domingo, 19 de outubro de 2008

Arno Preis

Arno Preis pertencia ao MOLIPO, mesmo grupo de "Daniel" (Zé Dirceu), e foi eliminado em Paraíso (ao longo da Belém-Brasília, uma vila na época). Conseguiu matar, à traição, dois militares, um morreu na hora; outro, dias depois. Ao ser abordado por estar armado, por um deles, atirou inopinadamente e, em seguida no outro que vinha chegando, alertado pelos tiros. A população ficou revoltada e ajudou na caçada. Acuado num matagal às margens da rodovia, já sem munição, não se entregou e foi alvejado quando corria. Foram utilizados caminhões com os faróis acesos, postados convenientemente na estrada para poder vigiá-lo de modo a evitar a fuga. Foi alvejado de madrugada, quando corria, na tentativa de fuga.
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Tio Arno Preis: Carta a meus leitores
por Félix Maier
Cara prima Teresinha, Inicialmente, parabéns a você e a todos os professores do Brasil pelo seu dia, o Dia do Professor! Obrigado pelo texto enviado sobre Tio Arno. Gostaria de fazer alguns comentários. Como diria o esquartejador, vamos por partes:
O ensaio da professora de História da Universidade Estadual de Maringá, Elaine Pavani, é um tanto pesado, com 50% de introdução sobre a história relacionada a Antígona, de Sófocles, até, enfim, engrenar no tema em questão, que foi a morte de tio Arno. O paper de Pavani, além de ter uma pomposidade despropositada (talvez inspirado no texto de Maria Fernanda de Aragão Ponzio — Cfr. "Referências bibliográficas"), apresenta pelo menos dois erros lamentáveis:
1) Não existe relação da morte de tio Arno com o relato de Antígona, porque Arno não ficou insepulto, com o corpo jogado aos abutres. Ele foi enterrado em local certo e sabido, como foi publicado pelos jornais, tanto de São Paulo, quanto do Rio de Janeiro.
2) Arno Preis não foi enterrado com nome falso, dando a entender que a ditadura fez isso de propósito, para dificultar a localização de seu corpo. Arno foi enterrado com o nome do documento que portava na ocasião, Patrick McBundy Comick, nome que foi falsificado por ele mesmo, para melhor executar seus atos terroristas e não ser pego pelas autoridades. Seu verdadeiro nome foi logo elucidado pelas autoridades, tanto isso é verdade que em seguida todo mundo já sabia de quem se tratava, como noticiaram os jornais.
A pergunta que fica é a seguinte: por que os familiares diretos de tio Arno não foram atrás do corpo logo após sua morte? Por que somente em 1993 seu corpo foi exumado e seus restos mortais levados para sua terra natal, Forquilhinha, SC? Medo das autoridades? Desinteresse? Para mim, isto ainda não foi esclarecido.
A Profª Pavani achou estranho que militares envolvidos na morte de tio Arno tivessem sido promovidos, inclusive post mortem — caso do Sd Luzimar Machado de Oliveira, morto por tio Arno. Ora, isso é uma prática comum nas corporações militares, é previsto em lei e não há nada a estranhar. O que se deve repudiar é a promoção post mortem de Luiz Carlos Prestes e Carlos Lamarca a coronel, feitos recentemente, com provimentos de general-de-brigada para seus descendentes. Isto foi um ato ilegal, como são muitos os atos do governo dos petralhas. Ambos os militares, Prestes e Lamarca, desertaram do Exército, portanto, abandonaram a Força por sua própria vontade. Nunca houve nenhum tipo de perseguição para que deixassem a caserna para se bandear, um, a soldo de Moscou, outro, a soldo de Cuba. Se eles não fizeram a EsAO, como poderiam ter sido promovidos a oficial superior? Quanto à abordagem do tema geral em si — "militantes políticos" x Forças Armadas — não se sabe onde termina a alienação da Profª Pavani e onde começa o embuste. Qualquer idiota que tenha pelo menos dois neurônios sabe muito bem que o grupo terrorista ao qual pertenceu Arno Preis, comandando por Carlos Marighela, era um dos mais radicais e sanguinários que existiram no Brasil. Eles combateram, sim, a ditadura militar, de armas nas mãos, mas não para que a democracia retornasse. O que eles queriam era instalar no Brasil uma ditadura sanguinária, muito pior que a dos militares, que é a ditadura comunista de Cuba, que ocasionou mais de 130 mil mortos, entre os fuzilados e os que foram comidos pelos tubarões do Caribe, quando tentaram fugir do paraíso cubano cantado em verso e prosa por Frei Betto et caterva.
Pavani nada diz sobre os atos praticados por tio Arno e seu grupo, como o assalto ao trem-pagador Santos-Jundiaí, em 1968, nem dos assaltos a bancos, supermercados e casas d'armas. Nada é dito dos inocentes covardemente executados pela gangue de Marighela, autor do Minimanual do Guerrilheiro Urbano, que foi a bíblia de muitos grupos terroristas também no exterior, como as Brigadas Vermelhas, da Itália, e o Baader-Meinhof, da Alemanha. Como se vê, vivemos negros tempos do embuste, onde a verdade não tem vez, porque "é um conceito pequeno-burguês", como já dizia Lênin.
No Brasil de hoje, fazer uma análise objetiva de qualquer fato político é sempre uma temeridade, principalmente se for a respeito do "regime militar" pós-64. Ou você comunga com as mentiras sistemáticas das esquerdas, ou você é taxado de nazifascista. Não existe lógica, nem espaço para a argumentação. Só embuste. Já fui criticado por parentes por apenas dizer a verdade como ela é: os terroristas de esquerda das décadas de 1960 e 70 — aí incluído tio Arno — não eram os anjinhos que a Profª Pavani apresenta idilicamente. Eram assassinos frios de uma ideologia que no século XX matou 110.000.000 de pessoas em todo o mundo, segundo O Livro Negro do Comunismo.
Não se pode negar a coragem de tio Arno em empunhar uma arma para "derrubar a ditadura". Ótimo tenor, que encantava seus amigos, ele sempre foi um sujeito muito valente, mas era temerário, pois não tinha medo de nada. Olavo de Carvalho me escreveu certa vez que tio Arno, em seus tempos de estudante, em São Paulo, chegou a enfrentar no tapa um militar armado. E não foi por problema político, mas por causa de um rabo de saia. Se tio Arno quisesse colocar no lugar da ditadura militar brasileira um governo do tipo dos sociais-democratas da Europa, como a Alemanha, ele teria todo meu respeito e apoio. Mas, ao empunhar a bandeira vermelha dos comunistas, ele se perdeu totalmente, e a História já provou que aquela ideologia não tinha como se sustentar, com o colapso da URSS. Hoje, nem a China quer ser comunista. Eles estão atrás de dinheiro, ou seja, do velho capitalismo. Só por aqui, nestas republiquetas bananeiras da América Latina é que tipos como Fidel, Lula, Chávez, Evo Cocales e Corrêa ainda fazem sucesso.
Não há como apoiar a atitude de tio Arno, de querer escravizar uma nação inteira sob o império da Peste Vermelha. Que você me diz sobre os números da ditadura cubana, país onde tio Arno foi fazer seu curso de graduação terrorista?
Abraços,

Félix

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