domingo, 31 de janeiro de 2010

O Suposto

por Jacornélio M. Gonzaga (*)
Consultando-se no “Aurélio” o significado da expressão SUPOSTO, encontramos:
[Do lat. suppostu.]
Adjetivo. 1. Hipotético, fictício. 2. Supositício (1). 3. Bras.N.E. Diz-se do dente postiço: “enquanto chorava o abandono, o riso morto na boca de dentes supostos, os olhos constantemente vermelhos, .... os cabelos sem pente permaneciam numa rebeldia feroz” (Mílton Dias, As Cunhãs, pp. 54-55).
Substantivo masculino ... 4. Aquilo que subsiste por si; substância. 5. Coisa suposta.
Advérbio. ... 6. Ainda que; embora; suposto que: “a dureza de certo o não vira, suposto voltasse para ele muitas vezes ....a face” (Livro Negro de Padre Dinis, p. 215).
Suposto que. 1. Na suposição ou hipótese de que; dado o caso que; dado que; admitido que. 2. Suposto (6).
Das diversas definições aurelianas de SUPOSTO, seguramente Supositício, seja a palavra menos conhecida do dia-a-dia da língua “brasileira”, portanto, aí vai seu significado aurélico:
[Do lat. suppositiciu.] Adjetivo. 1. Atribuído falsamente a alguém; suposto. 2. Fingido, falso. [Sin. ger.: supositivo.]
Atualmente, na imprensa brasileira, a palavra SUPOSTO e suas derivações são das mais utilizadas no vocabulário jornalístico, chegando ao ponto de, no segundo dia do ano, em pleno Jornal Nacional, o apresentador Márcio Gomes ler uma notícia sobre um fato ocorrido na Colômbia em que “um ataque das Forças Armadas matou 22 supostos guerrilheiros das Forças Revolucionárias da Colômbia”. Passa-se a impressão de que no país vizinho não existe um movimento guerrilheiro e que, supostamente, as FA colombianas realizaram uma mortandade contra pessoas indefesas, de boa índole e que não se sabia quem eram. Tem razão o JN, não são somente guerrilheiros, são também narcotraficantes.
Para verificarmos a imparcialidade da mídia, vejamos algumas notícias do último dia de 2009:
Correio Braziliense – 31 Dez 2009
— No Senado, a alardeada CPI da Petrobras, instalada para apurar supostas irregularidades na gestão da estatal, terminou melancolicamente.
— O relatório final da comissão pede ao Ministério Público Federal uma apuração sobre suposto ato de prevaricação por parte de integrantes da Aneel e solicita ao órgão a criação de um mecanismo para compensar o consumidor pelos valores indevidos.
Jornal de Brasília – 31 Dez 2009
— O governador Arruda, emocionado, considerou que as denúncias do suposto esquema de caixa dois foram combinadas para impedi-lo de continuar na política — que atualmente o “enoja”.
Estado de São Paulo – 31 Dez 2009
— A Justiça argentina fechou formalmente o caso de suposto enriquecimento ilícito contra a presidente do país, Cristina Kirchner, e seu marido e antecessor, Néstor Kirchner.
— O padrasto da criança afirmou ter inserido as agulhas no corpo do enteado em um suposto ritual de magia negra.
Já quando o assunto é sobre as FORÇAS ARMADAS não se supõe nada, afirma-se tudo, pois a certeza existe. Vejamos no mesmo Correio Braziliense, de 31 de dezembro de 2009, parte do artigo intitulado “Desconforto na Caserna”, de autoria de Danille Santos, no qual coloquei alguns supostos:
“O suposto desconforto criado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, dentro do governo após questionar o Programa Nacional de Direitos Humanos intrigou supostos especialistas, que classificaram o episódio como um suposto retrocesso para a democracia. ... No último dia 22, Jobim se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e colocou o cargo à disposição. O mesmo fizeram os comandantes das três forças nacionais, Marinha, Exército e Aeronáutica.
Os trechos que contrariaram o bloco militar referem-se à apuração de supostos crimes e supostas violações de direitos humanos no período da suposta ditadura, entre 1964 e 1985. O principal deles trata da criação de uma comissão que terá amplos poderes para apurar supostos casos de violação dos direitos humanos durante a suposta ditadura e, se preciso, punir. Outro pede a revogação de leis remanescentes do período do regime. Na visão dos militares, a medida abre uma brecha para mudanças na Lei da Anistia. Por último, o documento sugere uma lei que proíba o nome de pessoas que supostamente tenham praticado crimes de lesa-humanidade em prédios públicos e ruas, além da alteração de nomes já atribuídos”.
Aliás, existem várias suposições sobre o episódio supostamente acima descrito:
— será que o apedeuta-mor, por falta de saco ou deficiência de leitura, assinou, mais uma vez, um documento sem ler?
— será que Luís Ignácio ignorava os termos da negociação entre os Ministérios da Defesa, Justiça e Secretaria Nacional de DH?
— será que Luís Ignácio ignorou, por livre e espontânea vontade, os termos da negociação entre os Ministérios da Defesa, Justiça e Secretaria Nacional de DH?
— será que “o cara” foi enganado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff?
— será que não é mais uma manobra do beócio na tentativa de se passar por bonzinho diante do “bando de generais”?
— será que não se trata de mais outra ação desencadeada com a finalidade de elevar, midiaticamente, ainda mais, os “franklinados”(1) índices de popularidade do Superlulla, ornando-lhe com o cognome de “O Vingador dos Torturados”?
— será uma jogada para que Jobim seja instado à vice da Dilma?
— ou será uma tentativa do Noço Guia para tornar-se imortal, pois, ajudando a reescrever a história, tem tudo para ganhar um assento na Academia Brasileira de Letras?
Eu suponho que, na verdade, o apedeuta-mor é um grande supositício!
(1) O mesmo que fabricado.
Brasília, 06 de janeiro de 2010.
e-mail: jacornelio@bol.com.br e jacorneliomg@gmail.com
Fonte: recebido por correio eletrônico

Universidade, a Melhor Corrupção

por Janer Cristaldo
O juiz Ivorí Luis da Silva Scheffer, da 2ª Vara Federal Criminal de Florianópolis, decidiu que descumprir condição de bolsa do CNPq não é crime. E determinou o arquivamento de investigação contra ex-bolsista do CNPq, que não cumpriu o compromisso de retornar ao Brasil e empregar o curso de doutorado concluído no exterior. Segundo o magistrado, que acolheu o parecer do Ministério Público Federal (MPF), a conduta não pode ser considerada crime de estelionato, mas somente inadimplência contratual.
Traduzamos do juridiquês ao português. O juiz está dizendo que dilapidar dinheiro público em proveito próprio não é crime. É uma tese. Todos os professores inadimplentes da UFSC — e são legião — vão adorar. Há uns bons trinta anos, denunciei esta corrupção nos jornais de Santa Catarina. Houve rebuliço na Reitoria, na maçonaria, no PT, a denúncia foi à Receita Federal, à Polícia Federal, ao Ministério Público ... e deu em nada.
A mais confortável corrupção hoje — costumo afirmar — é a corrupção universitária. Muito mais ampla e mais permanente que a corrupção no Congresso. Os coitadinhos dos deputados e senadores são denunciados por levar mulheres, amantes e prostitutas para uma ou duas semaninhas no Exterior. Bolsista do CNPq ou Capes fica quatro ou cinco anos nas mais prestigiosas capitais do Ocidente. Se voltar de mãos vazias, tudo bem. Se você tem vocação para a corrupção, deixe de lado a política. Os jornalistas caem em cima. Universidade é muito melhor. Jornalista algum denuncia a universidade.
Para o MPF, o ex-bolsista deve apenas “restituir os valores recebidos ante o descumprimento do compromisso assumido, na medida em que não há na conduta noticiada a configuração de ardil ou meio fraudulento para iludir ou manter em erro a vítima na obtenção de vantagem”. O juiz entendeu que o estelionato se configura, entre outros requisitos, quando a vantagem é obtida por meio que induza ou mantenha a vítima em erro, o que não foi o caso.
Quem é mesmo a vítima? Suponho que o Erário. Isto é, nós, contribuintes. Se de alguma forma pagamos para que alguém faça pesquisas no Exterior, é claro que não estamos pagando para que faça turismo. O ex-bolsista deve restituir os valores recebidos? Não é assim evidente. Já manifestei meu ceticismo aos bons propósitos do CNPq. Se um bolsista, tendo concluído seu doutorado, recebe boa oferta de trabalho no Exterior, qual instância, humana ou divina, o obrigará a ressarcir a União? Terá seus bens executados no Exterior? Será pedida sua extradição? Qualquer destes procedimentos custará bem mais caro que o valor da bolsa.
Já comentei o caso do advogado Cláudio Rollemberg, de quem estão sendo cobrados R$ 608 mil (em valores corrigidos). O advogado foi para a França em 1991 fazer um mestrado em Direito Internacional. Até hoje, 19 anos após a obtenção da bolsa, ainda não conseguiu elaborar um ensaiozinho de 400 ou 500 páginas. Mas não pretende devolver um centavo à União. Só entregará sua tese quando conseguir elaborá-la e estamos conversados. Devo, reconheço, mas não pago. Sua atitude é a mesma dos deputados e senadores, que declararam não saber que não podiam levar mulher, filhos, sogras e amantes para Paris e Miami. Diz que quando assinou o contrato não foi avisado de que poderia ser obrigado a devolver os valores caso não cumprisse as obrigações. "Todo mundo entendia que era gratuito, que era uma questão ideológica".
Escrevi também sobre a pesquisadora Ana Maria dos Santos Carmo, obrigada a devolver R$ 489 mil ao CNPq, por descumprir um compromisso firmado com a instituição. Nada menos que US$ 223 mil, ao câmbio de hoje. A estudante não retornou ao Brasil após concluir seus estudos de pós-doutorado nos Estados Unidos, em química de solos, custeados pelo conselho. Carmo alega a falta de emprego em sua área de trabalho. Até se dispõe a pagar o montante, desde que parcelados em US$ 100 mensais. Em apenas 2.230 meses, a dívida estaria quitada. Ou seja, em pouco mais de 185 anos, os cofres públicos seriam ressarcidos. Proposta generosa, não chega sequer a dois séculos. O CNPq não gostou e sugeriu à moça outro parcelamento, de US$ 860,36 mensais. Não vai levar. Nesses termos, a pesquisadora prefere não pagar.
E daí? Irá o CNPq entrar com um processo de cobrança internacional? Vai constituir advogado nalgum Estado americano para executar a devedora? Pedirá aos Estados Unidos a extradição da universitária inadimplente? Leio nos jornais que 300 professores receberam bolsas do CNPq e da Capes para cursar doutorado no exterior e calotearam o governo. Cada um deles custou US$ 200 mil e viajou com o compromisso de retornar ao Brasil. Não voltaram nem devolveram o dinheiro. Um golpe de US$ 60 milhões.
Bolsistas inadimplentes estão ocupando altos cargos no MEC. O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Ricardo Henriques, é um dos 659 ex-bolsistas que estão inadimplentes com a União. A dívida se deve ao custeio de curso de pós-graduação strictu sensu (mestrado ou doutorado) pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes).
Henriques deixou de ser bolsista da Capes em 1998. Ele ficou na França, por quatro anos, fazendo doutorado de economia na Universidade de Paris, às custas do financiamento do governo. Apesar de ter concluído todas as disciplinas, não chegou a defender a tese, requisito obrigatório exigido pela instituição a todos que recebem a bolsa. De acordo com o MEC, o secretário fez um pedido de prorrogação e deveria apresentar o trabalho final até 2008. Dez anos para fazer uma tesinha.
Mesmo assim, até abril do ano passado, o nome do secretário ainda constava no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Federais (Cadin) devido a essa pendência. Segundo a assessoria de comunicação da Capes, o processo de prorrogação é legal e está em andamento. Assim que eles receberem a última documentação, irão providenciar a regularização de Henriques junto ao Cadin. Gozou da boa culinária francesa, dos demais lazeres que Paris oferece. Voltou de mãos abandonando e tudo bem.
Você quer corromper-se? Desista da política. Rende pouco e é alvo dileto dos jornalistas. Opte pela academia, onde você pode corromper-se à vontade, sem nenhum temor a nenhuma denúncia e sem qualquer sanção.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Estupidez + Fanatismo = Desastre

por Nelson Motta
"Exijo lealdade absoluta à minha liderança. Porque não sou um indivíduo, sou um povo."
Se fosse no Brasil, chamariam a emergência psiquiátrica, lhe aplicariam um sossega-leão e o recolheriam a lugar seguro. Mas o Señor Pueblo é presidente da Venezuela, nosso sócio no Mercosul, e prende e arrebenta quem ousa discordar dele.
Sim, Chávez é ridículo e grotesco em suas bravatas e teorias conspiratórias, da velha escola fidelista. Os leitores podem até reclamar, lá vem o cara de novo falando desse bufão que ninguém leva a sério. Mas Chávez é um caso sério, um fanfarrão fanático e perigoso, que está destruindo a Venezuela. Como um Midas latino, tudo que ele toca vira, digamos, barro. Excelente para artesanato indígena.
E foi tão longe exatamente porque não o levaram a sério, quando a oposição venezuelana boicotou as eleições e Chávez elegeu uma maioria de 90% do Congresso. E a usou para aparelhar o Legislativo, o Judiciário e as Forças Armadas — e fazer o que lhe dá na telha. Tudo é referendado "democraticamente" pelo seu Congresso, em plena legalidade, usando a democracia para construir uma ditadura.
O povo venezuelano está pagando caro para que a América Latina, talvez, aprenda as consequências de aventuras caudilhescas que não se inspiram em experiências vitoriosas, mas no comprovado fracasso cubano. Seu antiamericanismo patológico não consegue esconder a inveja do poder e do progresso dos gringos, que o ignoram.
Por que perder tempo com ele? Porque muitos poderosos da nossa República têm grande admiração por Chávez, a quem chamam de democrata, "porque faz muitos referendos", com quem compartilham o culto a Fidel e sua revolução decrépita, que aplaudem suas expropriações e sua guerra contra a mídia, e fariam o mesmo no Brasil se pudessem, quando puderem.
A inflação de 30% achata os salários, o PIB está em queda e a dívida em alta, Caracas é a cidade mais violenta das Américas, água e energia estão racionadas e as expropriações geraram desabastecimento. E por mais televisões que ele feche, ninguém vê a sua Telesur.
Só um louco investiria um bolívar furado na Venezuela.
Nelson Motta é jornalista.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Revisões Radicais

por Sérgio da Costa Franco
Na história brasileira não houve precedente de revisões radicais, que transformassem vencidos em vencedores e que lhes permitissem rendosas indenizações por atos e fatos de lutas civis ocorridas dezenas de anos antes.
Após a proclamação da República, gerada por um golpe militar, não se tem notícia de monarquistas que se considerassem injustiçados e pretendessem ressarcimento por violências dos governantes republicanos. O próprio Pedro II recusou a verba que lhe quis destinar o marechal Deodoro. Nem as famílias dos fuzilados de Anhatomirim, em Florianópolis, ou da Serra da Graciosa, no Paraná, ou dos degolados do Boi Preto, jamais buscaram nada do Tesouro público, a título de reparação. Todos se consideraram protagonistas de um evento histórico de momento conturbado, em que as responsabilidades civis se diluíam com a mesma incerteza das calamidades da natureza e da força maior.
Depois de 1930 e da anistia votada pela Constituinte de 1933/34, encerrou-se o assunto e ninguém falou em indenização por injustiças sofridas durante o processo insurrecional ou no ciclo dos levantes tenentistas que o precederam. Até porque o presidente Vargas instituiu a prescrição quinquenal de todos os créditos junto à Fazenda Pública. Protegeu, assim, o erário contra assaltos extemporâneos de sedizentes vítimas de agravos e injustiças.
Cremos que existia outrora a consciência de que as atividades políticas envolviam riscos previsíveis, mormente quando insurrecionais, e prescindiam de vantagens econômicas. O patriotismo parecia incompatível com posturas mercenárias.
Assim não entendeu, entretanto, a esquerda revolucionária que o golpe militar de 1964 derrotou. E as reabilitações, reparações e ressarcimentos atingiram níveis jamais imaginados. Um cadete expulso da Escola Militar em 1935 por envolvimento na intentona comunista, terminou aposentado com proventos de coronel, 60 anos depois da punição e de uma tranquila e vitoriosa atividade como civil. As indenizações calculadas pelo vitimismo excederam tudo quanto se poderia imaginar como saque ao Fisco.
Todavia, o assalto não foi suficiente para saciar o apetite das esquerdas rebeldes. Pretende-se agora reprisar o processo dos conflitos que sucederam ao golpe de 1964, ressuscitando os temas da Guerra Fria, com intuito evidente de glorificar Marighelas, Lamarcas e seus desastrados seguidores.
Apesar da coragem e da audácia que ninguém lhes nega, os esquerdistas revolucionários do período da ditadura militar jamais contaram com apoio popular e inegavelmente retardaram o processo de restauração do Estado de direito. A retomada democrática na verdade se iniciou em 1974, quando se viu no MDB um instrumento eficaz para o restabelecimento da vida republicana, ao impor severas derrotas eleitorais ao oficialismo. Os guerrilheiros de Caparaó, de Iguape ou do Araguaia, bem como os sequestradores e assaltantes das áreas urbanas, não ajudaram em nada a democratização. Agora, decênios depois, querem que se escreva uma nova história, na qual pretendem aparecer como vítimas inermes da truculência ditatorial. Sem deixarem de morder, é claro, o dinheiro dos contribuintes...
Sérgio da Costa Franco
é Historiador e jornalista gaúcho
Fonte: Zero Hora - 24 Jan 2010,
citado por Janer Cristaldo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Que Será Deles se a Dilma Não For Eleita?

Os privilegiados: ação entre amigos.
No Brasil, uma nova maneira de governar foi criada. Em Brasília, há passe livre para os egressos dos movimentos sindicais, principalmente se forem ligados ao PT. Para essas pessoas parece que as portas são mais largas e os caminhos menos sinuosos. Criou-se na capital federal a casta dos integrantes da República sindical brasileira. "Nunca antes na historia desse País" tantos ex-dirigentes sindicais ocuparam postos chaves no destino da Nação Brasileira. É sobre essas pessoas, o que faziam e o que estão fazendo agora que nós iremos falar.
Jair Meneguelli - torneiro mecânico e ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC? Alguém lembra dele? Pois bem, ele sumiu. Fomos procurá-lo. Sabe onde o encontramos? Hoje ele se encontra em Brasília. É Presidente do Conselho Nacional do Sesi e comanda um orçamento de R$ 34.000.000,00. Salário atual: R$ 25.000,00. Salário anterior (no tempo de sindicalista) R$ 1.671,61.
Heiguiberto Navarro - ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Encontramos também. Sabe onde? Em Brasília. Sabe o que ele faz hoje? É assessor do Secretário Nacional de Estudos e Políticas da Presidência da República. Gostaram do nome? Salário atual: R$ 6.396,00. É ele quem articula os eventos do Presidente Lula quando ocorrem fora do Palácio do Planalto. Recordando, ele é ferramenteiro e na época tinha um salário de R$ 1.671,61.
João Vacari Neto - bancário, ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Também o encontramos. Adivinhe onde? Brasília? Certa a resposta! O que ele faz atualmente? É membro do Conselho Nacional de Itaipu. Ajuda a decidir sobre a alocação do orçamento de Itaipu, cerca de R$ 4.500.000.000,00. Salário R$ 13.000,00. Antes o seu salário era de R$ 4.909,20.
Paulo Okamoto - fresador, ex-tesoureiro da CUT. Está sumido do noticiário, mas nós o encontramos. Sabe onde? Em Brasília? Certa a resposta! O que ele faz hoje? Presidente do SEBRAE. Salário R$ 25.000,00. Comanda um orçamento de R$ 1.800.000.000,00. Salário anterior, quando era pobre: R$ 1.671,61.
Luis Marinho - pintor de veículos - ex-presidente da CUT. Lembram dele? Um doce para quem disser onde fomos encontrá-lo. Em Brasília? Certa a resposta. Estou devendo um doce para milhões de pessoas. O que é que ele está fazendo? Virou Ministro da Previdência Social. Salário R$ 8.363,80. Comanda um orçamento de R$ 191.000.000.000,00. Anteriormente o seu salário era de R$ 1.620,40.
Wilson Santarosa - operador de transferência e estocagem, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Campinas. Está no Rio de Janeiro. É gerente de comunicação da Petrobrás e membro do Conselho Deliberativo da Petros. Salário atual R$ 39.000,00 comanda um orçamento de R$ 250.000.000,00. Salário anterior era de R$ 3.590,90.
João Antonio Felício - professor de Desenho e História da Arte e ex-presidente da CUT. É outro que está no Rio de Janeiro. É atualmente membro do conselho do BNDES, salário R$ 3.600,00 por reunião da qual participa, com direito a transporte, hospedagem mais ajuda de custo. É um dos responsáveis pela aprovação do orçamento do BNDES de R$ 65.000.000.000,00. Tem sob sua responsabilidade opinar sobre sua destinação e acompanhar a execução. Salário anterior R$ 1.590,00.
Sergio Rosa - escriturário e ex-presidente da Confederação Nacional dos Bancários. Também se encontra em Brasília. É atual presidente do Previ, Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Salário atual de R$ 15.000,00. Comanda um orçamento de cerca de R$ 106.000.000,00. Salário anterior R$ 4.500,00.
José Eduardo Dutra - geólogo, ex-presidente do Sindiminas de Sergipe, atual Sindipetro. Hoje, graças a Deus, se encontra em Brasília, onde é presidente da BR Distribuidora, com um mísero salário de R$ 44.000,00. Comandará, entre 2008 a 2012, um orçamento de R$ 2.600.000.000,00. Salário anterior era de R$ 10.000,00
Wagner Pinheiros - analista de investimentos. Diretor da Federação dos Bancários de São Paulo. É outro que faz parte da Nova República. É presidente da Petros, Fundo de Pensão dos Funcionários da Petrobrás. Salário atual apenas R$ 44.000,00. Comanda um patrimônio de R$ 32.400.000.000,00. Salário anterior: R$ 5.232,29. É bom frisar que o salário anterior era o salário percebido como dirigente sindical.
Como se não bastasse esses que aqui foram citados, outros estão lá, levados que foram pela força do voto popular. Vide casos: Vicentinho, professor Luizinho, João Paulo Cunha e outros menos ou mais cotados. Num País onde vivenciamos a cada instante a falta de empregos e de oportunidades, mesmo para aqueles que lutaram e conseguiram fazer um curso superior, tivemos oportunidade de ver como para determinadas pessoas os caminhos são menos íngremes e as oportunidades parecem bater-lhes às portas. O momento é de reflexão. É esta a Republica que nós queremos? A República que nós queremos nós a construiremos com o nosso trabalho, com as nossas atitudes e com o nosso voto. Queremos as oportunidades como um direito de todos e não como um privilégio, como monopólio de uns poucos.
O ano de 2010 é o ano da CACHORRADA DA QUADRILHA DO Dr LULA E DA Dra DILMA NA CABEÇA. QUEM SOBREVIVER VERÁ..

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Jornalismo Que o Brasil Não Precisa

O jornalismo precisa exercitar a prática diária da inteligência conjugada com a firmeza moral, a coerência dos atos, e a honestidade. O leitor não pode ser tratado como consumidor de mentiras e manipulações a serviço do poder público mais sórdido de nossa história. O jornalismo precisa se comportar como um serviço público e não como um espetáculo degenerado de um hediondo instrumento pela disputa do poder político, disputa essa financiada pelos canalhas esclarecidos que estão dando sustentação à tentativa de transformar o país em um Cuba Continental. 
O único programa que ainda consigo ver na TV Globo é seu jornal da manhã. O Jornal Nacional, com aquele cansativo casal que repetiu várias vezes, de forma leviana, que o que aconteceu em Honduras foi um golpe dos militares, este já não dá mais para ver, pois está absolutamente contaminado pelo relativismo do jornalismo amestrado que edita a verdade através das ordens do seu redator-chefe para não comprometer os poderosos que garantem para esta empresa verbas milionárias de propaganda ou financiamentos oficiais, sempre negociados no estilo de pai para filho. 
Afinal de contas precisam ser mantidos os empregos de centenas de artistas que se omitem diante da degeneração moral do país e tratam de garantir sua sobrevivência a um custo ético sem limites. 
O motivo de ser possível assistir o Bom dia Brasil: neste programa ainda existe um jornalista o Sr. Alexandre Garcia que não se vende e consegue manter sua integridade moral, mesmo sendo empregado de uma empresa de comunicação, talvez a maior responsável pela degeneração dos valores fundamentais que deveriam garantir os entrelaçamentos de relações sociais que sustentam uma sociedade digna, pois retransmite a devassidão e a degeneração moral da sociedade como valores a serem sutilmente incorporados no comportamento natural daqueles cometem a estupidez de dar audiência aos seus programas, especialmente às suas novelas, com raras exceções de exibições de alguma coisa que sirva para resgatar o país de sua falência moral, cultural e educacional. 
Esta empresa que no passado batia palmas para o Regime Militar, agora, para agradar o petismo, contribui para ajudar na sórdida campanha de destruição de nossas Forças Armadas para que sejam colocadas em seu lugar o Exército do Povo, que está sendo estruturado pelo desgoverno petista graças à covardia e à traição à pátria de determinados comandantes que desonram as fardas que vestem e a bandeira do país que está sendo substituída pela bandeira do PT. 
O Sr. Alexandre Garcia somente não foi excluído do quadro da TV Globo porque é muito difícil para uma empresa eliminar dos seus quadros um jornalista com sua qualificação profissional e com sua firmeza moral. Pegaria muito mal ... e, no dia seguinte, ele estaria empregado em outra emissora tomando a audiência do jornal Bom dia Brasil
Esta empresa de comunicação não necessariamente informa, mas essencialmente DESINFORMA, DEGENERA E MANIPULA a falência educacional e cultural do país. Se aproveita de uma liberdade de imprensa que raramente é utilizada para ajudar a sociedade a romper com o círculo vicioso da degradação moral a que o país está submetido, por responsabilidade das relações públicas e privadas absolutamente desonestas, corporativistas, sórdidas ou criminosas, sendo esta a maior realização da fraude da abertura democrática. 
Hoje, 20 de janeiro de 2010, assistimos a uma oportuna e brilhante comparação feita pelo Sr. Alexandre Garcia, entre o trabalho de um soldado das Forças Armadas brasileiras salvando vidas no Haiti e, em seguida, absurdas cenas do desvio do dinheiro do contribuinte no escândalo do mensalão do DEM, rigorosamente igual ao do PT, este com 40 denunciados, menos o chefe, pelo Procurador Geral da República. São 40 canalhas que até hoje, graças ao submundo do apodrecimento da justiça no país, estão livres, leves e soltos, rindo de nossa cara e achando que eternamente concordaremos em aceitar o papel de imbecis, otários e palhaços do Circo do Retirante Pinóquio. 
Infelizmente a contrapartida cor-de-rosa, no mesmo jornal, veio de imediato, com uma jornalista-apresentadora do programa afirmando, após a fala de Alexandre Garcia que, felizmente, a maioria é do bem. 
Precisamos perguntar para essa carreirista, que se esmera sempre em ficar em cima do muro do puxa-saquismo aos seus superiores:
— De quem você está falando cara-pálida? Que maioria é essa? 
— De gente do poder público mais corrupto, promíscuo, calhorda, canalha, e muitos outros adjetivos na mesma linha, de nossa apodrecida história? 
Como cidadão preciso dizer para essa senhora que sua postura como jornalista por citações ou comentários que acomodam os interesses depois das denúncias, muitas vezes, tem demonstrado o que de pior pode haver na sua profissão uma profissão das mais nobres que, infelizmente, foi desqualificada pelos donos do poder por não mais ser necessário nem ter um curso superior para exercê-la:
 a senhora é uma das representantes desse jornalismo decadente e servil que está a serviço dos filhos dos ovos das serpentes do submundo comuno-sindical que têm a cumplicidade da empresa para a qual trabalha. Esses canalhas estão sendo cúmplices da destruição de nossas esperanças de vivermos em uma sociedade digna e justa. 
Talvez, em breve, tenhamos mais um (uma) fabricante de biografias fraudadas ou escritora de livros enaltecendo a corja do jornalismo marrom, para se dar bem na vida. 
Sr. Alexandre Garcia. Espero que o senhor nunca nos decepcione. Sabemos que não pertence ao quadro do jornalismo espúrio que está transformando uma parte de nossa imprensa em servil do petismo, gente sórdida que pertence às gangs de terroristas, sequestradores e assassinos que estão em alta na cotação do desgoverno petista que lhes garante como sinecuras alguns dos mais importantes cargos em seu desgoverno. 
A praga da imprensa marrom ou imprensa cor-de-rosa está se alastrando. 
Cada vez mais os meios de comunicação dependem das verbas públicas e financiamentos oficiais para sobreviverem, sem deixarmos de considerar as relações espúrias e corporativistas entre cúpulas de empresas de comunicação e o poder público mais degenerado de nossa história. 
O jornalismo que serve ao cidadão não pode ser transformado em propaganda ou matéria paga para garantir a continuidade das sórdidas relações públicas e privadas que estão afundando o país no mar da degeneração política e moral. 
Estamos sendo testemunhas talvez do período mais sórdido de alguns meios de comunicação que divulgam notícias seguindo uma linha editorial não comprometida com a verdade dos fatos, mas sim engajada com os compromissos dos donos dos veículos de comunicação com o poder público, sem diferenciar sua visão e interpretação dos fatos com a realidade nua e crua que deve ser sempre noticiada. 
O jornalismo marrom se manifesta através da omissão, da edição que omite de forma proposital, ou da distorção subliminar que induz aos cidadãos a erros de avaliação depois da divulgação dos fatos. 
Quando a jornalista Fátima Bernardes, por exemplo, afirmou em horário nobre que os militares em Honduras deram um golpe, deveria ter esclarecido que esta era sua opinião e não um fato tacitamente comprovado, pois o parlamento e o poder judiciário daquele país evitaram um golpe comunista pelo presidente deposto que queria desrespeitar a Constituição. Mais tarde as eleições em que compareceu a maioria dos eleitores hondurenhos demonstraram, de forma tácita, que a grande canalhice não noticiada foi uma tentativa do Brasil e da Venezuela de colocar Honduras como participante do eixo do mal da América Latina. No futuro ainda teremos as entranhas dessa manobra sórdida com a participação do presidente Lula sendo mais claramente divulgadas e entendidas. 
Este é um simples exemplo das centenas que ocorrem todos os dias do apodrecimento moral e ético do jornalismo do nosso país, que está sendo gradualmente tomando pelo espírito cor-de-rosa da canalha do jornalismo marrom. 
A propósito. Quem está pagando a propaganda na TV Globo do filme que faz a apologia do político mais sórdido de nossa história diante das salas vazias dos cinemas com ingresso pago?
— O contribuinte ou a TV Globo? Canalhice sem limites... 
Meus pêsames aos atores que aceitaram serem regiamente pagos com dinheiro dos contribuintes para participar dessa farsa e dessa fraude de biografia que está sendo descaradamente utilizada como propaganda eleitoral em um ano de eleição para presidente. Seus nomes estarão inscritos na lápide da falência moral do país.
Geraldo Almendra 
20/janeiro/2010
Fonte: recebido por correio eletrônico

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Bandeira, Pra Que te Quero?

"O projeto do Mercosul passa pela criação de um identidade latino-americana que de muito transcende objetivos meramente econômicos" e o hasteamento de "um símbolo poderoso como o da Bandeira sem dúvida irá ajudar na criação do sentimento de solidariedade regional que ora precisamos cultivar."
Deputado Dr. Rosinha (PT/PR)
por Ricardo Montedo
Brasileiros em geral e militares em particular receberam um indigesto presente no último Natal. O Diário Oficial da União do dia 24/12 publicou ato do Presidente Lula, dando nova redação ao artigo 13 da Lei nº 5.700, de 1971, que rege a utilização dos símbolos nacionais.
A modificação torna obrigatória o hasteamento da bandeira do Mercosul, juntamente com o Pavilhão Nacional, nos prédios públicos do País todo, inclusive, claro, os quartéis.
No Brasil, ninguém dá bola para a Bandeira Nacional senão em época de copa do mundo. A Bandeira é só uma a mais, bem menos popular do que as de Flamengo, Corinthians, São Paulo, etc., agora travestidas em “manto sagrado”.
O sentimento de brasilidade se expressa de várias formas, mas os símbolos nacionais raramente fazem parte disso. Por vezes, dando razão à Nelson Rodrigues — "o patriotismo é o último refúgio dos canalhas" — assistimos cenas como as do menino Sean embarcando no avião que o levaria aos EUA com a camiseta do Brasil. Nada mais calhorda que expor uma criança para tentar despertar o fervor cívico da opinião pública em torno de uma disputa que é (ou deveria ser) da esfera privada.
Quem não lembra de Romário acenando a Bandeira da janela do avião que trazia a seleção campeã da Copa dos Estados Unidos, numa manifestação cívica que legitimou a muamba que boleiros e dirigentes trouxeram na bagagem? E provocou a demissão do (digno) Secretário da Receita Federal, que exigia o pagamento do imposto devido?
Excluídos episódios como esses e as propagandas ufanistas do governo Lula (aliás, como "nuncantez" neste país, nem na época do general Médici), os Símbolos Nacionais são solenemente ignorados, exceto por uma categoria de cidadãos: os militares.
São os fardados que mantém viva a chama do patriotismo, dos valores do País, do orgulho em ser brasileiro, no intervalo entre uma copa do mundo e outra. O respeito aos Símbolos Nacionais é cultuado com fervor dentro dos quartéis. À exceção dos militares, os brasileiros consideram pagar mico cantar o Hino Nacional ou parar na rua para assistir o hasteamento da Bandeira.
Agora, os milicos farão tremular, pelos confins do País, a bandeira do Mercosul ao lado do “auriverde pendão da esperança”.
Num ato pouco relevante para a maioria alienada, a turma do Foro de São Paulo, na surdina, cumpre mais uma etapa no processo de realinhamento do projeto de poder marxista, sob a inspiração de Alberto Gramsci.
Mais uma estaca foi cravada no coração do conceito de Pátria. Nos confins da Amazônia, nas fronteiras, no pampa, no pantanal, na Antártida, no Haiti, onde um militar prestar continência à Bandeira do Brasil, terá de fazê-lo igualmente ao estandarte que, breve, tremulará também na Venezuela de Chávez.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Os Gigolôs de Terremoto

por Augusto Nunes
Até terremoto tem seu lado bom, imaginaram os estrategistas do Planalto no dia em que o Haiti acabou. Desde 2004 no comando da força de paz da ONU, ferido pela morte de Zilda Arns, de um diplomata e de 17 soldados, o Brasil conseguira com a tragédia o trunfo que faltava para assumir, livre de concorrentes, a condução das operações internacionais destinadas a ressuscitar o país em frangalhos. E então tomou forma a má ideia: que tal aproveitar a favorável conjunção dos astros para fazer do Haiti um protetorado da potência regional que Lula criou?
Eufóricos com o surto de inventividade, os alquimistas federais transformaram o velório de Zilda Arns em comício e escalaram Gilberto Carvalho para o lançamento, à beira do caixão, do novo projeto nacional. A frase de abertura surpreendeu os parceiros de roda de conversa: "O Brasil perdeu uma grande militante e ganhou uma grande padroeira". Alheio ao espanto provocado pela demissão sumária de Nossa Senhora Aparecida, substituída sem anestesia pela fundadora da Pastoral da Criança, o secretário particular do presidente foi ao que interessava: “Devemos adotar o Haiti a partir de agora. Temos até uma mártir lá”.
Vou me empenhar para que Zilda Arns ganhe o Prêmio Nobel da Paz”, emendou Lula na roda ao lado. Expressamente proibida pelos organizadores do Nobel, a premiação póstuma foi autorizada uma única vez, para atender a circunstâncias excepcionais. Em 1961, o estadista sueco Dag Hammarskjöld, secretário-geral da ONU ao longo da década anterior, já estava escolhido quando, às vésperas do anúncio formal, morreu num acidente aéreo. Lula prometeu o que não acontece há 50 anos. Ou ignora a proibição ou se acha mesmo o cara.
Enquanto o chefe apoiava candidaturas impossíveis em cerimônias fúnebres, Nelson Jobim e Celso Amorim articulavam o movimento de resistência à invasão do Haiti por soldados e médicos americanos, armados de remédios, alimentos e equipamentos de socorro. A coleção de fiascos começou com a tentativa de retomar o controle do aeroporto da capital. Quando preparava a contra-ofensiva, Jobim soube que os ianques estavam lá a pedido do governo haitiano.
Se não fosse tão desoladoramente jeca, o governo Lula teria aproveitado a vigorosa entrada em cena dos EUA para associar-se à única superpotência do planeta e aprender o que não sabe. No pós-guerra, por exemplo, os americanos organizaram a reconstrução do Japão e da Alemanha. O Brasil, que não consegue lidar nem com chuva forte, é um país ainda em construção. Mas o presidente acha que está pronto. E preferiu disputar com Barack Obama o papel de protagonista.
Passada uma semana, só conseguiu ficar ainda mais longe da vaga no Conselho de Segurança da ONU, como avisa o resumo da ópera publicado neste 19 de janeiro pelo jornal espanhol La Vanguardia: “O terremoto ocorrido há uma semana desnudou a incapacidade da Organização das Nações Unidas para fazer frente a um desastre de tais dimensões. A onerosa missão dos 8.300 capacetes azuis não serviu para nada no momento de enfrentar a emergência e organizar a ajuda aos haitianos. O Brasil, que tem aspirações ao status de potência regional latino-americana, mostrou, como coordenador das forças da ONU, incapacidade e falta de liderança”.
Enquanto os haitianos imploram pela salvação que teima em demorar, Celso Amorim continua implorando por audiências com Hillary Clinton. Enquanto soldados brasileiros lutam pelas vítimas do flagelo, Nelson Jobim luta para prolongar por cinco anos a permanência no Haiti das tropas que visita quando lhe convém.
Tanto os brasileiros que morreram em combate quanto os que continuam no Haiti merecem admiração e respeito. São heróis. Políticos que ignoram o pesadelo inverossímil para concentrar-se em disputas mesquinhas são gigolôs de terremoto.
Fonte: Augusto Nunes
COMENTO: primoroso, como sempre, o texto de Augusto Nunes. Equivocou-se no número de militares mortos, pois contando um oficial da PM/DF que encontrava-se diretamente subordinado à ONU (o que não implica ter deixado de ser brasileiro), tal número eleva-se a dezenove. Quanto ao assunto abordado, não é de estranhar o oportunismo governamental por ocasião de acidentes e incidentes que possam coloca-los em destaque, desrespeitando mesmo os cadáveres e seus familiares. É só lembrar o gesto desrespeitoso que projetou o "Chanceler dos dentes podres" na mídia, ao receber a notícia de que o acidente aéreo ocorrido em São Paulo poderia ter outras causas além da incompetência governamental. Menos grave, mas não menos inconveniente foi a quase declaração de guerra à Suíça, por ocasião da falsa agressão a uma brasileira naquele país. Outros arroubos de "valentia" e decisões equivocadas poderiam ser citadas (condenação do bombardeio ao acampamento das FARC no Equador; o caso Zé Laia em Honduras; as bondades internacionais feitas em prejuízo do patrimônio nacional — perdão de dívidas; condescendência para com o cocaleiro boliviano por ocasião da invasão das refinarias da Petrobras; renegociação do preço da energia de Itaipu gerando aumento no preço pago pelos consumidores brasileiros; e por aí vai) mas ocuparia demasiado espaço para chegarmos à conclusão óbvia. Esses patifes só querem promover-se a qualquer custo. E conseguem, graças ao povinho de merda que os idolatra!
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O PSDB Tem Razão: No RS o PAC Não Entregou Uma só Grande Obra

Nesta quinta-feira à tarde, o presidente Lula reuniu o ministério e ofendeu o senador Sérgio Guerra, o chefe do principal Partido da oposição, o PSDB (leia análise mais adiante). Lula ficou irritado pela “incompreensão” do senador em relação ao PAC.
No RS, segundo levantamento do jornal Zero Hora, que visitou as 20 principais obras lançadas com pompa e circunstância pela ministra Dilma Roussef, o número de obras entregues corresponde a zero.
Mais: 1/3 de todas as obras anunciadas para o RS nem sequer saíram do papel.
Eis os dados levantados pelo jornal, considerado o principal aliado do governo do PT no RS:
— Só no papel: 33,3%
— Obras travadas: 25%
— Em andamento, mas com atrasos: 41,7%
— Obras entregues: Zero
De acordo com a ONG Contas Abertas, das 12.520 obras programadas pelo PAC há três anos para todo o território brasileiro, apenas 1.229 foram concluídas.
Isto representa 9,8% do total.
O repórter Marcelo Gonzatto, examinou obra por obra em duas páginas do jornal e concluiu que nenhuma delas foi entregue.
A Mãe do PAC, a ministra Dilma Roussef, candidata em campanha aberta, não foi ouvida pelo jornal ou não quis falar. Quando ela vier ao RS (“Dilma é gaúcha, tchê”, avisou Zero Hora nesta quinta), dia 5 de fevereiro, poderá explicar por que o PAC não sai do lugar no seu próprio Estado.
Apesar desse fracasso evidente, o governo Lula quer lançar em fevereiro o PAC 2.
Clique aqui para examinar a tabela das obras examinadas uma a uma pelo jornal de Porto Alegre.
Clique aqui para conferir a reportagem de Contas Abertas.
Lula usa Lei da Selva para defender Dilma
Mais uma vez o presidente Lula tentou chamar para si a briga que a ministra Dilma Roussef não consegue levar adiante com seus adversários do PSDB. É o caso do xingamento presidencial contra o senador Sérgio Guerra (“Ele é um babaca”).
A reação de Lula contra o presidente do maior partido da oposição é a do macho poderoso tentando proteger a fêmea. Desta vez, Lula não usou linguagem escatológica, mas assim mesmo foi grosseiro.
O furor do presidente contra o senador Sérgio Guerra não passa disto.
Vai ser mais difícil quando ocorrerem os debates na TV entre Serra e Dilma, porque Dilma não terá Lula ao seu lado para debater em seu lugar.
O dono do cavalo do comissário está nervoso. O PSDB resolveu encarar Lula e o PT, cumprindo a estratégia montada pelo próprio Serra, que avisou na semana passada que Lula não é candidato e que ele só debaterá com Dilma Roussef, cabendo ao Partido encarar o presidente que não consegue desencarnar.
Ele vai perder as eleições e sabe disto.
Fonte: Políbio Braga
COMENTO: o PSDBosta, com sua oposição pífia não tem como encarar $talinácio e sua trupe. Vão ficar reclamando da falta de educação do Apedeuta enquanto ele deita e rola, espinafrando quem possa aparecer como oposicionista. A turma do FHC, Serra, Aécio et caterva não pode "pegar pesado" por que sabe que tem o rabo preso. Só o que os diferencia da quadrilha do $talinácio é a inteligência que usaram ao aplainar o caminho dos petralhas rumo ao governo, esperando reciprocidade. Por isso não tiveram coragem para destituir o cachaceiro por ocasião do "mensalão". Esperavam fazer uma gangorra governamental em que PT e PSDB se revezariam "ad aeternun" Não contavam com a total falta de caráter petista. Agora, percebem que foram iludidos (ou não?). Se até às eleições não aparecer alguém que ponha de lado o "politicamente correto", chamando os patifes claramente pelos adjetivos a que fazem jus e expondo sem meias palavras as canalhices de um Congresso Nacional e Poder Executivo apodrecidos, não há dúvida de que seremos tragados pela União das Repúblicas Socialistas Bolivarianas em menos tempo do que se possa prever.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Que a Esquerda Não Quer Que Você Saiba?

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Entrevista sobre o Livro: "A Verdade Sufocada - A História que a esquerda não quer que você saiba" do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.
O livro resgata a verdade de um período histórico totalmente distorcido por aqueles que hoje encobrem os seus reais desígnios de transformar o Brasil em um satélite do comunismo internacional, com a falácia de que lutaram contra uma ditadura militar para promover a liberdade e a democracia.
A obra desfaz mitos, farsas e mentiras divulgadas pelos derrotados para manipular a opinião pública e para desacreditar e desmoralizar aqueles que os venceram.
Em linguagem coloquial, A Verdade Sufocada narra o período pré-1964, quando a efervescência dos movimentos subversivos e a influência de Cuba sobre os nossos comunistas quase conduziram o País ao caos; narra os motivos que levaram os militares, apoiados pela mídia, a pedido da sociedade, a desencadear a Contra-Revolução de 1964.
Acaba com o mito de que as Forças Armadas lutaram com seus tanques contra estudantes armados de estilingue e meninos inocentes.
Trata-se de um alerta aos jovens para que não sejam usados. É um paralelo entre o passado recente de nossa História e os dias atuais.
1ª Parte

A Verdade Sufocada   Parte 1 por amigosdadireita



2ª Parte

A Verdade Sufocada   Parte 2 por amigosdadireita


O livro, que a grande maioria das livrarias brasileiras recusa-se a colocar em suas prateleiras com receio de "represálias políticas", pode ser encontrado em: Livraria Brasil.net/

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

As Lições do Chile

El Colombiano  - Editorial.
A maturidade democrática que o Chile alcançou depois da ditadura de Augusto Pinochet (1973- 1990) é tão indiscutível quanto o triunfo do candidato de centro-direita Sebastián Piñera, no domingo passado, e deixa importante lição para a América Latina que, sem dúvida, será definitiva para decidir o rumo político na região.
Chile falou claro e decidiu dar um giro depois de 20 anos de governos de centro-esquerda. O legado de Ricardo Lagos e de Michelle Bachelet são bases sólidas sobre as quais Piñera poderá seguir na consolidação política e econômica do país austral, visto na região como um exemplo de mudança, desenvolvimento e liderança.
Os chilenos são os grandes vencedores dessa luta democrática. O primeiro a divulgar isto foi o próprio Piñera, que em seu discurso de triunfo convidou à unidade nacional e estendeu um tapete vermelho a todos os partidos políticos, para "tirar o Chile, de uma vez por todas, do subdesenvolvimento", também como estratégia para buscar alianças no Congresso, de maioria oposicionista.
Desnecessário dizer que o triunfo de Piñera não é só uma derrota para Eduardo Frei e sua aliança de "Concertación", com Bachelet à frente, mas também para Hugo Chaves. Foi armada uma contundente barricada ao chamado Socialismo do Século XXI.
O rápido reconhecimento do triunfo de Piñera por parte de Frei é outro fato importante, pois afasta a polarização política que acompanhou a campanha eleitoral e põe a todos os chilenos no objetivo de consolidar um modelo de desenvolvimento que não pertence a nenhum partido, convertendo-se em uma política de Estado. Manter essa unidade em torno a interesses comuns será parte fundamental do mandato de Piñera.
O resultado eleitoral de 51,6 contra 48,3 por cento não representa um cheque em branco para Piñera. Tampouco uma demanda por regressar ao passado ou por ensaiar caminhos aventureiros ou estrambóticos. A rota seguida pelo Chile desde a década de 80 não admite atalhos. Seu produto per capita, que está em 15 mil dólares, e a notável redução da pobreza, colocaram o país na liderança da América Latina (44º mundial) em matéria de desenvolvimento humano.
Não obstante, há nuvens cinzas no firmamento: as falhas na educação, o desemprego e a crescente delinquência, como produto dos vazios nas duas anteriores. Em política externa não são menores os desafios. As disputas limítrofes com o Peru e a reclamação da Bolívia ao direito de acesso soberano ao mar, estarão na primeira linha de sua agenda.
A Colômbia, por sua parte, ganhou um aliado forte dentro de seu objetivo de obter um TLC (Tratado de Livre Comércio) com os Estados Unidos, ingressar na APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) e conseguir mais harmonia na luta contra a guerrilha, o narcotráfico e o terrorismo.
Fonte: tradução livre do Jornal El Colombiano

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Brancos Provocam Terremoto no Haiti

por Janer Cristaldo
"Houve uma coisa que aconteceu no Haiti muito tempo atrás, e as pessoas não querem falar sobre isso— disse ontem o pastor evangélico Pat Robertson em um programa da Christian Broadcasting Network's (rede de TV comandada por Robertson). "Eles estavam sob o domínio francês. Você sabe, Napoleão 3º, ou o que for. Então eles se juntaram e selaram um pacto com o Diabo. Disseram: 'Vamos servi-lo se você nos tornar livres dos franceses’. É uma história verdadeira. Então, o Diabo disse: ok, negócio fechado".
Que um pastor evangélico diga isto é inteligível. Em um país religiosamente fanatizado como os Estados Unidos, o diabo ainda tem grande futuro. Mais ainda: tinha Napoleão III como coadjuvante. Que pessoas simples vejam terremotos como castigo divino, também se entende. Verdade que fica um tanto difícil entender como o bom Deus teria levado junto uma de suas mais fiéis servidoras, Zilda Arns, a Teresa de Calcutá tupiniquim, e quem conhece o que penso de Agnes Gonxha Bojaxhiu, a santarrona albanesa, sabe que nisto não vai nenhum elogio. Zilda Arns, hoje santa, pertence à ala mais rançosa da Igreja católica. Apesar de vivermos em país que se pretende laico, lutou toda sua vida contra o aborto e as pesquisas com células-tronco.
Sem falar que sua Pastoral da Criança não admite anticoncepcionais nem preservativos. Quanto mais famintos existirem no mundo, mais aplainado fica o caminho até o Nobel da Paz, láurea que tem se caracterizado por prestigiar notórios vigaristas internacionais. Zilda tentou três vezes. Verdade que até hoje os noruegueses foram insensíveis às pretensões da irmã do cardeal fanzoca de Fidel Castro e defensor dos terroristas que um dia tentaram transformar o Brasil em uma grande Cuba. Na Folha de São Paulo, por conta própria, Eliane Cantanhêde já lhe conferiu um prêmio Nobel da Paz póstumo.
Que mais não seja, personagem que é louvado por frei Betto e Reinaldo Azevedo, por Lula e Sarney, por Michel Temer e Marina Silva, boa bisca há de ser. Zilda Arns já conta com um milagre em sua vida para futura canonização: reuniu Reinaldo e Frei Betto, Lula e Sarney sob uma mesma bandeira. O recórter hidrófobo tucanopapista finalmente juntou-se aos seus pares. Uma vez Libelu, sempre Libelu.
Sua morte deve ter alguma explicação. Vai ver que foi dano colateral, como costumam dizer os militares americanos para justificar seus assassinatos de inocentes. De qualquer forma, causa espécie que, nestes albores do século XXI, alguém pense que terremotos têm causas teológicas e não geológicas.
Uma outra teologia que não a católica está minando os espíritos na tentativa de explicar a tragédia. É a teologia dos ecochatos: o responsável pelo terremoto é o ser humano. Mal transcorreram três dias do acidente e já ouvi uma cópia de teorias, todas elas transferindo à ação do homem sobre a natureza a responsabilidade pelo sinistro. Como se placas tectônicas estivessem preocupadas com o que os homenzinhos fazem na superfície do planeta. Decididamente, os apocalípticos da ecologia já ganharam o debate.
Trocando os queijos de bolso: mal o termômetro chega a 30º aqui em São Paulo, não falta taxista que branda o efeito estufa. Seria a ação desordenada do ser humano que provoca essas temperaturas. Como se durante séculos 30º graus não fossem normais em São Paulo. Como se as eras de glaciação e aquecimento não tenham se alternado, durante milênios, na trajetória do planetinha, quando o homem ainda nem pisava a Terra. Como se hoje, em plenos dias dos profetas do efeito estufa, a Europa não estivesse soterrada sob um dos mais rigorosos invernos das últimas décadas. Mas fé é fé. Contra a fé, não há argumentos. 30º graus? O culpado é o ser humano.
Existe no entanto tese ainda mais insólita que a dos pastores evangélicos americanos ou a dos taxistas paulistanos. Na Folha de São Paulo de ontem, em artigo intitulado "O Haiti já estava de joelhos; agora, está prostrado", Omar Ribeiro Thomaz, antropólogo e professor da Unicamp, culpava pelo terremoto não Deus nem o ser humano. Mas especificamente... o homem branco:
Diante da fúria da natureza não cabe outro sentimento que o de uma frustração que deita raízes numa história profunda e que subitamente pode ganhar cor: o mundo dos brancos nos destruiu; o mundo dos brancos diz que quer fazer alguma coisa, mas o que faz, além de nutrir seus telejornais com fotos miseráveis que só fazem alimentar a satisfação autocentrada dos países ditos ocidentais?
A deduzir-se do artigo do antropólogo, os contingentes brancos que estão chegando ao Haiti para tentar salvar os sobreviventes do desastre, as somas milionárias que o Ocidente está despendendo para reerguer o Haiti, tudo isto não passa de “mauvaise conscience” do homem branco ocidental.
Essa agora! Fui responsável pelo terremoto e não sabia. Fomos nós, homens brancos, quem acionamos placas tectônicas subterrâneas para exercer nosso racismo e ódio contra os haitianos. Ainda bem que existem a Folha e a Unicamp para esclarecer-nos sobre nossas ações deletérias contra a saúde do planeta. Desculpem-me os leitores minha mão pesada. Se, em meio a tantos negros, matei alguns branquelas.
Danos colaterais.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Falsas Vítimas, Agressores

por Nivaldo Cordeiro
O notável artigo do Demétrio Magnoli, publicado no Estadão de hoje (Os vitoriosos de hoje), me levou a meditar sobre a mentira de vitimização que as esquerdas repetem sem cessar e que está de novo na boca de Frei Betto: "As vítimas de ontem são os vitoriosos de hoje. Elas não se envergonham de mostrar a cara e manter viva a memória nacional, ao contrário dos torturadores, que trafegam pelas sombras e insistem em negar o que fizeram." Dizer que aqueles que jogaram bombas, mataram friamente prisioneiros, sequestraram, roubaram e — o maior dos crimes — tentaram instaurar uma ditadura comunista com apoio de Cuba e da ex-URSS foram vítimas é falsificar a história, distorcer palavras e fatos.
As Forças Armadas deram combate aos guerrilheiros por dever constitucional, por imposição das circunstâncias. Tão logo venceram instauraram o regime democrático. Em gesto magnânimo permitiram que seus inimigos de sempre se integrassem na vida nacional. O gesto, todavia, servia meramente de apoio para a vingança muitas vezes repetida, que se manifesta no achincalhe das instituições militares, na provocações, nas indecentes indenizações pelos crimes perpetrados.
Não foram vítimas, os militantes agressores das organizações de esquerda. Foram agressores, de armas na mão. Colocaram-se contra a ordem estabelecida. Viraram inimigos do Estado e do povo. Digam o que disserem, mintam como quiserem, estes são os fatos. Jamais tiveram uma vitória militar que fosse. Tiveram vitórias eleitorais por usarem os métodos de propaganda os mais espúrios, a manipulação retórica mais mentirosa.
Ao contrário do Demétrio Magnoli não creio que as Forças Armadas façam parte desse condomínio de poder. Os quartéis são ainda a cidadela a ser conquistada pela malta esquerdista. Eles não escondem isso. Sim, a última cidadela, mas elas têm o que as esquerdas não têm; armas de guerra e organização. Daí o ressentimento estampado na retórica beligerante de Frei Betto.
Na verdade, as esquerdas não podem conquistar as Forças Armadas porque elas representam um outro mundo, muito diferente daquele por elas almejado. As Forças Armadas são constituídas por uma forma genuinamente aristocrática e meritocrática de recrutamento dos seus quadros. São administradas de forma aristocrática também. Talvez sejam o último reduto aristocrático nesse mundo enganoso e insidioso de democratismo deletério. Água e vinho. As esquerdas intuitivamente demostram que precisam vencer no campo militar seu sempiterno inimigo militar. Não sabem, todavia, nem como fazê-lo e nem o tempo de fazê-lo. Ainda não podem vencer as Forças Armadas no seu campo.
O recente enfrentamento criado pela tentativa de rasgar a Lei da Anistia é só mais um round nesse processo, que se agrava e se afunila. As esquerda estão convidando os generais para o confronto. Penso que poderão ter o que querem. Um dia a onça cutucada dará o bote.
Veja, caro leitor, que o movimento no Brasil está em sincronia com o mesmo movimento levado a efeito nos demais países sob a bandeira do Foro de São Paulo. Nada é por acaso. As esquerdas não mais escondem da opinião pública que querem o poder total. Para tanto, terão que dobrar os indobráveis militares. O confronto será inevitável. Neste ano de sucessão eleitoral muita água poderá rolar nesse front.
Frei Betto tem razão ao dizer que as esquerdas não se envergonham de nada, pois são desavergonhadas. Deveriam ter vergonha de sua ação política, de antes como de agora. Mas elas são impermeáveis à moralidade. São amorais. Movem-se unicamente na busca do poder total. Os fins justificam os meios, na sua ótica torta e alucinada. É a lógica satânica que tem sido o combustível revolucionário em toda parte onde os alucinados percebem a chance de chegar ao poder total.

Uma Juíza e Uma Foto Escandalosa

10 Jan 2010
Ontem, (09/01/10) na página Tendências/Debates da Folha, uma juíza chamada Kenarik Boujikian Felippe escreveu um artigo defendendo com veemência a tal Comissão da Verdade e a punição aos torturadores. Ah, bom! A esquerda brasileira sempre nos dando lições, não é?
Cesare Battisti, o terrorista-fetiche de Tarso Genro, cometeu, segundo o ministro, “crime político”; já os torturadores teriam cometido crime comum, que não se enquadra na categoria de “conexo”. Já os atos terroristas da esquerda eram — claro! —, crimes políticos. A íntegra do artigo desta senhora está aqui. Os argumentos são conhecidos, e já os contestei, creio, mais de uma centena de vezes. Vou demonstrar qual é a praia de Kenarik de outro modo. Vejam esta foto.
Viram? Aquele que está no centro, de barba, segurando um quadro é João Pedro Stedile, o chefão do MST, o movimento viciado em cometer crimes — na VEJA desta semana, ficamos sabendo que os sem-terra se transformaram agora em contumazes desmatadores da Amazônia. E o que ele faz ali? Ora, está recebendo uma homenagem da ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA!!!
Sim, vocês entenderam direito. Os bravos magistrados da dita-cuja resolveram homenagear o MST pelo conjunto da obra. Kenarik é aquela senhora de vestido preto e braços cruzados ao lado de Stedile. Se quiser mais detalhes, vá à página do próprio MST.
Reparem: a tarefa de um juiz é, afinal de contas, julgar. E isso significa que os próprios atos do MST podem ser objeto do seu escrutínio. Se for um desses valentes da tal associação, já conhecemos o veredito antes mesmo de conhecer o caso ou a causa. Homenagear o movimento significa endossar os seus métodos, endossando também os seus crimes.
Uma das coisas encantadoras dessa foto é aquele rapaz ao lado de Kenarik ostentando a camiseta com a palavra “Cuba”. Cuba é aquele país em que a oposição está na cadeia, onde a tortura a presos é, na prática, uma política de estado. A foto está cortada. Talvez falte um “s” ali, e esteja escrito “Scuba” na camista. A palavra é o acrônimo em inglês para Self-Contained Underwater Breathing Apparatus (Dispositivo para respiração subaquática autocontido). Um equipamento scuba fornece o ar necessário a quem pratica mergulho autônomo, de forma a permanecer debaixo de água por longos períodos. Uma coisa ou outra, estamos diante de um emblema. Stedile é o nosso grande “revolucionário”. E sua “revolução” é garantida com o dinheiro público do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Kenarik, em sua sede implacável de justiça, não se constrange em aparecer nesse retrato, como se vê. Não custa lembrar que o decreto dos Direitos Humanos, em defesa do qual ela escreveu, extingue, na prática, a propriedade privada e cria uma categoria acima dos juízes.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A Esquerda em Armas

por Percival Puggina
O que está se tornando senso comum sobre o período da nossa história que vai de 1964 a 1985 tem a profundidade de um pires. É sobre esse recipiente que alguns buscam, agora, instituir a tal Comissão Nacional da Verdade. Cuidado, porém: a principal realização de sua antecessora, a ainda hoje fervilhante Comissão de Anistia, concretizou o sonho dos alquimistas. As milionárias indenizações que concede transformaram os pesados “Anos de Chumbo” em festejados Anos de Ouro.
Não creia que toda objeção à tal Comissão da Verdade seja uma defesa da amnésia. Não há o menor perigo de que isso ocorra. A esquerda ocupou todo o material didático nacional, produziu dezenas de filmes e livros, instruiu e doutrinou quase todos os professores e jornalistas com a sua “verdade”. Assim, tudo quanto se lê e se ouve a respeito ensina que as elites nacionais, belo dia, por pura perversidade, resolveram incumbir as Forças Armadas de perseguir, prender e martirizar os intrépidos defensores da democracia e dos oprimidos. Patacoada! Aqueles anos loucos não podem ser compreendidos se desconsiderarmos a Guerra Fria e o movimento comunista, que, digamos assim, se espraiava usando a luta armada para instituir “ditaduras do proletariado”. Foi um jogo mundial, de vida ou morte, entre democracia e totalitarismo, cujas cartas já estavam na mesa quando Stalin, em Yalta, sentou-se ao lado de Churchill e Roosevelt compondo o trio vitorioso na guerra (1945).
Nas duas décadas seguintes, o comunismo fez dezenas de milhões de vítimas. Houve a vitória de Mao na China (1949), o ataque comunista à Coreia do Sul (1950), a sangrenta transformação de diversos países europeus em “repúblicas populares”, a invasão do Tibete (1950), a divisão do Vietnã (1954), o Pacto de Varsóvia (1954), a vitória de Fidel (1959), a construção do muro em Berlim (1961), a Guerra do Vietnã (1961), o envio de mísseis soviéticos para Cuba (1962), o fracasso da resistência húngara e da Primavera de Praga (1956 e 1968) e a revolta dos universitários franceses (1968). Chega? Não. Tem muito mais. Embora me falte espaço, ainda é imprescindível referir a exportação de guerrilhas e revoluções comunistas para dezenas de nações recém-nascidas no continente africano. E, é claro, a infiltração no nosso subcontinente, sob o patrocínio de Cuba, Rússia e China.
A esquerda em armas jamais instituiu uma democracia! Nunca, em lugar algum. No Brasil, ela ridicularizava os que persistiram no jogo político. Mas foi através dele que a maioria da opinião pública mudou de lado, retirou apoio ao status quo, chegou-se à anistia e se restabeleceu o regime constitucional. Anote aí: a esquerda em armas não puxou seus gatilhos pela democracia e pela Constituição! E ninguém sacou um bodoque para restaurar o governo de Jango. As coisas não foram como lhe contam, leitor.
Reprovar um lado não significa aprovar tudo que foi feito pelo outro. O contexto não justifica as duas décadas inteiras de exceção, nem o emprego da tortura. Mas anistia é perdão e pacificação. Lutando por algo muito pior do que o regime que dizia combater, a esquerda em armas praticou incontáveis assaltos e sequestros, executou mais de uma centena de militares e civis, e “justiçou” adversários e companheiros. Tivesse vencido, ia faltar prisão e paredón no país. Perdeu. Empenhou-se pela anistia e a obteve. Foi perdoada. Mas parece não saber perdoar. Quer restaurar ódios na ausência dos quais a política lhe fica incompreensível.