quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Hamas Executa "Colaboradores" de Israel, diz "Haaretz"

Na Folha Online. Comento em seguida:
O jornal israelense "Haaretz" informou nesta quinta-feira que, desde o início da grande ação militar de Israel na faixa de Gaza — que matou mais de 700 palestinos —, o movimento radical islâmico Hamas tem executado pessoas suspeitas de colocar em risco a resistência palestina e o domínio do grupo sobre aquele território ou a "moral pública". De acordo com o jornal, os alvos do Hamas são os membros do grupo rival, o secular Fatah — ao qual pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; pessoas condenadas ou suspeitas de colaborar com Israel e outros criminosos "comuns".
O jornal cita uma estimativa de que o número de suspeitos executados varie entre 40 e 80, mas ressalta que, com "o medo de andar nas ruas e a ausência da mídia", é "virtualmente impossível verificar os números ou identidades dos mortos".
Um ativista político não-identificado ouvido pelo "Haaretz" que, ainda de acordo com o jornal, não apoiaria nem Hamas nem Fatah, afirmou acreditar que, no ambiente hostil ocasionado pela ofensiva, é provável que o Hamas esteja tentando evitar que os efetivos colaboradores de Israel mantenham suas atividades.
O "Haaretz", mais uma vez baseado em fontes não-identificadas, afirma que "integrantes do Hamas" confirmaram que houve execuções e contaram que ao menos algumas das vítimas admitiram ter passado informações ao Shin Bet (o serviço de segurança interna israelense) que teriam ocasionado o assassinato de palestinos.
Conforme o jornal, mesmo sob ataque, o Hamas continua prendendo suspeitos de crimes e de integrar o Fatah — muitos deles foram libertados com os bombardeios às prisões. "Fontes independentes e gente ligada ao Fatah dizem que entre as práticas do Hamas estão confisco de celulares, espancamentos, prisões domiciliares e incêndio das pernas dos prisioneiros."
Oficiais do Hamas disseram na quinta-feira passada (1º), que oficiais do Fatah enviaram alertas aos integrantes da organização que são das forças de segurança pública sugerindo que eles ficassem confinados em casa pelas próximas 48 horas — as forças de segurança estão sob o comando do ministro do Interior, Said Siyam, do Hamas.

Comento
Claro, claro, pode-se dizer que a fonte é um jornal israelense, logo ... para quem não sabe, o Haaretz não tem um alinhamento automático com o governo de Israel e é considerado sério até por quem detesta o país.
Não! Essas execuções não causarão indignação, como não causaram aquelas que se seguiram à vitória do Hamas. Membros do Fatah foram friamente executados, alguns na frente das mulheres e filhos. Para servir de exemplo. Outros levaram apenas tiros no pulso e no joelho. Era a versão misericordiosa do Hamas. O Corão considera uma transgressão grave um muçulmano derramar sangue muçulmano. Mas, para os “mal ditos” fundamentalista do Hamas, “muçulmano” é quem eles consideram muçulmano, entenderam?
Eis aí. Quem age assim com membros de seu próprio povo dá uma medida do que faria com aqueles que considera inimigos e que juram destruir em sua carta de fundação. Será que Israel deve negociar com o Hamas? Negociar o quê? As condições da própria morte? Acho que não.
O Hamas é confiável? O que de mal os jihadistas da Al Qaeda fariam com os israelenses que os próprios membros do Hamas não podem fazer? Ora, fazem com o seu próprio povo! Que acordo dá para fechar com uma organização que, depois de vencer uma eleição, elimina os adversários? Se o Hamas não respeitou os acordos com o Fatah, por que respeitaria com os israelenses?
“Ah, certos crimes de guerra são punidos com a morte até por democracias”. É verdade. Depois do devido processo legal.

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