domingo, 30 de novembro de 2008

Sobre a Estória de João Cândido

por Gilberto Roque Carneiro
O noticiário televisivo recentemente deu ênfase à inauguração da estátua do "almirante negro" (a TV Globo chegou até a informar que a revolta se dera por uma pena de 250 açoites, a serem aplicados a um marinheiro transgressor). Entretanto, a verdade é, como sempre, um pouquinho diferente e, por mais que tentem reescrever a história do Brasil, a memória sempre fica.
O texto abaixo foi enviado à imprensa e, evidentemente, não será publicado. Mas, vale a pena ser lido. 
Pior é que João Cândido, um marinheiro antigo, de trinta anos, não foi um amotinado naquela revolta. O motim vinha sendo urdido por marinheiros novos, vindos das novas Escolas de Aprendizes do Nordeste, mais intelectualizados e cooptados por políticos. O Marechal Hermes da Fonseca assumira há uma semana. Tinha derrotado Rui Barbosa nas urnas. Trazia de volta os militares ao poder, que haviam perdido desde a saída de Floriano Peixoto, quinze anos antes.
A Revolta dos Marinheiros em 1910 eclodiu no “Encouraçado Minas Gerais”, recém recebido na Inglaterra. Na véspera o Comandante Batista das Neves havia punido um marinheiro com 25 chibatadas, a pena máxima prevista em lei. 
Cumpria o doloroso dever dos Comandantes ao julgar um subalterno que havia navalhado no rosto um companheiro dormindo. Como os ânimos estavam exaltados, resolveu dormir a bordo após voltar de um jantar num navio estrangeiro, na boia, com o navio fundeado na Baía da Guanabara. Dispensou seu Ajudante-de-Ordens no portaló e rumou para o camarote, sendo tocaiado e trucidado por golpes de machado de Controle de Avarias. Era cerca de meia noite. 
Instalou-se grande confusão a bordo, com mortos e feridos. Não era um motim de marinheiros contra oficiais. Muitos subalternos lutaram junto aos oficiais. Outros navios, também fundeados, imaginaram que a revolta política havia começado, alguns aderiram. Na verdade, adrede marcada, eclodiria quinze dias depois, como eclodiu no Batalhão Naval, onde hoje está o Comando Geral do Corpo de Fuzileiros Navais.
João Cândido entrara para a Marinha em Rio Grande, pelas mãos do então Capitão-de-Fragata Alexandrino de Alencar, de cuja família era cria, com quinze anos de idade. Em 1910, amigo dos Oficiais, principalmente por sua ligação com o ex-ministro Alexandrino, que acabara de deixar o poder, foi encontrado pelos verdadeiros revoltosos, escondido nas entranhas do "Minas Gerais", e forçado a entregar o manifesto da revolta aos deputados que rumavam para o navio numa lancha. Na verdade um só deputado, Oficial da Marinha na Reserva, aceitou a incumbência. 
Esse documento, cujo original está arquivado no Serviço de Documentação Geral da Marinha, escrito a mão, por gente letrada, estava pronto e tinha data posterior ao dia da entrega. Nada falava sobre castigos físicos, sim da vida dura da guarnição, rancho ruim, falta de pessoal, soldos baixos, etc 
A chibata, deflagradora do motim no "Minas", abortando o movimento, foi o pretexto arranjado pelos políticos, para militarizá-lo e cair fora das conseqüências. Políticos debateram no Senado, que como sabem ficava na Cinelândia, sob a hipótese de bombardeio do Centro da cidade. Os jornais divulgavam as notícias, alarmando a população. O Presidente Hermes da Fonseca fora Ajudante-de-Ordens de seu tio, Deodoro da Fonseca, quase duas décadas antes, quando assistiu à sua deposição em condições semelhantes. Tudo indica que o movimento, de maior abrangência do que foi divulgado, pretendia depô-lo. Mas provas não existem. Após o pesado bombardeio ao Batalhão Naval, comandado pelo General Menna Barreto, cujo Estado-Maior ocupou o Edifício Marquês de Tamandaré, da Marinha, muitos documentos foram destruídos, inclusive depoimentos colhidos nos diversos inquéritos em andamento.
Esta história toda custou a ser estudada, principalmente pela vergonhosa participação da Marinha. João Cândido, negro, analfabeto, filho de escravos, foi usado por décadas como suporte a políticos populistas e ainda está sendo. Gostou do papel glorioso que lhe atribuíram. Assim, a história de sua vida é deturpada. Declarou, no Inquérito, que era nascido na Argentina. Na verdade foi numa fazenda próxima à fronteira no Sul.
Em 1963, quando estava eu na Escola Naval, no navio-hidrográfico "Canopus", o Comandante Varella e seu Imediato Manhães foram assassinados por um Marinheiro julgado e punido na véspera com a pena máxima — dez dias de prisão rigorosa —, a golpes de "machado de Controle de Avarias.” Não acham muita coincidência? 
Por essa época, 1963, fazia sucesso o único livro publicado sobre a dita Revolta da Chibata, em tom ideológico, por um jornalista chamado Edmar Morel, comunista conhecido, quase um incitamento à insubordinação de marinheiros. Nessa época João Cândido frequentava o Sindicato dos Metalúrgicos, a convite, para contar detalhes de sua gloriosa história. Foi nesse sindicato que marinheiros se abrigaram, estimulados pela inoperância do Presidente João Goulart, para desafiar os chefes navais e a Instituição.
O Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, recebeu e rendeu homenagens a João Cândido, já envelhecido, mas envaidecido pelas múltiplas e periódicas homenagens em diversas situações. Considero o valor desse cidadão por ter conseguido manter essa impostura por toda a vida e até depois da morte. 
O Almirante Hélio Leôncio Martins, historiador naval ainda vivo, primeiro Comandante do Navio-Aeródromo "Minas Gerais", estudou a fundo a "Revolta dos Marinheiros de 1910", documentou-se e publicou seu trabalho num livro de curta tiragem, na década de 1980. Li-o em 1998, colhido numa estante do Clube Naval. Comparei-o com o do Edmar Morel, de 1963. 
Enquanto o último só relata os jornais da época e o que dizia João Cândido, já senil, endeusando-o, o Almirante Leôncio produziu um trabalho encadeado, fartamente documentado, nada emocional, narrando fatos e deixando as conclusões para o leitor. 
Hoje tudo que ouço falar e vejo escrito na imprensa sobre o assunto, está pautado no livro de Morel. É pena! Fazer o quê. Recontar as mazelas da Marinha no passado? Faço isto sem prazer. 
Algumas vezes mandei estes escritos para a Imprensa. Fui ignorado. Não vende. A história ao contrário sim. Recentemente a família de João Cândido foi indenizada no que foi contado nos jornais como anistia. 
Mas como? Ele já foi anistiado três vezes. 
A primeira logo após a revolta, pelo Congresso. A Marinha não aceitou, prendeu-o junto com os outros. Teriam que pagar pelo menos pelo assassinato do comandante do navio, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Batista das Neves. 
Foi anistiado novamente depois, não seguindo para a Amazônia com os outros, para trabalhos forçados no Acre, na construção da ferrovia Madeira-Mamoré. 
E agora, por influência da Ministra Marina Silva, pelo Congresso, com direito à indenização. Detalhe: ele faleceu em 1979.
O verdadeiro líder da Revolta apareceu na década de 1940, no interior da Bahia, contando a história do planejamento, urdido numa casa próxima ao Campo de Santana, no Rio de Janeiro, onde se reunia com civis. Chegou a escrever uma carta anônima para o Serviço de Documentação Geral da Marinha, desmascarando João Cândido. Chamava-se Francisco Martins. Apurou-se que ele não servia no Encouraçado "Minas Gerais", mas em um dos navios engajados. Estranhamente conseguiu dar baixa da Marinha uma semana depois, silenciosamente. 
O cabo Anselmo, líder da insubordinação dos marinheiros em 1964 também está vivendo clandestinamente. Vem tentando obter anistia, promoção e indenização. Conseguirá?
Agora vejo transferirem a estátua de João Cândido para a Praça XV. Estava no Museu da República há pouco tempo. Com tristeza.
Gilberto Roque Carneiro 
é Capitão de Mar e Guerra inativo
Fonte: Reservativa

Zé Dirceu Era Agente Duplo?

Diário de um ex-agente sustenta que Dirceu teria delatado companheiros de luta armada
José Dirceu, o poderoso ex-ministro da Casa Civil de Lula, teria sido um agente duplo durante a ditadura militar? A questão acaba de ser colocada em pauta pelo livro “Sem vestígios: revelações de um agente secreto da ditadura militar”, da jornalista Tais Morais, publicado pela Geração Editorial. A autora já havia publicado, pela mesma editora, em 2005, “Operação Araguaia”, em co-autoria com o também jornalista Eumano Silva.
Em reportagem publicada hoje (27/11) no Valor Econômico, Maria Inês Nassif revela detalhes sobre a origem da obra recém-lançada, produzida a partir do diário de um ex-agente do Centro de Informações do Exército, identificado como “Carioca”. Os originais do diário foram entregues à autora do livro após a morte do ex-agente, conforme instruções deixadas por ele próprio.
Sem vestígios” narra execuções bárbaras, como a de David Capistrano da Costa, dirigente do Partido Comunista Brasileiro, em um aparelho da repressão em Petrópolis (RJ). Expõe a afirmação de que Dirceu teria sido um agente duplo, responsável pelo desmantelamento do Molipo — Movimento de Libertação Popular (afirma também que dos 28 integrantes desse grupo, que fizeram curso de guerrilha em Cuba, apenas Dirceu e Ana Corbisier sobreviveram).
Diz o livro:Segundo as notas de Carioca, depoimentos de alguns militares e as memórias do coronel Lício [Augusto Maciel] — naqueles idos, major — Daniel [codinome de José Dirceu] teria sido o agente duplo e, antes de morrer, Jeová [de Assis Gomes, militante do grupo armado] informara esse nome como o de quem havia traído o Molipo”. Ouvido pelo Valor, Dirceu diz que a afirmação contra ele é uma “infâmia” do coronel Lício, que teria “se especializado em difamar tanto a memória dos mortos como os que sobreviveram”.
Veja a íntegra da reportagem, se você for assinante do Valor Econômico ou aqui.
Fonte: Conversa Afiada
COMENTO:  o livro em questão foi produzido com base em manuscritos que supostamente foram escritos por um Sargento do Exército que teria participado dos fatos relatados.  Nenhum comprovante, foto ou documento, de que os fatos tenham realmente ocorrido conforme os relatos. Um amontoado de "relatos" que podem efetivamente ter ocorrido na forma descrita, ou que podem ter sido escritos somente com a intenção de reforçar ou refutar suposições ou "estórias" de heroísmos e/ou covardias contadas por ambos os lados envolvidos nas lutas dos anos 70. Obra jornalística ou ficção pura, ou uma mescla dos dois tipos de literatura?? Cada leitor deve chegar às suas próprias conclusões, porém levando previamente estas dúvidas em consideração.

Dez Notas

por Millôr Fernandes
I – Metáfora
Como, vocês me afirmam, a bolsa não vai parar de cair? Ué, só porque tudo que sobe desce, tudo que desce tem que parar de descer? E começar a subir? E a física? E a metafísica? E a Lei de Murphy? Olhem, eu acho que vai cair até não poder mais.
O que é "não poder mais"? Ué, vocês não viram ou não perceberam? A astronauta estava trabalhando no exterior da nave espacial, fazendo reparos, quando a bolsa dela se soltou e foi pro espaço. E espaço aí é espaço mesmo. O infinito, já ouviram falar?
Não há como resgatar a bolsa. Quer dizer, dá. Quando, daqui a dois meses, ela cair na cabeça de uma senhora desprevenida que vai passando numa rua em Caxias.
Mas não vai ser nada grave. A senhora imediatamente vai pegar a bolsa, segurá-la contra o peito, e gritar, olhando pro céu: "Ai, meu deus, Deus existe! E gosta de mim! É uma Vuitton!". Pois a bolsa não era de uma astronauta? Era. Pra ser mais íntimo, Heide Marie. Uma graça, quando tira aquele macacão atômico. Pra transas ocasionais (permitidas pelo regulamento), sem nenhuma gravidade (no mais amplo sentido).

II – Livro
Elsa – A Garota, de Sérgio Rodrigues (Nova Fronteira, 236 págs.). Uma pesquisa cuidadosa sobre Vida (pouca, 14 ou 16 anos), Paixão (nem tanto, fazia parte do acervo de Miranda, poderoso do Partidão, "inconsistente, fátuo, pimpão", segundo Graciliano Ramos) e Morte de Elsa Fernandes. Estrangulada pelos companheiros sob ordem direta de Prestes. O Partido precisava, como sói, de um bode expiatório. Sérgio Rodrigues (romancista e filólogo) narra os fatos com minúcias históricas, e cria fantasias, desse momento sombrio da história do Brasil. E mais uma vez fico impressionado com a semi-cultura geral dos que pretendiam revolucionar o Brasil. E o mundo.

III – Lula, resolvendo a crise:
"O Brasil espera que cada bestalhão compre sem dever".

IV – Estatística
A Juventude é metade da população. Mas apenas um terço da vida.

V – Dialoguinho comum nesta pós-permissividade
"Você fala muito com seu marido no momento do orgasmo?" 
"Bem que eu gostaria. Mas sempre que ligo o telefone dele está ocupado."

VI – Evidência
Quando os cozinheiros brigam o assado queima.

VII – Livro
Os Irmãos Karamabloch, de Arnaldo Bloch (Companhia das Letras 339 págs). Sempre bom repórter, Arnaldo Bloch faz, neste livro, sua maior reportagem e um grande romance. A saga dos Bloch — família dele — é contada na trajetória familiar desde o século XIX.
A partir de Jitomir, do outro lado do mundo, passando por fome, perseguição, morte, humilhação, até a formação do Império, e fracasso final. Surpreendente é a crueldade do enfoque humano — o autor não perdoa. Descreve e desnuda precedentes e descendentes: primos, tias, filhos, netos, num agrupamento mais que secular, a famiglia, que ele devidamente chama de tribo. Qualquer goin que tivesse usado o tom que Arnaldo usou seria considerado um odioso anti-semita. Todos os homens nascem iguais. Mas tem uns que nunca levantam a tampa, na hora de urinar.

VIII – Simbiose (se é que isso não é uma doença)
Quando o Minc fala me parece convencido de que ele próprio é o meio ambiente.

IX – Escolha
Responda depressa: o que pode uma pobre probidade diante de uma rica tentação?

X – Precaução
A verdade do que afirmamos você tem que procurar nas entrelinhas. Mas cuidado, senão o trem te pega.
Fonte: Veja

Comentários Diversos

Caso Satiagraha e ABIN
É degradante para o serviço público que o investigador passe a investigado, esquecendo-se do motivo da investigação. É inacreditável que um órgão de Inteligência nacional não tenha permissão de usar meios eletrônicos nem de colaborar com um órgão policial. É humilhante a entrada de um órgão policial na Agência de Inteligência, e mais ainda, esta não reagir. Muito diferente seria se fosse na Brigada Pára-quedista, mas a ABIN, por acaso, tem conteúdo moral para se impor? Ela defende ainda o Estado Brasileiro como o fazia na época em que o chefe era o Buzanelli?

A designação de chefes ligados a políticos teria sido suficiente para a emascular?
A humildade e resignação da carta do general Felix ao ministro da (in)Justiça não é o que se espera de um general do Exército, a quem se exige em primeiro lugar coragem e atitude. Também não o vemos defender os interesses nacionais. A impressão que dá é que defende seu DAS.

Ainda o caso "Raposa"
Nas vésperas do julgamento que influenciará a integridade nacional caiu um véu de silêncio; ninguém fala no assunto. Isto é preocupante.
Fosse somente uma questão interna, nós brasileiros a resolveríamos entre nós mesmos, mas o evidente envolvimento estrangeiro demonstra que a questão da Amazônia transcende do regional e envolve as grandes potências. É de altíssimo interesse de todo o povo brasileiro!
Não importa quem esteja no governo nem a que partido pertença. O que interessa neste momento são as medidas a tomar para evitar a concretização das ações externas e as de traidores locais.
Aqui, a imprensa talvez manietada, silencia. Isto é apenas uma tática maquiavélica; do estrangeiro chegam listas e listas de "abaixo-assinados" pedindo ao STF salvar a floresta entregando a Amazônia às ONGs.
Sugerimos seja feita também uma comunicação da nossa vontade para membros do Executivo, Legislativo e principalmente aos Ministros do STF pedindo que coloquem o interesse da Pátria acima dos interesses ideológicos, partidários e até dos pessoais, no caso dos financiados pelas ONGs, FUNAI e FUNASA
.

Nos contatos abaixo é possível fazer este pedido, reclamações, denuncias, sugestões e, inclusive, demonstrar indignação e descontentamento.
  • Ministério da Justiça: ministeriodajustica@mj.gov.br ou www.mj.gov.br
  • Ministério da Defesa: ministeriodadefesa@defesa.gov.br ou www.defesa.gov.br
  • Ministério do Meio Ambiente: webmaster@mma.gov.br
  • Supremo Tribunal Federal – STF: www.stf.gov.br Praca dos Tres Poderes Cep: 70173-900 – Brasília(DF) Tels: 00x (61) 3217-3000/3217-4465/ 3217-3705.
  • Senado Federal: senadores@senado.gov.br ou garibaldi.alves@senador.gov.br
  • Câmara dos Deputados:@camara.gov.br ou dep.arlindochinaglia@camara.gov.br
Recado hipotético de Evo Morales aos presidentes do Paraguai e do Equador:
  • "Pode bater porque o gigante não reage"
Ainda não estou seguro, mas parece estar começando a reagir.

Duas questões sobre a crise financeira mundial
O auxílio do governo norte-americano aos seus bancos e financeiras poderá atenuar a crise? 
— Não dá para acreditar. O endividamento e a inadimplência populares podem ter sido a espoleta da crise, mas a pólvora é a quantidade de dólares impressos e eletrônicos muito acima dos bens existentes. Os EUA conseguiam com isto financiar seu gigantesco déficit, mas todos sabiam que só funcionaria enquanto os demais países os aceitassem e entesourassem. Agora o dólar está sendo recusado por um número cada vez maior de países. Não funciona mais. Tudo indica que haverá uma manobra para o dólar perder o valor, pelo menos o entesourado fora dos EUA, principalmente na India e na China. Imprimir mais 800 bilhões pode adiar o débâcle, mas aprofundará a crise.
Quais as conseqüências da crise para o Brasil?
— Diante de um cenário de convergência de crises, nosso País se destaca como um dos mais bem dotados para sobrenadar, no que tende a se tornar um embate feroz pela sobrevivência. Ninguém sairá incólume. O setor exportador terá, de imediato, prejuízos brutais, que se refletirão imediatamente nos setores primários da produção.
Graças a estatura de país-continente e aos investimentos estratégicos das eras Vargas, Kubitshek e nos primeiros 20 anos do governo Militar, o Brasil havia chegado muito perto da auto-suficiência. Com o declínio dos tradicionais campos de petróleo no mundo, avultará a importância das reservas do pré-sal. Há uma oportunidade ímpar para descolar-se da área do dólar e se tornar completamente autárquico, mantendo a economia doméstica em funcionamento através de investimentos na indústria, na agricultura e nos biocombustíveis financiados em moeda própria. É escolher entre afundar com o primeiro mundo ou permanecer a tona do melhor modo que for possível. O Brasil vai encontrar dificuldades, mas não vai parar.
Por pior que seja a crise, todos sabem que o Brasil tem melhores condições não só de sobreviver com até de tirar partido da mesma. O verdadeiro perigo é militar. O Presidente Bush (pai) já havia declarado que "na antiguidade, quando povos vigorosos necessitassem de água, buscavam aonde houvesse, não importando quem eram seus possuidores". Assim ainda é, com o petróleo ou com os minérios estratégicos. O Presidente Bush (filho) já demonstrou na prática. Considerando que justiça só existe para quem tem condições de sustentá-la, se quisermos, como nação, usufruir das riquezas que Deus nos proporcionou, é hora de nos prepararmos, inclusive militarmente, a fim de dissuadir as prováveis aventuras militares de nações desesperadas do primeiro mundo.
Obs.: Aqueles que quiserem 'vasculhar sobre os verdadeiros 'DOMINADORES DO MUNDO' (sempre ocultos), podem consultar o site: www.armindoabreu.ecn.br Ficarão surpresos.

Ambientalismo Suicida
No momento em que a fome ronda o mundo, os nécios cuidam só das árvores nativas. Chamam de "terra devastada" àqueles quadrados verdejantes de área cultivada, que apreciamos ver na Europa e nos Estados Unidos. Impedem a construção de hidrelétricas para salvar os bagres. Certamente, se sua casa estivesse sem luz e a fome rondasse seus filhos, até pediriam empréstimo para cuidar do jardim. Isto já aconteceu.
Na semana que vem trarei novas informações.
Saudações nacionalistas
GF
Fonte: recebido por correio eletrônico

sábado, 29 de novembro de 2008

Pensando Passado e Presente

por Arlindo Montenegro
Naquele tempo. Parece até que é um passado muito distante. Mas foi outro dia e tenho guardadas todas as imagens, os sons, os risos e olhos brilhantes. O que sinto falta mesmo é da prática constante da boa educação doméstica: ceder o assento nos transportes urbanos para os mais velhos, para as mulheres e crianças. Era muito fácil fazer amigos no trem, na lotação, na barca: com qualquer pessoa sentada ao lado rolava o papo durante a viagem. As pessoas não eram “estranhas”, apenas pessoas como nós mesmos.
Aquelas greves diárias eram mesmo uma pedra no sapato. Era uma novidade contrária aos hábitos e um desrespeito a gente que queria chegar aos locais de trabalho e não podia. O governo, que tinha que acabar com aquilo, parecia fomentar aqueles movimentos sem resolver os muitos problemas postos. Reforma agrária era um deles, pra não faltar mais feijão preto no armazém da esquina ou nas Casas da Banha, antecessora dos modernos supermercados.
A coisa foi apertando. Greve de uma categoria, os comunistas da CGT alinhavando nos bastidores e daí a pouco paravam todos os trabalhadores em “solidariedade”. O trabalho parava no Pais inteiro. Negociações, e o governo dava o aumento pedido a ponto de trabalhador braçal das docas chegar a ganhar mais que médico ou engenheiro.
Alguma coisa estava fora do eixo, forçando várias instituições a mobilizar-se para exigir o respeito às Leis e propósitos de construção democrática. Vieram as grandes marchas da família com Deus pela Liberdade — Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e outras manifestações espalhadas pelo Brasil afora.
Os generais tomaram o poder. A ação inicial parecia extremista com muita prisão, invasão de domicílios e polícia numa atividade nunca vista. Jornais, televisão, rádios, advogados, juízes funcionavam a todo vapor, documentando e informando, comemorando o chega pra lá nos comunistas. As embaixadas se encheram com ativistas políticos fugindo à prisão. Começaram a sair para o Chile, Uruguai, França, México, dezenas, centenas de pessoas, comunistas e simpatizantes.
Pouco a pouco tudo foi voltando à rotina. No dia 24 de janeiro de 1967 foi promulgada uma nova Constituição, assegurando todos os direitos e garantias, a normalidade dos processos judiciais, a rotina dos inquéritos policiais militares. As pessoas eram indiciadas por crimes políticos e soltas por habeas corpus.
Muitas viajavam para viver no exterior, esperando melhores dias. Para o povão os dias estavam melhorando. Havia ordem, segurança e a oferta de postos de trabalho que chegou ao pleno emprego. O país saia em poucos anos da condição de economia agrária para a economia industrial, melhorando a vida dos trabalhadores.
Mas eis que, em 1968, estudantes e ex militares ativados por grupos radicais de esquerda começaram a assaltar bancos, sequestrar pessoas e colocar bombas, como aquela do Aeroporto de Guararapes, endereçada ao Marechal Costa e Silva e que acabou por matar um Almirante e ferir muitas pessoas que nada tinham a ver com política. Aqueles grupos recebiam treinamento de guerrilhas em Cuba. Voltavam clandestinamente ao Brasil. Do Uruguai, Brizola, confinado, orientava um grupo.
Dezenas de outros alinhados com várias siglas — PCdoB, PORT, VPR, ALN, MR-8, queriam mobilizar a população para uma guerra civil prolongada para substituir a ditadura militar (que intentava preparar o país para a construção democrática). Todos os documentos indicavam a mesma intenção: tomar o poder e implantar uma ditadura totalitária comunista no Brasil. Até o Partido Comunista ainda era contra a aquela guerra.
Diante da guerra não declarada, o governo engrossou. E editou o Ato Institucional que instalava de fato uma ditadura com plenos poderes para enfrentar a guerra assimétrica, que já estava fazendo vítimas de sangue e provocando perdas materiais e insegurança para empresas e para a população.
A população buscava informar-se e sabia guardar fidelidade aos fatos, sem deturpar os eventos recentes, percebidos como contrários à vontade da nação. Nos anos seguintes morreram centenas de brasileiros: militares, policiais, militantes comunistas brasileiros e estrangeiros. Nos entreveros sobraram balas vitimando cidadãos inocentes.
O saldo de cinco anos de enfrentamento está descrito em farta literatura, ideologicamente tendenciosa em sua quase totalidade, marcando uma revisão histórica em que, os agressores que desejavam implantar a ditadura comunista, figuram como “democratas” e os militares como ditadores contrários aos interesses da Pátria. Como se o interesse legítimo fosse aquele descrito pela Internacional Comunista e não o estado de pleno emprego e progresso material vivido.
Grupos e individualidades, nos dias de hoje, atribuem-se, como militantes, a “resistência”, a “luta (armada) contra a “ditadura”. Queriam implantar a “ditadura do proletariado” no final de uma guerra fratricida prolongada.
Alguns até reconhecem que erraram. Todos os que intentavam o fratricídio se apresentam hoje como “defensores da democracia e da liberdade”. Continuam defendendo como humanistas libertários e democratas os mais infames e sanguinários ditadores comunistas: Castro, Mao, Stalin, Pol Pot, Kim Il Sung.
Isto passa longe de ser fidelidade aos eventos reais. Constitui-se numa falsificação do passado sórdido, que é ensinado como exemplo a ser seguido pelas novas gerações. Renunciar à informação completa, ao conhecimento dos motivos e intenções descritas em documentos é o mesmo que renunciar à liberdade. Isto significa abraçar a ignorância e escolher a escravidão dogmática da ideologia mais brutal que a humanidade experimentou.
Os navios russos já estão navegando em nosso hemisfério a convite da Venezuela. Os russos vão construir um reator nuclear no país vizinho. Será uma nova guerra fria? Por que será que a Rússia que hoje adota a economia capitalista vem em defesa de um país do outro lado do mundo, cujo governante declara querer implantar uma ditadura do proletariado nos velhos moldes? E por que exatamente no instante em que se realinham as reservas e influências da ditadura financeira internacional?
Por que será que os nossos “democratas” mascarados, (que enriqueceram com indenizações milionárias por terem escolhido atuar numa guerra para implantar o “comunismo”, “ditadura do proletariado” ou “socialismo”, totalmente contrário à cultura e tradições dos brasileiros) negam suas verdadeiras intenções enquanto seguem por debaixo do pano com seus projetos antigos? Por que será que os brasileiros pagam tanto imposto, pagam para manter e alimentar a maior sacanagem, a maior embromação, a maior mentira da nossa história?
Por que será que os jornais da atualidade não têm a dignidade moral do Estadão e do Jornal da Tarde, nos anos do AI-5, quando a ditadura militar censurou a imprensa? Naquele tempo, os editoriais dos jornais citados publicavam versos de Camões e receitas de bolo, que a gente lia pensando: “tem boi na linha”. E tinha. Exagero ou não preservavam-se informações que os governantes classificavam como prejudiciais à segurança naquele ambiente de guerra civil em gestação. Aquela imprensa era altaneira e independente.
A ditadura disfarçada de hoje mente. Aos jovens de hoje é negada, roubada a liberdade de informação, a verdadeira história, o significado daqueles anos de guerra fratricida que, por mérito da censura, da ditadura militar, do sacrifício de milhares de soldados e policiais anônimos, ficou circunscrita a uma parcela minoritária (quase que percentualmente insignificante) da população.
Aquele regime duro impediu a guerra fratricida desejada por dona Dilma da VPR, seu Genoino do PCdoB, seu Tarso Genro do PCdoB, seu Vanucchi da ALN, seu Franklin Martins do MR-8 e outros tantos que estão por aí nas diversas instituições, jornais e universidades. Os rios de sangue, a matança fria que eles desejavam foi impedida pela ação e organização dos agentes da ditadura militar.
Os brasileiros que trabalhavam, construíam, comemoravam seus méritos, torciam por seus times, ansiavam pelo fim dos seqüestros, desvio de aviões da rota comercial, assassinatos, assaltos a bancos e empresas, bombas e atos terroristas que nem de perto alcançavam o terror e medo que as nossas cidades vivem hoje, que as nossas comunidades mais pobres vivem hoje sob o controle de traficantes. Os mesmos que aprenderam a organizar-se no convívio com os guerrilheiros comunistas presos nas mesmas cadeias.
Naqueles dias e anos do AI-5 havia uma oposição democrática presente. Mas era oposição também aos que praticavam atos de terrorismo. Como a população trabalhadora, naquele momento, a maioria aprovou o endurecimento do regime para acabar com a guerra.
O Marechal Costa e Silva, além de ser um militar de carreira exemplar tinha total aprovação. A nossa ditadura era diferente das ditaduras comunistas e nunca limitou o direito de ir e vir, nem o direito à propriedade, nem a iniciativa privada como era na União Soviética, em Cuba, na China e em todas as ditaduras “proletárias”.
Também não tivemos execuções sumárias em massa, milhões de prisioneiros, como no Laos, na União Soviética, na China de Mao Tse Tung e em Cuba em menor escala. Nem tivemos os campos de concentração tão conhecidos hoje e que foram copiados até por Hitler. Há uma grande, colossal diferença!
Quem desejar a verdadeira história, vá aos jornais da época. Talvez ali estejam os argumentos para vencer este doentio estado de ressentimentos, de revanchismo. Talvez entendam por que tanta roubalheira. Talvez entendam por que tanta violência. Talvez percebam que as ameaças e a insegurança de hoje é implantada pelas mesmas mentalidades, pela mesma ideologia ultrapassada que embrutece e descaracteriza os ideais humanos, aniquilando a força espiritual.
Convivi com comunistas que ficaram envergonhados quando Nikita Kruchiov denunciou os crimes de Stalin. Ora! Nikita era um dos operadores de Stalin. Os comunistas envergonhados continuaram acreditando na possibilidade de um socialismo light, humanista até.
Muitos acadêmicos de hoje ainda acreditam nisto. Omitem a verdadeira natureza do poder totalitário que descarta e elimina qualquer contrário. E mantém, consolida o medo, a submissão, o terror continuado. Fazendo uma analogia: as populações ficam caladas diante da brutalidade para preservar a vida, como os habitantes das periferias dominadas pelos bandidos traficantes que distribuem benesses e mantêm o controle portando armas de guerra.
A Ditadura Militar arou o terreno para a infra estrutura material e educacional de um Brasil que devia ser diferente, mas foi assaltado e continua sendo roubado e enganado pelos mestres da violência. Junto com o que resta de Forças Armadas, somos todos reféns do mais fantástico esbulho universal. Somos alvos de um Poder impiedoso que transforma a gente em número, estatística, coisa, massa de manobra.
Arlindo Montenegro é Apicultor.
Fonte: Alerta Total
COMENTO: (ATUALIZAÇÃO DE POSTAGEM) é interessante o fato de algumas pessoas demonstrarem um conhecimento "além de sua época". Acredito que o hábito de serem bons leitores ajudam a aquisição dessa característica. Além disso, as experiências de vida facilitam a visão das coisas que a maioria das pessoas não percebem. Sempre admirei os escritos de Arlindo Montenegro, e tinha a curiosidade de saber mais a respeito dessa pessoa. Isto foi esclarecido em março de 2022, por ocasião do falecimento de José Anselmo dos Santos, o famoso "Cabo Anselmo", quando o jornalista Jorge Serrão revelou que Arlindo Montenegro era um nome fictício que José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, usava para publicar seus textos no blog do amigo que o apoiava.  
https://jovempan.com.br/jorge-serrao/a-morte-do-cabo-anselmo-o-homem-que-nao-existiu.html

O Fabianismo e o Império Mundial

Sérgio Augusto de Avelar Coutinho
O Fabianismo é uma doutrina e um movimento político-ideológico socialista democrático, reformista e não-marxista, de concepção inglesa. Teve origem na Fabian Society fundada em Londres no final de 1883 e início de 1884 por um grupo de jovens intelectuais de diferentes linhas socialistas, com o propósito de reconstruir a sociedade com o mais elevado ideal moral possível. Objetivamente tinha a finalidade de promover a gradual difusão do socialismo, entendido como fim das injustiças econômicas e sociais da sociedade liberal, burguesa e capitalista. Mas, ao mesmo tempo rejeitava a doutrina marxista e, especialmente, a transformação pela revolução violenta. A ideia era a de que a transição do capitalismo para o socialismo poderia ser realizada por meio de pequenas e progressivas reformas, dando início ao socialismo no contexto da sociedade capitalista.
Embora os primeiros fabianos ainda sofressem influência do marxismo, os seus conceitos de economia não eram de Marx, mas de John Stuart Mills e Willian Stanley Jevons. Afirmaram que o utilitarismo, há tanto tempo usado para sustentar o individualismo, realmente, nas modernas condições, aponta para uma crescente intervenção estatal na economia para promover a maior felicidade de um maior número. Contradizendo os marxistas, o Estado não é um organismo de classe a ser tomado, mas, um aparelho a ser conquistado e usado para promover o bem-estar social. Os fabianos, portanto rejeitam o socialismo revolucionário.
Os membros da “Fabian Society”são principalmente intelectuais, professores, escritores, e políticos. Foram os principais fundadores Edward R. Pease, o casal Sidney e Beatrice Webb, George Bernard Shaw, H.G. Well e outras destacadas personalidade. Efetivamente, a Fabian Society tem sido sempre um grupo de intelectuais.
Seu proselitismo, em determinadas questões, segue uma política de “permeação” das suas idéias socialistas entre os liberais e conservadores. Tentam convencer as pessoas por meio de uma argumentação socialista objetiva e racional em vez de uma retórica passional e de debates públicos.
Acreditam que não existe uma separação nítida entre socialistas e não socialistas e que todos podem ser persuadidos a ajudar na realização de reformas para a concretização do socialismo.
Com as adesões de Bernad Shaw (1884) e de Sidney Webb (1885), a sociedade começou a assumir seu caráter próprio, vindo a se tornar efetivamente socialista a partir de 1887.
Em 1889, sete membros fundadores redigiram um livro que levou o nome de Fabian Essays in Socialism (Ensaio Fabiano sobre o Socialismo), resumindo as bases doutrinárias da Sociedade.
Sidney Webb e Bernad Shaw, repudiando o marxismo, reconheciam que o desenvolvimento promovido pelo “laisser faire” (o capitalismo liberal) correspondia também a uma intervenção do Estado em defesa do trabalhador ou, pelo menos, na melhoria da qualidade e condições de vida. A legislação sobre salários, condições e jornada de trabalho e a progressiva taxação dos ganhos capitalistas é um meio inicial de realizar a equitativa distribuição de benefícios. O passo seguinte na direção do socialismo, em termos de reformas sociais mais profundas, será a adoção da propriedade e administração estatais das indústrias e dos serviços públicos. Recomendam também a criação do “imposto único”.
Os fabianos são realistas e procuram convencer todas as pessoas, independentemente da classe a que pertencem e com argumentos lógicos, que o socialismo é desejável e que melhor realizará a felicidade humana.
A Sociedade Fabiana não se dispôs a se organizar em partido, permanecendo sempre como um movimento. Entretanto, em 1906 um grupo de fabianos e sindicalistas fundaram o Labour Party (Partido Trabalhista Britânico) que adota o fabianismo como uma das fontes da ideologia partidária.
Em 1945 o Labour Party chega ao poder na Grã-Bretanha expandindo o fabianismo. O Partido no governo consegue realizar quase todo o ideário dos fabianos.
Atualmente, a Fabian Society atua principalmente como um centro de discussão intelectual, de propaganda e de difusão do socialismo democrático e como uma referência na Grã-Bretanha para os socialistas, em especial de classe média, que não desejam comprometer-se com o Labour Party.
Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os fabianos tinham pouca preocupação com o movimento socialista em outros países. Durante o conflito adotaram até uma posição nacionalista exacerbada.
Na prática política, parece que os fabianos não têm dificuldade de entendimento com os socialistas revolucionários podendo apóia-los ou com eles fazer alianças, particularmente para atingirem algum objetivo intermediário.
Em termos de internacionalismo, o fabianismo tem sido sempre considerado a ala direita do movimento socialista. Ideologicamente, coloca-se em posição intermediária entre o capitalismo democrático e o marxismo revolucionário. Com esta posição, em 1929, o movimento Fabiano se propõe como a Terceira Via, identificação ambígua quando, na propaganda política, não vem acompanhada de uma definição clara e ostensiva. Após o colapso da União Soviética em 1991, o apelo sedutor da Terceira Via voltou à cena para atrair as esquerdas desorientadas e os intelectuais idealistas sempre sensíveis às novidades.
Repudiando o conceito de luta de classes, os fabianos em geral reconhecem que a lealdade ao seu próprio país vem antes do que qualquer lealdade ao movimento internacional do proletariado. Isto não impede que Bernard Shaw, em discordância com a atitude nacionalista Fabiana, fosse a favor de uma unificação do mundo em unidades políticas e econômicas maiores. Determinados fabianos realmente manifestaram a aspiração de um Estado mundial do tipo tecnocrático, cujo germe deveria ser o Império Britânico, com a função de planejar e administrar os recursos humanos e materiais do planeta. A este respeito, chama a atenção as relações de afinidade, se não de filiação, entre os fabianos e círculos mundialistas anglo-saxões como o Royal Institute of Internacional Affais (inglês) e o Council on Foreign Relations (norte-americano), criado em 1919.
Provavelmente, foi a partir do conhecimento desta ideia de império mundial, da existência de relações dos fabianos com intelectuais e políticos norte-americanos e da atuação de certas organizações não-governamentais nos EUA que o senhor Lyndon H. La Rouche Jr. engendrou a teoria conspiratória de um eixo Londres-Nova Iorque da oligarquia financeira internacional para a criação de um império mundial de língua inglesa, com a supressão dos estados nacionais.
Entre as organizações não governamentais norte-americanas está uma denominada Diálogo Interamericano, fundada em 1982, cujos integrantes são notáveis personalidades “permeadas” pelo socialismo Fabiano.
Foi por intermédio do Diálogo Interamericano que o Sr Fernando Henrique Cardoso se uniu em 1992 ao movimento Fabiano tendo tentado atrair também o Sr Luiz Inácio Lula da Silva.
O DIÁLOGO INTERAMERICANO (DI)
A eclosão da Guerra das Malvinas em abril de 1982 e o agravamento da crise da dívida dos países latino-americanos trouxeram preocupações a um grupo de políticos, empresários, economistas e intelectuais norte-americano provavelmente “permeados” pelo fabianismo e integrantes de uma entidade privada internacional denominada Comissão Trilateral. Três seminários foram realizados, entre junho e agosto de 1982, sob patrocínio do Centro Acadêmico Woodrow Wilson para examinar a situação no Continente que, segundo entendiam decorria, em primeiro lugar, da existência de regimes militares autoritários na América Latina. A situação se completava com a declaração da moratória do pagamento da dívida externa do México e com os movimentos revolucionários comunistas na América Central (Nicarágua, Costa Rica, Honduras, El Salvador e Guatemala).
Em conseqüência, em outubro de 1982, foi criada a entidade privada internacional Diálogo Interamerican (DI), com a participação de personalidades da Trilateral (Robert Mc Namara, Cyrus Vence, George Schultz, Elliot Richardson e outros) e de 48 representantes da América Latina, inclusive seguidores da Teologia da Libertação. Fernando Henrique Cardoso foi um dos fundadores do DI.
Os temas que o Diálogo Interamericano procurou forçar ou induzir a se submeterem os governos da região são trazidos da Trilateral, temas que também esta procura introduzir na política oficial dos EUA. A ideia de inspiração fabiana parece ser a de promover uma ampla abertura política nos países latino-americanos, muitos ainda sob regime militar autoritário, para dar espaço e condições para o restabelecimento da democracia e, conseqüentemente, para abrir caminho à transição para o socialismo reformista.
Para tanto, haveria necessidade de remover os obstáculos existentes; de imediato, as forças armadas daqueles países. As sugestões ou exigências do DI foram levadas à execução por um empreendimento denominado Projeto Democracia (1982):
  • Submissão das forças armadas ao controle político civil;
  • Participação das forças armadas no combate ao narcotráfico;
  • Criação de uma força militar multinacional para intervir em favor da paz no caso de conflitos regionais e de violação dos direitos humanos;
  • Direitos Humanos;
  • Conceito de soberania limitada (direitos humanos e meio ambiente);
Em uma reunião realizada em 1986, foram feitas algumas outras recomendações:
  • Legalização ("descriminização" seletiva) de certas drogas;
  • Direito da URSS se manifestar sobre assuntos Ocidentais;
  • Criação de uma “rede democrática” com poder de se opor, tanto aos comunistas, quanto aos militares da Região;
  • Reduzir a participação dos militares nos assuntos de natureza civil.
Alguns membros mais radicais de orientação Fabiana defendem também a criação de um tribunal internacional para julgamento de pessoas acusadas de violação de direitos humanos, inclusive com a revisão da anistia de que se tenham beneficiado militares que lutaram contra a subversão comunista em seus países.
O Diálogo preocupou-se ainda com um problema considerado de segurança nacional: as imigrações desordenadas de latino-americanos para os Estados Unidos. Considerou que o controle da natalidade nos países do Terceiro Mundo seria a única solução para evitar a descaracterização da cultura americana. Note-se que a lealdade nacional é mais forte do que o internacionalismo Fabiano.
Após a derrocada da União Soviética, o DI passou a recomendar o acolhimento dos comunistas em postos do governo, uma espécie de “esquecimento e pacificação” ou de “coexistência dos contrários”.
Em apoio ao Projeto Democracia, duas outras entidades foram criadas. A primeira (1983), National Endowments for DemocracyNED (Fundo Nacional para a Democracia), se organizou para constituir e prover recursos financeiros para o projeto. Recebe contribuições de fundações (Rockefeller e outras) e, segundo La Rouche, subsídios do Congresso dos EUA. Os recursos são repassados a organizações não-governamentais (ONG), partidos políticos, sindicatos, jornais, programas universitários e a toda organização e movimento que possa difundir e contribuir para a realização dos objetivos do Projeto Democracia.
A outra entidade, a Comissão Bipartidária Nacional (1984), também conhecida como “Comissão Kissinger”, foi criada para tratar especificamente da situação revolucionária da América Central, relacionada com o confronto Leste x Oeste da Guerra Fria na época.
O fabianismo entrou no Brasil com Fernando Henrique Cardoso e as teses do Projeto Democracia foram por ele implementadas principalmente após a sua eleição a Presidente da República em 1992.
A sua reeleição em 1996 representou, coincidentemente, o continuísmo dos laboristas fabianos ingleses em outras terras.

O FABIANISMO NO BRASIL

O Fabianismo chegou ao Brasil com Fernando Henrique Cardoso, retornando ao país, depois de seu asilo político na Europa, com seus companheiros do chamado grupo de São Paulo, todos ex-militantes da Ação Popular Marxista-Leninista.
Asilado na Europa, depois de ter passado pelo Chile, Fernando Henrique Cardoso reformulou suas crenças marxistas e passou a pretender filiação junto à Internacional Socialista (oriunda da II Internacional).
A iniciativa coincidia com o esforço de Leonel Brizola em 1978/79, ainda asilado, para juntar-se à Internacional Socialista na Europa. Com ousadia e persistência, aproximou-se dos expoentes socialistas europeus, particularmente de Mário Soares, do qual conquistou o apoio e a amizade. Miguel Arrais e Fernando Henrique tudo fizeram para neutralizar o ex-governador, inclusive com a elaboração de um dossiê depreciativo que FHC entregou a Mário Soares. Nada adiantou; na reunião da Internacional Socialista em Viena (1979), a organização, por unanimidade, fez opção por Brizola. “... na platéia, derrotados, Fernando Henrique Cardoso e Miguel Arrais assistem ao vitorioso, discursando na condição de líder brasileiro da social-democracia e representante oficial da organização no Brasil” (Luiz Mir, A Revolução Impossível, pág 689 a 691).
O insucesso levou Fernando Henrique a se aproximar do movimento fabianista. Em 1982, participou da reunião de fundação do Diálogo Interamericano com sede nos EUA.
Ao retornar do seu auto-exílio em 1979, Fernando Henrique Cardoso e os seus correligionários do grupo paulista ingressaram no Partido do Movimento Democrático Brasileiro onde, com outros anistiados de esquerda constituíram a ala dos “autênticos”. Participaram da Constituinte de 1987/88 onde o grupo de FHC desempenhou ativo papel na tentativa de implantar o socialismo e o parlamentarismo no Brasil.
Na Constituinte, é interessante notar a convergência das esquerdas reformistas e revolucionárias, todas procurando ampliar ao máximo as franquias democráticas.
Logo após a Constituinte (1988), o grupo de Fernando Henrique e diversos outros “autênticos” divergiram e saíram do partido, fundando o PSDB, Partido da Social Democracia Brasileira. Estava assim criada a organização política do fabianismo no Brasil.
Em 1992, o Senador Fernando Henrique participou da reunião do Diálogo Interamericano de Princeton, para a qual convidou Luiz Inácio Lula da Silva e alguns outros membros do Partido dos Trabalhadores. Para o Diálogo, o desaparecimento da União Soviética tinha deixado as esquerdas revolucionárias da América Latina sem base de apoio. Entretanto, reconhecia que sua organização e capacidade de mobilização ainda poderiam ser úteis para o programa pretendido pela entidade. Podemos aduzir que o PT, como partido laborista, tivesse muita afinidade com o fabianismo, daí porque estava sendo atraído. O primeiro ponto de uma ação comum foi a opção pela via eleitoral, buscando-se o abandono da violência armada. Lula já comprometido com o Foro de São Paulo, concordou com o programa mas não se filiou ao Diálogo.
Em 1994, FHC se elegeu Presidente da República. Na condução política da sua administração e nas relações com o Congresso, onde não tinha maioria, usou o poder e certos recursos autoritários. Valeu-se descontraidamente das Medidas Provisórias fugindo das resistências parlamentares. Sem muito esforço, mas com uma eficiente e convincente negociação individual com os parlamentares, conseguiu emenda à Constituição, quebrando a antiga e prudente tradição republicana que não permitia a reeleição do Presidente da República.
Para assegurar o segundo mandato, Fernando Henrique tratou de manter a estabilidade monetária e o Plano Real que já lhe havia garantido a eleição de 1994.
Para pagar dívidas públicas, o serviço desta dívida e remunerar investimentos financeiros, foi buscar recursos num vasto e discutível programa de privatizações.
A esquerda de oposição lhe fez e faz ferina crítica, estigmatizando-o de “neo-liberal”, não tão grande ofensa para um socialista Fabiano.
Com relação às recomendações do Diálogo Interamericano, expressas no Projeto Democracia, podem ser citadas as seguintes realizações de Fernando Henrique Cardoso:
1) Abertura democrática, com franquias, ampliadas e garantidas na Constituinte, com o trabalho de FHC nas comissões e de Mário Covas no Plenário.
2) Acolhimento dos comunistas, primeiro no Partido, depois nos cargos de governo e, finalmente, com indenizações das famílias de terroristas mortos pela “repressão”, de início limitadas às dos que morreram nas prisões e agora generalizadamente.
3) Afastamento sumário do serviço público ou veto de nomeação de qualquer pessoa acusada de torturador ou de ter pertencido a órgãos de segurança durante o governo dos militares presidentes. A demissão ou veto era imediato, sem qualquer apuração formal ou de provas das acusações, num ato ilegal de restrição à Lei de Anistia.
4) Submissão das Forças Armadas ao controle político civil, com a criação do Ministério da Defesa, afastando os militares de participação e influência nas decisões nacionais, inclusive nos assuntos de segurança. Foi aventada também a criação de uma Guarda Nacional para retirar do Exército ou restringir a sua destinação constitucional de defesa da lei, da ordem e dos poderes constituídos. Não dispondo de recursos para tal projeto, a iniciativa ficou limitada à criação de um segmento fardado da Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça.
5) Uso e suporte às Organizações Não-Governamentais de inspiração e de ligação a entidades internacionais fabianas e outras, com transferência de funções públicas e de recursos governamentais, particularmente nas áreas de educação, saúde, segurança pública, meio-ambiente, direitos humanos e complementação social. Foi promovida uma “ampliação do Estado” que daria inveja a um projeto concebido por Antônio Gramsci.
Fernando Henrique é seguidor dos conceitos da Terceira Via participando das idéias de um “consenso internacional de centro-esquerda”, acompanhando a posição de Anthony Giddens (teórico da Terceira Via), Tony Blair (líder trabalhista inglês), Lionel Jospin, Bill Clinton, De La Rua e Schöreder.
O governo FHC (1994-2002) deixou ao País com gravíssimos problemas sociais e econômicos pouco tendo feito para a realização da transição para o socialismo. As lentas e progressivas transformações são próprias do processo reformista Fabiano. Portanto, não se fale de fracasso, porque a semente desta vertente social-democrática está plantada e aparentemente, superou no País, a linha da Internacional Socialista representada pelo decadente Partido Democrático Trabalhista de Leonel Brizola.
Por outro lado, o movimento fabianista pôde e pode realizar, em determinados momentos, um papel subsidiário da esquerda revolucionária. Muitos aspectos da concepção pragmática do fabianismo coincidem com certos processos gramscistas de mudanças pacíficas e progressivas para conquistar a sociedade civil e enfraquecer a sociedade política. Depois de 1980, os dois fatos novos mais significativos ocorridos nas esquerdas no Brasil foram as presenças do fabianismo reformista e do gramscismo revolucionário.
Terminado seu governo, Fernando Henrique Cardoso agora é “homem do mundo”, promovido e “badalado” pelos movimentos e organismos da esquerda internacional. Lembro um pouco Bernad Shaw, um dos fundadores do fabianismo na Inglaterra, marxista reformado que se transformou em socialista reformista. A diferença fica na retórica vazia e na produção literária reduzida do intelectual brasileiro.
Apesar de tudo, FHC voltará; pessoalmente ou representado, mas voltará.
Artigo extraído do livro "Cadernos da Liberdade"
Autor: Gen Sérgio Augosto de Avellar Coutinho
O livro pode ser encomendado pelo telefax: (31) 3344-1500 ou
 e-mail : ginconfi@vento.com.br Valor: R$ 25,00
COMENTO: Se você teve disposição para ler todo o texto e pensa que o mesmo é "viagem" do autor, alguma coisa a ver com as muitas "teorias de conspiração" que circulam por aí, recomendo pesquisar na rede mundial e atualizar-se sobre o tema "fabianismo"!

O Que os Governos Militares Fizeram Pelo Brasil

Autoria desconhecida
FIZERAM A MAIOR REVOLUÇÃO INDUSTRIAL DO SÉCULO XX:
Pegaram um país com o 45º PIB do mundo e, 21 anos depois, entregaram-no aos civis no 10º lugar do PIB mundial (estamos há 23 anos sob autoridade civil e ainda estamos em 10º).
OUTROS FEITOS:
- Restabelecimento da autoridade por 21 anos;
- Criação de 13 milhões de empregos;
- A Petrobrás aumentou a produção de 75 mil para 750 mil barris/dia de petróleo;
- Estruturação das grandes construtoras nacionais;
- Crescimento do PIB em 14%;
- Construção de quatro portos e recuperação de outros 20;
- Criação da ELETROBRAS;
- Implantação do Programa Nuclear;
- Criação da NUCLEBRÁS e subsidiárias;
- Criação da EMBRATEL e TELEBRÁS (antes, não havia 'orelhões' nas ruas, nem se falava por telefone entre os Estados);
- Construção das Usinas ANGRA I e ANGRA II;
- Desenvolvimento das INDÚSTRIAS AERONÁUTICA e NAVAL (em 1971 o Brasil foi o 2º maior construtor de navios do mundo);
- Implantação do PRÓ-ÁLCOOL em 1976 (em 1982, 95% dos carros no país rodavam a álcool);
- Construção das maiores hidrelétricas do mundo: TUCURUÍ, ILHA SOLTEIRA, JUPIÁ e ITAIPÚ;
- Brutal incremento das exportações, que cresceram de 1,5 bilhões de dólares para 37 bilhões; o país ficou menos dependente do café, cujo valor das exportações passou de mais de 60% para menos de 20% do total;
- Rede de rodovias asfaltadas, passou de 3 mil para 45 mil km;
- Redução da inflação galopante com a criação da Correção Monetária, sem controle de preços e sem massacre do funcionalismo público;
- Fomento e financiamento de pesquisa: CNPq, FINEP e CAPES;
- Aumento dos cursos de MESTRADO e DOUTORADO;
- INPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM;
- Criação do FUNRURAL, a previdência para os cidadãos do campo;
- Programa de merenda escolar e alimentação do trabalhador;
- Criação do FGTS, PIS, PASEP;
- Criação da EMBRAPA (70 milhões de toneladas de grãos);
- Duplicação da rodovia RIO-JUIZ DE FORA e da VIA DUTRA;
- Criação da EBTU;
- Implementação do Metrô em SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, BELO HORIZONTE, RECIFE e FORTALEZA;
- Criação da INFRAERO, proporcionando a criação e modernização dos aeroportos brasileiros (GALEÃO, GUARULHOS, BRASÍLIA, CONFINS, CAMPINAS — VIRACOPOS, SALVADOR, MANAUS);
- Implementação dos PÓLOS PETROQUÍMICOS em São Paulo (Cubatão) e na Bahia (Camaçari);
- Investimentos na prospecção de petróleo no fundo do mar que resultaram na descoberta da bacia de Campos em 1976;
- Construção do PORTO DE ITAQUÍ e do terminal de minério da Ponta da Madeira, na Ilha de São Luís no Maranhão;
- Construção dos maiores estádios, ginásios, conjuntos aquáticos e complexos desportivos em diversas cidades e universidades do país;
- Promulgação do 'Estatuto da Terra', com o início da Reforma Agrária pacífica;
- Polícia Federal;
- Código Tributário Nacional;
- Código de Mineração;
- Implantação e desenvolvimento da Zona Franca de Manaus;
- IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal;
- Conselho Nacional de Poluição Ambiental;
- Reforma do TCU;
- Estatuto do Magistério Superior;
- INDA - Instituto de Desenvolvimento Agrário;
- Criação do Banco Central (DEZ/64);
- SFH - Sistema Financeiro de Habitação;
- BNH - Banco Nacional de Habitação; (***).
- Construção de 4 milhões de moradias;
- Regulamentação do 13º salário;
- Banco da Amazônia;
- SUDAM;
- Reforma Administrativa, Agrária, Bancária, Eleitoral, Habitacional, Política e Universitária;
- Ferrovia da soja;
- Rede Ferroviária ampliada de 3 mil e remodelada para 11 mil Km;
- Frota mercante de 1 para 4 milhões de TDW;
- Corredores de exportações de Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande;
- Matrículas do ensino superior de 100 mil em 1964 para 1,3 milhões em 1981;
- Mais de 10 milhões de estudantes nas escolas (que eram realmente escolas);
- Estabelecimentos de assistência médico sanitária de 6 para 28 mil;
- Crédito Educativo;
- Projeto RONDON;
- MOBRAL;
- Abertura da Transamazônica com instalação de agrovilas;
- Asfaltamento da rodovia Belém-Brasília;
- Construção da usina hidrelétrica de Boa Esperança, no Rio Parnaíba;
- Construção da Ferrovia do Aço (de Belo Horizonte a Volta Redonda);
- Construção da PONTE RIO-NITERÓI;
- Construção da rodovia RIO-SANTOS (BR 101); e
- E o mais importante, impediram a implantação de uma `FARC` no Brasil`.
Obs.: Texto recebido de Antônio Bruno. E, last but not least, convém acrescentar que um oficial do Exército, engenheiro do IME, criou a televisão colorida do Brasil, sistema PAL-M - uma combinação do PAL alemão (cor) e do NTSC americano (sistema de transmissão, 60 Hz), considerado o mais avançado do mundo naquela época, por manter as cores firmes durante a transmissão e a recepção. Foram os militares que deram o pontapé inicial da produção do biodiesel; infelizmente, o projeto não foi adiante, por desinteresse da Petrobras; depois de vencer a patente da invenção do engenheiro químico cearense, Expedito Parente, o processo foi copiado principalmente pela Alemanha, além de outros países (confira em Radiobras.gov.br e Biodiesel). Expedito Parente foi também o inventor do bioquerosene, utilizado pela Aeronáutica, e da vaca mecânica (que transforma soja em leite). Convém lembrar, ainda, que, antes de os militares começarem a governar o Brasil, uma ligação telefônica do Rio de Janeiro para São Paulo podia levar dois dias para ser completada pela telefonista.
(F. Maier).
Fonte: recebido por correio eletrônico