domingo, 22 de junho de 2008

Carta ao Correio Braziliense

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Senhor Redator.
Gostaria de fazer três observações a respeito da edição de 21 de junho desse jornal.
A primeira é quanto à "chamada de capa" Exército Fica, Mas Vai Ter Que Se Comportar  reproduzida na página A-14, capa do "Caderno Brasil" —, o que dá a entender que em algum momento a Instituição com maior prestígio junto à população deixou de se comportar a contento. Quero lembrar ao redator do tão mal feito título que o incidente promovido por alguns militares (0,005% do efetivo total), apesar de lamentável, não é pior do que os muitos outros episódios de violência que ocorrem diariamente no Rio de Janeiro (consta que o "executor" dos três jovens já foi trucidado por ordem do traficante "dono" do morro da Mineira, sem ter direito a manifestações, missa ou pedidos de desculpa) e que a Instituição Exército, diferentemente do que se vê em outras instituições estatais (políticas, por exemplo), providenciou imediatamente a prisão dos suspeitos (nenhum órgão dos Direitos Humanos reclamou haver arbitrariedade na decisão nem reclamou para eles o direito de "inocência até o trânsito em julgado"!) e a abertura de inquérito criminal. Assim, não vejo como a Instituição possa melhorar seu comportamento. Por outro lado, a ação da AGU não foi motivada pela Instituição Exército que, certamente, não possui interesse algum em manter seu pessoal exposto às provocações de pessoas manipuladas pelos bandidos que efetivamente governam a área, nem quer servir de cabo eleitoral de um senador que já desconsiderou publicamente o papel desempenhado pela Instituição na Guerra do Paraguai.
Em segundo lugar, causou-me espanto a notícia publicada na página 19 sob o título VÍDEO MOSTRA ATAQUE A ÍNDIOS. Qualquer pessoa medianamente informada sobre os problemas que ora ocorrem em Roraima e que vá conferir o tal vídeo verificará que se trata da gravação feita durante a reação à invasão da fazenda do tal Quartiero (invasão incentivada pelas ONG que atuam na região). Tal reação motivou a prisão do fazendeiro e de seus funcionários. Isso foi noticiado à exaustão e não poderia, de forma alguma, ser noticiado como "integrantes da tribo macuxi ... sendo atacados por pistoleiros". O que houve afinal? Desconhecimento do repórter ou má fé na divulgação de mais uma notícia tendenciosa para denegrir mais nossa imagem no exterior (afinal, o Correio Braziliense, como um dos maiores jornais do país, também é lido no exterior). Fosse honesta a intenção, o repórter teria buscado informações sobre quem está financiando a viagem dos "representantes indígenas" à Europa.
Por fim, gostaria de alertar à editoria de esportes que existe uma categoria de automobilismo chamada "Formula Indy" onde correm sete brasileiros, dois deles com possibilidades de liderar o campeonato. A tal Fórmula Indy — apesar da imbecilidade dos diretores da rede de televisão que detém o direito de sua transmissão e que interromperam, ou pelo menos atrapalharam, a mostra do final da corrida de Iowa, para mostrar um jogo de futebol que também estava sendo transmitida por uma emissora concorrente — é sem dúvida muito mais competitiva e emocionante do que a Fórmula 1 que tanto prestígio recebe do jornal.

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