segunda-feira, 29 de junho de 2009

Formando o Cidadão Socialista

Como se forma a "consciência do tudo pelo social" das novas gerações, utilizando o tema do ambientalismo e a propaganda massiva.
Como tudo quanto vês na TV ou nos jornais com relação a vários temas, portanto, não têm outro destino que te preparar para ser aquilo que burocratas querem que tu sejas e a agir como eles querem que tu ajas.
É isto que queres para tua vida?
por Klauber Cristofen Pires
Há pessoas que já vieram me perguntar qual a sugestão que um liberal tem a dar sobre questões tais como a ambiental, a energética ou sobre os transportes urbanos. Na mente delas, nossa atuação tem se resumido às críticas, e nos falta uma agenda específica para tratar de cada tema.
A resposta é simples, como é simples o pensamento liberal: deixemos estas coisas serem resolvidas por meio dos acordos livremente estipulados pelas pessoas. Isto é tudo.
Esta multiplicação de temas, na verdade, tem a ver com a visão de que tudo há de ser controlado por uma única cabeça. Precisa ser casuísta aquele que tudo quer controlar, já que precisa lidar com as infinitas variáveis da vida.
Quer saber por que a mídia e as ONG’s tanto querem te fazer economizar água, luz, parar de fumar, parar de comer carne vermelha, guardar sementes e cascas, selecionar o lixo, abandonar a sua arma e deixar o carro em casa?
É simples. Esta é a agenda que visa preparar o cidadão para a sociedade socialista que virá! E por que afirmo isto? Porque, em uma sociedade socialista, se há dez cabeças e nove chapéus, a opção do Estado é a mais óbvia: cortar uma cabeça!
Traduzindo: eles estão te preparando para ser um sujeito cujas demandas não sejam estipuladas por ti próprio, mas pelo Estado. Fazem isto porque são conscientes da incorrigível incompetência estatal em fornecer bens e serviços, mesmo que seja em regime de monopólio. Em forma de piada, o Estado é como um sujeito que, correndo sozinho, chega sempre em segundo lugar!
Note como estas coisas são, em geral, aquelas que são oferecidas pelo Estado. No Brasil, a luz, a água e o recolhimento de lixo são provenientes de empresas estatais ou empresas privatizadas, mas que — porca miséria — funcionam em regime de monopólio, o que equivale a dizer que são, quiçá, piores ainda! Os carros são fornecidos pelas empresas privadas, mas, e as ruas onde eles têm de rodar? ... chamem o Zé Buracão!
E a gasolina (ou aquela mistura indecifrável que nos vendem nos postos e que entope os bicos injetores)? Vem de onde? Da Petrobrás, claro, inchada por praticamente 100% de impostos e de programas sócio-educativo-cultural-ambientais que tu és obrigado a contribuir.
A prestação destes serviços é cronicamente deficiente, cheia de desperdícios, de preços “sociais”, de vazamentos, de impostos e, sobretudo, cara, deficiente e é também eternamente insuficiente.
Compare-os, por exemplo, com quantas pessoas hoje são contempladas com o acesso ao telefone celular ou à televisão, ou mesmo à comida, aos calçados e aos materiais de construção.
Em países socialistas como Cuba, praticamente não há apagões: há clarões! Isto porque a energia, o mais das vezes, é fornecida somente por algumas horas, o suficiente para assistir a uma novela brasileira vendida pela rede Globo a preços simbólicos, escovar os dentes (com os dedos, claro) e ir dormir. Querem mais exemplo de economia do que isto?
Aqui, querem fazer o mesmo, sugerindo às pessoas bizarrices tais como instalar interruptores temporizados nos chuveiros, niples redutores de vazão e aquelas porcarias de lâmpadas chinesas que vão te custar a saúde dos olhos, pela luz precária que irradiam e que juram durar mais de dez vezes mais! Também, igualmente, querem te adestrar ao te atribuir o trabalho de selecionar, gratuitamente, o lixo que, afinal, és tu quem paga pelo recolhimento! Amanhã, certamente, virão as multas aos renitentes.
Àqueles a quem o Estado proíbe de trabalhar por meio da legislação trabalhista, ele e onguistas vêm com cursos para lhes ensinar a aproveitar cascas, caroços e sementes, como se os propugnadores destas coisas não comemorassem na churrascaria mais próxima o sucesso de suas campanhas.
Quando vejo um destes programas educativos na TV, só o que me vêm à cabeça é a sugestão (ou teria sido “ordem”?) que fez o governo norte-coreano aos seus cidadãos, para que passassem a comer grama! Em Cuba, um mísero quilo de carne suína custa cerca de um mês e meio do salário de um daqueles coitados, e não poucas vezes a OMS interveio junto àquele governo para que aumentasse as calorias de sua “libreta” como forma de prevenir a grande incidência de nascituros com problemas advindos da avitaminose.
Como liberal, eu não me incomodo em separar o lixo, por exemplo, desde que isto signifique um desconto no preço pela empresa que pagaria para retirá-lo de minha casa. Eu disse preço, e não tarifa. Falo aqui de uma empresa de coleta de lixo que funcione em regime de livre concorrência. Também topo entregar a parte mais valiosa deste lixo por dinheiro. Se ele é valioso, tenho direito a vendê-lo, já que ele é minha propriedade.
Também não me incomoda economizar luz. Mas, em um regime de livre concorrência, as oportunidades de produção de energia elétrica são simplesmente infinitas, de modo que não me preocupa em quanto de energia eu tenho de economizar, mas sim quanto eu devo pagar por ela. Se, por qualquer motivo, estiver sendo difícil produzi-la, então é sensato economizá-la, desde que sairá mais cara. E isto é muito diferente daquelas campanhas ridículas que, no final do governo socialista de Fernando Henrique Cardoso, mostravam pessoas orgulhosas por terem transformado seus micro-ondas em dispensas ou seus liquidificadores em vasos de plantas.
O governo do socialista Fernando Henrique Cardoso, bem lembrado aqui, não investiu um centavo em produção de energia — e nem deixou ninguém investir — e, quando veio a crise do apagão, o Brasil sofreu uma queda do PIB que invalidou todas os pseudo-avanços acumulados desde o início do seu tão proclamado plano Real. Resultado: outra década perdida!
Da mesma forma, alguém ainda precisa me explicar porque é tão necessário economizar a água, um bem que não se destrói com o uso e que ocupa três quartos do nosso planeta. Matematicamente falando, que diferença faz entre a parcela de água que do rio desemboca no mar, daquela que eu desvio para meu consumo e que depois de passar pela minha pia e escorrer pelo ralo, acaba no mar do mesmo jeito?
Programas ridículos da TV querem convencer as pessoas a utilizar várias vezes a água da máquina de lavar e depois ainda por cima carregá-la por meio de intermináveis baldes (haja coluna!) para reaproveitá-la na limpeza de pisos. Ora, que eu entenda, não se está limpando nada assim, mas trocando uma sujeira por outra.
Em uma sociedade livre, não me importa de onde a água vem, se de um rio, de uma fonte subterrânea ou de uma usina de dessalinização, ou por qualquer outra tecnologia. O que interessa é que, ao necessitar dela, disponho-me a pagar um preço pelo seu fornecimento. É o preço que deve determinar se eu tenho de instalar redutores nas torneiras ou diminuir o meu tempo sob o chuveiro.
Finalmente, observe o comportamento dos produtos oferecidos pelo Estado, dos produzidos pelo mercado: a cada cacho de bananas que eu retiro da prateleira de um supermercado, outros mais serão repostos, e com melhor qualidade ou preço; enquanto que o dono do negócio privado me agradece a preferência e se esforça por oferecer seus produtos de uma forma mais eficiente, os produtores estatais repudiam seus consumidores, gastam milhões em propaganda para achincalhá-los e para ensinar-lhes a não se utilizarem dos seus serviços, perseguem-nos e aplicam-lhes multas, suspensões de fornecimento e às vezes, até cadeia, se eles, inconformados por tamanho excesso de atenção e gentileza, intentarem obter o que necessitam por conta própria.
Fonte: ViVerdeNovo

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