sábado, 28 de junho de 2008

Dinheiro do BNDES

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Poucos meses após a Confederação Nacional do Transporte (CNT) constatar que grande parte dos 64.699 quilômetros de estradas federais em todo o País estão em situação caótica e sofrem com problemas como pavimento de péssima qualidade, sinalização deficiente ou inexistente e geometria bisonha, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirma a liberação de quase R$ 1 bilhão para construção de novas rodovias em Cuba. É isto mesmo! Ao invés de se preocupar em resolver os problemas na infra-estrutura viária do Brasil, o BNDES — um banco público alimentado pelo dinheiro do contribuinte  está mais preocupado em deixar as rodovias cubanas mais seguras. Para piorar ainda mais esta relação de descaso, o mesmo BNDES está liberando cerca de R$ 600 milhões para a construção de uma usina sucroalcooleira na terra de Fidel Castro e outros R$ 300 milhões para investimentos no setor hoteleiro da ilha, ou seja, o comunismo que viola as liberdades individuais está sendo bancado, em parte, com dinheiro do contribuinte brasileiro.
Atento ao desvio de finalidade do BNDES, o senador Álvaro Dias vai apresentar requerimento à Mesa Diretora do Senado na próxima terça-feira pedindo que o Tribunal de Contas da União (TCU) promova auditoria nos empréstimos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para obras no exterior. A iniciativa do senador foi motivada, sobretudo, por repasses de US$ 600 milhões para a construção do metrô de Caracas, na Venezuela. Pode? Enquanto as principais metrópoles brasileiras sofrem com engarrafamentos provocados pela deficiência no sistema público de transportes, o principal banco de fomento brasileiro está financiando a construção do metrô na terra do ditador-tupiniquim Hugo Chávez. Apenas nos últimos três anos, o BNDES liberou mais de R$ 3 bilhões em financiamentos estrangeiros em detrimento das reais necessidades do povo brasileiro que sofre não apenas com a falta de infra-estrutura de transportes, mas de saneamento básico, educação, segurança pública, habitação e, sobretudo, saúde.
Mesmo com tantos problemas exigindo solução do governo brasileiro, o BNDES liberou nas últimas semanas mais de US$ 1 milhão para obras em Angola, mostrando que a ausência de infra-estrutura no Brasil está na contramão dos investimentos do banco estatal em outros países. Através do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), o banco está liberando empréstimos para empresas brasileiras que atuam no exterior, enquanto as indústrias nacionais sofrem para conseguir crédito e, com isto, ampliar seus negócios. Por exemplo: a construtura Norberto Odebrecht, que é brasileira, recebeu créditos de US$ 195 milhões para exportar bens e serviços para a Venezuela e de US$ 384 para construção de uma ponte sobre o rio Orinoco, também na Venezuela. O BNDES também financiou projetos no Equador, na Bolívia, no Paraguai e na República Dominicana, com investimentos totais de US$ 1,6 bilhão. É uma farra! Diante de tanta cortesia com o chapéu alheio, a sociedade brasileira se pergunta até onde vai a pose de bom samaritano do presidente Lula?
Na Bíblia, Cristo usa a parábola do bom samaritano para exemplificar uma pessoa boa, caridosa e que se preocupa com os menos favorecidos pela sorte, enquanto o dicionário da língua portuguesa classifica samaritano como uma pessoa beneficente, caridosa ou pertencente à Samaria, antiga cidade da Palestina. Se olhasse para o resto do Brasil, o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva veria que não precisa ir tão longe para praticar sua benevolência, já que enquanto ele perdoa a dívida de países tão pobres quanto o Brasil e investe em infra-estrutura pelo mundo afora, milhões de brasileiros passam fome e não têm qualquer perspectiva de futuro.
Ao invés de liberar dinheiro brasileiro para obras do metrô em Caracas e para construção de usinas sucroalcooleiras em Cuba, o presidente Lula deveria atacar as superlotações nos hospitais públicos mantidos pelo Sistema Único de Saúde; reduzir os alarmantes índices de mortalidade materna e infantil; atacar o analfabetismo que envergonha a nação; coibir o trabalho infantil e o trabalho escravo; enfim, o presidente do Brasil pode fazer caridade trabalhando em benefício do próprio brasileiro. E assim, sob os desígnios dos canalhas do Foro de São Paulo, o dinheiro dos brasileiros é defenestrado desavergonhadamente.
Quem mandou votar nesse FDP.

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