quarta-feira, 7 de maio de 2008

EMBRAPA - Herança dos Militares !!!

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Agricultura: Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil em 1500 e o Brasil descobriu a agricultura em 2000.
Durante 500 anos a agricultura foi o rebotalho nacional. Entrava no jogo do poder de sobremesa. Mesmo quando o café era o centro da economia nacional, a agricultura não passava de uma moeda de exportação.
Agora, de repente, a agricultura virou a salvação da lavoura. A indústria emperra, cresce a índices medíocres e ela dispara, comandando as exportações. Só que os neobobos de sempre pensam que aconteceu por acaso, de milagre.
Ainda esta semana, na 'Veja', o pomposo Roberto Pompeu de Toledo pergunta "Por onde andará Alysson Paulinelli, que há 30 anos a revista `Time' elencou entre 150 futuros líderes mundiais" (dois brasileiros, ele e Célio Borja).
Esta é uma história que os felpudos sobrenomes quatrocentões de Toledo não lhe deixam saber.
Paulinelli é o pai da nova agricultura brasileira.
O que está aí nas manchetes, nas estradas, nos portos, nas gordas estatísticas do comércio externo nasceu há 30 anos de uma visão revolucionária dele.
Em 73, no governo Médici, o ministro da Agricultura, Cirne Lima, do Rio Grande do Sul, criou a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agrícolas).
Mas ficou no papel. Cirne Lima brigou com Delfim, saiu, entrou o pernambucano Moura Cavalcanti. A Embrapa continuou uma ideia no papel.
Chega Geisel em 74, manda chamar para conversar o jovem secretário da Agricultura de Minas, Alysson Paulinelli, saído das salas de aula e da direção da Universidade Agrícola de Lavras, que diz a Geisel o óbvio: a agricultura brasileira só sairia da mesmice de cinco séculos de extrativismo se sofresse uma revolução tecnológica.
Geisel o convidou para ministro:  Vamos fazer.
Paulinelli chamou o presidente da adormecida Embrapa, Irineu Cabral, e o diretor de Recursos Humanos, Eliseu Alves, e estabeleceram o rumo:
— Não queremos cientistas para resolver problemas da ciência, mas para resolver os problemas da produção.
Pegaram uma verba de US$ 200 milhões e escolheram, nas melhores universidades brasileiras, 1.600 recém-formados e os mandaram para fazer mestrado ou doutorado nas melhores universidades agrícolas do mundo: Califórnia, França, Espanha, Índia, Japão, etc. Estava plantada a semente da maior revolução já feita na agricultura da América Latina.
Eliseu Alves, logo o Eliseu Alves, que havia chegado dos Estados Unidos como uma referência mundial como cientista e como gestor de ciência e tecnologia, assumiu a presidência da Embrapa e implantou linhas avançadas de trabalho:
1 - Criou 14 Centros de Pesquisas, em 14 regiões do País, para pesquisar 14 produtos (exceção do café, que tinha o IBC, e do cacau, que tinha a Ceplac): soja em Londrina, no Paraná; mandioca e fruticultura em Cruz das Almas, na Bahia; milho e sorgo em Sete Lagoas, Minas; vinho em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; feijão e arroz em Goiânia; gado de leite em Juiz de Fora; gado de corte em Campo Grande; seringueira em Manaus.
2 - Criou quatro Centros de Recursos Genéticos para o cerrado, em Brasília.
Não foi milagre. Trinta anos depois, o investimento da Embrapa em aprendizado externo e pesquisas internas explodiu a agricultura brasileira. Não foi milagre, foi competência, visão correta da ciência e do País.
Paulinelli voltou para Minas, seus estudos, suas aulas, suas assessorias.
Eliseu Alves está em Brasília, com seus estudos, suas pesquisas, suas consultorias, ainda hoje é o grande guru da agricultura brasileira.
Fonte: recebido por e-mail
COMENTO: Sempre tive imensa admiração pela EMBRAPA, uma entidade que efetivamente pesquisa e trabalha em prol do país, sem aparecer na mídia, sem estrelismos, sem factoides políticos, sem se deixar envolver pelas lutas políticas que forjam falsos líderes. Um organismo estatal que cumpre com seu dever com grande honra!!
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3 comentários:

Castelo disse...

Essa história a petralhada não conta nem a pau,......

Unknown disse...

Quando um político de verdade e comprometido com a missão a que se propõe tem liberdade para trabalhar, o resultado é simplesmente fantástico.
A embrapa é a melhor se não a única organização que verdadeiramente rendeu frutos incontestáveis para nosso país e a mais de 30 anos, não vejo nada que se aproxime desse trabalho. Isso prova a falta de capacidade ou outros adjetivos ainda piores dos nossos governates até então. Os rumos precisam ser corrigidos...

Unknown disse...

Quando um político de verdade e comprometido com a missão a que se propõe tem liberdade para trabalhar, o resultado é simplesmente fantástico.
A embrapa é a melhor se não a única organização que verdadeiramente rendeu frutos incontestáveis para nosso país e a mais de 30 anos, não vejo nada que se aproxime desse trabalho. Isso prova a falta de capacidade ou outros adjetivos ainda piores dos nossos governates até então. Os rumos precisam ser corrigidos...