domingo, 17 de agosto de 2008

Ouro? Só Para os Políticos e Cartolas.

Se o país tivesse investido os três ou quatro bilhões de reais que torrou para realizar o Pan no Rio, enchendo o bolso de políticos e cartolas, em um projeto sério de apoio e patrocínio de atletas e de equipes olímpicas, os nossos resultados teriam sido bem melhores em Pequim.
Não podemos esquecer que a nossa única medalha de ouro foi conquistada por um atleta que está treinando nos Estados Unidos, há três anos. Que a nossa ginástica evoluiu porque tem um centro de referência em Curitiba, com treinadores de alto prestígio internacional, pagos por patrocinadores privados. Que o nosso voleibol exportou os melhores talentos para a Itália, Rússia e Grécia, esvaziando completamente as competições nacionais.
Há quantos anos estão no poder os presidentes das confederações de basquete, voleibol, natação, atletismo e outras modalidades? No mínimo há quatro ciclos olímpicos. Há quanto tempo Carlos Nuzman manda e desmanda no COB? Quase vinte anos.
Qual foi o foco das nossas "autoridades do esporte" em Pequim? A promoção da Rio 2016, candidatura brasileira aos Jogos Olímpicos. Com a liderança de ninguém mais, ninguém menos, do que o grande imbecil que quer fazer um evento para os "pobres".
Que tradição olímpica tem o Brasil para sediar uma competição de tão alto nível, em uma cidade sitiada pelo tráfico de drogas, pelo crime e pela corrupção, onde nem o Exército resolve os problemas de segurança? Será que em oito anos conseguiremos ser uma potência como a China que, neste momento, está com 35 medalhas de ouro, praticamente o dobro das conquistadas pelo segundo colocado? Impossível.
O Brasil é uma piada em termos de esporte, não por falta de talento ou esforço dos seus atletas, mas simplesmente porque o ouro vai para o bolso dos cartolas e dos políticos, e não para a formação e transformação do país em potência olímpica.
É o que vai acontecer com a Rio 2016. Já se foram R$ 40 milhões para começar. Se a Imprensa, o Judiciário e o Congresso não derem um basta a esta aventura, serão R$ 400 milhões, assim como foram os 4 bilhões do Pan que não serviu para nenhum avanço do país no que efetivamente importa: a conquista das medalhas, as lágrimas no pódio, as vitórias dos nossos atletas embaladas pelo Hino Nacional.

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