quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Que Franklin Escrevia Quando Ainda Era Jornalista

por Reinaldo Azevedo
Eis que me chega às mãos, por motivos vários, um livrinho realmente precioso chamado “Jornalismo Político”. Seu autor é Franklin Martins — sim, o próprio. Ele o publicou pela editora Contexto, em 2005, quando ainda era jornalista. Vamos ver o que nos ensinava a Escolinha do Professor Franklin Martins.
Na introdução, depois de falar da experiência de 40 anos em todas as mídias, em pequenas e grandes empresas, na clandestinidade e ao ar livre, Franklin diz que chegou à conclusão de que pode ajudar a juventude a entender melhor o tema. É um livro direitinho. Até meio bobinho. Começa com uma comparação entre a imprensa de 1950 e a de 2002. Comparam-se manchetes, e a conclusão é sempre título dos capítulos. “1950: os jornais entram em campanha”; “2002: a imprensa cobre a campanha”; “Mais notícia e menos opinião para um leitor mais plural”. E por aí segue. Na página 93, há uma preciosidade. Gostaria de saber se ele próprio suportaria a leitura em voz alta. Leiam o que escreve em “Denúncias e Escândalos” (vai em vermelho; comento em azul):
Mas não é só durante as CPIs que a cobertura política parece cobertura de polícia. Faz parte do nosso cotidiano também investigar denúncias sobre irregularidades na administração pública, desvios de recursos, armações em concorrências e negócios escusos com dinheiro do Estado.
O “nosso”, vocês entenderam, refere-se aos jornalistas — ele ainda era um deles. Pelo visto, tal trabalho era uma rotina quando o PT estava na oposição. Quando se tornou governo, aí a investigação jornalística passou a fazer parte de uma conspiração golpista.
Algumas vezes as denúncias referem-se a mordomias indevidas, deslizes com cartões de crédito e passagens aéreas ou uso de aviões da FAB em viagens de lazer. Não são irregularidades capazes de quebrar o país, mas nem por isso a imprensa deve deixá-las de lado. A sociedade tem o direito de saber como o dinheiro público é gasto e se as normas de moralidade que devem reger a administração do Estado estarão sendo obedecidas.
Viram? Era assim quando FHC era governo. Cumpria ao jornalismo o rigor máximo. Quando Lula chega ao poder, apurações dessa natureza passam a ser acusadas de “udenismo” e “desvio de direita”, e a imprensa é tratada como “partido de oposição”.
Ministros de Fernando Henrique viajaram em aviões da força Aérea para férias em Fernando de Noronha. Está errado. Os regulamentos são claros: os jatinhos só podem ser usados a serviço. Nos jardins do Palácio da Alvoradas foram plantadas flores formando uma estrela do PT? Também não pode. Governo é governo, partido é partido. Prédios públicos não podem exibir símbolos e inscrições partidárias.
Franklin, então, ainda se esforçava, para ser um jornalista equilibrado, isento, com críticas aos dois lados e tal… Não sei exatamente em que mês de 2005 o texto foi publicado. Sei que é o ano em que vem à tona a denúncia do mensalão e também aquele em que ele começa a se despedir da carreira jornalística. A Folha publicou a entrevista com Roberto Jefferson no dia 6 de junho. A gente conhece o resto  da história. O “professor” Franklin Martins dedica-se, então, à tarefa de negar que o mensalão tenha existido, adota a tese de que o PT nada mais fez do que o que todos sempre fizeram e passa a flertar com os que acusam a cobertura da lambança de golpismo.
Normalmente, as autoridades flagradas nessas derrapadas ficam irritadíssimas com a imprensa. Acusam-nos de fazer tempestade em copo d’água, dando importância excessiva a assuntos menores. Muitas vezes, rompem relações com o repórter responsável pela matéria ou dão instruções aos assessores para deixarem-no na geladeira. É do jogo. Cada um faz seu trabalho e aprende com seus erros como pode.”
Viram? Recentemente, descobriu-se que a pasta de Franklin fez uma licitação a toque de caixa, vencida por uma empresa em que trabalha o … filho de Franklin. A “autoridade flagrada ficou irritadíssima com a imprensa e acusou o jornalista de fazer tempestade em copo d’água”… Franklin, apesar dos descalabros evidentes, era contrário à demissão de Erenice Guerra. Achava que tudo não passava de coisa da … imprensa.
Adjetivo não combina com matéria de denúncia, especialmente sobre irregularidade administrativa ou infração de normas éticas. Ironia, muito menos. Deboche, nem pensar. A matéria tem de ficar de pé por si mesma, sem anabolizantes. Se a denúncia for quente, não precisa ser esquentada; se não for tão quente assim, deve ser mais bem apurada antes de ser publicada. O leitor desconfia de denúncia feita com muito prazer. Tem razão. Afinal, estamos apenas cumprindo nossa obrigação.
Esse negócio sobre o adjetivo, a depender do caso, e só conversa mole. Mas vá lá… Gostei foi de ver que uma das obrigações do jornalista é apurar a notícia e ponto final.
Mas, muitas vezes, topamos com casos bem mais cabeludos. São esquemas de corrupção pesadíssimos, com ramificações em diversas áreas, envolvendo desvios de recursos milionários.
É verdade!
Algumas vezes, as denúncias chegam-nos por intermédio de um funcionário público ou de um técnico que descobriu o esquema; em outras, a iniciativa é de alguém que fazia parte da turma e foi escanteado; em outras, a dica é de um desafeto ou inimigo dos chefes da quadrilha.
Perfeitamente! É assim mesmo!
Pouco importa. Como já vimos, fonte não precisa ter caráter, mas informação. Cabe ao repórter não ser bobo e fazer a própria investigação.
Exato! Fonte não é pra casar (embora aconteça…), não é pra ser nosso genro ou nossa nora. Cumpre ao jornalismo fazer a sua apuração em vez de ficar refém dela. Franklin está certo. Por isso, o esforço da área de comunicação do governo e dos petistas para desqualificar Rubnei Quícoli, o sujeito que botou a boca no trombone com a lambança da turma da Casa Civil no caso do pleito encaminhado ao BNDES, era ridículo, né? Debocharam do rapaz, que responde a processos, sustentando ser um absurdo levá-lo a sério. O chato é que ele tinha uma penca de provas evidenciando o tráfico de influência.
O livrinho de Tio Franklin para os jovens pode ser elementar, mas diz, no geral, coisas corretas sobre a profissão. Pena que ele tenha esquecido os próprios ensinamentos ao chegar ao poder, e o que antes via como tarefa indeclinável do jornalismo passou a ser encarado como “golpismo”, daí a sua determinação em, como é mesmo?, fazer “o controle social da mídia”.
Reinaldo Azevedo
COMENTO:  é como diz o velho ditado. Pimenta no conde bêbado alheio não dói nem tem dono!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Brasil Não Merece Sequer Uma Lágrima

por Janer Cristaldo
Domingo que vem é meu dia de protesto cívico. Como faço há já vinte anos, não vou votar. Há quem defenda a ideia de votar no candidato menos pior. Discordo. Menos pior também é pior. Sem falar que me parece absurdo, em regime democrático, ser obrigado a votar. Em todo o Primeiro Mundo, o voto é facultativo. Só nesta América Latina, que vai a reboque da História, é obrigatório.
Obrigatório em termos. Você sempre pode anular seu voto. Mas tem de comparecer às urnas. É o que tenho feito de 1990 para cá. Meu título continua em Florianópolis. No domingo, perto de meio-dia, vou justificar a ausência de meu domicílio eleitoral. E depois vou para meu boteco, aperitivar. Hoje, em São Paulo, pode-se beber em dia de eleições. Quando não se podia, meu garçom me servia um uísque e punha ao lado do copo uma garrafa de guaraná.
Não quero ser radical. Mas diria que qualquer pessoa de bom senso não pode votar nestas eleições. De um lado, a candidata preferencial é uma ex-guerrilheira que participou de um grupo terrorista e até hoje se orgulha disto. O segundo colocado não pode sequer acusá-la de terrorista, pois militou em outro grupo terrorista. Os três candidatos mais cotados são todos de extração marxista. Vinte anos após a queda do Muro de Berlim e do desmoronamento da União Soviética, no Brasil o fundo do ar ainda é vermelho.
O mais patético — para não dizer pateta — dos candidatos é sem dúvida José Serra. Não ousa dizer uma palavrinha contra seu adversário, o patrocinador de Dilma Rousseff. Pelo contrário, o colocou em sua campanha eleitoral. Ao dar-se conta que isto era um tiro no pé, retirou-o de sua publicidade. Mas acabou fazendo pior. Mais adiante, alertou o eleitorado: se vocês querem Lula em 2014, têm de eleger-me agora. Se Dilma vencer, Lula não emplaca. Traduzindo em bom português, o que disse Serra? Disse que sem ele seu adversário não será eleito. Com oposição assim, o PT não precisa de base aliada.
Os políticos viraram bonecos de ventríloquo. Quem fala é o marqueteiro. O candidato repete. Mais ainda: para cúmulo do ridículo, o PSDB contratou para fazer sua campanha um guru indiano sediado nos Estados Unidos. A dez mil dólares por dia. Pode? Recorrer aos serviços de um vigarista estrangeiro para conduzir uma campanha eleitoral? Edir Macedo faria melhor. Ao constatar a mancada, os tucanos mandaram o guru de volta aos States. Teria sido mais barato enviar o Serra para fazer meditação transcendental em um ashram em Poona.
Os tucanos têm em mãos farto material para desmoralizar o PT. Desde o mensalão, dólares na cueca, o assassinato de Celso Daniel, os escândalos da Casa Civil, desde Zé Dirceu a Erenice, os cinco milhões de reais dados de mão beijada a Lulinha, e por aí vai. Não usaram esta munição. Serra, já que vai perder, podia ao menos perder com dignidade. Vai morrer humilhado.
Marina da Silva, sem comentários. Lanterninha, insiste no discurso surrado de meio-ambiente, cultua também Lula e põe-se em cima do muro ante qualquer questão polêmica. É boa alternativa para os petistas que admitem existir corrupção no governo do PT. Votam na morena Marina no primeiro turno e no segundo voltam ao redil. Como não vai ter segundo turno, vão acabar mesmo votando no primeiro no PT.
Almas ingênuas ainda acreditam numa virada. Recebo não poucos e-mails de coronéis de pijama que ainda acreditam em milagre. Coronel, quando veste pijama, vira valente. Quando na ativa, é cachorro que enfia o rabo entre as pernas com medo da voz do dono. Outro que alimenta esperanças é o recórter chapa-branca tucanopapista hidrófobo da Veja. Que tenha suas preferências políticas, vá lá. Que acredite que o PSDB possa levar é ingenuidade atroz. Ou subserviência de jornalista vil. A última chance de Serra seria uma recidiva de linfoma. Mas estamos a uma semana das eleições e a recidiva não ocorreu. Se ocorrer mais tarde, será tarde demais.
Dona Dilma está com todas as chances de ganhar no primeiro turno. Serra que se dê por feliz se não levar capote. Quando um candidato deposita suas esperanças em chegar ao segundo turno, como faz o tucano, é porque já deu as eleições por perdidas. Pior ainda: antes mesmo do primeiro turno, Serra está lançando sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Como pode um eleitor votar em um candidato que já pensa em receber um docinho pela derrota? Pelo jeito, Serra ainda não percebeu que estas eleições significam seu enterro político.
Dias piores esperam o Brasil. Nada de melhor se pode esperar de uma terrorista — que eu saiba, a candidata ainda não se penitenciou de seu passado — dominada pela atrabilis e mandonismo. E que consegue falar um pior português que o Supremo Apedeuta. País inacreditável, este nosso: pelo jeito ainda sentiremos saudades de Lula.
De minha parte, tanto faz como tanto fez. Desde há muito não deposito esperança nenhuma neste Brasil. Quando um presidente que acoberta crimes durante dois mandatos tem ainda 80% de aprovação do eleitorado, nada mais se pode fazer. Lasciate ogni speranza voi che entrate!
Vou cuidar de meu jardim. Tratar de bem viver os dias que me restam. E o Brasil que se lixe. Povinho que elege Lula ou Dilma não merece sequer uma lágrima.
Fonte:  Janer Cristaldo

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Capitalização da PeTroroubarás

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Os jornais desta manhã estão dando os nomes dos que compraram as ações da Petrobras, "na maior capitalização de uma empresa no mundo". 
Segundo o governo, os que as "compraram" foram os fundos públicos Petros, Previ e Funcef, todos estatais, mais Caixa e BNDES, também do governo, sendo que os grandes fundos estrangeiros não toparam.  
Parece que o governo está de brincadeirinha, já que, desse jeito não entrou dinheiro novo nessa capitalização da empresa, pois os fundos de pensão (dos funcionários) são, na verdade, formados com 90% (+ -) do dinheiro das estatais, e são controlados pelo próprio governo, sendo que, ainda, o Funcef é formado pela própria Caixa.  
Então, como explicar essa capitalização, em que o dinheiro saiu de uma gaveta do governo e entrou em outra do próprio? O que se sabe é que o governo barrou, no peito e na raça, a CPI da Petrobrás, e esta empresa, que é a segunda maior no mundo no ramo do petróleo, ficar caçando dinheiro no mercado para fazer caixa, e não achar, é bem estranho e preocupante, até porque o realizável que ela diz ter está ainda enterrado sob alguns quilômetros de água salgada.  
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Continuo mesmo grilado com a capitalização da Petrobras, cuja ideia era arrecadar dinheiro novo no mercado, mas acabou vendendo praticamente tudo para entidades controladas pelo próprio governo.  
O governo não estava vendendo o controle da empresa, ele botou papéis que dão resgate e dividendos no futuro, por isso quem deveria ter comprado seriam outras empresas, e não os fundos públicos formados pela própria Petrobras, Banco do Brasil e CEF, mais a própria CEF e o BNDES, todo esse grupo controlado pelo governo
Os fundos Petros, Previ e Funcef têm o seu capital todo formado com recursos da Petrobras, do BB e da CEF, respectivamente, e os funcionários contribuem com uma merreca. 
Como exemplo, a CVRD, quando estatal, e que só dava prejuízo, mesmo assim criou o fundo Valia para os trabalhadores, e o manteve por muito tempo. Ao ser privatizada o fundo acabou, numa prova que os funcionários não conseguem criar e manter esses fundos cheios de bilhões, que estão capitalizando a Petrobras.
Paulo Corrêa de Araujo
Vila Velha - ES
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Tiririca — A Grande Jogada ...

por José Roberto Toledo
Francisco Everardo Oliveira Silva corre o risco de ser o deputado federal mais votado do Brasil em 3 de outubro. Não se espante se você não reconhece o nome, nem seus próprios eleitores reconheceriam. Oliveira Silva é conhecido apenas por seu apelido, Tiririca.
Ele aparece em primeiro lugar no conjunto de pesquisas do Ibope sobre a eleição para a Câmara dos Deputados em São Paulo. Como é o Estado com o maior eleitorado, não será surpresa se Oliveira Silva acabar sendo o campeão nacional de votos de 2010.
Se você não tem visto muita TV nas últimas décadas e passou incólume pela propaganda eleitoral até agora, Tiririca é ator e palhaço profissional. Tem 45 anos, lê e escreve, se autodefine como "abestado" e seu slogan é "pior que tá num fica, vote Tiririca".
Não é uma piada. É um projeto político. Oliveira Silva é candidato pelo PR, em coligação que inclui o PT e o PCdoB. Prova da seriedade do projeto é que, até o último dia 3, o partido havia investido R$ 594 mil, oficialmente, na campanha do palhaço. E não deve parar por aí.
Tiririca é o principal puxador de votos do PR, do PT e do PCdoB em São Paulo. Se chegar a um milhão de sufrágios, seu excedente de votos elegerá mais quatro ou cinco deputados da coligação. O eleitor vota em Tiririca e pode eleger Valdemar Costa Neto (PR), Ricardo Berzoini (PT) ou o delegado Protógenes (PCdoB).
O "projeto Tiririca" é um bom retrato do sistema de coligações que impera nas eleições parlamentares brasileiras  uma salada farta de siglas, conexões improváveis, legendas de aluguel e uma pitada muito pequena de ideologia.
Das 27 legendas que disputam as eleições para a Câmara dos Deputados, apenas os quatro partidos de esquerda (PSTU, PCO, PSOL e PCB) são seletivos nas coligações: não se misturam na grande maioria das vezes. Melhor deixá-los em um prato à parte.
Entre as outras 23 legendas da salada, vale quase tudo. O PP, por exemplo, coligou-se 169 vezes a todos os outros 22 partidos, em 26 das 27 unidades da Federação. O PRB fez igual. Isso significa aliar-se ora ao PT, ora ao seu arqui-inimigo PSDB, conforme a conveniência.
PP e PRB são os campeões das alianças, mas não são exceção. Das 23 legendas da salada coligada, só o PV fez menos de 100 conexões com outros partidos. Mas bateu na trave: 97. A salada é sortida. Tem de PT com DEM (uma vez) a comunista com democrata-cristão (seis vezes). Só não tem petista com tucano.
Se dividirmos a travessa em duas partes, numa ponta está o PT, na outra, o PSDB. O PMDB fica no meio. Perseguidos pelo poder, os peemedebistas aparecem como fortes aliados tanto de tucanos (6 vezes) quanto de petistas (11 vezes). 
As conexões mais intensas do PT são com PCdoB, PR, PRB, PSB, PDT e PMDB. E as do PSDB são com DEM, PPS, PSC, PMN, PR, PRB e PMDB. Mas as relações são abertas, não pressupõem exclusividade. Vez ou outra uma legenda dá uma escapadinha para o outro lado, sem culpa ou ressentimentos.
Os mais cínicos dirão que a política partidária brasileira continua a mesma. Mudam os nomes, mas não os sobrenomes. No seu "Deputados 2010", o Ibope identificou uma penca de herdeiros do poder (apud Francisco Antonio Doria) entre os favoritos a se elegerem para a Câmara.
São rostos novos para nomes conhecidos. Como os de Ana Arraes (Pernambuco), Ratinho Jr. e Zeca Dirceu (ambos no Paraná), ACM Neto (Bahia), Rodrigo Maia e Leonardo Piciani (ambos no Rio de Janeiro).
Nomes fortes foi justamente o que faltou para o PT paulista. O partido precisou improvisar nova estratégia. Além de se coligar ao PR de Tiririca, ressuscitou a tática de pedir votos para a legenda do partido. Está dando certo: a sigla do PT está em segundo lugar em citações no ranking do Ibope.
A falta de nomes conhecidos está confundindo os paulistas. Instado pelo Ibope a dizer em quem votará para deputado federal, há quem responda "Serra", "Fernando Henrique Cardoso", "Marina Silva", "Alckmin", "Mercadante" ou até quem evoque "Mario Covas".
De todos os Estados onde o Ibope faz seu ranking para a Câmara, São Paulo é onde menos eleitores são capazes de citar um candidato a deputado federal: apenas 12%. Em Pernambuco essa taxa já chegou a 19%, e no Distrito Federal, a 21%.
Não é de espantar, portanto, que Tiririca seja o mais lembrado entre os paulistas. Nem de que alguém tenha pensado em usar um palhaço como puxador de votos. Pensando bem, até faz sentido.
Fonte:  Blog do Noblat
COMENTO:  o título original desse texto é: "Quem é o palhaço?".  Dispensa mais comentários! E tem gente condoída pela "discriminação" que vem sendo movida contra o "pobre rapaz", só por que ele é pobre , "analfabeto" e nordestino.
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Para Refletir Antes de Votar

por Paulo Cherem - Rio de Janeiro/RJ
Como o STF tomou uma decisão que deixou em suspenso a validade em 2010 da lei do "ficha limpa", compete aos eleitores darem um basta nos "fichas sujas". Não votar neles é limpar o Congresso Nacional. 
Lembre-se da traição aos aposentados; 
 lembre-se dos R$ 180 bilhões pagos de juros da dívida pública
— lembre-se do aumento da dívida pública para R$ 1,6 trilhão que nós teremos que pagar; 
— lembre-se do aumento da carga tributária que toma 4 (quatro) meses por ano da nossa renda, do nosso salário; 
— lembre-se que a saúde tem um orçamento correspondente a 25% do que se paga de juros aos capitalistas; 
— lembre-se que a educação no Brasil é a pior dos países do Mercosul
— lembre-se que um programa social como o bolsa família sem educação e saúde para o beneficiado, é compra de voto
— lembre-se das duas refinarias da Petrobras entregues a preço de banana para Evo Morales (cocaleiro) presidente da Bolívia; 
— lembre-se que o descaso com a segurança de nossas fronteiras fez aumentar o tráfico de drogas e armas
— lembre-se que governante que apoia governantes ditadores, está querendo se tornar um deles;
— lembre-se que o atual governo, com o apoio da base aliada, quer implantar o PNDH 3 e cassar direitos inalienáveis do cidadão
— lembre-se que o atual governo, com o apoio da base aliada, quer implantar o PNDH 3 e cercear a imprensa livre
— lembre-se que o atual governo, com o apoio da base aliada, quer implantar o PNDH 3 e controlar os meios de comunicação
— lembre-se do que o atual governante discursou na posse; "o PT não rouba e não deixa roubar!"; 
— lembre-se do mensalão do PT
— lembre-se da PP (será a sigla de ProPina?) do Tamiflu, medicamento para combater a gripe A1N1; 
— lembre-se do fator previdenciário que prejudicou aposentados e prejudicará os futuros aposentados
— lembre-se que algum membro do governo pode quebrar seu sigilo bancário, fiscal, etc. sem autorização judicial
— lembre-se do caso Francenildo, um simples caseiro que teve seu sigilo bancário quebrado a mando de Antonio Palocci do PT
 lembre-se que quem sempre respeitou a democracia não usou do terrorismo para chegar ao poder
— lembre-se que um governante que respeita o povo não esconde seus gastos sob o manto da segurança nacional; Etc., etc., etc. 
Esse são fatos verídicos e incontestáveis divulgados pela imprensa livre e não cooptada, considerada pelo atual chefe do Executivo como "Partido da Imprensa Golpísta  PIG". E os PaTetas seguem aplaudindo.

domingo, 26 de setembro de 2010

No Embalo da Pressão, se foi Mais um "Cabeça" (de Bagre!)

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Salvador Hernández Ortega, vulgo "Hugo Hernández", integrante da quadrilha 45 das FARC morreu em choque com tropas do Batalhão de Engenheiros nº 18, General Rafael Navas Pardo, que surpreenderam o subversivo recebendo uma extorsão.
Os fatos ocorreram no setor conhecido como Alto Cravo, zona rural do município de Tame, Arauca.
O Comandante da 18ª Brigada, General Rafael Alberto Neira Wiesner, manifestou que "com este importante resultado se reduz a capacidade financeira da frente 45 das FARC, é um alivio para os habitantes do setor de Tame, os quais vinham sendo fustigados por esse sujeito com a cobrança de 'vacunas'".(vacuna= vacina, termo usado pelos bandidos para extorsão)
O Exército informou que "Hugo Hernández", era o encarregado da cobrança de extorsões para as quadrilhas 38, 45 e 56 na região.
O subversivo de 35 anos de idade e 17 no interior das FARC, era responsabilizado por executar, junto a um grupo de guerrilheiros, o ataque à população de Yacopi, Cundinamarca em 1998 e dos assaltos às instalações da Policia nos municípios de Tame (Fevereiro de 2002) e Saravena (Setembro de 2002), Arauca.
Além disso, havia ordenado e dirigido um atentado com 'cavalo bomba' em Saravena em setembro de 2003, onde morreram 6 pessoas, entre elas uma criança, e no qual ficaram outros 18 feridos.
Também era apontado pelo assassinato de um concejal (vereador) dessa população, ocorrido em 23 de maio de 2003.
Vida de subversão
Hugo Hernández, nascido em Saravena, ingressou como guerrilheiro raso nas FARC em 1996 na Frente 10 e, em 1998 se fez comandante dessa quadrilha. Entre 2000 e 2003 comandou a Frente 52.
Ainda em 2003, foi para a Frente 45, primeiro como chefete das Milicias Bolivarianas e depois, na quadrilha Fernando Farfán de 2005 a 2009. Em maio deste ano, assumiu como terceiro chefete e chefe de finanças dessa frente.
Fonte:  tradução livre de El Colombiano
COMENTO:  Dá-lhe Exército Colombiano!  Dá-lhe Presidente Santos! Sem moleza para com esses patifes!  O Governo norte-americano, assim como o da França, do México, do Chile e o Secretário-Geral da OEA manifestaram congratulações ao Governo Colombiano pela liquidação do 'Mono Jojoy'.  Até mesmo o Mico Mandante venezuelano manifestou-se a respeito, dizendo que "não pode se alegrar pela morte de ninguém!"  Por aqui, o Megalonanico e o seu chefe Top-top devem andar chorando pelos cantos do Itamaraty, sem nem mesmo o consolo de Luis Inácio, que anda mais preocupado com a campanha da 'cumpanhêra'.

sábado, 25 de setembro de 2010

Holocausto Vende Bem

por Janer Cristaldo
Essa agora! Leio nos jornais que a Câmara Municipal de Porto Alegre aprovou um projeto que torna obrigatório o ensino do Holocausto na rede pública da cidade. A proposta, votada na semana passada, será sancionada no dia 18 de outubro e começa a valer a partir de 2011 para as escolas públicas de ensino fundamental. Autor da proposta, o vereador Valter Nagelstein (PMDB) argumenta que o Holocausto  extermínio de judeus na Europa durante o regime nazista (1933-45)  foi "o mais grave" episódio da história de desrespeito aos direitos humanos e que estudá-lo propicia aos alunos "uma visão mais profunda sobre o preconceito".
O que a notícia não diz é se será ou não uma disciplina, a ser desenvolvida durante o ano letivo. Pelo jeito, é. Ora, a questão do holocausto cabe em uma, no máximo duas aulas. Mais importante, a meu ver, seria estudar o comunismo, doutrina que dominou o século passado e fez não seis milhões de cadáveres, mas cem milhões.
Só na China, o Livro Negro do Comunismo  antologia coordenada por Stéphane Courtois  debita a Mao 65 milhões de cadáveres em tempos de paz. Em Mao, a História Desconhecida, de Jung Chang e Jon Halliday, os autores falam em 70 milhões. 65 ou 70, não se tem notícia na História de homem que, sozinho, tenha matado tanto. Entre 58 e 61, no Grande Salto para a Frente, 28 milhões de chineses morreram de fome. Segundo Jung Chang, foi a maior epidemia de fome do século XX  e de toda história registrada da humanidade. A China produzia carne e grãos, mas Mao exportava estes produtos para a União Soviética, em troca de armas e tecnologia nuclear. Segundo o Grande Timoneiro, como era chamado Mao, as pessoas "não estavam sem comida o ano todo  apenas seis ou quatro meses".
As 846 páginas do livro tornam o relato cansativo. Basta, a meu ver, o resumo: URSS: 20 milhões de mortos; China: 65 milhões; Vietnã: 1 milhão; Coréia do Norte: 2 milhões; Cambodja: 2 milhões; Europa do Leste: 1 milhão; América Latina: 150 mil; África: 1,7 milhão; Afeganistão: 1,5 milhão; movimento comunista internacional e PCs fora do poder: uma dezena de milhar de mortos.
Mais interessante seria estudar a Inquisição. Se o Holocausto produziu Israel, a Inquisição construiu a Res Publica Christiana, hoje chamada Europa, e consolidou o poder vaticano, emblema contemporâneo dos maiores faustos do mundo. Certo dia, em Toledo, quis visitar o Museu da Inquisição, na época lá instalado. Perguntei a uma toledana onde ficava. Ela, de bate-pronto, me retrucou: por que o senhor não vai visitar nossa catedral? Ela é belíssima. A catedral eu já havia visitado, sua arquitetura majestosa sempre me faz chorar. Mas o que eu queria ver, daquela vez, eram os instrumentos que haviam possibilitado a ereção da catedral. A vontade é de vomitar. Difícil conceber o talento do humano engenho quando se trata de fazer o próximo sofrer. Mas, enfim, há males que vêm para o bem, como diria  e disse  João Paulo II, a propósito do comunismo. Turista algum se comoveria hoje até as lágrimas, visitando aquele templo imponente, não fossem as torturas horrendas pelas quais passaram os homens da época que o erigiram.
Se comparado com a Inquisição ou com o comunismo, o nazismo durou o que duram as rosas. Foram apenas doze anos de poder. O regime nazista está longe de ser "o mais grave" episódio da história de desrespeito aos direitos humanos, como pretende o vereador gaúcho. Na Rússia, o comunismo teve vigência por sete décadas. Pior ainda, a ideologia tomou conta do Ocidente todo, a ponto de seus melhores cérebros fazerem a defesa incondicional de um dos maiores assassinos do século, Joseph Vissarionovitch Djugatchivili, mais conhecido como Stalin, o de aço. Quando o tirano morreu, houve quem não acreditasse na notícia. Porque um deus não pode morrer.
Segundo a Confederação Israelita do Brasil, Porto Alegre é a primeira cidade do país a aprovar um projeto nesse sentido. Aposto que a próxima será São Paulo. Quanto a estudar o comunismo, que seria mais útil, nem pensar. Os nazistas já morreram e o que quer que lhes diga respeito não mais os atinge. Os comunistas, estão aí. Responsáveis por um passado hediondo e livres como passarinhos. Mais ainda: ocupando os altos escalões do governo.
Quanto ao Holocausto, sempre vende bem.
Fonte:  Janer Cristaldo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Junto a 'Mono Jojoy', Também Pode Ter ido 'Romaña'

As autoridades confirmaram que na Operação "Sodoma" realizada contra as FARC na Serra de La Macarena, no departamento de Meta, também pode ter sido abatido Henry Castellanos Garzón, vulgo "Romaña".
A ação conjunta das Forças Militares, realizada entre 20 e 22 de setembro,  de acordo com o Presidente da República, Juan Manuel Santos, contou com mais de 700 agentes os quais estiveram respaldados por 30 aviões e 27 helicópteros.
Alias "Romaña" faz parte do  Estado Maior do Bloco Oriental das FARC e era o encarregado de dirigir os anéis de segurança de "Jorge Briceño" ou "Mono Jojoy".
Ele ingressou nas FARC na década dos anos 80 após fazer parte das milícias urbanas do grupo guerrilheiro.
É acusado de diversos fatos violentos, um deles o assalto ao município de Mitú, Vaupés, onde foram assassinados 16 policiais e mais de 40 sequestrados. Também lhe são atribuídos múltiplos sequestros em Meta e Cundinamarca. É considerado, ainda, o responsável pelos primeiros sequestros massivos, conhecidos no país como "pescas milagrosas".
"Romaña", faz parte da Frente 53, e está relacionado com delitos de narcotráfico, tendo participado na elaboração da política de comercialização de drogas pelo grupo à margem da lei, pelo que Estados Unidos oferecem uma recompensa de até 2,5 milhões de dólares por informação que permita sua captura.
A Fiscalia da Nação têm abertos 70 processos contra ele por delitos relacionados com sequestro, terrorismo, narcotráfico e homicídio
Seis meses de Inteligência permitiram operação contra "Mono Jojoy"
A decisão do bombardeio foi tomada pelo Presidente da República, Juan Manuel Santos,  na tarde de segunda-feira. Já havia passado seis meses de trabalhos de Inteligência que permitiram às Forças Militares e da Policia preparar a "Operação Sodoma", que chegou ao "covil" de Júlio Suárez Rojas, mais conhecido como "Jorge Briceño Suárez" ou "Mono Jojoy".
Foram 38 aeronaves da Força Aérea entre Tucanos, Kfir e helicópteros artilhados e outras 34 aeronaves do Exército em que foram  transportados entre 700 e 800 homens até o lugar conhecido como La Escalera, na Serra de La Macarena, Meta.
Ali, "Mono Jojoy", um dos sete principais integrantes do Secretariado das FARC, tinha um acampamento de cerca de 300 metros e se escondia em um ‘bunker’ de concreto com túneis e áreas de escape para burlar a ofensiva da Força Pública. O sitio servia de guarida ao guerrilheiro que esteve nas FARC durante 42 anos.
Mais de 50 bombas
Na terça-feira iniciaram as ações. Mais de 50 bombas dirigidas por coordenadas impactaram a região sob vigilância, se estima, por mais de 600 homens. Na quarta-feira, por volta das cinco da manhã começaram os combates. Foram nove, confirmou o Ministro da Defesa, Rodrigo Rivera Salazar.
Na madrugada de quinta, já quando o pessoal da Força-Tarefa Conjunta Omega e da Equipe Jungla da Policia haviam entrado na área, se pode estabelecer que "Mono Jojoy" havia morrido no que, sem dúvidas, é o maior golpe contra o coração das FARC.
"Podemos confirmar que com esta operação chegamos à mãe de todos os acampamentos das FARC", disse Rivera, que minutos antes havia sido recebido com aplausos nas instalações do Ministério da Defesa.
"Demos um dos golpes mais fortes na história da Colômbia contra essa organização. (...) seguimos na ofensiva, a consigna segue sendo apertar, apertar e apertar, e creio que é um dia de glória, de júbilo aos colombianos e damos Graças a Deus porque nos abençoou com a vitória", acrescentou.
Não são intocáveis
Por sua parte, o Comandante do Exército, Major General Alejandro Navas, assegurou que "antes eles se acreditavam intocáveis, esta é uma demonstração de que não são".
Para o êxito da operação foi indispensável a cooperação de estruturas próximas a "Mono Jojoy". "As FARC  estão se desmoronando por dentro. Os próprios membros dessa organização narco-terrorista se dão conta de que não tem sentido perseverar em prejudicar aos colombianos e menos ainda seguir com terrorismo e com o narcotráfico", asseverou o Ministro Rivera.
O chefe da carteira da Defesa destacou o heroísmo dos militares que participaram na operação que uniu as forças de todas as unidades militares. "É um resultado de coordenação com o Exército, a Infantaria da Marinha, a Força Aérea, a Policia Nacional, desdobrados na zona e de um grupo especializado de todas as Forças Militares e de Policia".
ATUALIZAÇÃO DE 25 SET 2010:
O Instituto Nacional de Medicina Legal confirmou na tarde de ontem (24/9) que um dos cadáveres trazidos a Bogotá na noite de quinta-feira desde a zona de La Macarena corresponde a Víctor Julio Suárez Rojas, identificado com a Cédula de Cidadania 17.708.695. Essa era uma das identidades falsas do guerrilheiro.
Também foram identificados outros três guerrilheiros, duas mulheres e um homem, dentre os outros seis corpos que foram retirados do local onde foi bombardeado um dos principais acampamentos das FARC.
Os outros identificados são Gilma Espinosa, com Cédula 40.272.555, nascida em 17 de maio de 1978 em Mesetas, Meta, onde foi expedido o documento.
A outra mulher é Ana Ruth Montoya Vargas, com Cédula 30.080.524, nascida em 3 de janeiro de 1972 em Villavicencio.
O homem trata-se de  Héctor Sandoval Durán, com Cédula 17.571.079, nascido em Contratación, Santander, em 21 de junho de 1980.
Nas instalações de Medicina Legal repousam outros três cadáveres sem identificação, de uma mulher e dois homens, também mortos no bombardeio.
Ainda não há confirmação da morte de Henry Castellanos Garzón, o "Romaña"
Fonte:  tradução livre da Edição Especial de El Colombiano

Colômbia Elimina Chefe Militar das FARC

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As forças militares colombianas mataram nesta quinta-feira, o chefe das operações militares das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Jorge Suárez Briceño, conhecido como “Mono Jojoy”.
A Operação Sodoma que resultou na morte do quarto membro do Secretariado da organização desde 2008, foi qualificada pelo presidente Juan Manuel Santos como “as boas-vindas às FARC”.
Na avaliação de Santos, a morte de Jojoy é mais importante que a de Raúl Reyes, então número dois da guerrilha.
Ele era o símbolo do terror que tanto dano provocou ao país. Mono Jojoy simbolizava o terror, a violência, e por isso creio que foi o golpe mais contundente aplicado às FARC em toda a sua história”, afirmou.
O cerco ao líder guerrilheiro foi montado em conjunto pela Polícia Nacional, o Exército e a Força Aérea, na Serra da Macarena, Meta. Foram empregados 30 aviões e 27 helicópteros no ataque.
O ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, afirmou quechegamos à mãe de todos os acampamentos, de mais de 300 metros de longitude, que tinha um bunker, tuneis e áreas de escape”.
Segundo ele, a operação contou com um imenso trabalho de inteligência que penetrou as estruturas próximas e importantes de Mono Jojoy.
As FARC estão sendo derrubadas por dentro”, garantiu.

Mono Jojoy
Responsável pelas operações militares das FARC, inclusive os sequestros, Briceño, então chefe do Bloco Oriental da guerrilha, era procurado também por lavagem de dinheiro e narcotráfico.
O governo dos Estados Unidos oferecia US$ 5 milhões por sua captura.
Ele ingressou nas FARC em 1975 como guerrilheiro raso até ocupar um lugar no Secretariado e ser considerado um dos mais importantes e temidos da organização.
Sobre ele havia 62 ordens de captura, 12 medidas cautelares, cinco condenações, dois pedidos de extradição e 25 investigações ainda não concluídas, por delitos de narcotráfico, terrorismo, rebelião, homicídio, seqüestro, assalto, extorsão e conspiração.
Jojoy chegou a ter sete mil homens sob seu comando.
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Análise da Notícia
por Marcelo Rech
No início da semana, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), emitiram um comunicado rejeitando qualquer negociação de paz que impusesse condicionamentos.
O presidente Juan Manuel Santos, no cargo há menos de três meses, deixou claro que o governo só dialogaria com a organização após as FARC entregarem as armas, renunciarem ao terrorismo e libertarem os reféns, alguns com mais de dez anos de cativeiro.
Com a morte de Mono Jojoy, Santos dá um golpe duro na estrutura militar da guerrilha e deixa Alfonso Cano como o único líder influente ainda vivo. Além disso, emite uma mensagem clara de que não aceitará pressões internas ou externas para sentar-se à mesa com a organização.
Os combates tendem a se intensificar. Atualmente, as FARC não têm mais que oito mil guerrilheiros.
Vários de seus porta-vozes no exterior buscam pressionar governos e entidades ligadas à defesa dos direitos humanos, para que impeçam a vitória militar da Colômbia neste conflito que perdura quase 50 anos.
Juan Manuel Santos era o ministro da Defesa de Alvaro Uribe quando Raúl Reyes foi morto em março de 2008 em território equatoriano.
A exemplo do ex-presidente, ele teve familiares sequestrados e mortos nas mãos das FARC.
Um processo de paz na gestão dele, só com a renúncia completa da guerrilha à violência. E os gestos precisam vir da selva.
A tendência é que mais e mais guerrilheiros se desmobilizem, abandonem a luta armada e procurem as garantias oferecidas pelo Estado.
No entanto, acreditar em aniquilação completa das FARC ou do ELN é querer demais.
Enquanto grupos insurgentes existirem na Colômbia, haverá pretexto para que milhões de dólares sejam despejados no país em espécie e na forma de equipamentos e tropas dos Estados Unidos.
Ter as FARC controladas e incapazes de ameaçar militarmente o país é o melhor dos mundos. Atende a todos os interesses envolvidos.
Marcelo Rech é jornalista, 
especialista em Relações Internacionais,
Estratégias e Políticas de Defesa
e Terrorismo e Contra-insurgência.
Fonte: Info Rel

E Quando Mamãe Cai na Vida?

por A. C. Portinari Greggio
Querer democracia no Brasil é como plantar café na Groenlândia. Não dá. E se der, é porque plantaram uma coisa e nasceu outra diferente, por mutação causada pelo clima. No caso do Brasil e países semelhantes, plantando democracia, o que nasce é oclocracia. É outro regime, mais aclimatado, que brota naturalmente no solo pátrio, tal como o caruru, a barba de bode e a tiririca.
Oclocracia é a ditadura da ralé legitimada pelo voto da maioria, entendendo-se como ralé não apenas a pior parte do povão, mas também o rebotalho da classe média e da elite, mancomunados contra você, sua família e o seu País.
Não se iluda, caro leitor. Se você acha que isso que aí está não é a "verdadeira democracia", nem a "democracia que queremos", então sua ideia de democracia estava errada. Democracia é isso mesmo. E ponha na cabeça: todos os ideais prometidos da democracia foram atingidos. Finalmente chegamos ao Paraíso: o povão está no poder por intermédio de seus legítimos representantes.
Nunca, nem mesmo na Primeira República, houve sistema eleitoral tão manipulado e controlado — sem que ninguém lhe possa pôr defeito. Nunca a oposição  digo a oposição de verdade  esteve tão marginalizada, tão esquecida, tão falando sozinha.
Pela primeira vez em nossa História, o poder caiu nas mãos duma facção empenhada na dissolução e no desaparecimento da Nação.
Embora o Chefe de Estado seja (falso) operário, não se trata de governo de trabalhadores. Quem o cerca, e apóia, e ocupa o poder, é uma classe de intelectuais que nunca trabalharam na vida, associada ao crime, ao terrorismo e ao narcotráfico, cujo único objetivo é destruir tudo para que só sobrem eles próprios.
É natural que esses indivíduos identifiquem nas Forças Armadas seu principal obstáculo, e é inútil que estas tentem apaziguá-los. Por mais que se mantenham fiéis à ordem, curvem-se ao revanchismo e se mostrem solícitas ao poder civil, existe entre eles e as Forças Armadas uma insanável incompatibilidade de índole e de propósitos.
Por isso os políticos têm tratado de desmontá-las, entregando a segurança nacional e os poderes do Estado a organizações internacionais e inserindo o País num sistema de interdependência que conduzirá inexoravelmente à transferência da nossa soberania a um governo mundial cuja futura constituição ninguém conhece porque está sendo tramada em obscuros centros de influência que, só se sabe ao certo, não estão no Brasil.
Antes, a Política e as Forças Armadas eram expressões distintas, porém complementares, da Nação Brasileira. Hoje o Brasil mudou.
As Armas continuam onde sempre estiveram, mas a Política, como o câncer, virou-se contra a Nação. A unanimidade que se anuncia nas próximas eleições não é de estranhar. Afinal, a metástase é uma forma de unanimidade às avessas.
Vamos às conseqüências.
1. O único setor da sociedade brasileira que permanece institucionalmente imune à desmoralização geral são as Forças Armadas.
2. Não há possibilidade de salvar o Brasil pela via das eleições majoritárias. O jogo eleitoral só favorece a nomenklatura no poder.
3. A solução só poderia surgir de mobilização da parte mais consciente da população, que conduzisse a virada política fora das regras do jogo.
4. A mobilização exigiria que pelo menos parte da mídia e dos políticos se voltasse contra a nomenklatura, da qual, convém nunca esquecer, fazem parte.
5. Em condições normais isso não pode acontecer. Mas, nas atuais circunstâncias, a nomenklatura está em processo de ruptura interna.
6. As regras do jogo, inventadas pela própria nomenklatura para perpetuar-se no poder, previam revezamento. Mas uma das facções, que chegou lá graças à conivência da outra, ignorou as regras e está, no momento, a expulsar a sócia para fora da política.
7. Os derrotados, mirando o exemplo da Venezuela, sentem-se inseguros. Sabem que seus antigos comparsas não têm moral, e temem até pela sobrevivência futura. Estão confusos, e hoje lamentam ter ajudado a eliminar a "direita" do cenário político.
8. A "direita", que seria sua natural aliada, continua viva e atuante nas catacumbas.
9. Tudo sugere o cenário em que a facção derrotada da nomenklatura talvez venha a perceber onde está a sua única esperança de sobreviver.
Os militares amam sua Pátria e por ela se guiam. Mas quando a Pátria se confunde, se divide e se corrompe, é dentro de si mesmas que as Forças Armadas têm de encontrar seu caminho.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mais Um "Al Infierno"! Mono Jojoy já Era!

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Na manhã de hoje, o noticiário televisivo RCN da Colombia citou fontes do Exército para confirmar a morte de Jorge Briceño Suárez, o líder das Forças Armadas Revolucionarias da Colombia (FARC) conhecido como "El Mono Jojoy", em uma operação militar no centro do país.
Os informes de inteligência revelam que 17 aviões AB-29 lançaram 50 bombas sobre um acampamento das FARC localizado no setor La Escalera, em La Macarena, departamento (estado) de Meta.
Provas datiloscópicas feitas sobre alguns cadáveres confirmaram a identidade de Suárez e sua companheira sentimental, que o acompanhava constantemente desde que foi diagnosticado um estado avançado de diabetes no quadrilheiro.
Esse chefe da narco-guerrilha foi quem idealizou os sequestros políticos e os cilindros bomba (botijões de gás doméstico, carregados com explosivos que são lançados sobre imóveis atacados - a resistência dos cilindros aumenta o poder destrutivo das explosões).
A imprensa qualifica este como o mais importante golpe propiciado contra o grupo da narco-guerrilha. O Ministro do Interior colombiano, Germán Vargas Lleras, confirmou a informação aos meios de comunicação
dizendo que este golpe lembra às FARC que nunca chegarão ao poder por via das armas, e que devem começar a trabalhar para voltar à vida civil. "Esse é o futuro de quem na organização continua promovendo o terror e suas ações", disse.
"El Mono Jojoy" era o encarregado da ala militar das FARC, organização a que pertencia há 35 anos, e foi quem ideou o recurso dos sequestros políticos
como medida de pressão ao governo, assim como os chamados cilindros bomba. Também foi o encarregado de sequestrar a ex candidata presidencial Ingrid Betancourt.

Se espera que o Presidente da Colombia, Juan Manuel Santos, emita uma declaração a respeito do assunto, desde Nova York em breves minutos.
Fonte: tradução livre de El Nacional
Imagem: montagem sobre foto de Noticia al Dia
COMENTO: por aqui, choro e ranger de dentes, luto não oficial e muita tristeza nos valhacoutos da 'cumpanherada'!

A Cara do Cara

por Marco Antonio Villa
O Brasil é um país estranho. O TSE fez várias propagandas explicando ao eleitor quais são as funções dos deputados, senadores, governadores e do presidente.
Contudo, ao relatar as principais atribuições do presidente, ocupou mais da metade do tempo dizendo que cabe a ele divulgar o país no exterior, viajar e buscar novos negócios. Curiosamente, nenhuma dessas funções fazem parte do artigo constitucional que regulamenta as atribuições presidenciais.
Ou seja, o TSE, que é presidido por um ministro do STF, desconhece qual o papel que deve ser exercido pelo presidente da República.
Mas, a bem da verdade, o desconhecimento é mais amplo. O próprio presidente Lula tem demonstrado nesta campanha eleitoral que não sabe os limites estipulados pelo artigo 84, logo ele que foi deputado constituinte (mas que, junto com a bancada do PT, votou contra a aprovação do texto constitucional).
Sem exagero, é possível afirmar que nunca na história presidencialista brasileira um presidente foi tão agressivo contra seus adversários. Faz ameaças, agride, acusa. É o verdadeiro Lula, é a cara do cara, sem maquiagem ou disfarce.
Quando um presidente não tem freios, como agora, é a democracia que corre risco. A omissão do Judiciário é perigosa. E vai criando, pela covardia, uma nefasta jurisprudência. Em certos casos, cabe ao STF uma ação para coibir a violação da Constituição.
Mas, dificilmente ocorrerá: o STF não tem uma história de defesa da cidadania frente ao despotismo do Estado. Pelo contrário, nos momentos mais difíceis do país, a Suprema Corte silenciou. Basta recordar a conivência com o Estado Novo ou com a ditadura militar.
A irritação presidencial com as críticas demonstra a dificuldade de conviver com a democracia. Lula sabe que no Brasil é predominante a cultura política autoritária. E que conta com o apoio popular, assim como a ditadura, durante o chamado milagre brasileiro, graças à situação econômica.
Em um país sem tradição democrática, um governo descompromissado com a defesa das liberdades, fica seduzido pelo poder absoluto. Para isso, necessita esmagar a oposição a qualquer preço. E conta com a adesão da maior parte da elite política, sedenta por saquear o Estado, tarefa facilitada pela supressão das liberdades.
Caminhamos para um impasse político. Com um Executivo que tudo pode, um Judiciário omisso e um Legislativo dócil, com ampla maioria governamental, que permitirá mudanças constitucionais ao bel prazer dos poderosos de momento.
Marco Antônio Villa é professor de
Ciências Sociais da UFSCar
Fonte: Blog do Villa
COMENTO: um dos assuntos abordados na palhaçada que nos é apresentada como "campanha política" é a denominada "competência", isto é, capacidade para realizar alguma coisa, no caso governar o Brasil, ou pelo menos administrar da melhor forma possível os recursos econômicos, materiais e humanos da máquina estatal. Pois bem, quem se candidata ao cargo de Presidente da República deve procurar demonstrar cabalmente sua "competência". Aí vejo duas propagandas do candidato que considero "menos pior". Na primeira promete elevar o salário mínimo para R$ 600,00. Considerando-se o valor atual, de R$ 510,00, a promessa corresponde a um acréscimo de pouco mais de 17,5%. Aí, o mesmo candidato aparece em outra propaganda prometendo 10% de reajuste para os aposentados e pensionistas ou seja, está prometendo continuar o sacrifício de boa parcela do eleitorado. Com uma equipe que demonstra sua competência elaborando esse tipo de propaganda, imagina-se a competência da equipe ministerial a ser montada pelo candidato. Eu penso que até mesmo incompetência tem um limite de tolerância, o que me reforça a ideia de que é tudo um simples jogo de cartas marcadas.

O "Battisti" de Cristina

Entidades de DDHH da Argentina pedem que o governo aceite Apablaza como refugiado
Organismos humanitários da Argentina pediram na sexta-feira, 17, que o governo aceite "com máxima urgência" o pedido de refúgio político do chileno Galvarino Apablaza Guerra, ex chefe de um grupo subversivo que assassinou um senador daquele país em 1991.
As entidades, entre elas as Avós da Praça de Mayo, manifestaram, ainda, sua "preocupação" pela decisão da Corte Suprema de Justiça da Argentina, que na terça (14) autorizou a extradição do ex guerrilheiro chileno, que foi líder da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), segundo um comunicado divulgado pelas associações.
"Solicitamos que com máxima urgência a Comissão Nacional de Refugiados resolva favoravelmente sua petição de ser reconhecido como refugiado político, em virtude da perseguição política que existe em seu país contra militantes", indica a nota subscrita pela líder das Avós da Praça de Mayo, Estela de Carlotto; pelo Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) e HIJOS, entre outros.
Outro grupo de dirigentes de organismos humanitários, entre eles o Premio Nobel da Paz 1980, Adolfo Pérez Esquivel, entregou uma petição à presidenta argentina, Cristina Fernández, para que outorgue a condição de refugiado político a Apablaza Guerra.
Mais, a líder das Mães da Praça de Mayo, Hebe de Bonafini, solicitou em outro comunicado que o governo outorgue refugio político a Apablaza Guerra, reclamado pelo Chile para julgá-lo pelo homicídio cometido pela FPMR em 1 de abril de 1991, contra o senador Jaime Guzmán, ideólogo do regime de Augusto Pinochet (1973-1990).
"As Mães da Praça de Mayo sabemos que vivemos em um país de plena liberdade. Estamos convencidas de que se deve dar refúgio ao companheiro chileno Galvarino Sergio Apablaza. Um país que está condenando os assassinos não pode negar a liberdade a quem lutou por seu país", apontou Bonafini.
A decisão final está nas mãos do governo de Cristina Fernández, porém o advogado de Apablaza Guerra, Rodolfo Yanzón, assegurou que existe uns "98 por cento de possibilidades" de que o Executivo o reconheça como refugiado e não o extradite para o Chile.
Enquanto os organismos humanitários reclamam sua aceitação como refugiado político, o que desativaria o processo de extradição de Apablaza Guerra, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse días atrás que fará "todo o necessário" para que os responsáveis pela morte de Guzmán enfrentem a justiça de seu país.
Apablaza reside na Argentina com sua mulher, a jornalista Paula Chaín, que trabalha na sede do governo argentino desde 2005, confirmou o chefe de Gabinete do país, Aníbal Fernández.
O ex líder da FPMR, esteve detido oito meses em 2004, em Buenos Aires, porém o magistrado argentino Claudio Bonadío decidiu, em 2005, rechaçar sua extradição ao Chile, por entender que naquele país havia sido prejudicado seu direito ao devido processo e à defesa.
Na época, o magistrado determinou que Apablaza Guerra, conhecido como "Comandante Salvador", fosse deixado em liberdade e autorizou sua permanência no país, enquanto que o Governo chileno apelou contra a decisão na Corte Suprema da Argentina.
EFE
A dupla moral de Hebe e Carlotto
Uma análise das reações à extradição do fugitivo chileno.
por Ceferino Reato *
Bastou que se reabrisse a possibilidade de que o chileno Galvarino Sergio Apablaza Guerra fosse extraditado a seu país, onde é acusado do assassinato de um senador e do seqüestro de um empresário jornalista durante um governo democrático, para que vários organismos de Direitos Humanos, encabeçados por Estela de Carlotto e Hebe de Bonafini, saíssem a questionar a decisão da Corte Suprema de Justiça e a defender o ex guerrilheiro transandino.
Por outro lado, o sangue derramado por dez soldados argentinos que cumpriam o serviço militar obrigatório e defendiam um quartel em Formosa, em 5 de outubro de 1975, durante um governo constitucional peronista, não arrancou desses organismos sequer uma palavra de alento a seus familiares, que, como na época em que perderam seus filhos, sobrevivem na pobreza, alguns na capital e outros no interior da província de Formosa.
Esta é uma mostra mais da dupla moral que parece ter invadido a vários organismos, que só reparam nas violações contra os direitos humanos de um setor. Não importa se são argentinos ou de outro país, seu objetivo é a defesa dos direitos humanos das pessoas “que lutaram por seu país”, como disse Bonafini.
Em outras palavras: não importam os métodos nem se esses métodos incluíram a morte de outros humanos em plena democracia. Importa sim o fim: que combatiam por um objetivo superior como a Revolução.
E é isso o que se passa com os agregados às listas do "Nunca Más", o informe da Conadep, e no Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado, na Costanera portenha: em um primeiro momento, a homenagem era para as vítimas da ditadura e dos grupos paraestatais como a Triple A; agora se converteu em um reconhecimento para os caídos pela Revolução; não importa quando nem onde nem como morreram.
A figura do combatente substituiu ao desaparecido e ao assassinado. Estes organismos e estas lideranças foram tão importantes que da pena a forma como se reduziram. ¿Estarão ofuscados pelas luzes do poder?

* Editor-chefe do Diário Perfil e autor de Operación Primicia,
sobre o ataque dos Montoneros ao quartel de Formosa.
Fonte: tradução livre de AFyAPPA
COMENTO: é dúbio o sentimento de "direitos humanos" que atinge os "militantes" das organizações, brasileiras ou de linguagem hispânica, que alegam defendê-los. Da mesma forma como a dubiedade atinge a "grande imprensa" ao tratar sobre os períodos de governos chefiados por militares na América Latrina. Enquanto que em Cuba um sujeito fica por meio século à frente do governo - fuzilando opositores e enfiando nas masmorras os infelizes pegos tentando fugir em botes - e depois "entrega" o país ao seu irmão, e é idolatrado por todos os sedizentes "intelectuais", os antigos governantes militares dos países do chamado "Cone Sul" são taxados invariavelmente de 'tiranos' e 'ditadores'. A Organização Latino Americana de Solidariedade (OLAS), dos anos 60, e o Foro de São Paulo, mais recente, ambos grupamentos de pessoas e grupos que tem por objetivo a "união" de partidos políticos e grupos subversivos que visam implantar o falido comunismo na América ao sul dos EUA, são entidades democráticas. A troca de informações entre organismos de segurança dos países atingidos pelos grupos citados foi um mecanismo ditatorial que agrediu as liberdades e os direitos da humanidade, sendo até mesmo batizada como "Operação Condor" e seus 'mentores' classificados como criminosos. No Brasil, o instituto do "asilo político", quando em favor de envolvidos em atividades terroristas como Achille Lollo, Cezare Battisti, Olivério Medina e Pietro Mancini, não é questionado, sendo mesmo incentivado. Já quando a extradição é do interesse da 'cumpanherada' bolivariana, como os boxeadores cubanos enviados "a toque de caixa" de volta ao paraíso castrista, ninguém se interessa por "direitos humanos". A república do casal Kirchner parece não fugir a essa lógica. A prisão do piloto Julio Alberto Poch (ex oficial da Marinha Argentina), em 2009 na Espanha, foi comemorada como uma 'operação' memorável envolvendo autoridades argentinas, espanholas e holandesas - ele estava asilado na Holanda graças à sua dupla cidadania. A extradição do militar uruguaio Juan Manuel Cordero Piacentini, do Brasil para a Argentina, em janeiro passado, a despeito de seus problemas de saúde, também não teve maiores problemas para os "direitodusmanos". Agora, a extradição do criminoso chileno da Argentina para responder por seus crimes em seu país de origem, sofre pressões contrárias das entidades humanitárias argentinas. Não me espanto se houver manifestações semelhantes pelas homólogas brasileiras. As alegações são as mesmas dadas ao 'caso Battisti" no Brasil. Perseguição política. Os patifes não reconhecem os regimes democráticos vigentes tanto na Itália quanto no Chile. Afinal, esses países não estão sob a batuta da "cumpanherada". Para não desamparar o "cumpanhêru", sua esposa é empregada no Palácio Presidencial. Parece uma outra estória da qual ouvi falar. Pelo menos, em Buenos Aires, a 'cumpanhêra' pode estar pescando alguma coisa no rio da Prata.