quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pará e Roraima — O Que é Justiça??

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Assisti há pouco o noticiário sobre a absolvição do fazendeiro acusado de mandar matar a "missionária" norte-americana no sul do Pará em 2005. Longe de mim a intenção de defender o fazendeiro, até por que não tenho conhecimento amplo do processo, mas me chamou a atenção a divulgação de diversos comentários contra a decisão judicial, desde a "nota oficial do MPF do Pará" até o ministro Marco Aurélio, do STF, passando por parentes da vítima e representantes da OAB.
Como disse, não tenho grandes conhecimentos sobre os autos do processo, mas como foi noticiado, o autor confesso do crime desdisse a afirmativa que havia feito anteriormente, acusando o fazendeiro como mandante do crime. Assim, me parece que a condenação anterior foi fundamentada somente na acusação do assassino, isto é, uma pessoa foi condenada a quase três décadas de prisão somente por ter sido "apontado como mandante" pelo criminoso confesso, cuja honestidade encontra-se comprometida pelo crime cometido.
Considerando a repercussão do fato, até mesmo em âmbito internacional, a polícia não obteve outros elementos para fundamentar a acusação? Houve incompetência ou esses elementos comprobatórios realmente inexistem? A promotoria, inconformada, solicitará novo julgamento. Será mais uma oportunidade para os "religiosos, líderes populares e trabalhadores rurais que lutam pela reforma agrária" voltarem à mídia "exigindo justiça".
Que justiça?
É conhecida a afirmação de que "decisão judicial é para ser cumprida", mas parece que em alguns casos esse cumprimento só deve ocorrer quando favorável aos eternos defensores dos ditos movimentos sociais.
Enquanto isto, o fazendeiro roraimense cujos funcionários expulsaram índios invasores de suas terras 
 índios estes incentivados pelos "defensores da humanidade" acima citados  encontra-se preso em Brasília. Seu filho e dez funcionários também estão presos. E as autoridades não se dignam sequer a criticar quem incentivou a invasão à fazenda, aliás como sempre tem ocorrido em casos similares por todo o país.
Ficam as perguntas: por que a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança não impediram a movimentação dos invasores e a própria invasão, evitando o conflito?
A quem interessa mais um mártir?.

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