sábado, 18 de outubro de 2008

Santo André e Ceilândia: a Diferença dos Policiais que Confiam em seu Trabalho

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A respeito do triste episódio ocorrido em Santo André, lembro de caso similar, acontecido recentemente no DF e com resultado altamente favorável à sociedade, graças à atuação de uma equipe bem treinada — não quero dizer que a PM de São Paulo não o seja — e que conta com o apoio de seus chefes (Comandantes, Governador, etc) e da sociedade.
A saga de um intelectual orgânico contra a Polícia Militar
Isângelo Senna da Costa • Brasília (DF) 
INTRODUÇÃO
Na condição de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, não podemos nos furtar de nos insurgir contra as ilações do senhor Lúcio Castelo Branco a respeito do evento ocorrido em Ceilândia, na região metropolitana de Brasília, no último dia 20. Rememore-se que, naquela data, profissionais de segurança pública, altamente preparados, libertaram dois reféns mantidos durante cinco horas sob a mira de um revolver. Na ocasião, lamentavelmente, não houve alternativa à PMDF se não a morte do perpetrador.
Em nota de repúdio publicada no site da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (ASOF–DF), o Tenente Coronel Policial Militar Suamy, com a mesma indignação que nos move, propôs uma pergunta: a quem interessa o enfraquecimento da Polícia? Por entender ser inquietante e pedagógico o caráter do questionamento, ousaremos, em dois atos, tentar respondê-lo.
1º ATO: A OCORRÊNCIA SOB O PRISMA DA TÉCNICA POLICIAL
Preliminarmente, precisamos avaliar a precisão técnica da ação da Polícia Militar no evento. Vamos aos fatos! O primeiro destaque vai para a presteza da equipe do Oitavo Batalhão de Polícia Militar responsável pelo patrulhamento ostensivo do setor. O cidadão delinqüente havia acabado de invadir o estabelecimento comercial onde trabalhavam as vítimas, quando foi surpreendido pela guarnição.
O delinqüente então promove o seqüestro de duas vítimas, elegendo uma mulher como alvo principal. A TV mostra cenas fortes: a vítima atônita com a arma na cabeça, enquanto o perpetrador encontra-se com o dedo no gatilho. Policiais militares promovem o cerco e logo o BOPE chega ao teatro de operações. Um policial militar, integrante da equipe que primeiro atendeu a ocorrência, estabelece relação de confiança com o perpetrador (rapport) e inicia a negociação que se estende por cerca de cinco horas.
A essa altura, o time tático do BOPE estava pronto para agir. Ainda assim, mesmo estando posicionados e em condições de disparar, quatro atiradores de elite da corporação aguardaram disciplinadamente o momento de atuar. A televisão nos mostra claramente o perpetrador por várias vezes em posição favorável ao tiro, mas, ainda assim os atiradores aguardavam a negociação.
De súbito, o perpetrador tenta converter a situação estática numa crise móvel. Nessa nova situação, estariam em risco as vidas de outros cidadãos, dos policiais militares participantes da ocorrência e da própria vítima eleita como alvo principal do criminoso.
Ato continuo, tudo se agrava quando o perpetrador, sob o efeito de entorpecentes, e totalmente fora de controle, atira contra os policiais militares. Nesse cenário, a única hipótese doutrinariamente aceita seria a intervenção do grupo tático visando por fim à ameaça do agressor.
Cabe-nos ressaltar que, naquele momento, as opções possíveis ao grupo de operações especiais seriam duas: o adentramento ao local de crise com seu grupo táctico ou um disparo de sniper. A primeira hipótese potencializaria o risco de morte das vítimas, dos policiais e do próprio perpetrador. Desta forma, restou à polícia militar somente o disparo por parte de um atirador de elite. Foi o que ocorreu.
2º ATO: A QUEM INTERESSA O ENFRAQUECIMENTO DA POLÍCIA?
Ao assistir a matéria da rede Globo sob os acontecimentos acima narrados, revela-se explicito o alívio do marido que esperava pela libertação de sua esposa mantida refém. A convicção do sucesso da ação da Polícia Militar por parte do Administrador da Ceilândia, também é inquestionável. Por outro lado, a fala anacrônica do senhor Lúcio Castelo Branco desarmoniza a matéria, aparentando ser, inclusive, despropositada.
Todavia, a última coisa que poderíamos esperar de um pesquisador da UNB, Pós-doutorado pela Universidade de Londres e pela Universidade Frierich-Alexander, em Economia e Ciências Sociais, seria a falta de coerência ou propósito. Por isso, buscamos entender o que está por trás do discurso do ilustre doutor, que em outro momento proferiu a seguinte fala:
A unificação das forças policiais é um imperativo de segurança pública, mas o corporativismo das polícias inviabiliza qualquer ação conjunta. Um comando único passa pela dissolução e desmilitarização da polícia existente, processo que encontrará enorme resistência das corporações e, portanto, de difícil realização
Cremos que a essa altura, já temos uma resposta para as inquietações explicitadas pelo Tenente Coronel Policial Militar Suamy. Qual seja: a corrente ideológica a que se filia o ilustre doutor Lúcio Castelo Branco, não apenas espera o enfraquecimento da Polícia, o catedrático prega a desmilitarização, a dissolução da polícia militar.
Como se vê, o ilustre intelectual não perde uma oportunidade sequer para exercer sua militância ante a Polícia Militar. Nesse compasso, resta-nos saber: qual a origem dessa militância? Tratar-se-ia de mero revanchismo pós 1964? Sinceramente, pela formação acadêmica do doutor Lúcio Castelo Branco, cremos que não podemos dar o assunto por encerrado. Por isso, pedimos um pouco mais de paciência ao leitor para falarmos sobre as razões que movem intelectuais orgânicos, como é o caso, em direção a militância de desconstrução.
A classe de intelectuais a que pertence o doutor Lúcio Castelo Branco se considera portadora predestinada de uma missão revolucionária sagrada: são os agentes orgânicos da reação. Pois bem, seria justo nos perguntar o leitor: que reação? Para responder a essa pergunta, poderíamos discorrer sob a insurreição de Foucault contra as relações de poder que dão liga a sociedade, ou mesmo passear pelos universos proféticos de Huxley e Wells, porém vamos concentrar nossa atenção no pensamento de Gramsci.
Para Antonio Gramsci, intelectuais funcionam como um partido; um jornal pode funcionar como partido, um grupo guerrilheiro de igual forma, todos são células de um vasto corpo combatente, um organismo vivo e revolucionário. Por sua vez, os partidários da revolução devem reagir contra as estruturas postas, devem intentar contra o “status quo”.
Em Gramsci, a "sociedade civil" tornou-se sinônimo de tudo aquilo que se contrapõe ao Estado capitalista e ditatorial. No Brasil, essa militância adquire novos ares, vez que "civil" significa tudo aquilo que é contrário a "militar". Assim, temos a gênese de uma dicotomia radical e maniqueísta contra as instituições estatais, sobre tudo contra suas forças fardadas.
A ruptura gramsciana impõe a derrocada das instituições democráticas que devem ser corroídas a partir de suas entranhas. Para tanto, todos os espaços devem ser ocupados de forma gradual e inexorável. Por essa razão, pessoas da seara do doutor Castelo Branco não perdem uma oportunidade sequer, seja na mídia, na academia, ou em qualquer outro veículo, para disseminar a intolerância e o preconceito contra poderes constituídos.
Por outro lado, quando o ataque não é direto, o que se vê é a sistemática tentativa de caricaturizar e desacreditar as instituições formalmente ou tradicionalmente constituídas. Nesse cenário, nem mesmo a violência é descartada. Daí a simpatia dos intelectuais orgânicos para com movimentos criminosos do campo.
CONCLUSÃO
Por derradeiro, esperamos estar, por meio da presente reflexão, formando uma massa crítica em nossa sociedade, principalmente, em meio aos integrantes do Sistema de Segurança Pública deste país. Não podemos mais nos deixar levar pelos falaciosos argumentos gramscianos. Por décadas, iniciativas revolucionárias têm arrastado a América latina para o abismo da desordem e de totalitárias aventuras caudilhistas. Defender ações legítimas da Polícia Militar e as instituições democráticas é defender a ordem, a liberdade e o Estado de Direito.
COMENTO: Todos são bons até o momento em que deixam de o ser. O rapaz de Santo André podia até não ter antecedentes criminais, mas no momento em que empunhou uma arma e fez uma, duas, seja quantas pessoas reféns, passou a ser um bandido e dessa forma devia ser tratado. Essa estória de preservar vidas é uma patifaria criada pelos "politicamente corretos" e só tem servido para aumentar o puteiro em que esse país se transformou. Bandido é bandido e só deve haver uma proposta de negociação com bandidos: ou se rende ou morre! Houvesse um atirador de elite liquidado aquele infeliz nas primeiras horas do evento, COM O APOIO MORAL DE SEUS SUPERIORES, o final seria menos desastroso. O que acontece é que as autoridades estão mais preocupadas com a imagem de "defensores dozumano" do que com os problemas da sociedade. Enquanto estiverem preocupados com a vida de bandidos, a vida dos cidadãos está em segundo plano. Isto é: bandido não é cidadão e fim! A "manifestação do professor Castelo Branco pode ser assistida aqui, na altura de 2min30seg do final do vídeo.
A questão da segurança pública efetivamente não faz parte das prioridades da comunistada. O negócio é ir empurrando com a barriga. Apaga-se um incêndio aqui, outro ali e as polícias vão se desmoralizando cada vez mais, assim como já foi feito com as Forças Armadas. O negócio deles é deixar "as forças que podem sustentar a burguesia" de joelhos. Enganam-se os sindicalistas, membros de órgãos de segurança, ao pensarem que serão poupados. Eles são só inocentes úteis, manipulados hoje e depois refugados com o resto da "zelite".

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