Ferney Ortiz Beltrán, técnico em aeronaves vinculado há 18 anos à Força Aérea e especialista na manutenção de aviões de alta tecnologia em Apiay.
A partir daí, as autoridades se deram conta de que Ortiz já aparecera como chefe de uma rede acusada por roubo de peças de aviões Tucano, para venda no mercado negro em Bogotá e Villavicencio, que vinha sendo investigada desde setembro de 2009.
Além disso, o civil já havia confidenciado a amigos sobre a 'missão que tinha', que incluía recrutar pessoal para sua execução, e para introduzir uma moto com explosivos em Apiay.
Conexão com "El Paisa"
Ortiz também teria dito que seu enlace com as FARC seria Hernán Velásquez, vulgo "El Paisa", chefe da 'coluna móvel Teófilo Forero', que atua no centro e no sul do país.
O técnico e outros cinco civis foram capturados na quinta-feira, 16, no interior da base, por agentes da CTI que os indiciou por roubo de peças dos Tucano, que foram vendidas por cerca de cem milhões de pesos (aproximadamente 100 mil reais). A captura foi anunciada sucintamente aos meios de comunicação, mas não foi revelado se ele será acusado por terrorismo com base na evidencia encontrada no computador de 'Jojoy' e pela informação de Inteligência contra ele que a Força Aérea conseguiu obter.
Por enquanto, até que seja estabelecido até onde chegou o plano criminoso, serão reforçados os procedimentos de segurança dos pilotos de guerra e do pessoal norte americano cujo governo já foi informado do caso, qualificado como de "Segurança Nacional".
FAC: todas nossas unidades estão blindadas
Existem diversos procedimentos de segurança que são revistos diariamente.
Fontes da Inteligência da Força Aérea Colombiana (FAC) asseguraram a El Tiempo que possuem complexos dispositivos de segurança para seus pilotos e bases em todo o país, que são revisados diariamente por especialistas: "Há protocolos estritos e secretos que garantem a blindagem das bases e a proteção da identidade dos pilotos".  E, ainda que admitam que conheceram a ameaça a Apiay pelos computadores de 'Jojoy', alegam que já seguiam a pista do infiltrado em função do roubo dos sobressalentes de aviação.
Outro alerta recebido sobre atentados, trata sobre computadores bomba.
"Um informante alertou que as FARC ordenaram que haja nos acampamentos computadores  isca com explosivos", diz uma fonte do Exército. E explica que foi determinada a introdução de mecanismo de ativação por altura nos mesmos, com o propósito de que explodam ao serem levados em aeronaves da FAC ou de outras forças de segurança.  
Por isso a atenção tem sido redobrada na apreensão de tais equipamentos.
Interceptam encomenda bomba dirigida a outra base
Há duas semanas, quando El Tiempo começou a indagar sobre o caso de Apiay, informaram na FAC que estavam cientes de que os meliantes das FARC buscam abater algum dos pilotos militares para mostrá-lo como troféu de guerra, devido a que tem sido eles que vêm bombardeando certeiramente seus acampamentos.
E ontem (17/12), isto ficou em evidência quando o DAS interceptou uma encomenda-bomba (12 Kg de explosivos) dirigida à Escola Militar de Aviação Marco Fidel Suárez, de Cali.
Segundo Felipe Muñoz, diretor do orgão de Inteligência, a carga explosiva ia em um ônibus da empresa Transur que partiu de Sílvia (Cauca), sem passageiros, rumo à capital do Valle.
"A instrução que o condutor tinha era a de levar a encomenda até a base", explicou Muñoz, acrescentando que, por esse fato foram detidas, com o apoio da Polícia, duas pessoas na esquina da Carrera 8 com a Calle 33 de Cali.
Por esse tipo de ameaças, faz um ano que o Comando da FAC tomou a decisão de não permitir a presença, em uma só base, de aviões Supertucano e o avião "Fantasma".
Em todo caso, após o episódio em Cali e até que Ferney Ortiz confesse até onde chegou seu plano, os protocolos de segurança em Apiay e de todas as bases do país serão reforçados.
Também será investigado se os apontados como cúmplices no roubo de peças de Tucano  Henry Ortiz Beltrán, José Luzardo Tarazona Prieto, Diego Gómez Viáfara, Llumer Zúñiga Possu e Heriberto Gamboa  possuem alguma informação sobre a infiltração das FARC.
Fonte : tradução livre do jornal El Tiempo