domingo, 21 de dezembro de 2008

Comentário Anônimo, Mas Muito Bom.

Quando o "santo-operário" perdeu a eleição presidencial para o Collor, foram só lágrimas nas redações dos jornalões brasileiros: nossos valentes escribas choravam, em peso, a decepção de não ver o seu tosco messias ser guindado à presidência. Pouco depois, eles teriam a ocasião de exercitar a vingança pela contundente derrota sofrida, engrossando, poderosamente, as fileiras dos que pediam a cabeça de Collor, por causa do seu envolvimento no esquema PC Farias. Bastaram algumas evidências significativas, arrancadas mediante uma implacável investigação, para que o impeachment se concretizasse. Com a força dos políticos, da imprensa e do povo!
O tempo passou, e eis que o "santo-operário" ascende à presidência, no maior estelionato eleitoral da nossa história. A tartaruga fora posta, enfim, em cima do poste. Pouco tempo depois, a exemplo do que acontecera no governo Collor, surgem evidências de um poderoso esquema de corrupção, correndo solto dentro do desgoverno do Foro de São Paulo. Não era, porém, como no caso anterior, um esquema qualquer de corrupção, mas, sim, a constatação de que uma "sofisticada organização criminosa" operava no coração do desgoverno, com o envolvimento direto do homem-forte, do braço-direito do presidente. Concomitantemente, surgiam claras evidências de que a eleição presidencial de 2002 fora uma grosseira fraude, não só pela grave revelação feita por Duda Mendonça, mas, também, pelo possível aporte de dinheiro oriundo das FARC e de Cuba (ou Venezuela?).
Era, com certeza, um escândalo ou uma sucessão de escândalos (muito mais coisa surgiu depois, como se sabe) muito maior, incomparavelmente maior do que o que ocorrera no governo Color. Na verdade, nunca se vira tamanha lambança antes, que até o circunspecto Mangabeira Unger — antes de "sealoprar-se", é claro! — chegou a dizer que estávamos diante do governo mais corrupto da história do país. No entanto, qual foi a reação das nossas ínclitas "oposições", da intrépida mídia, do empresariado, das igrejas, dos movimentos sociais, das entidades sindicais e estudantis, e do próprio povo brasileiro? O que foi que essa gentalha toda fez além de fechar os olhos e os ouvidos diante da desgraça que se abatia sobre o país, tão só para não admitir que o "santo-operário" era, na verdade, um santo do pau oco, uma grosseira farsa, uma empulhação bem maior do que todos os que o precederam no vergonhosa história política do país? Numa patética imitação da pantomima do seu pequeno timoneiro, o país dos tolos fingiu não saber de nada, e se tornou artífice e cúmplice da impunidade da camarilha toda. Não houve impeachment, mas o impeachment que não houve ainda acabará por se tornar a maior desgraça e a maior vergonha da história do Grotão!
O fato é que nós vivemos num país de pulhas, de covardes, de fariseus e facínoras, e todos ainda haveremos de pagar pelo mal que, juntos, eles estão fazendo, ao ignorar ou fingir ignorar as barbaridades que estão sendo perpetradas diante dos seus olhos. Mesmo porque essa gente que está aí nos desgovernando, sob a égide do sinistro Foro de São Paulo, ainda não mostrou nem um centésimo das maldades que é capaz de fazer!
A propósito, leiam, na Folha de hoje, o editorial "Negócio fechado", em que, "depois de uma série de casuísmos, completa-se o conluio entre governo e interesses privados nas telecomunicações". Como se vê, o desgoverno do Foro de São Paulo, que tanto clamou contras as privatizações, está indo além: está privatizando o país! Ou, como diria o impoluto "guerrilheiro" Franklin Martins, trata-se apenas de uma "expropriação".

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